Canção da Promessa escrita por Jace Jane


Capítulo 2
Capítulo 2 - Lagrimas, Raiva, Amor, Desgraça




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Era noite de natal, alguns de seus colegas estavam animados que poderiam ganhar roupas novas e quem sabe até um brinquedo que não estivesse quebrado? As doações eram sempre maiores no fim do ano, as pessoas faziam caridade para os orfanatos apenas para se sentirem bens consigo mesmas, mas no resto do ano pouco se importavam com quem vivia naquela pequena instituição.

Tinha uma palavra para descrevê-los, tinha lido ela em algum lugar, hipócritas.

Mas não importava nada importava, quantas vezes acabou naquela situação em uma pequena distração da Olivia? Trancada na dispensa em quanto os outros ajudavam na limpeza e na decoração da casa. Sua voz já tinha sumido de tanto chorar e pedir por ajuda, só lhe restava ficar agachada e agarrar seu próprio corpo para se aquecer.

— Olii.... – Chamava em meio a lagrimas

Estavam no inverno, e naquela manhã conseguiu ver neve pela janela, provavelmente Olivia estava brincando com os outros de fazer boneco de neve.

“Você vai deixar que continuem fazendo isso? Vai deixar pisarem em você...”

A voz, era igual a da Olivia, sempre imaginava coisas quando estava desesperada, então a voz aparecia para lhe incentivar, igual à verdadeira Olivia.

“Irá congelar se não fizer nada”

Fungou o nariz e começou a bater na porta desesperadamente em quanto gritava por ajuda.

“Nunca dependa dos outros, apenas de si mesmo”.

Algo dentro de si explodiu um calor lhe preencheu a aquecendo como o fogo de uma lareira. Quando deu por si não tinha uma porta para lhe prender, ela estava em pedaços no chão, igual à metade da cozinha.

***

Quando acordou estava no seu quarto sendo cuidada pela Olivia, que passava um pano morno em seu braço, seus olhos estavam vermelhos, ela também tinha chorado, será que ao menos havia sentido sua falta em quanto se divertia com os outros?

— Ava? – Chamou Olivia ao perceber sua amiga de olhos abertos.

— Oli. – Seus olhos voltaram a lacrimejar.

— O que aconteceu na dispensa? As tias querem saber por que você estava lá. – Perguntou preocupada

— Carly e Lily me prenderam na dispensa, eu gritei por ajuda, mas ninguém me ouviu, acho que eu dormi depois de gritar tanto. – Respondeu o que lembrava.

— Entendo, vou explicar isso para as tias e já volto. – Suas mãos agarraram as da Olivia por reflexo. – Esta tudo bem, não vou demorar.

Depois de almoçarem voltaram para o quarto, nenhuma das duas queriam se misturar com as outras crianças, então ficaram deitadas na mesma cama abraçadas uma a outra, o calor de seus corpos era mais aconchegante que aquelas finas cobertas.

— Canta pra mim? – Pediu Ava encostando sua testa na testa de sua amiga.

— Claro.

Há de perecer,

Tudo em que há vida

Prontos pra morrer ou se esconder

Mas será em vão....

O que mais gostava nessa musica era a promessa que um dia Carly e Lily iriam encontrar seus destinos e pagarem pelo seu sofrimento.

Este é o anjo que no anoitecer

Do céu aterrou?

Este é o demônio a trazer

Nossa redenção?

Se anjos existissem a Olivia seria o seu, ela sempre cuidava dos seus machucados e lhe defendia dos outros que lhe atacavam, mas nem sempre ela podia estar ao seu lado.

Lagrimas, Raiva, Amor, Desgraça

Paz, Caos, Fé, Traição.

Traria tudo isso há quem um dia lhe machucou.

***

Dias atuais....

Era aula de defesa contra as artes das trevas, sua matéria favorita, no meio em que estava era bom aprender a se defender, e Hogwarts tinha um professor bem excêntrico ocupando o cargo, um ex-auror que encheu boa parte da prisão britânica de comensais da morte, tinha que tomar cuidado com ele.

A pena deslizava suavemente pelo pergaminho envelhecido, em quanto cantarolava um verso da canção de ninar que ouviu muito em sua dolorosa infância.

Com tristeza e a dor a me envolver

Nossa vontade de viver fará

Seguir mesmo que no fim

Não consigamos vencer...

 

***

Na sala do diretor...

Agora Hogwarts inteira sabia daquela suposta lenda de Merlin e Morgana, o motivo para o diretor pedir para que tal história fosse contada ainda era uma incógnita. Era difícil prever os pensamentos daquele velho.

Bateu na porta e logo entrou quando o diretor deu sua permissão.

— Agora me explicará por que espalhou rumores de dois grandes feiticeiros do mundo bruxo justo no ano do torneio Tribruxo? – Foi direto ao ponto como sempre, quanto mais cedo ouvisse suas loucuras, mais cedo se preparava para as consequências delas.

— Boa tarde, Severo, esta uma linda tarde não concorda? – Falou Dumbledore ignorando a pergunta do diretor da Sonserina.

— Estaria ainda melhor se me explicasse o que esta tramando. – Respondeu ao se sentar a cadeira de frente ao diretor.

— Como sempre direto, pois bem. Não são meros rumores quando possui fundamento. – Concordou Dumbledore pegando duas pequenas caixas e as abriu para o professor de poções ver.

Havia um anel em cada caixa, um brilhava em tons de roxo e em quanto o outro brilhava em um tom prateado.

— O que é isso? – Perguntou Snape em alerta.

— O anel guia de Morgana e Merlin, eles só brilham quando reconhecem que seus herdeiros estão por perto, em quatro anos somente o anel de Morgana brilhava, agora com a chegada das outras escolas o de Merlin passou a brilhar. – Explicou Dumbledore por detrás de seus óculos meia-lua.

— Então os herdeiros estão na escola, eles são uma ameaça? – Perguntou o professor preocupado.

— Um para o outro? Sim, quem estiver por perto? Provavelmente. – Respondeu Dumbledore, nenhum pouco preocupado, o que irritava o bruxo a sua frente. – Eu preciso identificar o herdeiro de Merlin antes dele se encontrar com a herdeira de Morgana.

— Herdeira...?

— Sim, demorei um pouco para identifica-la, mas se encontramos o de Merlin podemos impedir esse confronto. Existe uma profecia e nela diz “O que foi unido só pode ser desfeito em uma promessa de sangue”. Se os herdeiros fizerem a promessa de não agressão ou entrarem em acordo, será o fim dos confrontos.

— Porque a luta deles é importante? – Dumbledore estava muito interessado nessa história, e não era momento para isso, havia coisas mais importantes para se preocuparem. – E como conseguiu os anéis?

— O anel aparece para seu herdeiro, ou campeão elegido pelo herdeiro, eu fui campeão de Merlin há muitos anos, seu herdeiro me deu sua posse antes de morrer, e o de Morgana eu peguei de um velho amigo, Grindelwald.

Seus olhos se arregalaram com a revelação do diretor, como sempre o velho tinha inúmeras histórias que ainda poderiam lhe surpreender.

— Ter os herdeiros do nosso lado seria uma grande aquisição para a derrota definitiva contra Voldemort. – Revelou Dumbledore.

Dumbledore tinha perdido o juízo, se é que um dia o teve, querer juntar dois inimigos jurados para sua causa.

— Um anel sumiu. – Falou Snape apontando a caixa de Morgana.

— Foi se encontrar com sua herdeira, temos pouco tempo agora para descobrir o representante de Merlin.


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Notas finais do capítulo

Dumbledore e suas ideias insanas...



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