Os sons das sirenes chegando perto do hospital deixaram Callen e o restante dos meninos em frenesi.

Gibbs havia fugido do quarto, retirado o acesso venoso e ido para a entrada.

Elisa e Tani foram as primeiras a serem levadas para dentro. Junior quase caiu no chão, vendo a esposa grávida e machucada.

— Júnior! – Tani estava chorando de medo. – Júnior!

— Estou aqui! – O agente correu para perto da esposa e pegou a mão dela. – Eu estou sempre aqui.

— O bebê! – Tani começou a chorar, sabendo que iria passar por uma cesariana de emergência. – Cuide dele se algo acontecer!

— Desculpe, senhor. – Uma enfermeira o impediu de seguir Tani. – Eu sinto muito, mas não pode ir lá dentro.

— Ela é minha esposa e aquele é o meu bebê! – Junior olhou para a mulher. – Então a senhora pode me impedir, chamar os seguranças, mas eu vou passar e ficar com ela.

A mulher gentilmente sorriu e permitiu que ele fosse ao encontro de Tani.

Callen olhou para Elisa atualmente sendo atendida. Ela estava em um soro e estava sedada para retirar diversos pedaços de vidro de seu corpo. Um médico gentilmente o levou para longe, pois precisava conversar com Callen. E pelo rosto do médico não parecia nada bom.

— Sua esposa teve uma concussão, mas está sendo monitorada. – O médico respirou. – O bebê está bem. Pelo o que vimos já está no terceiro mês de gestação, mas vamos manter ela aqui por no mínimo quatro dias.

— O bebê? – Callen sentiu sua cabeça girar, mas foi pego a tempo por Fornell. – Ela está grávida.

— Sim. – O médico viu que Fornell estava por perto então já atualizou ele sobre o quadro de Renata. – Sua esposa teve um corte no cílio, mas ela está pronta para ser liberada.

Emily já estava com Hotch. Ela teve um braço quebrado enquanto JJ que estava com Will teve um pulso aberto.

Derek olhava para o corredor que ligava a sala de cirurgia. Nem ele nem Gibbs puderam ir acompanhar Penelope e Jenny. As duas estavam mais machucadas, provavelmente por estarem na frente.

— Aqui, filho. – Fran, a mãe de Derek deu uma caneca de café para ele. – Sabe que ela vai ficar bem, não é?

— Eu sei, mãe. – Derek se sentou, quase desejando não ter deixado Pen ir. – Ela estava contente com a viagem. Disse que era a viagem das meninas. As crianças iriam ficar com os homens, elas iriam se produzir.

— Jethro, talvez deva comer algo. – Ducky colocou um copo de café tampado. – Café irlandês.

— Não se pode beber álcool no hospital, Ducky. – Gibbs sorriu. – Obrigado.

— Eu sou um bom amigo. – Ducky se sentou e olhou para qualquer lugar em silencio.

— Você está calado, Ducky. – Gibbs viu o amigo olhar para ele. – É ruim, não é?

— As duas tiveram cortes e parece que os maiores impactos. – Ducky respondeu. – Penelope está com um pulmão colapsado, duas costelas quebradas e provavelmente a bacia quebrada.

— E Jen? – Gibbs sabia que as crianças estavam protegidas na casa de David Rossi.

— Quase as mesmas coisas. – Ducky engoliu em seco. – Tirando a bacia.

Bebendo seu café, Gibbs olhou para Derek e logo todos viram Junior ressurgir. Lágrimas em seu rosto e um sorriso também.

— Ele nasceu. – Junior sorriu. – É um menino lindo e bem de saúde. Tani está em recuperação na UTI por conta de tudo.

— Que bom. – Gibbs sorriu. – Se não se importam, eu vou tomar um ar.

— Tudo bem, eu tenho que achar Callen. – Junior tinha uma missão para fazer.

Callen estava sentado próximo a cama de Elisa, segurando a mão dela. Olhando para cima, ele viu Junior.

— E aí? – Callen ficou na porta do quarto que ela dividia com Max a namorada de Reid. – O que a gente vai fazer?

— Como sabia que era isso que eu vim te pedir? – Junior sorriu. – Eu só sei que poderia ter perdido meu filho hoje e você a sua esposa.

— E o bebê que ela espera. – Callen sentiu o ódio ferver. – Sem falar que Jenny e Penelope ainda estão na cirurgia, Abby e Ziva fazendo tomografias.

— Acho que deveríamos agir agora. – Junior respirou fundo. – Que tal dizer que vamos buscar um café e fugirmos para o carro?  Sei que eles vão ficar bravos, mas eu quero sangue.

— Me encontre no estacionamento em dez minutos. – Callen se virou quando Elisa finalmente acordou. – Ei, querida.

— O bebê. – Foi a primeira coisa que Elisa falou ao acordar. – O bebê?

— Está bem. – Callen sabia que ela estava ansiosa para fazer surpresa. – Escuta, eu vou buscar café com o Junior. Reid vai fazer companhia para você.

— Sim, pode deixar. – Spencer sorriu, enquanto brincava com os cabelos de Max.

— Se algo acontecer, eu te amo. – Callen a beijou, deixando Elisa preocupada com a frase final.

Enquanto isso, o avião de Any finalmente pousou em uma pista praticamente deserta. Se não fosse as vacas e bois no pasto, esse lugar poderia ser fantasmagórico.

— Sempre pronta para fazer um show, não é? – Bishop disse. – Eu pensei que a gente logo entraria em contato, mas atirar a van das garotas no barranco e ligar para a emergência?

— Devagar com o andor, Eleanor. – Any desceu, colocando as botas. – A gente sai de Minas Gerais, mas continua com o hábito de cuidados.

— Bem, você resolveu levar a sua operação de drogas para lá. – Bishop estava irada. – Então? Por que chamar a emergência?

— Muito melhor que matar de uma vez é ver os maridinhos chorando. – Any sorriu. – Agora vamos.

— Você que vai dirigir? – Eleanor entrou no banco do passageiro.

— Sim. – Any olhou para ela. – Eu tirei carteira aqui também. Nome falso, é claro, mas tirei.

— Apenas não mate a gente. – Bishop colocou o cinto assim que Any ligou o carro. – Podia ter alugado uma land rover. Um palio batido parece bem a vista.

— É um bom disfarce. – Any sorriu. – Além do mais, me lembra do meu primeiro carro.

— Lembranças são complicadas. – Eleanor disse.

Agora ela não queria mais ser chamada de Ellie.

Callen saiu escondido do hospital. Ele pode ter tido que despistar Hotch e talvez Timothy, mas conseguiu entrar em um carro onde Junior o aguardava.

Os dois não tinham uma chave. Eles haviam pegado um carro “emprestado” no estacionamento para uma possível missão bem ilegal. Mas ver Tani chorando de medo em perder o bebê e Callen descobrir que Elisa quase perdeu o bebê os fez não querer saber de regra nenhuma. E a esposa de Callen era promotora.

— Tem certeza que quer fazer isso? – Junior perguntou apenas por conveniência.

— Toda. – Callen colocou o cinto de segurança e os dois foram direto para a agencia.

Como era final de semana, os dois não encontraram ninguém e puxando uma cadeira na sala onde Penelope trabalhava com os super gênios e então entraram no sistema.

Eles estavam determinados a pegar os responsáveis.

Derek e Gibbs se levantaram no momento que os médicos responsáveis pela operação de Jenny e Penelope se aproximaram. E as coisas não pareciam nem de perto boas.