— Demônios, esqueletos, larvas gigantes, todo tipo de fera do submundo — Paul falou.

— O cão infernal? — Pedro Perguntou — Aquele com três cabeças do submundo, que é o guardião de Hades, o nome dele é... Cérbero, acho.

— Se ela tiver poder suficiente para isso, sim — Paul respondeu.

— Eu tenho um plano, Hekapoo, acha que pode chamar todas as suas clones que deveríamos derrotar aqui para cá? — Pedro a perguntou.

— Mas é claro que sim, mas para que?

— Para um exército, ela pode parecer fraca, mas se supera com essa sede de vingança — Robson respondeu e Pedro concorda com a cabeça.

— Mas elas vão morrer, isso não seria justo ao desafio — Retrucou cruzando os braços.

— Vai ser, se eu não apagar as chamas como se fosse um ato de misericórdia, concorda que elas terão morrido? — Perguntou, fazendo-a fazer uma careta, por não ter entendido.

— Acho que sim — Respondeu ainda pensando.

— Sigam-me — Pedi andando para sair da casa e eles o seguiram. Ele pediu para que eles esperassem ali perto e chamou Robson para segui-lo até o local onde encantaram suas espadas.

— Qual o plano — Robson perguntou e Pedro apontou para o buraco ao seu lado como resposta — Entendi — Falou.

Não demorou muito para as clones aparecerem cercando eles, elas correram para cima dos dois sem deixar nenhuma escapatória e eles não moveram sequer um músculo, esperando a hora certa. Hora essa que será revelada com um movimento brusco de ambos os braços dos dois para cima, fazendo jorrar água dos buracos que congelou antes de atingir as chamas das clones, imobilizando-as.

— Prestem muita atenção no que vou dizer agora — Pedro falou chamando atenção — Vocês perderam, nós podemos apaga-las agora, mas... — Ele deu uma pausa, esperando o gelo derreter — Estamos com um pequeno problema, Liza está atrás de nós e trará um exército e vocês serão o nosso exército, vamos vencer a batalha — Falou estendendo a mão para o alto e elas gritaram fazendo o mesmo.

— Paul, Gustav — Robson os chamou ao vê-los chegar aonde estavam — Precisamos daquele treinamento agora — Pediu.

— Como vocês os convenceram a lhe ensinarem a técnica? — Hekapoo e Sophie perguntaram ao mesmo tempo.

— Aposta é aposta — Paul falou, virando-se de costas para eles — Venham — Chamou fazendo o gesto com a mão, Gustav o seguiu e Pedro e Robson foram logo atrás. Voltaram para a casa dos dois e lá Paul mostrou uma passagem secreta, que levava para uma escada que parecia não ter fim. A passagem era escura, eles conseguiam enxergar devido o brilho de seus itens encantados. Ao acabarem as escadas, via-se uma porta, Paul se aproximou dela e bateu três vezes.

— Código 8876524, entidades Pedro e Robson — Disse, então a porta se abriu e eles passaram por ela para ver uma enorme sala cheia de estantes de livros e um ser enorme que segurava uma marreta e parecia ter aberto a porta.

— Prazer em conhece-los, meu nome é João, mas pode me chamar do que quiser — Falou estendendo a mão para eles.

— Prazer, eu sou Pedro e ele é Robson, mas acho que você já sabe disso — Respondeu apertando a mão do Ogro que acenou com a cabeça e se afastou, indo para uma espécie de cabana visível de onde estavam.

— As espadas de vocês serão a fonte da fusão, estejam com elas em mãos e poderão se fundir quando quiserem — Paul falou pegando as espadas dos dois e entregando para Gustav que desenhou três círculos no chão — Uma vez fundidos suas mentes estarão conectadas, ou seja, tudo que um souber o outro saberá.

— Certo — Falaram, então as espadas começaram a flutuar, cruzando-se fazendo um x e um +.

— Esse é o segredo da fusão de vocês, um asterisco — Paul disse — Vão para o círculo e façam o símbolo.

— Certo — Falaram, então pegaram as espadas e foram para o círculo maior, fizeram seus respectivos símbolos e bateram as espadas, fazendo o asterisco. Elas fizeram um poderoso brilho e o círculo pegou fogo, então começaram a flutuar e a derreter, formando uma única foice. Pedro e Robson foram sugados para dentro de um buraco-negro, misturando seus corpos, mas logo depois sua fusão sai intacta e segura a foice antes que caia no chão. Rubro olha ao redor, prestando atenção no círculo pegando fogo.

— Círculo de fogo — Comentou, fazendo com que Paul e Gustav o fitassem com uma cara de dúvidas — Não é nada importante — Explicou dando de ombros, então eles sentem pequeno terremoto.

— Está na hora — Paul falou e virou-se para sair dali e Gustav e a fusão o seguiram. Quando saíram da passagem secreta, a fusão surpreendeu todos e as clones se posicionaram para ataca-lo.

— Calma, são eles! — Gustav avisou e elas cessaram sua posição, depois abriram espaço para Rubro passar para ir até a janela.

— Muito bem, conhecendo ela, ela deve mandar os dois saírem, então abriremos a porta e as clones deverão sair, eu sairei logo depois — Explicou e logo que terminou eles ouviram um chamado e as clones fizeram como ele pediu, cercando a casa, então ele saiu e viu o exercito formado.

— Somente isso? Eu esperava mais de você — Falou irritando-a.

— Quem é você? — Ela perguntou.

— Eu sou o Rubro — Respondeu pegando sua foice — E você não devia estar aqui — Falou, então as clones pularam para cima do exército inimigo.

O ataque começou, havia um guerreiro do submundo para cada clone, mas cada clone valia por 3 guerreiros. Eles estavam lutando entre si, enquanto Rubro se aproximava de Liza que gargalhava.

— Acha mesmo que vai me vencer? Com uma foice? — Falou se contorcendo de rir, ela sente um poderoso vento e se esforça para não sair voando, então percebe que seus guerreiros estavam imóveis, Rubro havia mudado de posição, agora segurando sua foice como se apontasse para ela e as clones pararam de atacar o exército — Acha mesmo que uma simples rajada de vento vai me fazer fugir? — Exclamou fitando-o e ele a fitou com uma sobrancelha arqueada e guardou sua foice.

— Como? Ah, me desculpe foi sem querer — Comentou coçando a testa em dúvida — Deve ter sido por conta da minha velocidade e o caminho que peguei em linha reta — Explicou, fazendo-a fita-lo com uma sobrancelha arqueada — Porque você não olha? Você não tem uma daquelas esferas ou sei lá o que? — Perguntou e ela cruzou os braços olhando para o lado.

— Quebrou, não tenho — Falou, então o fitou e viu que ele segurava um e ele jogou para ela.

— Pode ficar, não funciona comigo — Explicou, ela acenou positivamente com a cabeça e fitou a esfera, para ver o que havia acabado de acontecer, ela simplesmente arregalou os olhos surpresa, então fitou seu exército e viu as clones tocarem na cabeça de cada um deles e eles se desmancharem em vários pedaços. Ela o fitou novamente e ele a fitava com os braços cruzados. Ele percorreu todo o campo de batalha e cortou os inimigos três vezes com sua foice, em apenas um segundo e voltou para o local onde estava, por isso a rajada de vento.

— Tenho que admitir, impressionante — Comentou guardando a esfera, então fez um movimento com os braços e uma bolha, cor de sangue, surgiu de sua mão e voou até estourar, liberando pingos de sangue que ao caírem no chão criaram demônios. Ela retirou uma pequena espada de sua roupa e cortou um dos demônios repetidamente, mas quando parou o demônio não possuía sequer um arranhão — Cuide desses agora — Falou se afastando deles e apontando para ele, os demônios se moveram para atacar Rubro e as clones. Rubro bocejou.

— Vocês cuidam deles — Ele falou, então deu um enorme salto para atacar Liza, mas ela desviou o ataque.

— Muito bem, se você acha que pode contra, farei os feitiços que não possuo em mente — Ela falou, então pegou o livro fechado e o mostrou para Rubro, havia marcadores em algumas páginas do livro — Vamos pegar um pouco leve — Falou, então abriu o livro em uma página marcada e falou algumas palavras estranhas, o chão tremeu e abriu um buraco, um cachorro negro enorme surgiu de lá, suas veias eram transparentes e o sangue que corria pelo seu corpo era lava, seus olhos eram pretos e as escleras deles eram laranjas. Ele rosnou e correu para cima de Rubro e quando chegou perto o suficiente ele pulou. Não se viu nada do que aconteceu, pouco depois do cachorro infernal sair do chão uma nuvem de poeira subiu e escondeu os dois, baixando pouco depois e o cachorro havia sumido.

— Quando seus monstros acabarem — Ele falou apontando para o livro — Eu vou pegar isso e devolver para o dono e o último monstro dele é você — terminou, apontando para ela, ela fechou a cara, furiosa, então fez o livro flutuar em sua frente e avançou as páginas e falou outras palavras estranhas. O livro brilhou e o chão um pouco de frente a Rubro ficou escuro, então tentáculos saíram de lá e se apoiaram onde não estava escuro e pareceram puxar algo pesado dali, então, em um salto, uma espécie de ostra gigante sai do buraco e flutua no ar ao lado de Liza — Ostrudo! Ataque — Mandou apontando para Rubro e Ostrudo avançou para o chão, ao chegar perto ele avança diretamente para Rubro, que segura sua foice apontando para o monstro. Rubro desviou do monstro, que passou direto por ele desacelerando, até parar e permanecer flutuando — Ele está atrás de você, Ataque-o! — Berrou.

— Tanta saliva desperdiçada com um morto — Rubro comentou cruzando os braços, fazendo-a fita-lo, ela volta seu olhar para Ostrudo, então vê seus tentáculos começarem a cair pouco a pouco, até que seu corpo todo desmorona, em centenas de pedaços.

— O que você....

— Se for perguntar algo, esqueça, você tem a resposta em mãos, literalmente — Falou interrompendo-a — Mas digamos que não são apenas minhas pernas que são rápidas — Comentou, fazendo-a arregalar os olhos, ele havia cortado o monstro apenas com movimentos rápidos da sua foice — Veja, elas terminaram — Comentou, ao ver que as clones haviam acabado com o exército de Liza.

— Muito bem, preciso de ajuda, por sorte ele já está aqui — Ela falou, deitando no ar, então Rubro voou para trás, rolou e parou segurando sua foice, então viu o demônio que o havia acertado o golpe. O demônio era grande e gordo, seus chifres eram grandes e enrolados, usava apenas uma calça marrom. Ele olhou os inimigos e movimentou sua mão para cima, então demônios surgiram do chão atacando as clones.

— Vocês cuidam deles, eu cuido do grandão — Ele falou entrando em forma de combate sorrindo — Isso vai ser divertido — Falou correndo para cima do grande demônio, que riu ao vê-lo avançar contra si, mas saiu voando depois de receber o golpe.

— Você é gordo, então agradeça, pois caso contrário estaria morto — Explicou e logo depois o demônio se levantou sem nenhum arranhão — Tem isso também, você e um demônio, se regenera — Comentou dando de ombros.

— Você me parece familiar... — Liza comentou e viu o demônio avançar contra ele e lutar rapidamente, golpe após golpe, um se defendendo do outro, então Rubro acerta um golpe e ele é arrastado para trás, sem cair  .

— Eu já poderia ter acabado com você, vamos mostre do que é capaz! — Rubro mandou, o demônio voa e brilha, então abraça seu corpo e explode, então cai no chão diferente. Ele estava magro, segurava duas espadas que eram amarradas em seus braços através de correntes, então avança contra Rubro, estava consideravelmente mais rápido, jogou suas espadas antes de chegar nele e desferiu golpes poderosos ao chegar perto o suficiente, empurrando Rubro para trás, que bloqueava os golpes — Me desculpe, você até que é forte, mas não o suficiente — Ele falou enquanto se defendia, então pegou sua foice e a girou, fazendo-a atravessar o corpo e a retirou, o demônio caiu no chão morto e junto com ele o exército que ele criou — Manda logo o mais forte e me entregue esse livro logo, ou simplesmente me entregue esse livro — Falou sem medo, então a viu pousar no chão e segurar o livro, então ela falou algumas palavras estranhas e suspirou quando terminou. Estava cansada e sua respiração pesada.

A princípio nada aconteceu, logo ocorre um terremoto e uma enorme cratera se forma no chão, pegando fogo, foi possível ver fantasmas se movendo dali que logo voltaram de onde saíram após um enorme latido, então o enorme monstro saiu da cratera e ela se fechou. Cérbero estava na superfície, ele latiu novamente, provocando um enorme vento que apagou as clones que estavam próximas.

— Acabe com ele! — Mandou apontando para Rubro, então Cérbero avançou contra ele, com um enorme salto, mas recebeu um chute e foi rebatido de volta, caindo onde Liza estava. Ela olha para o local e vê que mudou de lugar sem se mover, ela fita Rubro que estava segurando o livro e fitando-a.

— Como eu disse, vou devolver ao verdadeiro dono — Ele falou balançando o livro, então o guardou na roupa e pegou sua foice e faz um movimento levantando poeira que o ajudou a se defender do outro ataque de Cérbero.

— Tolo, mesmo que o derrote ele acordará de novo — Comentou, então notou o corpo do demônio que Rubro derrotou e viu que estava sem cabeça — Mostre-me o que aconteceu — Pediu, pegando a esfera de cristal que estava guardada. A esfera mostrou um lagarto de termo e cabelo bem penteado cortando a cabeça do demônio e ao lado dele havia um papel onde estava escrito uma mensagem que ela entendeu rapidamente, então se levantou com dificuldade, estava fraca devido o feitiço para invocar Cérbero, quando se deu conta que ele estava em sua frente esperando ordens e Rubro estava caído no chão, cortado ao meio, ela o fitou e sorriu — Pode ir embora, agradeço pela sua ajuda — Agradeceu, Cérbero arregalou os olhos e foi embora, mergulhando no chão.

— Ele era realmente forte e eu não queria atrapalhar seu trabalho por muito tempo, então fiz o que fiz — Ele falou aparecendo ao lado dela, ela pulou para se afastar dele.

— Como sobreviveu a ele?

— Fiz um clone e deixei que ele o matasse, por isso ele ficou surpreso quando você o agradeceu, porque achou que tinha sido um teste —  Explicou, ela torceu o pescoço concordando, ele se virou e caminhou em direção a casa, depois parou se virou para fita-la — Ainda vai lutar contra mim? — Perguntou, ela olha para o céu e vê que o sol estava quase se pondo, então teria de fazer outra coisa.

— Não — Respondeu.

— Você é bem persistente, por isso forte, até a próxima — Ele falou, voltando para a casa de Paul e Gustav.

***

— Está atrasada — ele disse.

— Tive que sepultar um corpo e isso demora quando se faz sozinha e então, o que quer? — Explicou cruzando os braços o encarando.

— Esse demônio que você invocou, é extremamente útil quando derrotado, se você jurar lealdade a mim — Falou, fazendo-a rir.

— Nunca vou jurar lealdade a você — Interrompeu-o.

— Eu — Continuou, me ignorando — posso te deixar muito mais forte, posso não ter poderes, mas a inteligência sempre supera tudo — Explicou.

— Está bem, como eu juro lealdade a você — Ela falou em tom de deboche.

— Você acabou de jurar — Falou, mostrando-lhe a cabeça de demônio e jogando na face dela, que gritou de dor, embora estivesse ganhando uma grande quantidade de poder.

***

— Vocês ainda conseguiram se poupar do trabalho de perseguir as clones — Hekapoo disse — Parece que amanhã iremos atrás do outro mestre.

— Na verdade mestra, seu nome é Nanami luka — Sophie continuou — Eu e Hekapoo a chamamos de Luka, mas porque somos íntimas... — Explicou.

— Ela chama Hekapoo de H-Poo? — Pedro falou a interrompendo, fazendo com que Hekapoo o fitasse com um olhar sério.

— Ela adora me chamar assim — Respondeu.