Jacob POV

“Onde você está indo?”

“Eu não vou fazer nenhum bem aqui”

As últimas palavras que escutei Nanda dizer ainda ricocheteavam em minha mente.

“Não vá” Ela me pediu, eu quase não resisti; quase.

“Você vai voltar? Antes...”

“Eu não vou voltar e ficar vendo você morrer, Nanda”

Eu havia dito a verdade, ma pude ver a mágoa em seus olhos naquele momento, eu havia a ferido, mas ela também havia me machucado... Ela não abdicaria do pequeno monstro que crescia dentro dela.

“Tchau, amo você, Jake”

E as palavras ecoavam cada vez mais altas, cada vez mais profundas.
Mesmo sabendo que era errado, mesmo sabendo que não estaria somente com ela, mas teria que estar perto deles, os sanguessugas que eu deveria eliminar, eu a queria por perto, queria seu bem... algo me puxava para ela, como se meu destino dependesse disso.

Tomado de um impulso segui para a casa de Seth, que a essas horas não estava mais de vigia.

“SETH!” Gritei do lado de fora, ele me escutaria.

Um tempo depois ele saiu pela porta, sorridente como sempre.

“Jake... o que foi? Que cara é essa?”

(...)


Contei tudo a ele, mas a reação que eu esperava não veio. Ele parecia... animado?

“Cara, com todo o prazer eu protejo a sua garota. Mas quem vai falar com a Leah vai ser você. Ela já me dá medo nos dias normais, mas hoje...” Ele fez um “T”, um “P” e um “M” com as mãos. Deus, eu era um homem morto!

“Ela não é a minha garota!” Infelizmente, completei mentalmente. Agradeci por não estar em minha forma de lobo, senão ele já saberia..

Mandei Seth ir até a casa dos Cullen e informa-los que ficaria de guarda na casa, se o sanguessuga de olhos azuis estava certo, os malditos italianos que acabaram com a vida de Bella viriam em sete meses, e eu preferia apoiar os Cullen do que ver ela morrendo... seria como saber novamente que Bella se foi, e eu não suportaria.

Agora era a hora crítica: contar à Leah.

(...)

Assim como contei ao Seth, contei à ela também.

“O que pensa que eu sou? Um cão de guarda babá dos sanguessugas? Vá à merda Jake!  ”

“Leah, faça o que eu digo, apenas isso... e pare de resmungar feito uma velha!”

“Oras, velha é a sua vó!”

“Droga Leah! Eu sou a droga do...”

“Alfa! Não precisa jogar na minha cara toda hora! Eu sei que você é a merda do nosso Alfa!” Ela disse jogando as mãos para cima, raivosa.

“Oras Leah, o que tem de mais em ficar somente vigiando a casa dos Cullen por uns tempos?”

“O que tem de mais? Simplesmente o fato que estamos protegendo a quem deveríamos eliminar!”

“Nanda ainda tem boa parte humana, ela não é um del...”

“Droga Jake! Cala a boca... Ops, quer dizer, cala a boca ó maior poderoso alfa!” Ela deu uma risada sarcástica e sem humor.

Depois de muito tempo ela acabou aceitando dizendo que seu único motivo era proteger o irmão de ser o brinquedo de mastigar dos sanguessugas.

(...)

Quando cheguei com Leah à casa dos Cullen, Seth já estava lá e Carlisle estava conversando com ele. Carlisle era o que eu menos tinha raiva dali, o único motivo para eu não gostar dele era o que ele era...

Expliquei tudo a ele e ele assentiu sorrindo.

Senti o cheiro de comida, era um cheiro bom, o que não contrastava com uma casa repleta de vampiros.

“Rosalie, por que você não pega algo para o Jacob comer?” Alice disse. Ela estava invisível, enquanto estava sentada quietamente atrás do encosto do sofá.

Rosalie encarou o lugar de onde a voz de Alice tinha saído com descrença.

“De qualquer maneira, obrigado Alice, mas acho que eu não iria querer comer algo em que a Loira cuspiu. Eu apostaria que meu organismo não aceitaria muito amavelmente o veneno”.

“Rosalie nunca envergonharia Esme exibindo tal falta de hospitalidade”

“Claro que não,” A Loira disse em uma voz melosa que eu desconfiei imediatamente. Ela se levantou e voou para fora do cômodo.

Edward suspirou, ele estava encostado no batente da cozinha.

“Você me falaria se ela envenenasse, certo?” Eu perguntei.

“Sim,” Edward prometeu.

E por alguma razão eu acreditei nele. Havia muito barulho na cozinha, e estranhamente o som de metal que protesta como se fosse maltratado.

Edward suspirou novamente, mas sorriu um pouco, também. Então Rosalie estava de volta antes que eu pudesse pensar mais nisto. Com um sorriso contente, ela colocou uma tigela prateada no chão próximo a mim.

“Desfrute, mestiço”

Tinha sido provavelmente uma tigela de misturar grande, mas ela tinha dobrado a tigela para trás de si até que tomou forma quase precisamente de um prato de cachorro. Eu tive que ficar impressionado com a habilidade rápida dela. E a atenção dela para o detalhe. Ela tinha arranhado a palavra Fido no lado. Caligrafia excelente. Porque a comida parecia muito boa - bife, nada mais, e uma batata assada grande com todo os adornos - eu lhe falei:

“Obrigado, Loira”

Ela resmungou.

“Ei, você sabe como se chama uma loira com um cérebro?” Eu perguntei, e então continuei com o mesmo fôlego, “um Golden Retriever.”

“Já ouvi esta idiota!” ela disse, já não sorrindo.

“Eu continuarei tentando,” eu prometi, e então fui para sala e sentei ao chão, bem próximo de Nanda e comecei a comer.

Ela fez uma cara de nojo e rolou seus olhos. Então ela sentou-se em um dos braços da cadeira e começou a passar pelos canais da grande TV tão rápido que não tinha jeito de ela realmente estar procurando por algo para assistir.

A comida era boa, mesmo com o fedor de vampiros no ar. Eu estava me acostumando com aquilo. Hum. Não era algo que eu realmente quisesse me acostumar, na verdade…

Quando eu terminei - apesar de eu começar a considerar em lamber a tigela para dar alguma coisa para Rosalie reclamar - eu senti os dedos gelados de Nanda passando delicadamente pelos meus cabelos. Ela acariciou a parte de trás de minha nuca.

“Obrigado!”

“Pelo quê?” Disse a olhando de esguelha.

“Por voltar, por ficar aqui... comigo”

“Mas sabe que faço por você...” Penso que ela entendeu: por ela, não pelo que ela carregava.

“Entendo...” Ela balbuciou triste, mas não disse nada.

“Então… hm…qual é, er, a data? Você sabe, a data certa para o monstrinho”

Ela bateu na parte de trás da minha cabeça com tanta força quanto o pagear de uma página, mas não respondeu.

“É sério,” eu disse a ela. “Eu quero saber por quanto tempo eu vou ter que ficar aqui.” Quando tempo VOCÊ vai ficar aqui, eu acrescentei na minha cabeça. Eu me virei para olhar para ela. Seus olhos estavam pensativos; as rugas de stress apareceram entre as suas sobrancelhas de novo.

“Eu não sei,” ela disse mirando aquela coisa. Pelas faces de todos naquela sala, ninguém imaginava. “Mas eu sinto que, vai ser como qualquer gravidez, exceto pelo que o bebê será... isso eu ainda não sei ao certo...”

E pelo jeito também não sabia ao certo se aquilo a mataria... Ela me olhou preocupada, minha expressão não devia ser das melhores.

“Você está bem?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça, sem certeza de como a minha voz sairia.

O rosto de Edward estava voltado para longe de nós como se ele tivesse ouvido meus pensamentos, mas eu pude ver o reflexo de seu rosto na parede de vidro. Ele era aquele homem em chamas novamente.

(...)

Seth se mostrava muito curioso, mas não mostrava a repugnância que eu sentia pelo pequeno monstro que mataria Nanda. Ele parecia, assim como ela, concordar com toda aquela besteira de que tudo daria certo. Droga! Depois de tanto tempo Seth ainda era um pirralho!

Leah continuava ali obrigada e eu via que além de mim ela também se pegaria com a Loira qualquer dia desses. E toda vez que se transformava para a vigia noturna, ouvia um “merda de alfa!”. Ela nunca pararia com isso?

O tempo se passava e Nanda passava a amar ainda mais o pequeno monstro que crescia dentro dela. Eu já não a questionava mais, não adiantaria.

(...)

Dois meses se passaram, Nanda agora estava com três meses e já era um pouco visível sua barriga, até um pouco mais do que deveria ser. Será que aquilo não sairia dela antes da hora? Olhando para Edward, vi que ele tinha o mesmo medo que eu.