Não era mais fácil que uma tesoura dimensional, nem mais prático, bonito ou poderoso, era apenas necessário usar a arma dimensional para que não fosse possível ser localizado por Hekapoo durante as passagens entre as dimensões. Havia muitas pessoas usando os portais e era bem provável que ele seria invisível para ela devido a quantidade de pessoas usando simultaneamente, mesmo assim era melhor não arriscar interferir nas dimensões que ainda não tiveram um “fim”, ou seja, que ainda estão sendo gravadas e editadas para serem transmitidas na Tv. Mesmo assim ainda era possível se infiltrar em lugares desde que não interferisse com as ações do personagem principal e ele precisava de treinamento, por isso começou tentando ser um herói na dimensão de One Punch Man. Ficou conhecido como o herói que controlava os elementos já que quem o via apenas via ele usando os poderes de suas espadas e transformando-as em outros acessórios, sempre que perguntavam como modificava as espadas ele dizia que metal não passava de terra logo era simples modifica-la com vontade. Ele foi morto depois de alguns anos lá, encontraram o corpo dele cortado ao meio e completamente desgastado, mas o reconheceram. Já havia comprido seu objetivo de treinar naquele lugar, tinha esperança que o treinamento ali surtisse algum efeito diferente devido ao que aconteceu com o personagem principal, entretanto ele apenas ficou resistente e forte, nada como o homem que derrubou uma montanha com o vento de seu soco brincando, mas ainda assim ficou forte. Graças a poção ele se lembrava perfeitamente de como fazer um clone que conseguisse enganar todos, por isso foi declarado morto sem interferir em basicamente nada naquela dimensão. Estava na hora de voltar para a Terra, para a sua Terra, seu lar.

***

Matt se levantou ao escutar o portal abrindo e o fitou, assim que ele saiu Matt se aproximou do mesmo e o abraçou. Faz 3 anos desde que se viam, desde que, basicamente, se conheceram. Ele tinha as memórias que Matt deu, mas ainda sim se viram na primeira vez a três anos simplesmente para se separarem de novo pois ambos tinham de treinar e não podiam fazer isso juntos. Matt precisava apenas de conhecimento para aperfeiçoar suas habilidades, entretanto Pedro precisava apenas do treinamento para aprender a usar suas espadas e manuseá-las, conhecimento ele já continha.

— Então, como vai? — Pedro perguntou depois de se separar do abraço.

— Tudo tranquilo e você, conseguiu o treinamento que queria? — Perguntou, Pedro sorriu e se virou de costas para ele, então se virou rápido para ele fazendo uma pose de batalha segurando suas espadas que brilhavam e algumas rochas voavam ao redor dele. A cena foi rápida, mas perceptível principalmente para alguém que conhecia essa tecnologia. Pedro estavam com as luvas em mãos a alguns segundos atrás, quando ele deu as costas as luvas continuavam em mãos, entretanto o movimento do braço foi o suficiente para ele transforma-las em suas espadas. As luvas derreteram em metal liquido, formaram uma nova forma e endureceram, transformando-as nas duas espadas — Pelo visto sim.

— Muito bem, agora preciso passar esse conhecimento para Robson, tem certeza que aquela técnica vai funcionar? — Perguntou ficando normal enquanto suas espadas derretiam e se transformavam nas luvas que ele estava a alguns segundos atrás, logo em seguida as duas rochas que circulavam ao redor dele caíram no chão.

— A fusão funcionou diversas vezes com seu outro você, sempre que se fundiam você e ele conectavam suas mentes e cada um sabia o que o outro sabia, dessa forma um sabia exatamente o que o outro queria fazer e a fusão tornava-se mais forte, na verdade isso é o principal motivo de uma fusão ser mais forte que o trabalho em equipe. É o literal de “juntos somos um” — Explicou.

— Pois bem, vamos atrás dele — Falou movimentando-se para a porta, mas se virou ao ver que Matt não o seguiu.

— Tenho mais coisas para fazer, eu não vou vê-los pois vou estar longe, de qualquer forma boa sorte — Falou se levantando e jogando um frasco de vidro para Pedro que o agarrou impedindo que caísse no chão. Era um frasco de poção comum, mas o que chamava a atenção era a cabeça de uma pessoa que funcionava como tampa da garrafa, não era o fato de se parecer com uma cabeça que chamava atenção, mas sim o fato de se parecer com a cabeça de alguém conhecido.

— A poção de memória dele! — Berrou, Matt acenou com a cabeça.

— Isso fará com que ele tenha o conhecimento, já o treinamento será com a fusão e leve isso também, podem ser necessárias — Falou fitando as duas espadas que estavam no canto da sala, Pedro acenou e pegou as duas espadas e as transformou em um relógio, então saiu andando pela porta, estava indo para a casa do amigo que, depois de três anos desde que Pedro foi para outra dimensão para treinar, também terminou o ensino médio.

***

Ela estava sentada tranquilamente assistindo a TV, entediada pois faz um bom tempo que não se divertia de verdade, ainda à espera do sinal que tanto esperava havia mais de 3 anos. Ela movimentou o braço e jogou um machado que cravou do lado da porta, a outra garota que entrou não se surpreendeu, apenas pegou o machado e jogou de volta para a amiga.

— Fico me perguntando se eu não fosse acostumada com isso o que os vizinhos pensariam toda vez que entro nesse quarto — Comentou depois de jogar o machado para ela.

— Não me julgue, você nunca bate na porta — Falou dando de ombros, então ela desligou a televisão, subiu na cama mais alta do beliche e deitou.

— Hora não, você que nunca ouve quando eu bato na porta! — Berrou fitando-a enquanto ela ia para a beliche, depois ela colocou a mão na cabeça e balançou negativamente — De qualquer jeito a comida está pronta — Falou, Lara se levantou rapidamente e pulou da cama, fazia tempo que estava com fome.

— O que ouve? Você mal tocou na comida e está deliciosa — Comentou, Lorena sorriu com o comentário que recebia quase sempre então suspirou ainda cutucando a comida.

— Estava me perguntando aqui, você fala bem dele, que ele era uma boa pessoa e tudo mais. Então porque ele fez o que fez, tipo, ele simplesmente decidiu matar todo mundo assim do nada!? Pra mim isso não faz sentido, pelo menos não para mim — Comentou, Lara parou um segundo para terminar de mastigar a comida enquanto pensava no que ela acabou de dizer, não estava errada, mesmo assim ela ainda queria vingança.

— Não me importa como ou o porquê. Ele fez, eu sei que foi ele e por isso estou esperando o sinal daquela coisa ali, quando ele aparecer eu vou atrás dele e mato ele pelo que ele fez com nossa família! — Berrou apontando para o telefone então o telefone tocou e ela atendeu, ouvindo apenas um ruído estranho que saia dele. Ela desligou o telefone depois de alguns segundos ouvindo o ruído e voltou para a mesa — Vamos terminar de comer, aí vou atrás dele — Falou Séria, mas com um sorriso no rosto.