Entre o certo e o errado escrita por Deh


Capítulo 3
A Cavalaria


Notas iniciais do capítulo

Hello people ^^
Olha quem apareceu aqui em um tempo hábil :)
Então.... ando sumida, mas como disse anteriormente estou me dedicando ao meu TCC (sim, finalmente estou chegando ao fim da minha jornada acadêmica) e também ando me dedicando a uma famigerada prova que, diga-se de passagem passei na 1ª fase, agora até o dia 08/08 tenho que me dedicar de corpo e alma para a 2ª fase, por isso já vou dizendo que ñ sei se estarei atualizando em breve, mas como sempre, tentarei o meu melhor!
Sem mais delongas, espero que gostem *-*



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Daisy havia aceitado embarcar no ônibus, o pai havia lhe dado uma carona para que ela pegasse suas malas naquele quarto de motel barato, que ela jurou a si mesma não se acomodar em outro parecido tão cedo. Agora Fitz caminhava a sua frente com sua bolsa de viagem em direção ao que seria seu quarto, enquanto Jemma ao seu lado conversava empolgada sobre tudo o que tinha no "ônibus".

—Belo avião. –Daisy diz simplesmente, se vendo obrigada a concordar com sua gêmea.

Sinceramente Daisy mal podia esperar para ficar a sós com a irmã, para finalmente colocarem o papo em dia. Afinal de contas, Jemma devia a ela explicações.

—Decolamos em dois minutos, sentem-se ou caiam... –A voz de Melinda May ecoa pelos autofalantes e Daisy não pode conter o sorriso de canto com a voz mal-humorada da mãe, ela havia sentido falta disso.

Algum tempo depois, enquanto Ward tentava deliberadamente ignorá-la e FitzSimmons, ela gostava de chama-los assim, estavam trabalhando no laboratório, a jovem hacker decidiu por procurar o pai, que estava em seu escritório.

—Então o que é um 084? –Ela pergunta simplesmente, enquanto ele parece muito interessado em alguns papeis.

—Por mais que eu esteja feliz com esse seu súbito interesse, espero que não seja uma forma de protelar a conversa com sua mãe. –Phil diz finalmente levantando o olhar para encarar a filha.

—O olhar que ela nos deu quando você disse que eu estaria na equipe já deixou bem claro que ela quer nos jogar fora desse avião, não acha? –Daisy disse com um meio sorriso.

—Daisy May, não fuja da sua mãe. Isso só vai piorar as coisas. –Phil aconselhou a filha.

Daisy suspirou.

—Se vamos manter minha identidade secreta, você tem que parar de me chamar de Daisy May. –Daisy murmurou.

—Tudo bem senhorita Skye, agora acho que você deveria se apresentar formalmente à agente May. –Phil disse profissionalmente.

—Tenho escolha? –Daisy perguntou fazendo beicinho.

—Não. –Phil disse fazendo o possível para não se compadecer com a situação da filha, afinal ele mesmo teria que enfrentar “A Cavalaria” em breve.

Sem ter muitas alternativas, Daisy se vê caminhando sorrateiramente até a cabine do piloto ou o covil da May, como Fitz gentilmente apelidou.

Ela abriu a porta e adentrou em silêncio, não sabendo ao certo o que fazer, ela simplesmente se sentou na única poltrona disponível, sabendo ser a cadeira do copiloto.

Melinda não disse nada e Daisy não sabia o que dizer, na verdade por mais que seja falante, ela sempre teve dificuldades na parte de pedir desculpas, até porque na maioria das vezes ela não encarava seus erros como erros.

—Então... entre o meu interrogatório, eu ser sequestrada pela SHIELD e você dar uma surra naquele cara que iria atirar em mim, nós não tivemos muito tempo para conversar... –Daisy diz finalmente quebrando o silêncio que havia se instalado na cabine.

—Ainda estou esperando você me explicar como entrou nessa bagunça. –Melinda disse sem encará-la.

—Desde quando você sabe que ele está vivo? –Daisy perguntou à mãe, optando por adiar a resposta que ela sabia que sua mãe esperava ansiosamente.

—Algumas semanas. –Melinda disse, sem encarar a filha.

—Porque você não nos contou? –Daisy a questiona.

—Apenas agentes nível sete estão autorizados a saber. –Melinda disse sem se dar ao trabalho de encarar a filha mais velha, já que ela tem quase certeza da filha estar estampando uma de suas expressões frustradas tão características, que Phil insiste em dizer que foram herdadas dela.

Daisy bufou.

—Está vendo? Foi por isso que eu entrei para a Maré Crescente, eles são hacktivistas, que expõe as tão preciosas informações secretas da SHIELD, que as pessoas precisam saber. –Daisy disse em um tom ligeiramente irritadiço.

Melinda apertou com força o manche do avião, enquanto ouvia as palavras de Daisy, sabendo que se Fury não tivesse a ideia estupida de manter suas filhas no escuro, provavelmente elas não estariam no ônibus agora e certamente elas estariam muito mais seguras.

—Daisy, há um motivo pelo qual há informações sigilosas. –Melinda se vê na obrigação de defender sua agência, como se já não fizesse isso vezes o suficiente com a mãe.

As duas ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Daisy enfim revelou:

—Eu o vi um dia enquanto corríamos, primeiro eu pensei que estivesse alucinando, mas então eu conheci a Maré Crescente e as coisas começaram a fazer sentido, eu só precisava da verdade.

—O mochilão não passou de uma desculpa para você entrar em um grupo terrorista e vazar segredos da SHIELD. -Melinda deduziu o óbvio e logo acrescentou frustrada com a teimosia da filha, enquanto finalmente a encarava -Você deveria ir para a faculdade.

Daisy bufou antes de dizer:

—Como você pode falar em faculdade, depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias?  

Melinda encarou profundamente os olhos castanho escuros da filha, sabendo que não havia a menor chance de fazer Daisy voltar atrás, tudo o que ela não queria estava acontecendo, suas duas filhas estavam na SHIELD, ao mesmo tempo em que ela era obrigada a espionar Phil.

—Não há chances de fazer você desistir não é? –Melinda verbalizou seus pensamentos ao mesmo tempo em que amaldiçoava o fato da filha ser tão teimosa quanto ela.

—Não. –Daisy disse e antes que elas pudessem dizer qualquer outra coisa, May foi obrigada a alertar a equipe pelo alto-falante.

—Pousamos em dez minutos. –Melinda usou o seu melhor tom desinteressado.

—Acho que vou encontrar o restante da equipe. –Daisy diz antes de se retirar da cabine.

Ao ouvir a porta se fechar atrás de si, a sempre estoica agente May bufa em desagradado, pois por mais que ame suas filhas, ela nunca quis que elas seguissem os seus passos. Ao mesmo tempo, ela quase pode ouvir a voz da mãe caçoando de si com aquele singelo "agora você sabe como eu me sentia todos esses anos atrás". 

Meia hora depois eles se encontravam em um Sítio Arqueológico no Peru, com Ward checando o perímetro, May procurando um bom lugar para estacionar e FitzSimmons tendo uma conversa estranha sobre macacos e cobras, que não deixava Daisy muito empolgada, sendo então a mais velha das gêmeas Colson obrigada a conversar com o pai e compartilhar a ideia de alertar a população, sendo rapidamente vetada pelo mesmo, com uma história de meteoros em Miami.

Na caverna bizarra, Daisy viu FitzSimmons brincando com seus drones e Jemma muito entusiasmada com a possibilidade do objeto encontrado ser de origem alienígena, Daisy rolou os olhos, pensando que as vezes ela e Jemma não poderiam ser mais diferentes.

Melinda por sua vez era obrigada a ouvir a conversa fiada de Ward, até que eles atacassem os soldados que os observavam.

Internamente ela amaldiçoou Phil por prometer que não haveria combate e isso nem foi o pior. Definitivamente Melinda May queria socar aquela comandante presunçosa que estava se engraçando com Phil Coulson.

—Agentes May e Ward, essa é a comandante Camila Reyes. –Phil os apresentou, não tardando em acrescentar –Trabalhamos juntos nos velhos tempos.

Melinda estreitou os olhos enquanto murmurava uma saudação que mais parecia um grunhido, agora ela precisava saber exatamente quanto tempo faz desde esses “velhos tempos”.

Nem mesmo meia hora depois, a equipe encontrava-se sob o ataque de rebeldes e May sabia que deveria ter ficado irritada com o ataque, mas ela pensou que ao menos Phil e a comandante não estavam se engraçando.

O lado negativo era que sua equipe e, principalmente, suas filhas, estavam no seu primeiro tiroteio. Melinda não podia agradecer mais por sempre ter sido uma boa motorista, enquanto mentalmente agradecia sua mãe por tê-la ensinado a dirigir no modo de fuga, ela não podia deixar de ouvir o desespero das “crianças” no banco de traz, enquanto Daisy dizia:

—Se a gente não morrer, isso vai ser nossa aventura mais legal até agora.

Melinda pensa que as vezes Daisy puxou muito a ela, para o seu próprio bem.

No entanto, ela percebeu que não era seu dia de sorte, quando Phil decidiu chegar no ônibus com a comandante Reyes e seu exército, Melinda pode não ser uma crente em sexto sentido, mas algo dentro dela sabia que isso não iria prestar. Se isso não fosse o suficiente, ela seria obrigada a ficar isolada na cabine conduzindo o avião em um espaço aéreo perigoso.

Claro, que Phil percebeu seu desconforto e por isso não tardou em ir até ela, perguntando se ela precisava de algo e pedindo desculpas pelo combate, que ambos sabiam que não teriam chance de saírem vivos se ela não estivesse lá. Porém, ela se ateve ao tratamento do silêncio.

—Papo legal. –Ele disse antes de sair, sabendo muito bem que também deveria ter pedido desculpas por colocar Camila a bordo, afinal ele não era ingenuo ao ponto de não perceber o olhar não amistoso de May pior do que o normal na menção de "velhos tempos".

Enquanto isso, no laboratório os agentes mais jovens estavam brigando, enquanto Coulson verificava os militares e oferecia a sua hospitalidade, que Camila prontamente aceitou.

Logo Coulson se viu na obrigação de ir até os agentes mais jovens, na tentativa de remediar a situação, mas aparentemente as crianças não estavam entrando em um consenso, tendo ainda se assustado a ser sua primogênita a agir como adulta entre os outros três agentes da SHIELD.

Não muito tempo depois, Coulson estava com Camila em seu escritório conversando sobre suas bugigangas, quando a comandante mencionou o seu passado.

Phil provavelmente se arrependeria no futuro e ele realmente pensou que seria após May lhe dar um chute na bunda. Mesmo assim ele decidiu jogar junto, infelizmente não foi o suficiente para impedir que o avião fosse tomado. E enquanto estava amarrado, Phil torceu para que May, sendo May, conseguisse lidar com a situação, ele até mesmo pensou que nem se importaria de receber um chute na bunda da esposa, depois que resolvessem toda essa situação.

Não muito tempo depois, a equipe estava imobilizada na garagem, enquanto cada um à sua maneira pedia desculpas por não ter sido capaz de conter o ataque, ao passo que Melinda May permanecia inconsciente.

Isso até que Daisy disse sem pensar muito a respeito:

—Isso não teria acontecido se a agente May não estivesse pilotando, ela teria usado toda aquela habilidade ninja.

—Agente May? Não... Ela foi transferida da administração. –Fitz disse inocentemente e Daisy recebeu um olhar nada feliz de Jemma, por estar entregando que sua mãe é uma superespiã, não que ela soubesse até poucos dias que sua mãe podia bater em um homem com quase o dobro de seu tamanho com tanta facilidade, claro que toda criança acredita que a mãe seja uma espécie de mulher-maravilha, mas Daisy realmente viu a mãe fazer uso daquelas tantas faixas pretas que sua avó adora exibir.

—Eu vi ela detonando um cara, então... –Daisy tentou contornar a situação.

Após alguns segundos em silêncio, com Fitz ainda encarando Daisy sem acreditar em suas palavras, Ward falou:

—Vocês já ouviram falar da Cavalaria?

—Já. –FitzSimmons disseram simultaneamente, por algum motivo Daisy se viu os comparando a crianças nerds que sabem exatamente sobre o que o professor estar falando antes mesmo de começar.

—Todo mundo na Academia já ouviu histórias... –Fitz disse, enquanto Daisy não entendia onde que eles queriam chegar, afinal de contas do que adiantaria uma cavalaria se eles estavam a não sei nem quantos metros de altitude.

—Ela é “A Cavalaria”. –FitzSimmons disseram ao mesmo tempo, com Jemma um pouco mais entusiasmada do que Fitz, afinal de contas não é todo dia que você descobre que sua mãe é uma lenda viva.

—Eu já disse para não me chamar disso. –Melinda May, que estava voltando a consciência, disse mais mal-humorada do que de costume, já que ela não precisava que suas filhas começassem a pensar que ela era uma espécie de super-herói, muito menos que elas conhecessem o maldito apelido.

—Eu não acredito, agora sim a gente sai daqui. –Jemma disse em alívio ao mesmo tempo em que estampava um sorriso tão grande quanto os do pai.

—Como a gente sai daqui? -Jemma então perguntou curiosamente enquanto franzia o cenho tentando pensar em uma maneira inteligente de saírem de suas amarras.

E eles começaram a bolar um plano para saírem dali, tendo Jemma e Fitz discutido que não dariam certo, enquanto um barulho distinto era ouvido, tendo Ward após perceber o olhar assustado de Fitz, apenas dito em explicação:

—Foi o polegar dela.

Em um tempo recorde Daisy e Jemma viram a mãe nocautear o homem que os vigiavam e simplesmente pular de volta no porão/garagem.

—E agora? –Melinda disse enquanto estalava os dedos.

As gêmeas Coulson não esconderam o olhar de admiração, antes de Melinda ir até eles e os desamarrar e colocarem o plano mirabolante em prática.

—É agora que a gente vai se arrepender. –Fitz diz segundos antes de um dos seus anões causar um grande buraco no avião.

Finalmente o plano estava sendo colocado em prática.

—Eu disse que eles eram bons. –Phil disse à comandante quando a equipe enfim conseguiu retomar o controle do avião.

May colocava o "ônibus" na rota correta.

Ward terminava de algemar o último homem.

FitzSimmons verificavam o 084.

Daisy, agora Skye, ainda não conseguia acreditar que seu improviso com o bote inflável tinha funcionado.

Coulson estava orgulhoso de sua equipe e tentava ignorar o fatídico momento em que teria que encarar May e até mesmo Fury, que com toda a certeza do mundo teria um ataque tipico de Fury ao ver o estrago no avião.

Minutos depois, Phil encontrava-se averiguando se Lola não tinha tido um arranhão, afinal não era segredo que Phil se preocupava e muito com suas garotas, todas as suas quatro garotas.

—O avião foi destruído, mas Lola ainda está intacta. –Daisy disse chamando a atenção do pai.

—Questão de sorte. –Phil disse simplesmente, enquanto via a filha simplesmente erguer a sobrancelha de um jeito típico das mulheres May.

Tendo a atenção do pai sobre si, Daisy finalmente perguntou o que tanto a incomodava:

—O que houve com a comandante afinal?

—Ela está presa, o governo peruano provavelmente vai negociar sua liberdade. –Phil explicou.

—Não. Não é isso... o que realmente houve entre você e a comandante? Com certeza, vocês tiveram um caso. –Daisy disse com um sorriso conspiratório, pensando que isso explicaria e muito a expressão assassina da mãe nas últimas horas.

—Isso é confidencial. –Phil limitou-se a dizer, antes de sair deixando Daisy para trás, não que ela não tenha o seguido como um cachorrinho.

—Espera, May sabe sobre isso? –Daisy não conseguiu se conter.

Mas antes que Phil possa ter a chance de dizer qualquer coisa à filha, ambos se deparam com o diretor Fury nada feliz na sala de estar do avião.

—Sério Coulson? Você demorou só seis dias, seis malditos dias, para transformar o avião em sucata? –Fury disse muito irritado, fazendo com que Daisy tentasse se esconder atrás do pai.

—Agiram sob a minha autoridade senhor. –Coulson disse.

—E essa deve ser a tal Skye. –Fury disse finalmente notando a presença da jovem atrás de Coulson.

—Oi diretor. –Daisy disse saindo detrás do pai e sorrindo sem graça, ao menos sua expressão culpada parecia genuína, embora Phil saiba muito bem que a filha aperfeiçoou e muito tão expressão ao longo dos anos.

—Ah meu Deus! Sua filha é a hacker Coulson? –Fury disse quase que chocado.

—Daisy você sabia que há maneiras mais fáceis de entrar na SHIELD? –Fury acrescentou frustrado por só agora saber que a outra filha de Coulson estava a bordo e ainda ser a jovem Daisy Coulson um membro relativamente importante da maldita Maré Crescente.

—É... desculpe? –Daisy tentou dizer, não sabendo ao certo se era o certo a se dizer, especialmente diante do olhar nada feliz de Fury, sendo assim ela acrescentou rapidamente –Senhor.

Fury olhou de Daisy para Coulson, pensando se seria sábio deixá-los juntos no ônibus ao mesmo tempo em que resmungava:

—Era só o que me faltava.

Por fim, o diretor da SHIELD decidiu confiar em May, afinal de contas ele presume que ela deve ter permitido isso, já que não é segredo para ninguém que A Cavalaria faz o que é preciso.

Além disso, pelo pouco que os agentes da SHIELD conseguiram descobrir sobre Skye, a garota podia muito bem dar muito trabalho, por isso seria mais fácil deixa-la sob o olhar atento dos pais. Aproveitando a oportunidade, Fury faz uma nota mental de rever com Maria o que os filhos de seus agentes andam aprontando.

—Você sabe quanto isso custou? –Fury retornou ao assunto do ônibus e Daisy percebeu que essa era a sua deixa para escapar de um sermão do diretor.

Enquanto isso, em um canto na garagem, Ward e May guardavam as armas, quando Grant disse:

—Parece que a Skye pode ser mais que uma consultora, apesar de nossas objeções.

—Hum. –Melinda grunhiu, afinal de contas ele não poderia estar mais certo e ela estava começando a se arrepender do dia em que permitiu que a filha ficasse no avião.

—Acho que ela pode ser uma de nós. –Ward disse, e May não pode deixar de pensar o quão inocente o especialista era, especialmente quando ele acrescentou –Mas com muito esforço.

Melinda se viu se segurando para não rolar os olhos diante da afirmação inocente do agente mais novo, afinal de contas ela se via obrigada a concordar com a mãe nesse momento "Daisy é uma May e está mais pronta do que você imagina", obviamente isso só a faz lembrar que em um futuro, que ela espera ser muito distante, talvez ela deva ter que contar para Lian que a CIA perdeu mais uma May.

—Bom... se ela quer ser agente de campo, ela precisará de supervisão, alguém disciplinado e bom. –Melinda disse induzindo a ideia de Ward treinál-a, afinal de contas uma parte de si sabia desde o momento em que Daisy entrou a bordo com suas malas, que ela não iria embora tão cedo, além do que para seu desagrado ela provavelmente acabaria por entrar no negócio da família. Então que ao menos Daisy May Coulson, agora Skye, tivesse treinamento especializado.

Ao deixar Ward sozinho, Melinda suspira pensando em que diabos de missão maluca ela foi se meter, entretanto, ninguém sabia como a própria Melinda que não há nada que ela não faria por sua família.... Ela só não quer pensar no que o futuro lhe guarda. Afinal de contas, a Cavalaria sempre acaba por cumprir suas missões, não importa o custo.

Mais tarde naquele dia, quando estão todos em seus respectivos quartos, exceto por Coulson que está em seu escritório, o chefe da equipe percebe que já passa da meia-noite.

São 01h20min da madrugada do dia dois de julho.

Coulson não pode deixar que um sentimento de nostalgia o invada ao pensar o que tornou esse dia tão especial há dezoito anos.

Sendo assim, ele sai de seu escritório e caminhando até os alojamentos, percebe a luz do dormitório de Jemma acessa, antes que seu cérebro possa processar qualquer coisa, ele está batendo na porta do quarto.

—Entre. –Jemma diz do outro lado e assim ele faz.

—Ei Coulson. –Jemma diz em seu tom formal, mas logo um sorriso idêntico ao seu surge no rosto da caçula.

Phil sorri levemente ao ver Jemma e Daisy de moletom sentadas na cama da mais nova, ele definitivamente podia ver aquelas duas garotinhas travessas tentando burlar a hora de dormir.

—Ei aniversariantes. –Phil diz se juntando as filhas.

Daisy lhe oferece seus twizzlers, Jemma por sua vez não se dá ao trabalho de compartilhar seus marshmellos.

—Como se sentem ficando mais velhas? –Phil pergunta antes de dar uma mordida em seu doce.

—Era para sentir algo de diferente? –Daisy pergunta enquanto mastiga seu doce.

—É agora que você vai nos contar a história de como há dezoito anos você estava em uma missão super confidencial, quando vovó conseguiu te ligar no seu celular ultrassecreto? –Jemma pergunta sorrindo, pois por mais que negue, a história de seu nascimento é uma das suas favoritas.

—Ou que a mamãe quebrou todos os seus dedos da mão. –Daisy disse dando uma risada.

—É uma boa história. –Jemma diz quando percebe o olhar constrangido do pai.

—Na verdade, eu queria ouvir a história da Cavalaria. –Daisy disse se lembrando do que Ward disse mais cedo e com o fato da sua mãe sendo praticamente uma lenda da SHIELD.

—A versão verdadeira seria boa, eu já ouvi no mínimo cinco histórias diferentes. –Jemma disse com seu sorriso curioso.

Phil respirou profundamente, até ele queria saber o que aconteceu naquele dia, entretanto, essa não era sua história para contar.

—Não a chamem assim e por favor não perguntem a ela sobre isso. –Phil se viu dizendo seriamente às filhas.

—Por que? –As gêmeas disseram simultaneamente, mas antes que Phil pudesse dizer qualquer outra coisa, outra batida foi ouvida na porta.

—Deve ser ela. –Daisy murmurou para o pai, enquanto Jemma se levantava para abrir a porta.

—Olá agente May, aceita twizzlers? –Daisy perguntou ao ver a mãe adentrar o pequeno cômodo.

May fez que não com a cabeça, enquanto se sentava mais próxima a Jemma e ataca seu pacote de marshmellos.

—Papai estava prestes a nos contar sobre o porquê comemoramos o dia em que você quebrou todos os dedos da sua mão direita. –Daisy disse com um sorriso malicioso.

—Pensei que comemorávamos o nascimento de vocês. –Melinda disse com um pequeno sorriso de canto, algo tão raro que ela guardava apenas para as pessoas que amava.

—Sempre achei que a parte que ele contava sobre quebrar os dedos dele era exagero, mas depois de hoje, acho que você podia até mesmo quebrar ele. –Jemma disse rindo e Daisy a acompanhou.

—Eu sempre soube que ela era uma super ninja. –Daisy acrescentou instantaneamente.

—Estou me sentindo diminuído aqui. –Phil protestou enquanto roubava um twizzler de Daisy.

—Na verdade isso pode ser considerado apropriação cultural, porque na verdade os ninjas são japoneses. –Jemma falou, obtendo como resposta um rolar de olhos de Daisy.

—Como você consegue tantos fatos aleatórios assim? –Daisy perguntou em descrença.

—Um dia vovó me deu uma palestra de uma hora quando você e vovô saíram para assistirem aquele filme de ninjas, ela acha muito ofensivo o fato de presumirem que todo asiático pode ser um ninja. –Jemma respondeu brilhantemente.

—Espera um minuto, vovó também é uma super ninja? –Daisy perguntou do nada, ao lembrar-se que a avó é uma agente da CIA.

Phil e Melinda trocaram um olhar, enquanto Jemma provocou a irmã:

—Pergunte isso a ela, vou adorar ver ela te responder.

—Se ela responder. –Melinda se viu acrescentando.

—Desde que ela não demonstre está tudo bem. –Phil fez sua sábia observação.

Daisy rola os olhos, enquanto se acomoda mais nos braços do pai.

—Eu senti falta disso. –Jemma confidenciou ao restante da família.

Melinda trocou um olhar com Phil, que tinha Daisy quase cochilando ao seu lado, mas ainda não tinha largado o pacote de twizzler e então voltou seu olhar para Jemma que havia dado um jeito de colocar a cabeça em seu colo e se encolhido na pequena cama, sem ela notar.

—Eu também. –Melinda confessou, enquanto colocava carinhosamente uma mexa do cabelo castanho claro da filha atrás da orelha.

—Valeu a pena desistir do mochilão. –Daisy disse meio sonolenta.

—Você estava vazando segredos da SHIELD. –Jemma murmurou.

—Não há lugar melhor para estar que não com minhas garotas favoritas. –Phil diz simplesmente.

Melinda rola os olhos, mas o sorriso que lhe escapa é verdadeiro, talvez, apenas talvez estar no campo novamente não fosse tão ruim assim. Exceto que ela tinha uma missão paralela e a cada dia que se passava ela temia ter de assumir sua famigerada alcunha.

No entanto, por ora Melinda se concentrou nas aniversariantes, afinal Melinda May é uma agente da SHIELD, ela é leal a Phil Coulson, mas se há algo que ultrapassa todas as suas barreiras é o amor que ela sente por suas filhas, não há nada que Melinda não faria por sua família e não há inimigo no mundo que ela não enfrentaria para deixá-las em segurança, mesmo que no pior dos cenários, esse inimigo esteja bem a sua frente.

 


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam desse capítulo um pouco mais voltado para a agente May? Genteee eu amo a May ♥ E simplesmente odeio o fato dela não ter tido seu happy ending com AC.
Confesso que tenho um pouco de dificuldade em cobrir múltiplos pontos de vistas em um capítulo, por isso não se acanhem em me dizer se as coisas estão perdendo um pouco o sentido.
Todo comentário é bem-vindo, não se esqueçam disso ;)
Um beijão e até qualquer dia ^^



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