O Hacker dos desenhos escrita por pedrojonassm


Capítulo 50
Prisioneiros




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— Acordem, acordem! Está na hora de trabalhar — Falou através dos alto-falantes que estavam espalhados estrategicamente por toda a prisão para que todos pudessem ouvir corretamente. As celas abriram e os presidiários foram para seus lugares, alguns faziam comida, outros pegavam combustível e outros possuíam o dia livre para fazer o que quiser, que era o caso de Pedro, Robson e Troi que ainda não possuíam tarefas definidas.

— Então, qual é o plano? — Troi perguntou se sentando na mesma mesa em que Pedro e Robson estavam conversando — Pedro? — Perguntou fazendo com que ele o fitasse.

— Por enquanto, esperar. Até lá devemos seguir as regras da prisão, quando for a hora vocês saberão já que ficara bem evidente — Respondeu dando de ombros e olhando ao redor — Era bem diferente da última vez que estive aqui, melhorou muito a estrutura daqui.

— As celas, notei que elas são divididas pelos números. Eu sou o número 53, o que quer dizer que divido cela com o prisioneiro 35, você é o úmero 37 então divide com o 73 e Troi é o número 69 e divide com o 96. Isso quer dizer que só existem 45 celas aqui? — Robson perguntou fitando Pedro.

— Na verdade, são exatas 100 celas. Os prisioneiros de números iguais ficam presos na solitária...

— No caso a pessoa que precisamos está na solitária, claro. Tudo está indo muito bem, esse plano só melhora — Troi comentou colocando a mão no rosto cobrindo os olhos.

— Tudo está indo perfeitamente bem até agora, desde que não ocorra nenhum imprevisto em breve nós sairemos daqui — Pedro falou baixo de modo que somente eles conseguissem ouvir.

— Que tipo de imprevisto poderia acontecer? — Troi perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Sei lá, uma tentativa de fuga por exemplo — Robson respondeu dando de ombros então ouviu risadas perto dele.

— Não use essa palavra, se os guardas ouvirem eles vão quadriplicar a vigilância em cima de você. Nós não estamos no Brasil amigo, estamos em outra dimensão — Pedro comentou ao notar Robson fitar os lados estranhando o porquê da risada.

— Eles riram porque acham isso engraçado?

— Eles riem porque gostam de ver os outros morrerem. Morte a tiro, queda alta, afogamento, queimado vivo, cápsula a vácuo etc. Essas são algumas das punições mais pesadas por tentativa de fuga — Falou se acomodando na cadeira, Troi arregalou os olhos ao ouvir o que ele disse e processar adequadamente — Pelo menos na minha época.

— Qual dessas você considera a pior? — Robson perguntou fazendo com que Pedro colocasse a mão no queixo para pensar.

— Acho que a liberação — Respondeu.

— Esse não deveria ser o menos pior pelo nome? — Troi falou e Pedro sorriu com o comentário.

— Você é poupado da morte certa e volta para a prisão, mas todos os outros prisioneiros estão livres para fazer o que quiser com você. Quando eu vim aqui tinha uma mulher que havia recebido essa punição, ela foi amarrada em seu quarto de forma que mal conseguia se mexer, foram eles que a amarraram e eles vinham até ela para a estuprar todo dia.

— Nossa isso é pesado — Robson comentou e Pedro acenou com a cabeça.

— Foi por isso que eu entrei aqui na primeira vez. Assim como todos tinham a liberdade de fazer o que quiser com ela, ela também tinha a liberdade de tentar se defender, mas era inútil já que ela estava amarrada então eu roubei o banco um dia e fugi. Doei o dinheiro para a caridade e voltei lá e me entreguei acabando vindo para essa prisão, eu tentei fugir e fui pego de propósito então eles me perguntaram qual punição eu queria, eu escolhi a liberação e fui para a cela dela onde encontrei um homem a forçando a fazer um boquete, eu o tirei de lá e a soltei — Comentou rindo de leve — Lembro dela se preocupando comigo, dizendo que eu não deveria ter batido nele porque eu receberia uma punição e quando eu contei que estava com a liberação a expressão de medo ficou estampada na cara dela — Eu fingi que achei que estava livre e quando vi uma lágrima descer pelo olho dela eu disse que eu sabia me proteger muito bem e que quer ela queira ou não eu a protegeria também.

— Vocês pareciam ser bem próximos — Troi comentou.

— Eu era o único que realmente cuidava dela, sem maltratá-la ou qualquer coisa do tipo, a única pessoa que ela confiava.

— Você gostava dela, né? — Troi perguntou e Pedro deu de ombros.

— É claro, ela era bonita e gostosa, o tempo que eu ficaria ali era bastante já que aqui é um pouco mais lento que nossa casa então eu poderia aproveitar e tentar uma coisa diferente.

— Seus três anos foram bem produtivos então, nada mal — Robson falou fazendo-o sorrir então colocou a mão na nuca.

— É, foram divertidos pelo menos nas primeiras semanas — Comentou com uma face triste.

— O que aconteceu? — Troi perguntou sério. Pedro demorou um pouco antes de responder.

— Eu dormi e quando acordei ela estava morta, mas não foi por conta da punição, na verdade foi sim — Comentou dando de ombros olhando para cima — Ela havia pego aids e estava morrendo, eu só descobri isso quando os guardas me contaram, ela parecia saber, mas nunca me contou — Explicou e Robson bateu nas costas dele levemente.

— Sabe, você não precisava esconder isso — Troi falou cruzando os braços fazendo Pedro fita-lo com uma sobrancelha arqueada. Pedro fez um movimento com os braços e acenou negativamente com a cabeça indicando a ele que não sabia do que ele estava falando. Troi balançou a cabeça negativamente — O prisioneiro 88, você acha mesmo que ele é necessário? — Perguntou e Pedro acenou positivamente com a cabeça — Então você não está ligando para o fato de que a garota que você falou pode estar viva agora e que ela pode ainda não ter vindo parar aqui na prisão — Falou e Pedro acenou negativamente com a cabeça então arregalou os olhos e saiu correndo de onde eles estavam.

— Se não estava ligando, certamente está agora — Robson comentou sorrindo fitando Pedro correr até que ele desaparecesse de vista então tomou um gole do suco que estava bebendo.

Pedro chegou a uma cela aberta e entrou na mesma encontrando algumas roupas no chão. Ele as pegou e as fitou de perto então reconheceu a roupa assim que a estendeu, mas o que o fez ficar surpreso não foi o simples fato de ele saber de quem elas são, mas sim o fato delas estarem quentes, como se alguém tivesse acabado de tirá-las para vestir outra roupa ou tomar um banho.


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