Hermione POV

A semana passou mais rápido do que imaginei.  Não consegui encarar Fred depois de não aceitar seu convite para ficar com ele nas próximas semanas. Parte de mim sabe que tenho um motivo razoável para isso, mas outra parte me faz pensar se não vou me arrepender pelo resto da minha por não aproveitar esses últimos momentos com ele.

E eu me arrependo, Fred.

Não conseguimos ler os livros que peguei da sala do Dumbledore. Era de se esperar que houvesse algum mecanismo de segurança, mas encontrar livros completamente em branco me deixou desarmada. A capa do livro confirmava o conteúdo se tratar de magia das trevas, escrita com as mesmas runas que encontramos nos livros de Florean Fortescue.

—Revele seus segredos!

Nada. De novo. Rony estava ao meu lado, tão frustrado quanto eu.

—Hermione… É um livro de magia das trevas. Talvez o que a gente precisa é de alguém que entenda de magia das trevas…

—Mas não podemos revelar detalhes da missão para mais pessoas. Lupin e Moody poderiam saber o que fazer com os livros, mas e se tentarem nos impedir? Pior, se quiserem vir conosco? Dumbledore foi claro sobre as circunstâncias em que deveríamos partir, apenas nós 3.

—Bem… Fred e Jorge também sabem.

—É diferente… Eles também receberam um trabalho de Dumbledore para encontrar Florean Fortescue que poderia ter informação de uma das prováveis  horcruxes. - o instante seguinte foi como se engrenagens se encaixassem - Rony! É isso que temos que fazer! Brilhante!

—Fazer o quê? 

—Encontrar Florean. Não precisamos de alguém que saiba lutar contra magia das trevas, mas que saiba usá-la. É assim que vamos nos preparar para a missão antes de sairmos com Harry em busca das Horcruxes.

—Viajar sem Harry? Tem certeza disso, Hermione? Você mesmo disse que devemos caçar as horcruxes juntos.

— Não vamos atrás de uma Horcrux, mas de informação. Algo que Harry não poderia fazer, mas Dumbledore nos colocou com ele justamente  porque nós podemos.

Rony me olhava com receio, mas se há algo em que se pode confiar em Rony é sua lealdade. Ele virá comigo em mais uma missão suicida antes de nossa real missão suicida.

—Quando iremos?

O ruivo me perguntou.

—No próximo fim de semana. É a missão deles, afinal. 

***

Mandamos cartas para o Harry dando a entender que eu viajaria com meus pais e Rony estava doente. Essa foi uma ideia genial que bolamos essa semana: Eu estarei viajando e Harry se escondendo de Voldemort, mas o que poderia justificar a ausência de Rony em Hogwarts?

Ele estará com sarapintose, uma doença terrível e contagiosa e não poderá sair do quarto. Como Rony obviamente não estará em seu quarto, foi ideia do Senhor Weasley transformar o ghoul que mora no sótão da Toca em uma versão doente do Rony que pode ser colocado em sua cama caso algum comensal apareça à procura  de informações.

Senhora Weasley não concordava com nada disso e tentava nos impedir de se organizar, então Fred e Jorge "pediram nossa ajuda " com a organização do estoque da loja durante todo o fim de semana. 

Aparatei com Rony logo pela manhã na porta Gemialidades Weasley. Jorge estava à nossa espera.

—Fred está terminando de se arrumar, por que você não sobre lá e vê como ele está, Hermione?

Sorri para Jorge em agradecimento. Rony sempre fica emburrado com Gina aos beijos com Harry, pelo menos sozinha com Fred posso matar a saudade sem deixar o caçula de mau humor.

Aparatei no quarto de Fred de surpresa. Ele estava terminando de se vestir e nos abraçamos como se houvesse décadas que não nos víssemos. 

—Bom dia, meu amor!

Fred me beijava carinhosamente enquanto estávamos abraçados. Uma avalanche de beijos,  excelente forma de matar saudade.

Logo nos reunimos com Jorge e Rony e lancei os feitiços necessários. Não seríamos ouvidos, nem vistos ou detectados por magia ou artefatos mágicos. Não poderíamos aparatar diretamente nas coordenadas que Fred e Jorge tinham, mas  podemos aparatar próximos o suficiente para terminar o percurso com vassouras. 

Voar não era minha forma predileta de deslocamento, mas sem uma chave portal e sem conhecer exatamente o local para aparatar, era a forma mais segura de chegarmos lá. 

—O que encontraram na última vez que tentaram chegar na localização?

Rony perguntou e os gêmeos responderam, Fred e em seguida Jorge:

—Gigantes na fronteira, mas vamos aparatar longe o suficiente do território deles. 

—Encontramos Greyback no meio da floresta, talvez hajam mais saqueadores na região, mas não vimos nenhuma construção quando sobrevoamos a região. Vamos precisar procurar próximo ao solo.

Aparatamos ao lado de um riacho e mais a frente havia um acampamento montado. Silêncio total. Ainda que pudéssemos conversar sem sermos ouvidos, a aparatação fazia o som característico que poderia chamar atenção dos caçadores de aluguel a nossa frente.

Fred fez sinal para que andássemos cuidadosamente até uma distância segura. De lá, montamos em vassouras, eu acompanhando Fred, e fomos na direção das coordenadas. Os gêmeos usavam bússolas mágicas para se orientarem na direção exata.

Os acampamentos pareciam estar espalhados por toda a região. Víamos pessoas à volta de fogueiras, comendo, bebendo, varinhas sempre a postos. Um cervo flutuava em direção a uma mesa, deviam estar há bastante tempo naquele lugar. 

A questão é: por quê?

Fred POV

Fiz uma promessa de não discutir com Hermione durante a missão. Eu sabia que ela tinha o direito de escolher ficar na Toca, mas acho que merecia uma explicação.

Por agora, nosso objetivo não poderia ser outro além de encontrar Florean.

Lembro-me da memória em que ele afirmava estar sendo caçado por Voldemort por ter uma informação confidencial. Sua cabeça deve estar valendo muito dinheiro para ter tantas pessoas aqui à espreita. Ter Hermione aqui foi definitivamente uma sorte grande, ou Jorge e eu teríamos tomado alguma atitude besta e revelado nossa localização para trocentos caçadores.

 Estávamos a poucos metros da localização e não víamos nada como uma cabana. Estranho.

A bússola começou a falhar, a vassouras não pareciam nos obedecer bem e precisamos pousar. 

—Ali!

Hermione apontava para o meio das árvores, mas a região parecia vazia.

—Do que está falando? Não tem nada lá.

Hermione me encarava como se eu estivesse louco, mas era ela quem indicava um lugar que não existia aos nossos olhos.

Muito próximo a ele, vimos um grupo de rastreadores que observavam o chão em busca de pistas, que inevitavelmente levarão a nós.

Jorge me cutucou: 

—Que tal o dragão chinês? 

É por essas e outras que amo minha versão milimetricamente menos bonita.

No instante seguinte, Jorge e eu pegamos nossos dragões em miniaturas e arremessamos. O truque era simples: acender os fogos e usar Engorgio  para deixar o Dragão chamativo o suficiente para atrair a atenção dos rastreadores para outro lado.

Quando pareceu seguro o suficiente, Hermione correu para o que ela via e nós só podemos seguir seus passos. Quando esticou o braço como se tocasse uma maçaneta, uma porta se abriu e entramos.

Por Merlin! O que acabamos de fazer!?!

Entrando na cabana, a bússola voltou a funcionar: estávamos exatamente na localização dada por Florean.

A nossa frente, uma porta de um segundo cômodo se abriu, revelando um senhor idoso com roupas simples e uma tigela de sorvete: era Florean Fortescue!

—Bem vindos, meus caros. Confesso que esperava a visita de um senhor com cabelos brancos, mas desde que soube que Alvo havia falecido, imaginei que ele teria planejado uma forma de enviar algum pupilo até mim. - Florean encarou a todos nós como se procurasse alguém - Onde está Harry Potter? 

Hermione respondeu.

—Harry não pode vir conosco, mas…

—É claro! Quase me esqueci que a proteção de Lilian ainda durará até seu 17° aniversário. De fato, não acho que sobreviverei até lá, foi uma boa ideia vir antes ou eu não poderia lhes transmitir o que descobri. Mas antes, digam-me o que sabem e mais do que isso, o que querem saber de mim.

Hermione estava prestes a pegar um livro e se aproximar do nosso antigo querido sorveteiro do Beco Diagonal quando a interrompi.

—Espere, Hermione. Precisamos de respostas antes. Por que confiar em você? Como sabemos que de fato não é uma armadilha?

O idoso à nossa frente sorriu.

—Eu poderia citar todos os sorvetes que vocês pediram em minha loja desde que se entendem por gente. Frederico pede o mesmo sorvete de caramelo com Pistache desde que que tinha 8 anos… Mas acredito que a maior prova é saber que a senhorita Hermione conseguiu entrar nesta cabana pois carrega os livros que deixei com mensagens secretas na casa dos meus colegas do Beco Diagonal.

—Colegas? Você sabe que eles morreram, certo? Todos eles?!...Madame Malkin não entregou um em nossa loja… Mas poderíamos  fazer parte da cova de todos que morreram para salvar sua vida! Espero que o que saiba realmente valha a pena.

O velho parecia sem graça com a fala de Jorge.

—Eu… Não me orgulho do que fiz… Mas eu precisava chegar aqui, assim como vocês. Imagino que Dumbledore já tinha em mente a possibilidade de  Você-Sabe-Quem ter criado Horcruxes.

Foi Hermione quem falou. Explicou como Dumbledore supôs haver seis horcruxes e Voldemort teria sua alma fragmentada em 7 partes. Com duas destruídas, Dumbledore acreditava que as 4 teriam relação com relíquias dos fundadores de Hogwarts.

—Alvo estava certo, é claro. Tom Riddle, quando ainda era um jovem aluno de Hogwarts, costumava frequentar minha sorveteria e tínhamos longas conversas sobre a história de Hogwarts. De alguma forma aquele menino descobriu sobre Dexter Fortescue e passamos a falar sobre minha família. Eu… Fui tolo, de subestimar uma criança. Dei a ele acesso a minha biblioteca, sabia de seu talento para magia e não desconfiei de seu interesse por meus livros de magia das trevas.

—Como pode deixar que uma criança conhecer esse tipo de coisa? 

Hermione o questionou.

—Minha cara, a magia das trevas é nada mais que uma magia que requer sacrifícios para realizar grandes feitos. As mais conhecidas causam mais mal aos oponentes, mas garanto que seu nível de poder depende muito mais no que é capaz de fazer a si mesmo, - Florean mostrou seu próprio braço cheio de cicatrizes de runas, como a que vimos na imagens- no quanto é capaz de aguentar em nome do poder. Você deveria saber do que estou falando, Granger. 

Hermione agiu com espanto, em seguida Florean continuou:

—... Teoricamente, é claro. A magia das trevas é mais fácil de ser executada por alguém que não tem ressentimentos em causar sofrimento aos demais, mas sua força depende muito mais da capacidade de fazer autossacrifícios. Morrer por alguém, vocês devem saber, desperta uma das maiores proteções conhecidas.

—Está…. Está dizendo que a proteção de Lilian era uma magia das trevas?!!

—Dumbledore também duvidava, passamos semanas discutindo questões como essa, mas uma magia que depende da morte de quem a usa, ainda que motivada por amor, tem semelhanças com outras magias conhecidas como das trevas, certo?

Ficamos em silêncio. Pensando. Florean indicou a porta por onde veio e o seguimos, segundo ele, para termos uma boa refeição antes de começarmos os estudos.

Descemos escadas e o local parecia um salão gigantesco, repletos de livros e relíquias.

—Uau! São suas estas espadas?

Rony perguntou e Florean respondeu.

—São espadas feitas pelos duendes. Para ser mais exato, são protótipos do que viria a ser a espada encomendada por Godric Griffindor. Nenhuma delas com o mesmo poder de absorver o que a torna mais forte, mas são, de fato, boas espadas.

—Brilhante! E essas penas? 

—São penas de uma das primeiras fênix que se tem registro na história da humanidade, Alvo me deu de presente, mas não  tive coragem de fazer uma varinhas com elas… São belíssimas, exatamente como estão.

Continuamos seguindo o corredor e abismados com os objetos, Hermione por outro lado, corria para as estantes, fascinadas com os livros.

Chegamos à mesa já servida com sopa quente, era como se Florean já soubesse que viríamos hoje. 

Eu ainda tinha a sensação de desconfiança com ele, mas talvez seja causado por sentir dele a mesma sensação de grandeza que emanava de Dumbledore, mas Florean, afinal, era apenas um sorveteiro. Sua família achava que era um velho louco… Como alguém alguém como ele poderia lembrar Dumbledore? Como poderia ter um lugar tão grandioso escondido no meio do nada?

Hermione POV

Após o almoço, Florean nos levou para uma sala com mesas e pediu que eu lhe mostrasse os livros. Retirei todos os livros e junto deles um caixote caiu na mesa. Florean o olhou interessado, mas eu prontamente o guardei de volta.

— Não conseguimos ler os livros, Senhor Fortescue. Para ser mais exato, estão em branco… Trouxemos na expectativa de que você soubesse o que fazer.

—Acredito que você, Hermione, a essa altura, já saiba o que os livros requerem para serem lidos.

Respirei fundo e respondi.

—Sacrifícios.

—Excelente!

Rony me olhou espantado:

—Sacrifícios? Como assim?

Olhei para Florean e ele me indicou sobre a mesa um objeto pontiagudo. Cortei meu deu a ponto de deixar uma gota escorrer e toquei a primeira página do livro. No instante seguinte, todo o livro estava escrito.

Fred, Jorge e Rony ficaram surpresos, mas a verdade é que eu já havia feito isso ano passado, mesmo que sem saber. O olhar de Florean sobre mim parecia que ele sabia sobre meu contrato com o gênio e como tive que usar magia das trevas para selá-lo em meu corpo.

Logo a coleção de livros que peguei da sala de Dumbledore estavam legíveis e todos nós começamos a procurar qualquer coisa sobre Horcruxes. Seria uma longa tarde.

***

—Senhorita Granger, poderia me ajudar com alguns livros de outra sala? Acredito que se vocês vão passar uma longa viagem a procura da horcruxes, podem lhe ser úteis.

Florean me chamou e deixei os demais na sala, lendo.

Quando estávamos a uma distância razoável, Florean falou.

—Há quanto tempo está possuída por um gênio, Senhorita Granger?

— 8… 8 meses, sr. Fortescue.

O sorveteiro sorriu. 

—Não se sinta envergonhada. Bruxos mais habilidosos caíram em armadilhas mais simples. Você encontrou uma forma inteligente de segurá-lo, mas posso segurá-lo para você de maneira mais… Definitiva. Sobrescrever sua runa com uma permanente que não terá de ser refeita.

Suei frio só de me lembrar da dor ao colocar a runa na primeira vez. Foi como cortar a pele com uma faca não amolada. 

Concordei com sua ajuda. A dor provavelmente seria maior, mas eu não teria mais com que  me preocupar.

Sentei em uma cadeira, apoiei meu corpo na mesa e levantei meus cabelos para que Florean usasse sua varinha em meu pescoço. A sensação de ser cortada voltou e eu só conseguia lembrar da imagem do braço de Florean cheio de cicatrizes, como alguém poderia aguentar algo assim tantas vezes em nome de poder?

Eu poderia não entender como alguém seria capaz de fazer  isso consigo mesmo, mas não duvido do resultado. Só mesmo uma grande recompensa seria capaz de fazer algo assim valer a pena.

Florean havia acabado de terminar e limpava o sangue do meu pescoço quando ouvi um grito:

—Hermione! O que pensa que está fazendo com minha namorada?!

Era Fred, empunhando sua varinha.

***

Não tive escolha e contei para ele tudo que eu havia passado no último ano. Todo o sofrimento. 

Havíamos voltado para a sala com os livros, assim Jorge também saberia o que se passa. Rony havia descoberto  no início deste ano.

—E você vai deixar simplesmente uma criatura capaz de sugar sua magia assim? Dentro de você? É loucura!

—É loucura, mas funciona, Fred. Não tenho como sair para procurar outra solução agora, precisamos nos dedicar a procurar das Horcruxes mais do que qualquer coisa. Não entende? Tudo isso é muito maior do que nós! O que Você-Sabe-Quem pode fazer sem ninguém para detê-lo… Não importa como estou! Não posso me dar ao luxo de me distrair agora!

Fred parecia refletir sobre o que falei. Rony perguntou tentando mudar o clima desconfortável:

—Falando em Horcruxes… Já sabemos que precisamos de magias das trevas muito poderosas para destruí-las. O veneno de um basilisco ou Fogo Maldito por exemplo. Você tem algum desses por ai, Florean?

O senhor deu uma risada sem graça.

—Infelizmente minhas coleções são mais históricas. Se o jovem Newt Scamander ainda estivesse vivo, certamente nos arranjaria alguma amostra de veneno de basilisco… Mas o que posso oferecer, que imagino ter sido o objetivo inicial de vocês, é uma informação sobre o diadema de Helena Ravenclaw. Ele estava comigo, mas fazia eras que não voltava essa cabana, agora desapareceu. Pouquíssimas pessoas conhecem a localização desse lugar, menos ainda sabiam da existência do diadema, isso me faz pensar que talvez a própria Helena tenha pego de volta.

—Como? Ela não morreu há centenas de anos?

—Bem… Em Hogwarts, há vários seres com essa característica peculiar.

Como se acertasse um quizz, Rony exclamou:

—Um fantasma! É assim que Helena pode voltar para pegar seu diadema!

No mesmo instante, ouvimos um forte estrondo vindo dos andares de cima. 

—Receio que… Os rastreadores devem ter conseguido achar a localização da cabana. É isso, nosso tempo acabou...

—Podemos enfrentá-los! Com sua ajuda, teremos mais chance em encontrar e destruir as Hocruxes. Esse lugar, precisamos proteger toda essa informação!

Exclamei preocupada com a expressão de conformidade de Florean.

—Receio que não seja tão simples, minha cara. Talvez a pior informação que possa chegar a Você-sabe-quem não resida em nenhum destes livros, mas sim que vocês estão próximos de derrotá-lo. De forma alguma ele pode desconfiar que há uma busca por suas horcruxes ou ele encontrará novas formas de protegê-las ou pior ainda, se fragmentar novamente. É inevitável que eu seja morto, mas tudo bem. Eu cumpri minha parte. Resta agora encontrar uma forma de vocês saírem daqui em segurança.

Florean olhava as paredes e para nós como se tentasse bolar um plano. Sua expressão parecia de um louco pensativo. 

Outro estrondo, como se tentassem quebrar uma barreira.

—Vocês  não podem aparatar daqui. É a mesma magia que impede que os demais tentem aparatar dentro da cabana…Não há  como saírem daqui voando, se é o que estão pensando... Oh! É claro! Senhorita Hermione trouxe uma saída consigo, certo?

Todos olharam para mim.

—Do… Que está falando?

—É o armário Sumidouro  da Borgin e Burkes em sua bolsa, certo? O Burkes me deve uns favores. -Florean correu até a parede e tirou uma das espadas antigas de Godric  e entregou a Rony - Deem isso a ele e deve ser o suficiente para não revelar sua passagem por lá nem mesmo para o próprio  lorde das trevas em pessoa!

Mais um estrondo. 

Não pensei duas vezes, peguei  o armário sumidouro em miniatura que peguei na Sala Precisa no dia da morte de Dumbledore. Usei "Engorgio" para voltar ao seu tamanho normal e abri a porta.

Os estrondo foi maior dessa vez, como se tivessem conseguido arrebentar tudo.

—O armário vai funcionar mesmo fora de Hogwarts?

Fred perguntou e eu respondi como se já soubesse  do que se tratava.

—Claro, sua magia funciona como uma chave portal. O armário é só um armário,  a magia está na conexão feita entre os objetos.

Mais a frente, ouvi Florean exclamar:

—Enfim vou poder terminar nossa  partida de gamão, meu velho amigo...

Corremos para dentro do armário, dei uma última olhada para Florean e ele conjurava uma serpente em chamas que  consumia tudo ao redor. Foi o suficiente para que saíssemos de lá sem que fôssemos vistos.

O dono da Borgis e Burkes aceitou a espada e aparatamos no mesmo instante na Gemialidades Weasley. Estávamos exaustos, mas eu só conseguia pensar em como perdemos tantos livros, relíquias e uma pessoa com tamanho conhecimento e sabedoria. 

Cada dia, a responsabilidade de lidar com Voldemort pesa mais em nossos ombros.