Família escrita por Saori


Capítulo 5
Teddy.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801034/chapter/5

Teddy Lupin sempre foi um Weasley, antes mesmo de sequer aprender a falar. Mesmo após ter perdido os pais quando ainda era apenas um bebê, ele, definitivamente, cresceu rodeado de amor. Primeiro, porque sua avó sempre fizera questão de criá-lo como um filho, dando-lhe todo o afeto e carinho que merecia e precisava, e sempre contanto histórias sobre os seus pais, para que Ted jamais se esquecesse do quanto foi amado. Depois, ele também sabia que sempre podia contar com a ajuda de seu padrinho, que, com o tempo, tornara-se o seu melhor amigo. Além disso, ele também tinha a família Weasley, sempre repleta de amor para dar e pronta para socorrê-lo, caso precisasse. A verdade era que Ted Lupin era um sortudo por ter tantas pessoas incríveis ao seu redor.

Passara grande parte da sua adolescência e infância frequentando a Toca. Por isso, era como se ele fosse apenas mais um primo naquela família enorme e confusa, mas que tanto adorava. Crescer com eles foi um tanto quanto divertido. Não faltaram risadas, brigas e confusões. De fato, fora parceiro de crime de James Sirius Potter tantas vezes, que até mesmo perdera a conta. Também aprendera a fazer tranças no cabelo, apenas para pentear Lily Luna Potter. E aprendera o básico de francês simplesmente porque queria impressionar Victoire Weasley.

Ah, Victoire Weasley. Definitivamente, ela era uma menina de tirar o fôlego. Não apenas pela beleza herdada de sua herança veela, mas porque Victoire era uma menina esplêndida. Para começar, ela era muito inteligente. Era o tipo de garota com a qual você poderia ficar horas conversando, porque nunca faltaria assunto. Ela tinha uma habilidade incrível de fazer qualquer pessoa sorrir, sem o mínimo esforço. Era algo natural, uma qualidade que Ted admirava profundamente. Ele nunca foi muito bom em socializar, afinal. Mas não era só isso. Victoire Weasley era o seu primeiro e único amor.

Começaram a namorar quando ainda eram adolescentes, e a família Weasley recebeu a notícia com euforia, afinal, qualquer tolo era capaz de perceber que eles estavam apaixonados. Juntando isso ao fato de Teddy ser muito querido por cada um deles, não havia como não se animar com uma notícia daquelas.

Ficaram noivos no inverno do ano passado, mas apenas esse ano trocaram as alianças, em uma cerimônia discreta, apenas com a família e os amigos mais próximos. Molly, como a sentimental que era, chorou durante todo o casamento, e Teddy e Victoire passaram boa parte da festividade a consolando, enquanto ela falava, aos prantos, sobre como as suas crianças haviam crescido. E apesar de toda essa confusão, a cerimônia foi perfeita em todos os aspectos possíveis.

Agora, meses depois de casados, lá estavam Victoire e Teddy, visitando a Toca. Estavam sentados no sofá, com Molly entre ambos, que carregava um álbum de fotografias em suas mãos. Aos poucos, ela folheava os retratos, enquanto seu coração se aquecia pelas inúmeras memórias que preenchiam a sua mente e a sua alma. Ah, sentia falta da suas criancinhas, mas não podia negar que estava orgulhosa de cada um deles. E isso, certamente, incluia Teddy Lupin.

— Olha, Teddy, você se lembra desse dia? — No álbum, aparecia uma imagem de Teddy desembrulhando um presente; a sua primeira vassoura.

— Sim — ele respondeu, com um sorriso que ia de orelha a orelha. — Foi quando eu ganhei a minha primeira vassoura, aos dez anos. Você e o Arthur me deram no meu décimo aniversário, porque no ano seguinte eu iria para Hogwarts. Já faz tento tempo... — Sorriu, tomado por um sentimento de nostalgia.

— Oh, e desse dia, lembram? — Molly indagou novamente, sorridente. Lá estavam Teddy e Victoire, correndo de um lado para o outro, enquanto jogavam uma partida improvisada de quadribol no quintal da Toca.

Victoire quem sorriu dessa vez, animada.

— Sim! Foi muito divertido. Jogamos os adultos contra as crianças.

— É, mas você se lembra de como me fez cair da vassoura? — Teddy indagou, enquanto arqueava as sobrancelhas.

— Eu...? Eu jamais faria isso — Victoire se fingiu de desentendida.

O menino, por sua vez, apenas revirou os olhos, em uma falsa impaciência, e Molly gargalhou baixinho.

— Vocês não mudaram nada mesmo. Sempre foram assim, desde pequenos — disse, enquanto virava a página.

Os dois deixaram uma risadinha baixa escapar.

— Olha, Teddy, é do seu primeiro dia em Hogwarts, aqui! — Molly apontou para uma imagem dele e sorrindo na plataforma de trem. — Como você era adorável. Sinto falta do seu cabelo azul.

— Assim? — De repente, o cabelo de Teddy mudou de cor para a mesma que estava na imagem.

 — Exatamente assim! — Ela sorriu, animada. — Olha essa foto aqui, eu adoro! Foi no Natal, quando tinha apenas sete anos. O Harry te deu uma câmera fotográfica dos trouxas para que você tirasse fotos, e você reclamou, porque as fotos não se mexiam — falou, em meio a uma risada gostosa.

— Eu acho que qualquer pessoa ficaria decepcionada com uma coisa dessas. — Suspirou, frustrado. — É como um retrocesso da humanidade.

— Ei, ei, ei! — Victoire fez um alarde, e os outros dois voltaram o olhar para ela, assustados e curiosos. — Vovó, você tem mais fotos do Teddy do que minhas! — resmungou, como uma criança.

Ambos caíram na gargalhada, deixando Victoire estupefata.

— Que culpa eu tenho se você me largou por dois anos e foi estudar na França? O Teddy não foi estudar na França. — Molly tentou parecer séria, mas logo desatou em uma risada atrapalhada, que Teddy acompanhou.

— Eu definitivamente não fui estudar na França!

— Como se isso fosse desculpa! — ela resmungou, ainda indignada.

— Vovó, eu sou a sua neta, sou da família, como pôde? — falou, ultrajada, mas, no fundo, todos sabiam que era uma brincadeira.

— E o Teddy também é da família, então deixe de drama!

Molly e Teddy trocaram sorrisos cúmplices, e Victoire formou um bico em seus lábios. A verdade era que, graças à família Weasley, Teddy aprendeu o que era ser amado. E graças à Teddy, Molly aprendeu que laços sanguíneos não significavam nada quando o amor falava mais alto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Família" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.