Tudo que era raiva, era vermelho, e isso era sem exceção.

Vermelho era a cor dada ao poder e ao calor. Era a cor do fogo. Era cor da dor e traição. Era a cor do fogo e da dor. Fogo doía.

Zuko continuava dizendo a si mesmo que era um covarde por ter medo de seu próprio elemento. Mas não podia evitar. Cada estalido diferente do fogo fazia arrepios descerem pela sua espinha. Cada movimento diferente o fazia vacilar.

Quando as bandagens foram retiradas de seu rosto, a visão de seu olho esquerdo era vermelha. Os vasos sanguíneos tinham estourado, não tinha certeza se voltariam a ser os mesmos novamente.

Vermelho também era a cor do sangue. A cor do sangue que saía das juntas da mão direita depois de socar o espelho. A cor das quatro linhas profundas em suas pulsos, duas em cada, observando-as sangrar até a visão se turvar, para enfim sair de seu estupor para conter o sangramento.

Agradecidamente, Tio Iroh não mencionou nada sobre as bandagens nos seus pulsos o dia seguinte, mas ajudou a trocá-las sem dizer uma palavra sobre elas.

Porque suas palavras seriam vermelhas, com certeza.

Assim como toda palavra que saía da boca de Zuko por agora.

Da cabeça aos pés. Coberto de vermelho.

Vermelho de fogo, raiva e sangue.