Você vai lembrar de mim - Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 4
A proposta




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Fred POV

 

Eram exatamente 9 horas da manhã quando tudo ficou pronto. Feitiços para abafar o barulho externo e interno, janelas que impediam a entrada de luz… A mesa do café da manhã estava arrumada entre as escadas e as estantes estavam cheias de livros! Na verdade, cheias eram um exagero, infelizmente a livraria foi assaltada mais de uma vez nos últimos meses após os donos serem assassinados pelo lobisomem Greyback.

Prefiro não pensar muito nisso, sei que não é culpa minha e do Jorge, mas nós estávamos pesquisando os desaparecimentos… Se fôssemos um pouco mais rápidos em desvendar o caso, quem sabe menos lojistas seriam mortos.

Meu pensamento agora estava direcionado em surpreender uma determinada bruxa conhecida pelo sua predileção por livros às pessoas.

Hermione. Ela chegou pontualmente, devo agradecer Jorge por avisá-la  como pedi. E estava linda! Merlin! Como alguém pode ficar tão bonita usando calça e camiseta comuns? Mas ela ficava, definitivamente, de tirar o fôlego, mesmo que não fosse sua intenção.

—Bom dia, meu amor. Dormiu bem?

Perguntei puxando a cadeira para que Hermione pudesse sentar à mesa. A bruxa ainda estava encabulada e deslumbrada com o lugar.

—Bom dia… Fred, meu bem, estou bem, mas você poderia me explicar tudo isso? 

—Shiiii... Aproveite o café da manhã, querida, negócios depois.

Conseguimos desfrutar do café da manhã sem preocupações. Passei em uma padaria trouxa próxima ao caldeirão Furado e consegui comprar o que imagino que um trouxa tomaria num café da manhã, incluindo um líquido amargo que parecia ser do agrado de todos os trouxas da humanidade: café. 

Após o café da manhã, Hermione se prostrou ao meu lado e lhe apresentei o que ainda restava de Floreios e Borrões.

—Pensei que depois dos arrastões, a Floreios e Borrões nunca mais abriria!

Hermione estava empolgada lendo os títulos das estantes. 

—Hogwarts ainda vai continuar funcionando, apesar de tudo, e os alunos precisam de um lugar para comprar seus livros. Jorge e eu já estávamos interessados em investir em outros negócios e esse já é autossuficiente! Só precisava de alguém para gerir e dinheiro para repor a perda em livros e móveis… Mas é claro que se fosse só isso, não teríamos nos dado esse trabalho. Na verdade, temos uma ideia para um novo tipo de livraria.

—Novo tipo de livraria? Fred, é um lugar para comprar livros, o que poderia inovar nisso?

—Querida, estamos quase nos anos 2000, precisamos pensar no futuro! E se a livraria não fosse apenas um lugar para comprar um livro. - enquanto conversávamos, subíamos as escadas e eu lhe mostrava uma região com várias poltronas, puffes, uma lareira e um balcão que instalamos antes de nossa viagem à Albânia - E se você pudesse sentar e ler um pouco, talvez pedir um chá ou uma cerveja amanteigada…

—....Ou café?

—Café e livros? Francamente, Hermione, você seria nossa principal consultora de ideias, mas precisa pensar um pouco. Quem poderia gostar de tomar café enquanto lê?

A morena parecia rir do meu comentário… Talvez ela estivesse certa sobre o café, afinal, Hermione Granger é definitivamente a melhor referência de alguém que amaria um lugar assim para ler.

—Consultora de ideias? O que quer dizer com isso?

— Bem, a Floreiros e Borrões é nossa. Ele deve conseguir se manter com a venda de livros para os alunos mesmo permanecendo fechada para as pessoas enquanto estivermos em guerra… Mas depois, queremos reinaugurá-la da melhor forma possível e ninguém melhor do que você para saber o que um leitor gostaria de encontrar em uma livraria com espaço para leitura. Pense nisso como uma sociedade. Nós cuidamos dos negócios, você das ideias.

— Fred, eu não sei o que dizer…

— Então não diga nada. Espere ver a melhor parte.

E todo o caminho que fizemos para os andares superiores foi feito novamente para chegarmos ao subsolo. Uma porta nos fundos da loja levava para um andar subterrâneo. A loja ia muito além da venda de livros antes mesmo de nós a comprarmos. Enquanto Jorge e eu nos aventuramos pelo lugar, descobrimos que o subsolo já serviu para a impressão de livros e todo o equipamento ainda estava lá, penas de repetição, tintas de longa duração, capas de couro para encadernar e guias de feitiços básicos para conduzir a impressão de um livro, só precisávamos de um manuscrito.

Hermione, é claro, ficou encantada ao ver os modelos antigos de capas para livros, com fios dourados e detalhes de bordados, era como um museu de livros.

—Fred, isso é maravilhoso! Vocês vão usar a Floreios e Borrões como uma editora de livros?

—Na verdade… Já começamos. Veja!

Havia uma pilha com 10 exemplares de livros idênticos. Na capa estava escrito “Contos para o Elfos dormirem” com a letra de Dobby, era o livro Hermione ajudou os elfos a escreverem ano passado.

Olhei para Hermione esperando sua reação, mas ela folheava o livro como se tudo ao seu redor tivesse desaparecido, hipnotizada era a palavra. Quando me aproximei para ver o que estava olhando no livro, Hermione virou e me beijou, pegando-me completamente de surpresa, o melhor tipo de surpresa possível.

—Fred, eu não sei nem como agradecer… Isso é tão… Incrível!

—Aceito mais beijos assim como agradecimento… Jorge também ajudou, ele quem falou com Dobby e conseguiu uma cópia no aniversário do Rony, mas beijos são agradecimento só para mim!

Continuamos juntos por um bom tempo. Hermione comentava sobre as estantes, livros que poderiam ficar mais acessíveis, fazer mais lançamentos de livros… Nem vimos a hora passar e já era hora do almoço, combinamos de ir para a Toca. Hermione precisava explicar aos sogros que seus pais não precisam mais de um quarto na Toca.

 

Hermione POV

Depois de uma decisão tão difícil, não pensei que poderia ficar feliz assim novamente tão rápido. O efeito Fred Weasley em minha vida era inacreditável! Cuidar de uma livraria? Acho que nem nos meus melhores sonhos eu tinha pensado nisso antes. Acho que sempre me imaginei em um trabalho que de alguma forma pudesse tornar o mundo melhor, mas agora que sei que o livro escrito por elfos vai ser publicado graças a livraria, talvez eu ainda possa “salvar o mundo” vendendo livros.

O que estou pensando? Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos românticos. 

A verdade é que era difícil não fazer esse tipo de planos com Fred por perto e isso é um problema, uma distração. Rony e eu sabemos mais do que ninguém como essa missão é importante e como Dumbledore confiou em nós, apenas nós, para acompanhar Harry nessa jornada para destruir Horcruxes.

Quanto mais tempo eu passava com Fred, mais eu me dispersava do que deveria ser meu foco, pesquisar Horcruxes, encontrar horcruxes, destruir Horcruxes. Lembrei dos livros que peguei da sala de Dumbledore pouco antes de sair de Hogwarts. Aconteceu tanta coisa nas últimas 48 horas que nem cheguei a abrir os livros para procurar alguma informação sobre magia negra proibida. 

Olhei para Fred ao meu lado, havíamos acabado de chegar na Toca e eu expliquei que alterei as memórias dos meus pais para que esquecessem de mim e se mudassem para a Austrália. Molly me deu um grande abraço para me lembrar do carinho de mãe que eu sempre poderia receber dela, também me disse que quando isso tudo passar, Mônica e Wendel “Wilkens”, o sobrenome da minha mãe, seriam convidados para um jantar na Toca. 

Gina estava sorrindo, mas eu sabia que guardava uma pontada de tristeza em seus olhos. Harry terminou com ela na viagem de volta de Trem de Hogsmead, como Gina disse, Harry precisava “bancar o herói” nos próximos meses. Cedo ou tarde, eu teria que fazer o mesmo e Fred estava tornando isso mais difícil do que eu imaginava.

Rony também me recebeu com carinho, quando nos abraçamos eu sussurrei:

—Preciso conversar com você, a sós.

O ruivo entendeu que isso queria dizer “longe de Fred”. Após o almoço e um cochilo, os gêmeos decidiram praticar quadribol com Gina e Gui, que passaria o mês na Toca ajudando na preparação para o casamento. Sugeriram eu entrar no time para que Rony pudesse jogar também.

—Na verdade, eu acordei com uma dor esquisita nas costas, melhor jogarem sem mim antes que eu fique corcunda. Preciso ficar deitado.

Essa foi a pior desculpa possível, mas Jorge respondeu em seguida.

—O marido da Tia Muriel também era corcunda, Rony, pode ser que enfim o gene da família está fazendo efeito em você. 

Fred me deu um último beijo e saiu com os irmãos para o campo, eu acompanhei Rony para seu quarto e peguei a cama de Harry. Ficamos em silêncio olhando para o teto até que Rony comentou:

—Como se sente? Preparada?

Tive que rir dessa pergunta.

— Não sabemos por onde começar a procurar. Se encontrarmos, não sabemos o que fazer com a Horcrux, se descobrirmos… Ainda faltam 3 horcruxes para destruirmos para que Harry tenha alguma chance ao enfrentar Você- Sabe-Quem! Então não, Ronald, não me sinto preparada.

— Que bom, eu acho… Se você não se sente preparada, então tudo bem eu não me sentir também. Estamos juntos nessa.

— Tem razão, Rony. Estamos juntos nessa jornada.

De algum jeito, as palavras de Rony tiveram um efeito tranquilizador. Digo, tá tudo bem em não me sentir preparada para isso, mesmo depois de tanto esforço, é uma missão suicida. Estranho seria eu me sentir confortável com essa loucura.

—Rony… Bem, Fred me propôs...

— Se for casamento eu juro que mato ele, Hermione. 

— Não, Rony! - me segurei para não rir - Fred me fez uma proposta de emprego. Ser sócia dele na Floreios e Borrões…

— Eles compraram UMA LOJA? Quantos galeões estão ganhando com os logros? Aliás, quer saber, não responda. 

— Pois é, também não acreditei na hora… E estão cheio de ideias, sabe, para depois da Guerra… Além disso, Kingsley me fez uma proposta para trabalhar no ministério depois que resolver Voldemort… E ainda tem Hogwarts, nós teremos que voltar a cursar o último ano, certo? Isso tudo tá me deixando tão… Confusa.

— Hermione?! Você tem duas propostas de emprego fantásticas e está se preocupando com Hogwarts? Sério, se eu fosse você, não pensaria duas vezes em trabalhar com meus irmãos.  Na verdade… Me faz pensar em porque não me chamaram…Digo, eu sou irmão deles, né? Até para eles eu devo ser meio que a última opção. Mas não estamos falando de mim. Diga você, o que tá te incomodando tanto nessa situação "terrível" dessas propostas de emprego dos seus sonhos?

— Rony… São...as… Propostas, não entende? Estamos falando de um futuro como se tivéssemos certeza que ele fosse chegar. Mas tudo pode acontecer. E se morremos durante essa missão, Rony? E se tivermos que tomar decisões que possam colocar em risco nossa vida? Não podemos ter nenhum tipo de expectativa com o futuro ou podemos hesitar em alguma decisão difícil. Esse segundo de hesitação pode acabar com nossas chances de concluir a missão… Eu… Achei que você entenderia, Rony! Se eu me comprometer com algo no futuro, posso não ter coragem de fazer o que é preciso agora! Agora não consigo tirar essas coisas "fantásticas" da minha cabeça e isso pode me colocar em risco, o pior, colocar meus melhores amigos em uma situação que eu poderia evitar se eu...

Quando dei por mim, estava chorando enquanto falava e Rony estava sentado na cama. O ruivo me empurrou para o lado pedindo espaço para deitar ao meu lado e começou a respirar fundo fazendo um movimento engraçado com as mãos imitando o movimento dos pulmões, como se quisesse que eu o imitasse. Assim o fiz.

Em poucos instantes, eu estava mais calma e havia parado de chorar.

—Melhor?

—Melhor, obrigada.

— Lembra-se  da partida quadribol que ganhei ?

— Fala da que achou que tinha tomado Sorte Líquida e jogou muito bem e eu duvidei de seu potencial?

— Hmmm, teve essa também, mas não. Falo da partida em nosso quinto ano. Você foi até mim, conversou comigo, me fez involuntariamente não ouvir os comentários dos imbecis da sonserina e eu consegui não entrar em pânico durante o jogo, tudo deu certo no final. Eu consegui pensar no que era mais importante naquele momento, graças a você. Nos próximos meses, estaremos nós três juntos, um apoiando o outro, um lembrando o outro o que é mais importante naquele momento. Vai dar certo porque estaremos juntos, ok? Você não tem que responder Shacklebolt ou Fred agora. Os dois sabem muito bem que nossa prioridade é outra no momento. E se meu irmão for encher seu saco, me avise que eu me entendo com ele? Já tem anos que procuro um motivo para me vingar deles terem transformado o Senhor Bacon em uma aranha!

—Rony, Senhor Bacon é o nome do urso de pelúcias que seus irmão transfiguraram em uma aranha?

—Bem… Sim.

Não pude deixar de rir, em seguida, Rony também se juntou às risadas e tudo parecia mais tranquilo.

—Precisamos fazer isso mais vezes!

— Você diz… Conversar?

— Sim, como amigos. Você é meu melhor amigo, Rony, junto do Harry.

— Claro...Você também é minha melhor amiga, Hermione.

Acabamos cochilando naquela posição, o que levou a uma crise de ciúmes de Fred, muito bem imitada por Jorge, o que arrancou boas risadas de todos. Decidi ficar na Toca, para poder ajudar com o casamento e poder ler mais sobre as horcruxes e discutir com Rony, sem deixar que outras preocupações me influenciassem.

Fred, é claro, ficou frustrado com minha distância, mas prometi que ficaríamos o fim de semana juntos. Era o certo a se fazer, mesmo que não seja o melhor para mim ou para ele… Era o mais saudável neste momento. As grandes propostas devem permanecer no momento em que eu seria capaz de respondê-las, no futuro. 


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Notas finais do capítulo

Decidi manter os capítulos separados pois apresentam uma mudança considerável na história. Há ainda mais um capítulo sem a presença de Harry e depois de fato iremos para a caçadas das horcruxes. Essa parte será mais rápida que nos livros, até porque não haverão muitas mudanças em relação ao original.

Espero que estejam gostando da história. ♥
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