Você vai lembrar de mim - Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 10
A última batalha




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Hermione POV

 

No fim, essa é a última memória que encontro. A última vez que te vi sorrindo. Então volto ao passado e vejo novamente cada segundo que passamos juntos… E vejo de novo, de novo, de novo…

 

Desde o início da busca pelas Horcruxes, mal tivemos tempo para respirar. Quando Rony nos abandonou, senti secretamente um medo irracional de desistir. Estávamos há semanas em busca de um meio de destruir o medalhão de Slytherin e nada parecia ter sentido… Mas foi com o desaparecimento dele que percebi o quanto eu deveria me manter firme ao lado de Harry. O quanto éramos importantes um para outro naquele momento. Quando Rony voltou e conseguimos a espada para destruir o medalhão, a busca voltou a ter uma trilha e de algum jeito, eu sabia que precisávamos dele conosco para conseguirmos cumprir nosso objetivo.

Se fosse a Hermione de meses atrás a ser pega por Belatrix para extrair informações, não sei se ela aguentaria, mas tudo o que eu pude fazer naquele momento foi pensar a cada segundo em todos que eu me importava. Minha pele recebia cortes, mas Gina e Harry poderiam se ver novamente, minha pele era queimada para ser aberta novamente, mas a família Weasley poderia fazer almoços aos domingos sem medo de um novo ataque… Eu sentia o couro dos meus cabelos serem puchados a ponto de me fazer urrar de dor, mas eu veria meus pais de novo, eu poderia apresentar Fred a eles.

Fred. Enquanto estávamos juntos, criamos planos fabulosos de como seria nosso futuro, mas naquele momento, eu não pensei em nenhum deles, apenas imaginei como eu iria abraçá-lo e dizer que enfim tudo acabou. E pensando nisso, eu sobrevivi.

Dobby nos salvou e nos deixou pouco tempo depois. Eu sequer pude conversar com meu caro amigo de 1 metro… Ele morreu como herói, mais um herói nessa guerra terrível que parece sempre encontrar meios de devorar qualquer resquício de alegria!

Quase como se o universo quisesse me dar uma prévia da felicidade que me aguardava, eu consegui ver Fred antes de irmos atrás da melhor pista que tivemos de uma horcrux. Ele estava mais magro, o olhar mais sofrido, mas seu rosto tinha uma habilidade inexplicável de fazer eu me sentir confiante, como se tudo fosse dar certo! 

Uma parte de mim quis correr até ele, mesmo estando com a aparência de Bellatrix, mas outra parte sabia que se eu o abraçasse agora, talvez não teria motivação suficiente para soltá-lo novamente. 

 

—Precisamos ir agora, Hermione. Ou vamos perder a hora. Harry, pode conduzir a aparatação? - Rony comentou e se virou para o irmão -Se for ficar para ver Gui e Fleur, agradeça a eles por nós.

Com mais um adeus mal executado, nos separamos mais uma vez. 

Nossa aventura invadindo Gringotes, o segundo lugar mais seguro da Inglaterra, só poderia terminar em um cenário épico como voar pela cidade se segurando em um dragão e, é claro, terminar com uma invasão ao primeiro lugar mais seguro da Inglaterra: Hogwarts!

 

* * *

 

Sabíamos o que se passava na escola graças ao que ouvimos de Gui e o Observatório Potter conseguiu revelar, mas quando vimos Neville na passagem secreta para Hogwarts, seu estado lembrava muito como saí de meu encontro com Bellatrix… Eu senti naquele momento que não estávamos sozinhos. Haviam muitos bruxos ao nosso lado, compartilhando nossa dor e esperança.

Tivemos de lidar com todo alvoroço ao chegarmos na Sala Precisa e foi muito gratificante ver a Armada de Dumbledore, com novos membros, reunida e contando com nossa liderança para acabar de vez com aquela tirania no castelo… O problema é que isso não estava em nossos planos a priori.

O diadema de Ravenclaw. Depois de tudo que passamos antes de começar a jornada com Harry, eu tinha certeza que teríamos de procurá-lo definitivamente e somente Harry seria capaz de rastreá-lo, onde quer que estivesse em Hogwarts.

—O diadema está perdido, Harry. O professor Flitwick diz que o diadema desapareceu com a própria Ravenclaw. As pessoas têm procurado, mas ninguém encontrou o menor vestígio, não foi?

Cho Chang, a antiga namorada de Harry, comentou olhando para os colegas da Corvinal.

—Harry!

Naquele mesmo instante, a passagem para o Cabeça de Javali revelando uma horda de ruivos. Primeiro Gina, acompanha de Gui, Fleur, Charles… E os gêmeos logo atrás. Fred me deu um aceno e diferente de Gina, não correu para me abraçar, acho que nós dois trocamos um olhar de acordo, confirmando que enfim estaríamos juntos novamente. 

Juntos.

...E eu precisava terminar o trabalho agora.

Rony olhava a irmã com indignação.

—Ela é minha irmã, estamos a meses sem nos ver e a única coisa que ela diz é “Harry”?

—Ela pode ter muito irmão, Rony, - respondeu Simas - mas só um Harry Potter!

Olhei para Harry e ele entendia que toda aquela movimentação não era o que imaginávamos. Nos últimos meses agimos de maneira sorrateira e com planos elaborados… Que no final nunca deram certos, mas pelo menos tínhamos uma direção.

—Harry Potter! Viemos assim  que recebemos a mensagem! - Kingsley apontava para a moeda da Armada de Dumbledore em mãos, provavelmente pertencente a Lino Jordan que chegou junto do mesmo. - E então? O que podemos fazer? Do que precisa?

— Tempo. Todo tempo que for possível.

 

* * *

 

É claro que não tínhamos habilidades necessárias para fazer a “revolução” que Neville anunciou nas moedas, mas quando os membros restantes da Ordem, o time de quadribol e Até mesmo o próprio irmão de Dumbledore se apresentaram na Sala Precisa, tínhamos certeza que eles tomariam conta dessa parte enquanto íamos à procura das 2 Horcruxes restantes.

Quando Harry saiu da sala em direção ao Salão da Corvinal, percebi um novo problema.

—Rony, temos que achar um jeito de destruir a taça de Lufa-Lufa. Mesmo que a gente encontre o diadema, como vamos nos livrar deles?

Foi quando Rony teve uma ideia. Novamente, foi ele quem encontrou um jeito de destruir a horcruxes que encontramos no cofre de Bellatrix.

— O diário de Tom Ridle! Ele foi destruído com o veneno nos dentes do Basilisco, aposto que aquela cobra deve estar só a carcaça, cheia de dentes para usarmos!

— Isso é… Brilhante!

Estávamos indo para porta quando Fred apareceu no caminho.

—Hermione, eu… Hmm… Estarei perto da Torre de Astronomia. Se terminar o que estiver fazendo há tempo de participar da diversão e quiser estuporar uns Comensais, mais uma varinha seria bem vinda… Mais duas!

Fred olhou para o irmão e bagunçou seu cabelo ruivo. ao seu lado, vimos Percy seguindo Fred. Jorge parecia estar com Kingsley ajudando na articulação do plano.

Era estranho ver os irmãos separados, mas ao mesmo tempo era muito bom ver Percy aqui. Ainda não vi Molly e Arthur, mas tenho certeza que os dois estão felizes com o filho de volta à família!

Assim que Fred estava prestes a desaparecer de vista no corredor, escutei um grito:

—Hermione! Eu te amo!

Respondi:

—Eu sei! Eu também… - vi que ele já havia virado o corredor - te amo!

Me pergunto se ele conseguiu ouvir…

Fomos para o antigo banheiro da Murta. De algum jeito, Rony conseguiu falar Ofidioglossia, conseguimos entrar e pegar os dentes daquele  cadáver gigantesco.

— Sua vez, Hermione. É você quem tem que destruí-la.

Olhei para Rony com incerteza. A verdade é que sempre ajudo com ideias, mas na prática, eu tinha medo de fazer algo errado. Respirei fundo e cravei o dente na Taça.

Foi como se a masmorra ainda carregasse resquícios da alma de Tom Riddle… Por um instante, foi como se o lugar tivesse inundado, mas ficamos bem, molhados, mas bem.

Rony e eu juntamos os dentes que pudemos e assim que nos levantamos, algo inesperado aconteceu.

Ronald Weasley me beijou.

Ronald Bilius Weasley me beijou.

Meu melhor amigo.

A princípio eu correspondi o beijo, era como se aquilo fosse tão inesperado que inibiu uma reação.

No instante seguinte, olhei para Rony com um olhar de interrogação.

—Rony… O que você… A gente não...

—Desculpe, eu precisava tentar. Acho que essa era minha última chance, mas você tem razão. “A gente”, “nós dois”... Não existe. Vamos só fingir que isso nunca aconteceu.

Apesar do choque inicial, eu tinha de concordar com o Rony, o melhor era fingir que nada tinha acontecido.

* * *

 

Encontramos Harry, mostramos a horcrux destruída e ele descobriu onde estava o Diadema com a ajuda de Luna. O castelo estava em meio ao combate, Voldemort já havia enviado uma mensagem pedindo que entregássemos Harry… Era um bom sinal, ele sabia que estávamos ganhando.

Quando entramos na Sala Precisa, o que pior poderia acontecer, aconteceu.

Draco Malfoy, acompanhado de seus dois carrascos, agora assumidamente Comensais da Morte. Crabbe lançou Fogo Maldito, a pior magia possível de se lançar em um lugar cheio de relíquias como a Sala Precisa, pois aquelas chamas jamais se apagariam enquanto houvesse algo para consumir.

É claro que o bruxo não soube controlar o que fazia, enquanto isso, nós tentamos sobreviver ao lugar e ao mesmo tempo procurar um jeito de sair de lá.

—Se ao menos soubéssemos onde há vassouras…

Rony comentou e foi como se fragmentos de memórias do nosso sexto voltassem a minha mente. Eu sabia onde encontrá-las.

—Áccio Vassouras!

Duas vassouras voaram em nossa direção. Eu montei com Harry e vimos mais a frente Draco e Goyle tentando sobreviver escalando pilhas de entulhos.

Harry olhou para Rony pedindo ajuda.

—SE MORRERMOS POR CAUSA DELES, VOU MATAR VOCÊ, HARRY! 

E assim Rony conseguiu equilibrar Goyle na vassoura enquanto Harry carregava a mim e Malfoy pendurado em minha mão. 

Rony estava saindo da Sala Precisa quando Harry fez uma manobra arriscada, deixando-me próxima o suficiente para alcançar o diadema de Ravenclaw e Malfoy gritando de pânico com a proximidade das chamas.

Mas por um milagre, conseguimos sair.

Goyle estava inconsciente, Malfoy tentou levantá-lo enquanto perguntava:

—E… O Crabbe..?

—Morto.

Rony respondeu friamente. Não era nosso trabalho julgar as ações daqueles dois, nem tentar puni-los naquele momento. Tínhamos um trabalho mais importante a se fazer. Com o diadema consumido pelas chamas eternas do Fogo Maldito, só precisávemos destruir Nagini e então Voldemort seria mais uma vez um homem mortal.

Naquele instante, todos nós ouvimos uma voz sibilando em nossa mente.

“Vocês lutaram valorosamente. Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura!”

A voz do Lorde das Trevas ressoou nas paredes e no chão.

 


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Notas finais do capítulo

Fiz uma pequena alteração no final do capítulo passado, caso tenha lido essa semana, sugiro uma segunda olhadinha...
Agora sim, estamos mais próximos do final do que nunca!
Aqueles que se lembram desse momento nos livros: a alteração foi necessária para a conclusão dessa história.



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