Momentos escrita por Tutti


Capítulo 2
Café expresso Ômega (Universo Alternativo)


Notas iniciais do capítulo

Okay, depois de anos eu apareço com outra Fanfic delas. Como estão vocês? Bem?
A verdade é que esse capitulo fazia parte de uma série long-fic que eu estava escrevendo (dá para dizer que tem três capítulos até agora), mas eu não consegui passar a diante a ideia, então resolvi postar como uma One-Shot e, quem sabe, não garanto nada, futuramente eu escrever mais coisas neste universo?
Aproveitem a leitura e já sabem: Comentários no final.



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É uma tarde de noite chuvosa em Serdin, digna do frio de outono que caia sobre a cidade. A chuva caia impiedosamente pelas ruas, batendo intensamente contra as grandes janelas do estabelecimento, lá fora as luzes do letreiro Café expresso Ômega pareciam difusas, quase que disputando para serem visualizados.

Arme, com os cotovelos apoiados no balcão e a descansado o rosto na palma da mão esquerda, suspirou tediosamente. 

Embora o movimento no café fosse maior nesta época do ano - Mari, a dona do comercio, acredita que a promessa de um café quente com guloseimas frescas é superatrativa. Arme, por outro lado, acredita fielmente no fato de que um café quente em tempos chuvosos é extremamente clichê nos filmes românticos, e é isso que atrai a quantidade de pessoas para enfrentar o frio e a chuva (muitas delas vestida como aquelas moças dos filmes, esses que ela passa maioria das sextas-feiras a noite assistindo, com um pote de sorvete na mão e uma colher na outra.) 

— Já estamos quase fechando — diz Lass, o outro e único funcionário além dela, com um alivio. O dia foi agitado, mesmo para um dia chuvoso, e milagrosamente o café vai fechar sem clientes. 

— Finalmente. — Arme está a menos de cinco minutos de sua alegria quando o sino da porta toca anunciando um cliente. 

As nove horas e cinquenta e cinco minutos da noite, com uma tempestade do lado de fora. 

Quem, em nome da Deusas, seria corajoso o suficiente para-  

Oh. 

Uma policial - uma policial bonita, na verdade - é a primeira coisa que Arme nota assim que a mulher atravessa completamente a porta de vidro. A segunda é que ela carrega um guarda-chuva preto grande o suficiente para caber duas pessoas, mas que não foi o bastante para impedi-la de se molhar. Seus cabelos ruivos, amarrados em um rabo de cavalo alto, pingam gotas de água que se misturam com outras que caem de partes molhadas de seu uniforme militar, e, ops, ela não parece muito satisfeita com isso pela careta que faz ao analisar suas roupas. A mulher suspira irritada e reclama algo baixo demais para alguém escutar. Assim que termina sua pequena e breve análise a jovem mulher arruma sua postura, costas retas e andar firme, marchando em direção ao caixa para fazer um pedido. 

Arme quase pode sentir o desapontamento de Lass e como ele esconde isso atendendo a policial ruiva. Para sua surpresa sua voz é suave, ao contrário de sua postura rígida, enquanto faz os pedidos. 

Que são muitos. 

Arme quase geme em voz alta. Quase. Arrumando o avental, ela anda até nas máquinas enquanto lia o pequeno painel onde os pedidos registrados por Lass iam aparecendo. Aquela mulher pediu por toda a estação policial? E como ela decorou todos esses pedidos sem um papel? Não criticando, mas Arme já viu jovens se atrapalharem por menos, muito menos. 

O barulho da caixa registradora soa alto demais no local deserto, indicando que a ordem de pedidos foi encerrada e paga. 

— Você pode aguardar no balcão ou em alguma mesa, se preferir. — Lass diz. A ruiva concorda com um acendo e se afasta para sentar-se em um dos bancos de uma mesa próxima. 

Arme começa pegando alguns copos e algum tempo depois Lass se junta a ela na mistura de pedidos.

— Não precisa. — Lass a olha com uma sobrancelha levantada. — Você tem que chegar mais cedo em casa hoje, não? Seu irmão volta de viagem hoje. Eu posso me virar aqui. — Arme sorri. 

Lass estreitas os olhos por alguns segundos, ambos parados num impasse, até a jovem bufar e girar os olhos. — Arme...

— Vamos Lass! Eu me viro. Eu também não moro longe, como você!  — Acusa Arme. — Sem dizer que a última vez que você deixou seu irmão sozinho em sua casa-

— Eu entendi. — Lass suspira e se afasta. — Eu vou deixar você fechar a loja então.

Arme sorri e pisca para ele, com toda sua disposição. —Pode confiar em mim!

O albino gira os olhos, mas há uma suspeita de um sorriso em seus lábios enquanto ele se afasta. Arme pode notar de canto de olho a policial atenta em sua conversa, não que possa ser evitado, o lugar estava vazio e eles são os únicos falando ali. 

Os minutos se passam em silêncios após a saída de Lass, apenas com o barulho das máquinas e bebidas. Um trovão cai não muito longe dali, lembrando que lá fora o mundo estava se desfazendo em água e Arme já não está muito certa se ficará tão feliz assim de trabalhar mais tempo sozinha.

— Que horas vocês fecham? — A ruiva diz abruptamente, sua voz pega Arme desprevenida que quase deixa o copo cair.

— Desculpe...?

A policial faz um barulho com a garganta antes de perguntar novamente — Eu perguntei até que horas vocês ficam aberto? — Seu olhar viajando para o relógio na parede. 

— Até às dez horas da noite.

— Oh... — A mulher arregala levemente os olhos, encarando o relógio que marca dez horas e doze minutos. — Certo. — Ela morde o lábio interior e abre a boca, pensa um pouco e a fecha, o que seria dito fica escondido em seus pensamentos. Arme poderia ignorar, mas ela faz isso mais algumas vezes.

Arme não entende ao certo como, mas isso parece fofo. Quebrando a postura séria de momentos atrás, claro. 

— Sabe.... — A balconista começa a falar com um tom animado, salvando a ruiva dos demais pensamentos, já que ela não parecia perto de transmitir o que pensava. — Nessa época do ano nós costumamos trabalhar às vezes fora do horário. Aqui costuma ser lotado.

A policial olha indiscretamente para a loja vazia e depois a encara com uma sobrancelha erguida, o silencio a segue por alguns segundos, apenas com a máquina de café moendo os grãos. Arme sente vontade de bater a cabeça no balcão, por algum motivo. 

— Mas hoje, por ser um tempo chuvoso, anda meio deserto por aqui. — Rapidamente corrige. 

— Entendo. — A ruiva apenas acena com a cabeça, parecendo incerta de como responder a isso, embora haja um divertimento em seu olhar.  

— É sério!

— Eu acredito.

— Tão lotado que você nem teria onde sentar! — É possivelmente uma mentira. 

A ruiva volta a levantar uma sobrancelha, provavelmente um costume inconsciente, e apoia o queixo na palma da mão esquerda. — Aposto que deve ser muito ocupado então. Eu devo ter dado sorte.

Ela- Ela- 

Arme engasga. — Bem, você seria atendida, mas claramente as pessoas ficariam com raiva de você por pedir tanta coisa!

— Eu acho que eles iriam perdoar.

— E porquê?

— Porque eu sou uma policial.

Arme fica parada, olhando-a. 

— Você não pode usar isso como argumento!

— Claro que eu posso.

— Não, não pode. É como uma pessoa usar a desculpa de que porque é uma celebridade para furar a fila e fazer vários pedidos!

A ruiva abriu a boca para argumentar, mas a fechou e pensou alguns instantes — Alguém já fez isso?

—.... Já.

— Então eu posso. — Sorriu malandramente.

Essa-Essa mulher!

— Abuso de poder! Você não é suposta a ser a representante da Lei e da Ordem? — Arme deve ter feito a careta mais engraçada, pois instantes depois a ruiva estava rindo da sua cara. Ela não diria que é a coisa mais melódica que ouviu na vida, mas de alguma forma caia bem com a mulher a sua frente.

Deusas a salvando de sua vergonha a máquina termina e o último pedido está pronto após alguns instantes. Arme apenas da os toques finais antes de fechar a ordem enquanto a policial leva seu tempo se recuperando da breve risada e retomando a compostura. 

— Aqui está! — Arme coloca o último copo ao lado dos demais pedidos, todos organizados em duas caixas especiais.

A policial pega e confere rapidamente todos eles antes de se dirigir a porta. — Obrigada.

— Não foi nada. Volte sempre. — Arme diz categoricamente a mesma frase que fala para todos os clientes — Mas da próxima vez, talvez um pouco mais cedo, Srta. Policial. — Acrescenta rapidamente.

— Elesis. — A polícia diz após abrir o guarda-chuvas e antes de sair pela porta aberta, seu ritmo não vacilando. — Meu nome é Elesis. — Ela olha para Arme por cima do ombro e há um sorriso em seus lábios. — E da próxima vez eu vou tentar chegar mais cedo, para não incomodar os outros clientes que ainda vão ser atendidos, ou eles podem ficar irritados. — Seu olhar varre o recinto totalmente vazio e parar na atendente. Aquela maldita sobrancelha erguida e aquele sorriso...!

Sem falar mais nada a mulher sai pela porta e Arme não percebe, mas ela já havia inchado as bochechas de ar indignada.


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Notas finais do capítulo

Fatos Curiosos:

1 – O slogan do café é de um robô bebendo um copo de café como se fosse uma lata de óleo.

2 – Todos os personagens estão na casa dos vinte anos de idade.

3 – Eu não escrevo a séculos, e dá para notar diferença entra o primeiro capitulo e esse (saudades da minha antiga escrita). Me sinto enferrujada kkkkkkkkkk.

4 – O capitulo não foi revisado, então eu aceito críticas sobre isso.



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