Where We Belong escrita por Mad


Capítulo 2
De Uma a Duas Luzes


Notas iniciais do capítulo

Oi queridos! Boa noite pra todos vocês! Como estão? Espero que bem ♥ e vamos pro segundo capítulo! Hora de ver junto com a Aloy o que se esconde no Oeste Proibido, e presenciar um encontro inesperado. Gostaria de agradecer novamente a minha irmã Vanilla Sky, essa fic não seria possível sem ela! Mais sobre isso depois do capítulo. Enfim! Sem mais papo! Até já já ♥



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Aloy esperava mais.

 

O Oeste Proíbido. Lar de mistérios, perigos, horrores, mitos e lendas sobre aqueles que se aventuraram e nunca mais foram vistos. Nada além de mitos e lendas, tendo em vista a distância relativamente grande percorrida pela caçadora ao longo de um dia a galope e a falta de grandes diferenças notáveis em relação ao território do Solar. Por um lado, era bom se livrar da ansiedade que martelava sua cabeça em relação aos perigos do Oeste, alimentada pelas histórias, porém, o espírito aventureiro em seu coração, por muito tempo estimulado pela jornada que havia acabado, ansiava pela oportunidade de desbravar o inexplorado. Não iria reclamar, entretanto, seu objetivo era mais importante do que aquietar suas ânsias; objetivo esse do qual ainda estava longe. O sinal em seu Foco apontava diretamente para o Oeste e Aloy, agora tendo noção de sua aproximação após um dia, estimava que mais dois dias seriam o suficiente para atingir as coordenadas.

 

A solidão da estrada começara a atingi-la, algo incomum até pouco tempo atrás. As memórias de sua investida ao caldeirão no Corte, a batalha do ápice e da recente caçada junto a Talanah a distraíram mais que uma ou duas vezes ao longo da viagem, a forçando a corrigir levemente seu curso. Momentos onde, ao olhar para o lado, podia ver companheiros lutando junto a si, compartilhando de um objetivo em comum. O atual objetivo, contudo, era impossível de ser dividido. Estava mais para algo que ela, e apenas ela, poderia fazer. Tal solidão tornava o cansaço um inimigo ainda mais evidente, e seria impossível completar a viagem sem pelo menos uma noite de sono. Foi tal necessidade que a fez cavalgar com menos velocidade ao procurar um bom lugar para realizar seu descanso. Sorriu ao ver, além de uma velha ponte de madeira, um amontoado de pedregulhos cercando uma área ao pé de um morro, onde uma árvore grande e densa se encontrava.

 

O silêncio da noite se tornou seu melhor amigo em meio ao desconhecido. Nem uma brisa, nem o farfalhar de folhas devido a escassez de árvores. Seus ouvidos não tinham distrações, permitindo à garota ouvir os sons de passos metálicos e pesados vindo diretamente detrás de si e sua montaria. Interrompeu todos os pensamentos em relação a sua merecida noite de descanso e virou apenas a cabeça, vendo por fim a origem dos sons: uma máquina. Não um Dente-Serrado, ou um Ardiloso. Justamente "uma máquina". Os mitos e as lendas finalmente tomaram forma com o avistar de uma máquina desconhecida. A máquina corria, e corria rápido, sem dar tempo para Aloy analisar como faria com qualquer nova máquina. Pensando tão rápido quanto podia, Aloy aumentou a velocidade de seu transporte.

 

"Vamos, vamos!"

 

Ao passar pela ponte conectando a terra acima de uma falha geográfica não muito grande, teria a chance de se reposicionar e contra-atacar utilizando a análise do Foco. A máquina desconhecida tinha a vantagem de tê-la visto antes, entretanto, e seu plano foi destruído ao passo que o Galope era golpeado por trás, o desequilibrando e fazendo ambos montaria e domadora caírem da ponte. A poeira subiu e Aloy perdeu a noção espacial por alguns segundos, tempo suficiente para a poeira baixar e revelar a situação. Olhou para baixo, buscando a origem de uma dor mais que incomoda vinda de seu tornozelo e enfim entendeu. O Galope havia caído por cima de sua perna, com sua cobertura metálica arranhando e cortando sua pele. Pela pouca quantidade de sangue, sabia que não havia sido profundo o suficiente para lhe causar grandes problemas, mas se mover seria suicídio de qualquer forma. Se manteve estável e viu a cabeça da máquina surgir acima, devagar, olhando para os lados, semelhante às ações de um vigia. Prendeu a respiração e fez a única coisa que podia fazer: esperar. Percebeu algumas características como o focinho alongado, penas metálicas ao longo de seus membros frontais e um som estranho, como um sussurro irritado.

 

Sua espera a fez notar uma última coisa sobre a máquina. Seus olhos não apresentavam a cor amarela característica de uma máquina em alerta, e sim um distinto prateado, que se repetia através de sua fiação e placas protetoras. Aloy acionou seu Foco e aproveitou a oportunidade para analisar a máquina, adicionando seus detalhes ao extenso banco de dados. O sussurro se aquietou e, enfim, a máquina recuou. Seus passos ficaram distantes e finalmente fugiram da detecção dos ouvidos da Nora. Suspirou aliviada, e se concentrou em seu ferimento, levantando o Galope com certo esforço e saindo debaixo dele, sentindo leves dores a cada passo que dava para longe do pequeno precipício. Mancando, fez seu caminho para o local anteriormente escolhido. Como indicado pela própria experiência, cercou a árvore com algumas armadilhas e acendeu sem dificuldade uma fogueira, se aninhando apenas a escuridão da noite. Repousou as folhas rubras de sua bolsa medicinal acima do ferimento e as manteve estáveis com um pedaço de tecido leve.

 

"Espero que esteja melhor amanhã de manhã…"

 

Antes de tentar adormecer, suspirou mais uma vez em plenitude misturada com incômodo.

 

"...preciso de um novo Galope."

 

E enfim fechou os olhos, planejando dormir o mínimo possível em meio ao inexplorado.



"Se tivesse tido uma filha, Elisabet, o que teria desejado a ela?"

 

"Acho que… eu iria querer que ela fosse… curiosa. Voluntariosa, imbatível eu diria, mas com compaixão suficiente para curar o mundo, só um pouquinho… 

Bom, acho que por hoje é só, GAIA. Hora de dormir!"

 

Era no mínimo apropriado para Aloy ouvir uma conversa de Elisabet Sobeck enquanto se aproximava da suposta casa desta. Exceto pela troca de montaria e o acampamento para passar uma noite gelada, além é claro do encontro surpresa com a máquina desconhecida, a jornada da garota Nora para achar o último local de descanso da Doutora era até então marcada por uma estranha calmaria. A distância que havia percorrido era finalmente indicada pela mudança dos biomas ao seu redor, que ao sair do território do Solar Carja era majoritariamente desértico e gradualmente transacionou para a planície levemente árida com árvores dispersas, em sua maioria coníferas de médio a grande porte. Percebeu que ruínas dos antigos haviam ficado mais escassas ao longo do caminho, colocando certas dúvidas se seus três dias de viagem quase que ininterrupta a levariam ao destino correto; afinal, não era como se Aloy pudesse simplesmente solicitar informações sobre uma localização não mais existente.

 

O sinal em seu foco estava mais forte, e  quando percebeu os escombros de uma residência, imaginou que poderia ser o local citado. Guardada por um portal de entrada – o qual, mesmo com a aparência desgastada, permanecia em pé – a casa em ruínas compostas de pedra branca e tábuas de madeira ainda possuía algumas poucas paredes erguidas, apesar do estado crítico da estrutura exposta a um milênio de deterioração.  As letras que ainda sobravam no portal de madeira liam de forma incompleta "-K RA-" e algumas outras letras pela metade, não que Aloy conseguisse decifrar de qualquer forma, dado o estado de desgaste quase que absoluto. Uma sensação forte em seu peito lhe dizia que era o local certo mesmo descartando a vaga teoria – além, claro, das estimativas da dita localização a partir dos diários de Elisabet recuperados pela garota na base de operações do Zero Dawn. Decidiu então examinar mais de perto, descendo do Galope, que por sua vez permaneceu parado como a boa máquina dócil que era graças a conversão feita por Aloy no dia anterior.

 

A caçadora admirou a visão melancólica da construção em pedaços,  com o pôr do sol ao fundo penetrando através das lacunas nas milenares paredes de madeira, os raios de sol realçados pela poeira leve levantada pela brisa. Era misteriosamente interessante imaginar como era a vida nesse exato lugar um milênio atrás, quando Elisabet era apenas uma criança. Era difícil montar uma imagem mental, principalmente por conta das lacunas em seu conhecimento sobre o mundo dos antigos, mas considerando as declarações que ouvira e as circunstâncias de sua existência, imaginou que no mínimo era uma criança curiosa, inquieta. 

 

"Será que você era imbatível?"

 

Adentrar o lugar a fez se sentir mais próxima da doutora, e estava pronta para dizer um último adeus para aquela a qual o legado havia herdado. Havia, porém, um problema: os restos mortais de Elisabet não estavam em lugar algum. Procurar não era exatamente difícil considerando o quão pouco da casa ainda sobrava de pé, e tal procura não estava dando resultados. Pensamentos mais realistas adentraram sua mente. Mas é claro que o corpo de Elisabet Sobeck, uma mulher morta por mil anos, não estaria inteiro e aguardando pacificamente a visita de Aloy na vaga localização de sua antiga casa. Centenas ou até mesmo milhares de coisas podiam ter acontecido.

 

"Talvez eu tenha sido otimista demais… Sylens, se estiver aí, pode gargalhar" ela disse para si mesma em um tom estranho entre deboche, dúvida e tristeza, tentando entender em vão uma situação ocorrida a centenas de anos. A instalação de GAIA Prime ficava a uma distância grande a leste da residência, não seria um absurdo assumir que Elisabet talvez nunca tivesse completado seu retorno ao lar, provavelmente morrendo solitariamente em algum momento ao longo do caminho, juntando-se ao resto da humanidade. Entre a Praga Robótica que se alastrava por todo o planeta e os efeitos colaterais catastróficos de tal evento, o destino não teria seus favoritos, mesmo tratando-se da salvadora da vida na Terra. Esse era o mundo real, e de certa forma era reconfortante saber que até mesmo Elisabet Sobeck não era imune a tal fato, relevando pelo menos um pouco da pressão que sentia a já algumas semanas. Frustrante principalmente, porém. Era como se tivesse aprendido certas visões de mundo com Sylens, mesmo odiando admitir que algo dentro dela se parecesse com ele.

 

"Esse sinal tem que vir de algum lugar…"

 

Não era do feitio da garota desistir, pelo menos não até todas as tentativas se mostrarem de fato inúteis. Seja lá qual tivesse sido o fim de sua criadora, Aloy precisava de confirmação. Confiou, então, em seus olhos eletrônicos quando os orgânicos falharam em encontrar pistas, acionando rapidamente o dispositivo Foco em sua orelha direita. O domo holográfico projetou-se como de costume e a visão treinada de Aloy não teve atraso em identificar um realce contrastante, de formato quadricular e na típica cor lilás por debaixo de diversos escombros de madeira apodrecida. Tinha visto algo assim em quase todas as ruínas em que se aventurou durante sua vida: claramente uma porta com leitura eletrônica, marca registrada da arquitetura dos antigos. De baixo de seus pés, uma segunda pista revelada pelo Foco: o sinal fraco de algum tipo de maquinário, metros abaixo do piso de madeira. Sem dúvidas encontraria algum tipo de resposta na origem do sinal, era o que pensava, e lhe deu ímpeto o suficiente para fazer pouco caso dos obstáculos à frente da porta, agora revelada. 

 

Todavia, havia uma diferença: ao invés da chave circular luminosa nas outras diversas portas que encontrara, essa contava apenas com um estranho painel em uma das laterais, logo abaixo de um orifício estranhamente pequeno. Sem saber como interagir diretamente com esse tipo de porta, usou então seu Foco para estabelecer contato, resultando em uma saudação vinda de uma voz eletrônica falando de forma irritantemente abafada. Aloy conseguiu entender ao prestar atenção.

 

"Sinal detectado, contato estabelecido. Funções retornando ao ponto de entrada HC-0812/2066. Aguarde confirmação de GAIA Prime"

 

"Ok, isso vai ser um problema...". Era clara a preocupação em sua voz ao entender o que a instalação tentaria fazer.

 

Sua preocupação aumentou ao ouvir a mensagem subsequente:

 

"Erro: GAIA Prime sem resposta. Falha em estabelecer contatos secundários e terciários. Acesso Geral necessário" 

 

"Claro que está sem resposta… Tudo que tem lá é um buraco enorme."

 

Acompanhada por uma luz advinda do orifício acima do painel, a garota rapidamente entendeu que algum tipo de acesso deveria ser apresentado. Em sua lança estava o Controle Principal que possuía autoridade acima até mesmo da de GAIA. Ao raciocinar, rapidamente posicionou o artefato na frente da luz, engatilhando uma terceira mensagem.

 

"Controle Principal identificado, apresente nome e ranking"

 

Aloy sabia exatamente o que dizer.

 

"Elisabet Sobeck. Alpha Prime."

 

Com essas palavras, a porta iniciou seu vagaroso movimento para cima, fazendo tremer toda a estrutura de madeira ao redor.

 

"É meio estranho usar o nome de outra pessoa…"

 

Um pensamento válido, reverberando através do que aprenderá sobre a sua origem. Se havia algo para abraçar dentro disso tudo era a sua identidade, herdada como um  propósito que era, entre muitas coisas, grande demais. Seus pensamentos se calaram quando a porta se abriu por completo, e sem mais nada a decifrar, Aloy entrou no pequeno espaço. A porta se fechou e a caçadora sentiu-se movendo para baixo, durante bons 40 segundos. A descida cessou ao mesmo tempo em que a  porta abriu-se novamente, revelando o recluso ambiente.

 

Como já havia sentido diversas vezes, a excitação de entrar em lugar que provavelmente não era visitado a centenas de anos tomou conta do coração de Aloy. A sala semi-circular era preenchida pela luz advinda do elevador e alguns poucos painéis ao redor do objeto de maior destaque: uma espécie de cápsula no centro da sala. As paredes lisas e brancas, assim como o piso, teto, a cápsula de cor prateada e o chão alguns centímetros ao redor da mesma estavam cobertos por uma fina camada de gelo. A garota Nora já havia visto coisas parecidas em outras instalações, contudo não era capaz de relacionar a cápsula com nenhum de seus conhecimentos prévios. Porém, o tamanho sugestivo do objeto lhe dava uma ansiedade difícil de lidar, a qual tentava a todo custo suprimir e racionalizar enquanto se aproximava do dispositivo. Conseguia distinguir inscrições eletrônicas por baixo do gelo que as tornavam ilegíveis. Engolindo o seco, Aloy passou as mãos por cima do gelo, revelando o texto brilhando em cor lilás que dizia:

 

CÂMARA CRIOGÊNICA FZ EM ATIVIDADE.


           NOME: ELISABET SOBECK

 

RANKING ZD: ALPHA PRIME

 

STATUS: SONO CRIOGÊNICO INDETERMINADO

 

ACESSO DETECTADO POR MEIO DO CONTROLE PRINCIPAL, "PROTOCOLO DESPERTAR" DISPONÍVEL.

 

“Não pode ser.” Ela disse, dando leves passos para trás antes de tentar em vão calar sua ansiedade e deixar sua mente divagar por centenas de possibilidades diferentes. 

 

Aloy não sabia exatamente o tempo decorrido entre a extinção da vida na terra e o momento atual, mas tinha como senso comum que nenhum ser humano poderia sobreviver por todo esse período. Por outro lado, lembrou-se das conquistas incríveis dos Antigos, principalmente o milagre tecnológico que havia sido o Projeto Zero Dawn. Se reconstruir uma biosfera e seus inúmeros pequenos detalhes fosse possível, manter uma pessoa viva não seria no mínimo plausível? A máquina explicitamente dizia que Elisabet estaria em um “sono”; sendo assim, imaginou que conseguiria acordá-la realizando o procedimento correto, e dessa vez não ignorou a previsibilidade das construções dos Antigos ao perceber um leitor holográfico pouco acima da superfície de vidro coberta de gelo e posicionar sua mão logo a frente. Poucos segundos após, a mesma voz de antes anunciou: 

 

“Protocolo Despertar iniciado. Cessando atividades de preservação criogênica e despertando indivíduo. Aguarde.”

 

O ar ao redor da máquina lentamente se esquentou ao passo que o fino gelo derretia e espalhava-se pelo chão, até desobstruir a visão além do vidro, visão essa que ainda não passava de um escuro vulto dada a fraca iluminação. Aloy se aproximou lentamente do vidro para tentar identificar feições mais exatas, em meio a um estranho silêncio. Assustando-a mais do que gostaria de admitir, o silêncio foi rompido pelo abrir da câmara, acompanhado novamente pela mesma voz monótona:

 

“Batimentos recuperados, temperatura corporal estabilizada. Abertura da câmara em processo.”

 

A cada centímetro revelado o coração de Aloy acelerava exponencialmente, tomando conta de seu corpo como uma tempestade. Primeiramente, os pés descalços foram revelados, seguidos pelas pernas e tronco cobertos por um macacão acinzentado, com um pequeno bordado no formato distinto do logotipo do Zero Dawn em azul. E então, finalmente, o rosto que havia visto pela primeira vez dentro da Montanha da Mãe-de-Todos e posteriormente em diversos hologramas em suas explorações revelou-se diante de seus olhos. Notou que de fato lembrava muito o seu próprio, agora por motivos compreensíveis. As leves rugas a partir do nariz até a boca, os cabelos ruivos que iam até o início dos ombros; Aloy não tinha mais um único rastro de dúvida de que estava frente a frente com a Doutora Elisabet Sobeck, aparentemente viva respirando pausadamente.

 

"Sylens, tá vendo isso?"

 

Uma pergunta retórica. Ele com certeza estaria vendo mas nenhuma resposta sucedeu. 

 

"Ok, voltou a ser só um espectador. Pelo menos não me incomoda mais."

 

Apesar de todo o aparato que era aparentemente necessário para mantê-la viva, Aloy não conseguia distinguir o estado da Doutora de um sono pesado não perturbado e imaginou que não faria mal tentar acordá-la da maneira tradicional. 

 

Aproximando-se devagar e disse no limiar de um sussurro:

 

“Elisabet?”

 

Não houve nenhuma reação ao chamado. 

 

“Talvez ela demore a acordar depois de tanto tempo” Aloy pensou consigo mesma, ainda temendo que algo estivesse impedindo o despertar. 

 

Então, como se respondesse as dúvidas da garota: um, dois, três movimentos sutis a partir da mão direita de Elisabet, tentando com muita dificuldade movê-la para levantar seu corpo. Seus olhos fecharam com um pouco de força antes de algumas tentativas não muito bem sucedidas de se abrirem, e então ouviu a voz de Aloy novamente a chamando.

 

“Elisabet, está tudo bem?” 

 

A voz gentil que ouvia a fez dedicar um pouco mais de esforço para abrir seus olhos, estes que, semi-abertos, se encontraram com o olhar de uma garota preocupada. Sua visão focalizou lentamente, revelando mais detalhes: as tranças em seu cabelo ruivo, as vestimentas estranhas e principalmente um rosto extremamente familiar. Junto com a visão, sentiu todas as funções voltarem à normalidade pouco a pouco, o suficiente para lhe dar confiança e tentar se levantar, sem sucesso. Percebendo a falta de forças da Doutora, Aloy instintivamente estendeu sua mão, a qual Elisabet alcançou com dificuldade e segurou, sentindo um puxão gradual a tirar de dentro da cápsula criogênica. A caçadora Nora a apoiou em seu próprio ombro e posteriormente em seu braço, ajudando Elisabet a dar seus primeiros passos em séculos. Já estabilizada em seus sentidos e apoiando-se na cápsula, ela disse:

 

“Obrigada.”

 

“Não há de que, tome seu tempo, por favor." Aloy disse em resposta, tentando conter a excitação e observando através de sua expressão facial um esforço para organizar seus pensamentos. Fez uma pausa, entretanto, quando Elisabet a fitou novamente.

 

 “Quem é você?” ela perguntou.

 

“Me chamo Aloy.”

 

“Prazer Aloy, sou E-”

 

“Elisabet Sobeck.” Aloy a interrompeu, se aproximando um pouco mais de seu rosto, ainda em processo de deixar-se crer no que acontecia. A excitação finalmente se tornava impossível de esconder, fazendo surgir um sorriso.

 

“Sim, exatamente." Elisabet sorriu sutilmente, surpresa. "Creio que eu não preciso me apresentar, então. Você está aqui, quer dizer que funcionou, correto? O Zero Dawn”

 

Completou com a voz um pouco trêmula, ainda sentindo uma certa fraqueza e acompanhada por um sorriso difícil de não notar. 

 

“Sim. Funcionou, Elisabet. Mas tenho muito para lhe contar, podemos fazer isso lá em cima.”

 

“Certo, só me dê um momento antes.” 

 

Elisabet pôs-se de pé sem apoio finalmente, se alongando de leve e levando as mãos ao rosto respirando fundo, continuando: 

 

“Céus, por quanto tempo eu dormi, GAIA?”

 

A sala porém apenas permaneceu em silêncio, e todas as questões pendentes subitamente subiram à espinha de Aloy.

 

“... GAIA, está aí?”


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Notas finais do capítulo

Elisabet está viva! Essa é a principal diferença da minha fic pro Canon do jogo, uma das poucas na verdade, e o cerne de toda a minha ideia. Eu tentei deixar a explicação crível, e sinto que deu certo! Mas e vocês o que acharam? Por favor me digam, vou responder todos. Mais uma vez peço pra vocês darem uma conferida nas fics da Vanilla Sky! Deixem um comentário nas fics maravilhosas que ela postou, e digam que vieram por causa do irmão mais novo dela xP enfim! Em 15 dias vamos ver como a Elisabet vai reagir com algumas más notícias. Até lá! Muito obrigado ♥



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