Immortals: O Livro da Magia escrita por Ariri


Capítulo 17
Volta à Hogwarts!




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― Você tem certeza que entendeu tudo?

Max terminou de mastigar o sanduíche, olhando para Minerva, parada na porta e olhando para a filha com dúvida.

― Sim.

― Então repita.

Max respirou fundo, abaixou o sanduíche no prato e cruzou as mãos sobre ele.

― Eu vou me comportar, às cinco vou tomar banho, vestir meu uniforme, colocar Nyx na gaiola e marchar com meu malão até a estação onde as carruagens estarão esperando pelos estudantes, então me juntarei a eles e irei para Hogwarts. – Minerva assentiu devagar, ainda em dúvida se Max obedeceria ao roteiro – Eu poderia ir agora...

― Não, você irá com os outros estudantes. – Max deu de ombros, voltando a comer. – Max, não perca a carruagem.

― Ok.

― Prometa.

― Prometo que ficarei de olho no horário e vou chegar na estação junto aos outros. Satisfeita?

Minerva assentiu e foi até Max, beijando o topo da cabeça dela antes de vestir o chapéu verde esmeralda pontudo.

― Vejo você à noite.

― Sim, senhora.

Minerva atravessou a porta e Max voltou a comer, jogando um pedaço do rosbife para Nyx, miando no chão.

― Não se atrase!

― Não vou!

Maxine se atrasou.

Ficou distraída demais se divertindo na Zonko’s e então fazendo um grande estoque de doces da Dedos de Mel para se lembrar que tinha que chegar às seis na estação, e quando se lembrou, passou tempo demais observando a curiosa Casa dos Gritos, só despertou graças ao apito próximo do trem.

Max correu de volta para o chalé, sem tempo para tomar banho, vestiu o uniforme de qualquer jeito, agarrou o malão e se esqueceu de colocar Nyx dentro da gaiola, praguejando alto ao ver o gato desfilar pela trilha de pedras. Ela fechou a porta em um baque forte e correu pelas ruas de Hogsmeade, com as rodas do malão chacoalhando pelo ladrilho, a respiração ofegante e raiva pelas vozes estarem se distanciando ao invés de se aproximarem.

Max parou em frente à estação com o coração acelerado e se curvou com as mãos apoiadas nas pernas. À sua frente, Nyx miou, sentado com um olhar irritado para ela e inclinou a cabeça para o lado, o que fez Max seguir seu aceno; o trem já tinha voltado para Londres e não havia mais nenhuma carruagem à vista.

― Merda. – ela xingou alto, jogando as mãos para o alto.

Max deitou o malão e Nyx desfilou para se sentar sobre ele, enquanto ela corria pelo caminho que descia ao lago e xingava novamente ao ver as luzes dos barcos já distantes, a meio caminho de Hogwarts. Ela subiu de volta, arrastando os pés, viu Nyx olhar para ela com uma orelha abaixada e pôs as mãos na cintura, olhando para o gato preto com irritação.

― Espero que esteja descansado, teremos um longo caminho a fazer.

Nyx miou indignado, saltando do malão quando Max o levantou e lado a lado, os dois tomaram o caminho escuro e deserto em direção ao castelo. Pareceu ter levado uma eternidade, Max acabou devorando uma boa parte dos doces que deveriam ser guardados para o decorrer do ano, mas com as pernas doloridas, ela suspirou aliviada quando alcançou os portões de Hogwarts e o encontrou aberto.

Com vigor renovado ao imaginar o banquete que estaria esperando por ela, Max puxou a alça do malão com mais força, sorrindo ao avistar as janelas iluminadas do castelo, mas seu sorriso morreu assim que alcançou a entrada do Castelo e viu dois garotos espreitando pela janela serem abordados pela figura alta do padrinho; Harry Potter e Ronald Weasley, pegos no pulo.

Max enterrou os calcanhares na terra antes que fosse vista por Snape, e sorriu aliviada quando ele começou a guiar os dois meninos para dentro, mas seus planos já feitos de contornar o professor e saltar pela janela foram por água baixo quando Nyx alcançou o grupo e se esfregou nas pernas do menino moreno, miando sedoso por carinho.

Os três olharam para o gato, e então para trás, para Max, que acenou timidamente.

― Oi.

Snape acenou para que Max se aproximasse, sem falar mais nada, e com um gemido, a menina seguiu o professor e os dois grifinórios pela escada; eles entraram no grande saguão, cheio de ecos e de onde vinha o delicioso cheiro que fez a barriga dela roncar, mas Snape não parecia se importar com isso ou com as expressões de igual fome que tomaram o rosto dos outros dois, ao invés disso, ele os levou para longe do calor, pela estreita escada de pedra que levava às masmorras.

A frieza do corredor a recebeu com sensação de familiaridade e Maxine quase sorriu.

Quase.

― Para dentro. – ele ordenou, abrindo a porta da sala.

Os três entraram na sala de Snape, trêmulos. Nada havia mudado ali dentro, as paredes sombrias estavam cobertas de prateleiras com grandes frascos em que flutuavam todo tipo de ingredientes, mas foi a lareira apagada e vazia que fez Max soltar um muxoxo, abraçando a si mesma. Snape fechou a porta e se virou para encará-los, passando os olhos por Maxine com uma reprimenda silenciosa.

Ele indicou para que ela se sentasse, e Maxine prontamente obedeceu, feliz por não ser a primeira do ano a levar sermão ou perder pontos.

― Então – ele disse com suavidade – o trem não é bom o bastante para o famoso Harry Potter e seu leal escudeiro Weasley. Queriam chegar acontecendo, não foi, rapazes?

― Não, senhor, foi a barreira na estação King’s Cross, ela... – Harry começou a se justificar, apressado e Max se inclinou para a frente, curiosa.

― Silêncio. – Snape o cortou secamente – Que foi que fizeram com o carro?

Max arqueou as sobrancelhas, ainda mais intrigada e Rony engoliu em seco; Snape desdobrou o Profeta Vespertino daquele dia.

― Vocês foram vistos. – Snape sibilou e como se lesse os pensamentos da garota, acenou para que ela continuasse sentada antes que se levantasse como pretendia para ler a manchete – “Dois troxas em Londres, convencidos de terem visto um velho carro sobrevoar a torre dos Correios... ao meio dia em Norfolk, a sra. Hetty Bayliss, quando pendurava roupa para secar... o sr. Angus Fleet, de Pleebles, comunicou à polícia...” Um total de seis ou sete trouxas. Acredito que o seu pai trabalha no departamento que coíbe o mau uso de artefatos trouxas? – Perguntou ele a Rony, que tinha as orelhas rubras como a cor de seu cabelo – Tsk, tsk, tsk... o próprio filho dele.

Maxine tentou processar tudo que escutava ao passar os olhos por cada um deles; carro voador? O sr. Weasley tinha feito? Eles de alguma forma voaram com o carro e foram vistos por sete trouxas?! Max assoviou baixinho, impressionada com a loucura desencadeada pelos dois apenas no inicio do ano.

― Reparei na minha busca pelo parque que houve considerável dano a um Salgueiro Lutador muito valioso. – continuou Snape.

― Aquela árvore causou mais danos a nós do que nós a ela... – Rony começou a reclamar.

― Silêncio! Infelizmente, vocês não fazem parte da minha casa, e a decisão de expulsá-los não cabe a mim. Vou buscar as pessoas que tem este prazeroso poder. Esperem aqui.

Snape se levantou e saiu da sala, acenando para que Maxine o seguisse; a menina se levantou de supetão, cruzando os dedos para os dois meninos pálidos e assustados antes de fechar a porta.

― E o que você estava fazendo?! – Snape indagou ríspido ao esvoaçar a capa negra pelo corredor frio e Max se apressou para alcança-lo.

― Perdi a hora e perdi a carruagem.

Snape não pareceu escutá-la.

― No primeiro dia causar problemas assim! Perder pontos para sua casa por irresponsabilidade! – Maxine se encolheu, assustada com a bronca na voz do padrinho – Quantas vezes devo dizer que deve agir melhor do que isso? Melhor do que eles?

― Eu sei...

― Detenção na sexta. – Snape parou no corredor frio, olhando para ela duramente – Não quero saber de mais detenções, Maxine.

― Sim, senhor.

― Nem quero saber de você perdendo pontos.

― Sim, senhor.

― Não é porque é minha afilhada que terá tratamento diferenciado.

― Sei disso.

Ele olhou para ela com seriedade antes de suspirar profundamente e apertar a ponte do nariz entre os dedos.

― Irá jantar em seu dormitório.

― Porquê?

― Porque não quero ter que lidar com problemas seus na primeira noite! – Max murchou, indignada – Agora vá, a senha é Merlin.

Maxine se virou e marchou pela escada estreita até a Sala Comunal, ainda vazia. Ela não se demorou em matar as saudades, apenas disparou pela ala feminina, à procura da porta que teria seu nome, mas ao acha-la, no mesmo lugar do ano anterior, sorriu instantaneamente.

Maxine McGonagall.

Max abriu a porta como se fosse a entrada para o novo mundo e achou o jantar em sua escrivaninha de frente à janela. Ela comeu rapidamente, faminta, correu para o banheiro e tomou um banho quente demorado, prendendo o cabelo no alto ao vestir o pijama, voltando então para o quarto; já conseguia escutar as outras garotas passando pelo corredor, mas não deu atenção a elas, apenas se enterrou debaixo do cobertor.

A porta se abriu e Nyx entrou, fechando a porta atrás de si.

A não ser que houvesse alguma magia que permitia que seu familiar entrasse no quarto, poderia jurar que ele não era só um gato normal. Mas, Max escolheu acreditar na primeira opção e sonolenta, soltou um bocejo enquanto Nyx subia na cama e se deitava entre as pernas dela, olhando para a menina com um brilho divertido nos olhos grandes.

Max piscou lentamente, mostrando a língua para o gato.

― Traidor. – ela resmungou.

Nyx miou em resposta algo que poderia ser uma risada, fechando os olhos e Max o seguiu, adormecendo tão logo o silêncio ecoou pela porta.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Eu planejava algo diferente, mas esse acabou saindo simples e eu acabei gostando mais assim.
O que esperam para o segundo ano de nossa Maxinha?
Beijos na bunda de todos!
Até amanhã!



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