A Viajante - Decidida escrita por AliceCriis


Capítulo 12
11 – Avistado.


Notas iniciais do capítulo

Desistindo da web, bai :



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Eu estava parcialmente seca, e com o nariz parcialmente estancado. Deixei minha roupa de neoprene na casa de minha avó, e percebi que ela não estava mais ali... Ela com toda a certeza estaria em Orion – que original, hein. Ainda me perguntava o que segurava vovó Sweet aqui, ou seja, no mundo humano, me refiro... Ela parece achar tão... atraente a idéia de ser uma viajante; Mil vezes a mais do que eu... Acho que tenho algum problema genético... Sei lá...

 Caminhei pelo sol, com uma tremenda dor de cabeça, depois de sentir-me como um tijolo todo quebrado, após ser arremessado contra uma parede de concreto, e ficar com fagulhas á todos os lados... A rua estava calma e todo mundo parecia ocupado de importante maneira. Da qual se dava a noção que não deviam ser atrapalhados. Continuei caminhando normalmente pela calçada que estava escaldante, em rumo de chegar á minha casa. Passo a passo, observando o que eu perdera durante meu tempo na geladeira chamada Vancouver...

 Estava me aproximando de casa... Passos de abrir o portão, quando olhei para a casa vizinha á minha á direita... Ela estava á venda por um longo tempo...

A antiga moradora – senhora Plotys – veio morar na infância naquela casa – que era como uma casa gêmea á minha – e há mais ou menos uns seis meses atrás, caíra da escada da garagem e ao terminar de descer o lance de escadas teve um ataque cardíaco e a pobre mulher morreu, ali mesmo. E desde então, a casa estivera à venda e ninguém mais aparecerá á comprar.

 Mas isso parecia ter mudado... Um caminhão estava estacionado sendo retirando um bando de móveis que pareciam altamente caros, e estavam sendo arrastados - portão adentro.

 Minha curiosidade se atiçou, mas meu cansaço e a dor de cabeça estavam me matando – figurativamente, é claro... Decidi entrar logo em casa, colocar uma roupa que estivesse cem por cento secas e dar os devidos cuidados á meu nariz, depois disto, levar o cão mais imprestável do universo para o veterinário para tomar um banho e atualizar as vacinas.  Abri o portão e entrei, dentro de casa, que estava completamente bem arrumada, me assustou bastante... á muito tempo a casa não estava tão... limpa, arrumada, cheirosa sem que fosse eu que estivesse por trás desta faxina. Agnieza, lembrei.

 Caminhei pela casa á procura dela e a encontrei na porta do quarto de Roo, olhando para Stub – o cachorro mais mala da face da terra – com medo, pavor e confusão...

 - Em nome de Deus... dê algum sinal! – ela implorava ao cachorro que continuava imóvel ao chão. – É meu primeiro dia de trabalho, e vão pensar que eu matei o cachorro... – ela disse á beira de lágrimas.

Mas o cachorro estava a fazendo de idiota, Stub pode fazer apnéia quando quiser... vai entender...

 - Stub, garoto. Levante seu imprestável... – entrevi, e o cachorro abriu seus olhos e sentou – Desculpe por isso – resmunguei para Agnieza, que me olhava com os olhos esbugalhados e quase saltando para fora das órbitas – Stub tem problemas em controlar a preguiça.

 - Eu não o matei... – ela fez a menção em sinal da cruz.

 - Isso acontece freqüentemente, pode se acostumar... Matar Stub é um trabalho muito árduo... É complicado tentar atravessar a camada de gordura que envolve esse monte de pelos... – ri.

 - Bem... obrigada por me avisar. – ela pois uma mão espalmada em seu peito e me olhou – Preparei alguns nachos... – ela ofereceu.

 - Nossa... – arfei com a boca enchendo-se de saliva – Nachos!

 - Estão quentinhos... – ela fez menção ao andar de cima.

 - Bem... Obrigada Agnieza... – e ela me interrompeu.

 - Me chame de Ag... – sugeriu.

 - Claro Ag. Chame-me de Hoo. – sorri de volta.

 - Bem, Hoo então. – ela assentiu.

 - Tenho que dar um chek-up  no meu nariz... – passei a ponta do indicador nele e senti um arrepio. – Bati o nariz em uma onda e não foi muito agradável, se é que entende... – ri nervosamente.

 - Bem, quando puder então... – ela sorriu – Tenho que dar uma ajeitada na parte de trás da casa... parece que está um pouquinho...hm...abandonado... – mencionou.

 - Sim. Claro. – disse com vergonha – Estivemos em férias e tal...

 - Se me permite, vou voltar ao trabalho.

 - Ok.

 - Até mais, Stub... Não em assuste assim da próxima vez... – ela riu nervosa.

E assim, passou por mim no corredor e segurou o balde de ela estava carregando sei lá por que...  E voltou á seu trabalho.

 Era bom ter me livrado das atividades domésticas, e deixado-as pra Ag, agora eu teria mais tempo pra... hm... vadiar, por aí.

 Dei mais uma olhada para Stub – que voltou a dormir desenfreadamente, na porta do quarto de Roo – e caminhei para o meu.

Troquei de roupa, ajeitei os cabelos em uma trança simples, e vesti calças skinny e uma camiseta branca se estampa alguma.

Depois fui para meu banheiro privativo, e limpei meu nariz que estava pingando algumas gotas de sangue – ainda.

Limpei o sangue que escorreu mais uma vez, e refiz minha maquiagem. Procurei entre as coisas que estavam completamente bagunçadas em minha escrivaninha e encontrei a carteirinha de vacinações de Stub, e procurei - loucamente – pela guia do cão. Enfim, encontrei e vesti um tênis Nike, casualmente confortável.

 Caminhei até Stub – e o mais estranho aconteceu...

Quando coloquei a guia nele, ele pareceu ter vida...! pela primeira vez na história... Ele abanou o rabo e tentou babar na minha calça, porém minha agilidade sobrenatural – sarcasmo – escapei com sucesso.

 Voltei ao meu quarto – com um Stub muito babão na guia – para pegar minha bolsa – sim, aquela mesma, com estampas de vaquinha. Quando percebi que estava totalmente pronta com: celular, dinheiro, bolsa, cabelos penteados, zíper da calça fechado e sem feijão no dente, desci as escadas e fui direto para a porta. Stub não estava precisando ser arrastado da forma que jurei que teria de ser – se movimentava como um cão preguiçoso, mas não como eu esperava que Stub caminhasse... Abri o portão e saí da propriedade da minha casa, á fora.

Foi quando eu o vi.


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