A Viajante - Decidida escrita por AliceCriis


Capítulo 13
12 – Um novo conto de “Era uma vez...”




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Ele tirava a placa de “Vende-se esta casa” do quintal vizinho. Cabelos negros e ajeitados de maneira despojada – com a quantidade exata de gel, em casa mecha – Camisa negra e regata, com os músculos aparecendo cada divisão de seu abdômen malhado, em cima da pele morena, seus braços longos, belos e aparentemente muito malhados, emolduravam o Deus Grego que estava diante de meu rosto, ele colocou a placa para fora do quintal, e ergueu os olhos em minha direção – não estávamos longe um do outro. Muito próximos por sinal... – e quando ele olhou pra mim, eu vi os belos olhos castanho mel, grandes e bem localizados em seu rosto moreno e delgado. Ele sorriu para mim e covinhas se formavam em seu queixo... Eu apenas fitava-o com desejo, luxúria, adoração e exaltação. Uma completa idiota por sinal...

 - Ei, você deve ser minha vizinha! – ele saudou, batendo as mãos para que as partículas de terra se desprendessem.

 - Sim. – eu encontrei minha voz – Eu sou, acho.

 - Sou Andrew. – alcançou sua mão á mim e esperou que eu a apertasse, e o sorriso misterioso e muito fofo continuava lá – Andrew Jacoby.

E instintivamente eu coloquei minha mão na dele. E antes que eu pudesse dizer meu nome... Uma corrente energética, nos deixou em completa ordem e nossos corpos ficaram em sintonia. O tempo parou.

 - Hope. – pausei, olhando fixamente pra seus olhos castanhos mel – Hope Samantha Stevenson. – conclui.

 - Uma Viajante. – disse ele, com um sorriso presente na voz.

 - E acho que não sou a única... – respondi com humor na voz, assim como ele.

 - É um prazer conhecê-la... – ele fez uma breve reverência e sorriu pra mim, com aqueles dentes brancos perfeitos... Recolhi minha mão, e estalei os dedos e tudo voltou ao normal.

Quando a ligação de um viajante é tocado por outro, as “correntes temporais” tendem á se chocar e pararem o tempo, e ao menos isso acontece da primeira vez que se toca em um viajante, depois tudo volta ao normal...

 - O prazer é meu... – respondi um pouco avoada.

 - Está ocupada? – ele pediu, colocando os olhos em seus coturnos. Bem, amo coturnos, não em mim, mas não deixo de amar...

 - Levando meu cachorro inútil, pro veterinário... – disse apontando pra Stub, que anormalmente queria lamber o cara... Bem, Stub tinha bom gosto... nhumy!

 - Está afim de um sorvete? – ele ofereceu dando um passo em minha direção, meu coração deu uma pirueta dentro de mim e arfei.

 - Depois que me livrar desse pulguento... Sim. – respondi tentando parecer mais casualmente.

Ele sorriu, e caminhando lado a lado, ao lado adverso de nossas casas.

 - Então, - puxei assunto – veio de onde?

 - Dallas, no Texas. – ele respondeu com o bom humor que continha nele, e aparentemente era á todos os momentos. – E você?

 - Jacksonville, na Flórida. – respondi.

 - Você nasceu aqui?

 - Sim.

 - Em que ano?

 - O que? – perguntei meio embasbacada com a pergunta que ele me fizera.

 - Bem, quero dizer, você é do passado, presente ou futuro?

 - Ahn... Presente. – gaguejei.

 - Legal. – ele disse apenas. – É bom que minha vizinha, seja uma viajante... – ele comentou, e eu olhei pra ele e ele sorriu mais, criando a covinha novamente em seu rosto.

 - Devo agradecer?

 - Só se quiser. – deu de ombros.

 - É bom que eu tenha um vizinho que seja viajante. – eu disse, como uma completa retardada. 

 - Nunca conheci alguém tão jovem, sendo um viajante.

 - Nem eu. – concordei – na verdade, apenas minha avó Sweet é quem eu conheça como um viajante.

 - Tem um viajante na família? – ele levantou as sobrancelhas surpreso – isso deixa seu “viajantismo” mais forte... – ele me fez rir.

 - Gostei de você... – eu disse, sem ter noção do que acabara de fazer;

Ele sorriu mais.

- Também gostei de você... – concordou.

 - Ótimo. – então eu me senti idiota, mais uma vez. – Então, o que lhe traz á Jacksonville?

 - É muito complicado... – ele fez careta.

 - Temos tempo. – sorri.

 - Se quer mesmo ouvir... – e ele desembuchou toda a história da vida dele, durante nosso lento percurso até o pet shop.

Ele pulava partes importantes, sobre seus pais, ou ser do futuro, passado ou presente, ou ter nascido em oficialmente em qual lugar. Mas apenas ele evidenciava o fato de ser um cara emancipado.

Stub foi deixado no veterinário, e seguimos juntos para a sorveteria mais próxima.

 - Então, vai estudar onde? – perguntei estudando o local onde abrigava as mesas.

 - Bem, é uma academia particular... – ele disse, casualmente puxando a cadeira para mim.

 - E qual seria o nome? – levantei uma sobrancelha me sentando.

 - Academia do Condado de Duval. Conhece?

 - Sim... – disse limpando a garganta. – Sou do grêmio estudantil, jogadora semi-profissional de tênis e, sobretudo “A Irmã Stevenson”. – suspirei, vendo-o sentar-se a minha frente.

 - Bem, seremos colegas então. – ele sorriu e deixou-me com a expressão embasbacada.

 - Todo Aluno novo precisa de um mentor... – disse. – É provável que algum membro do grêmio seja o seu... – resmunguei.

 - E qual o seu papel no grêmio?

 - Presidente. – revirei os olhos.

 - Gosta de administrar coisas então...

 - Não... não gosto. – ri.

 - Então...?

 - Bem, é uma coisa chamada ‘popularidade’... – revirei os olhos.

 - Hum... Então você é popular? – ele sorriu torto.

 - Eu diria que sim. Bastante. – conclui.

 - Já fui popular. – falou com presunção.

 - Achei que fosse emancipado. – curvei a cabeça.

 - E sou. Mas nem sempre fui.

E quando percebi, eu estava inclinada sobre a mesa, assim como ele. Estávamos com os rostos próximos um do outro, que podíamos sentir a respiração... um do outro.

 - Bem... Vão querer o que? – Brian McLeen, estava com o bloquinho de notas na mão e esperava que fizéssemos nosso pedido. E com impulso, voltamos á nossa posição original... Não tão próximos.

 - Um sundae de morango com baunilha. – disse respirando fundo e limpando a garganta.

 - Pra mim um de chocolate... – disse Andrew, para Brian, que me fitava com curiosidade.

  - Hm.. Hoo? – ele chamou – Sobre a entrevista sua e de Roo... – ele terminou de anotar o pedido. – É amanhã. Vá preparada. – ele piscou para mim e foi para o balcão.

 - Seu namorado? – pediu Andrew, me deixando tonta.

 - Meu namorado? – gargalhei – Ele é do jornal!

 - Bem, espero que o seu verdadeiro namorado não se incomode em estar tomando sundaes com seu novo visinho... – ele mordeu o lábio.

 - Bem, é claro que ele não vai ficar. – e quando o disse, Andrew levantou as sobrancelhas – Por que ele infelizmente não existe. – suspirei.

 - É um tanto difícil de acreditar. – ele falou gargalhando.

 - Não há um cara que realmente ‘mexa’ comigo. – revirei os olhos. Bem... espera. Por que eu estava falando sobre CARAS? Com um CARA que eu recém conheci?!

 - Espero que seja logo... – ele apertou os lábios.

 - Logo?

 - Que encontre alguém que mexa com você. – ele disse como se fosse obvio.

 - Bem. Ok. – disse deixando de olhar para ele, e fitei Brian um pouco mais.

 - Desculpe. – ele disse de repente.

 - Por...?

 - Por ser enxerido demais... Tenho problemas em ser... bem... “na minha”. – ele, pois as mãos atrás da cabeça.

 - Tudo bem, você é um cara legal... – sorri como uma boba, e dei um tapinha em se cotovelo.

 - Você deve escutar bobagens assim, toda hora. – ele colocou uma mão na frente de seus olhos em vergonha – Tenho que parar com as sutilezas nada sutis...

 - O-K-A-Y.- disse sem graça. E ele riu.

 - Não se dá bem com elogios?

 - Acho que esse tipo... ninguém se dá... – gargalhei.

 - E aqui estão seus sundaes. – Brian McLeen colocou as duas taças e saiu sorrindo como um bobo.

 - Então... Como se sente diante de um pós viagem temporal? – pediu ele animado.

 - Huh... eu tenho que dormir quase uns quatro dias pra reservar energias suficientes de novo... – revirei os olhos – Vivo manifestando objetos, sabe?

E a conversa nos cercou por horas e horas á fio. E eu apenas queria saber mais e mais daquele estranho tão... conhecido.


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