Nanda POV

Chegamos em casa e eu fui para o banheiro, experimentar minhas lentes. Como o meu veneno era diferente do veneno dos outros vampiros, eu não precisaria ficar substituindo as lentes de hora em hora... o que era ótimo.

Coloquei as lentes em frente ao espelho. Fechei os olhos para elas se acomodarem melhor. Ainda de olhos fechados, ouvi uma voz, como se fosse do meu inconsciente...

”Sabe o que eu mais gosto em vc? É quando eu te olho bem dentro dos olhos, e me deparo com esses dois chocolates, os mais lindos que já vi, me mirando...”

O que havia sido aquilo? Dois chocolates... Abri rapidamente os olhos...Humm.. até que não havia ficado mal...

Senti John entrando no banheiro.

Olhei para ele. Ele pareceu assustado, mas logo seu olhar passou para o de admiração.

 “Wow! Pensei que não chamaria atenção... mas tô vendo que vou ter que levar meu taco de beisebol para espantar os gaviões, urubus, frangos de padaria e afins...!”

“Ah.. larga de ser bobo.” Respondi corando.

“Tá linda! Mesmo eu achando seus olhos naturais ainda mais lindos!”

Corei ainda mais. Acho que consegui atingir uma nova tonalidade de vermelho. eu detestava essa parte de não ser uma vampira como todos os outros... Eu ainda tinha um pouco de meu sangue correndo por minhas veias. Acho que metade do que um humano tem, pra ser mais exata, mas ainda assim, isso me fazia precisar de comida humana.. E por ser pouco sangue para um humano, fazia eu necessitar de sangue também.

“Ta.. parou!” Tirei minhas lentes. Só as colocaria de novo amanhã, para ir a escola.

Oh... escola... O que será que ela reserva pra mim??

Edward POV

O primeiro dia de aula correra normal.. monótono e chato.

Sempre as mesmas garotas fúteis e os mesmo carinhas babacas.

Todos, como sempre, faltavam babar na gente, e tem umas que nem isso faltava mais....

O dia de aula acabou e eu fui embora no meu carro... Eu havia comprado um Porsche preto.

Cheguei a perguntar a Alice se ela queria o amarelo, que sempre fora seu sonho de consumo, mas ela recusou. Suas recordações não eram as melhores...

Ela comprou uma BMW vermelha, quase igual a que Rosalie tinha a 12 anos atrás.

Chegamos em casa e a fofoca começou.

“Ai Rose... Vc viu aquelas meninas? Argh... são anda piores do que a Lauren... fala sério!”

“Verdade Lice... E os meninos são tão.. nada a ver...”

“Vc ouviu falar dos alunos que se matricularam hoje?? Engraçado né?! Aqui nunca tem novidades, e quando elas aparecem.. aparecem todas de uma vez...

Fiquei curioso.. novo alunos... a última vez que vi alguém novo aparecer na FHS... eu me apaixonei... Mas isso nunca mais aconteceria... afinal.. não existem duas Bellas...

“O que disse, Lice?”

“Ah! É que ouvi dizer que um carinha veio hoje de tarde fazer a matricula dele e da..... da... amiga..irmã.. namorada.. ah.. sei lá.. num sei o que ela é dele, mas ele veio fazer duas matrículas.. a dele e de uma garota...”

.

“Humm...”

.

E o dia se passou... E logo chegou a manhã seguinte.

Nanda POV

Já era de manhã. Eu não sei porque.. mas eu estava agitada e muito aflita por hoje... Deve ser nervoso... eu nunca havia ido para um colégio.

Comecei a me vestir. escolhi usar uma camiseta azul de alcinhas com uma calça jeans skinny. Calcei meus tênis all star, não queria chamar muita atenção. Usei uma maquiagem fraca nos olhos e passei brilho nos lábios.... estava pronta.

Passei pelo quarto de John e entrei sem bater, já que a porta já estava aberta. Ele estava só de cueca. Era uma boxer azul, na mesma tonalidade que a cor da minha camiseta.

“Olha... combinamos!” Ele falou, sentado na cama.

Nem vergonha na cara ele tinha... mas eu não ligava muito... ele era como um irmão pra mim.

“Toma vergonha na cara e se veste...”

“Porque Nandinha? Não consegue olhar para o meu corpão sem babar??”

Idiota metido... Tudo bem que ele tinha um corpão e que... Ai meu Deus! Não me diga que eu pensei isso sem bloquear minha...

“Eu sei Nanda... mas a gente não pede pra ser gostoso.. a gente nasce assim..”

“Aff.. nem vou falar nada...”

.

Fui té o closet dele e peguei umas roupas para que ele visse com quais ele ia para a escola. Joguei todas encima dele.

“Obrigado.. MAMÃE!”

Mostrei o dedo do meio para ele e saí...

“Te espero lá embaixo...”

Ele se vestiu e desceu. Ele usava uma pólo vermelha e uma calça jeans larga com um tingimento perfeito... calçava um tênis adidas...

“Humm.. até que vc está mais ou menos... também.. foi eu quem escolhi as roupas...”

Mentira. Ele tava lindo... mas eu não ia dar motivos para ele ficar se achando por uma década seguida.

“Eu sei que vc fala assim mas ta quase babando!”

“Metido!”.

“Então... vamos?”

Joguei as chaves para ele.

“Vamos!”

Ele pegou as chaves e dirigiu até o colégio. Era tudo que eu esperava: Normal e pequeno.

Por causa daquele bobão nós chegamos atrasados. Nos matriculamos no segundo ano. Ficaríamos até o final do colegial e nos mudaríamos... não poderíamos ter endereço fixo... não mais...

Ele tinha aulas de geometria e eu de biologia molecular, então tivemos que nos separar.

“Até o intervalo, Nandinha!

Eu detestava quando usavam meu nome no diminutivo e ele sabia disso. Só não mostrei o dedo pra ele de novo porque estávamos na escola e eu estava bem no meio do corredor.

Fui passando pelos corredores, até encontrar a minha sala.

Dei três batidas na porta, e um senhor de óculos redondos saiu na porta. Devia ser o professor de biologia, o Sr. Landon...

“Humm.. deve ser a aluna nova.. Ahn... Srta... Weltz?” Ele falou olhando para a lista de alunos.

“Sim... eu mesma!”

“Ok! Pode entrar”

Entrei na sala e todos olhavam pra mim. Claro... eu era a ‘novidade da cidade pequena’. Mas pude perceber que um dos alunos continuava escrevendo, lendo.. seja lá o que for.. só sei que era o único que não se importava em ter uma aluna nova na sua sala.

Apenas um... ele nem se dignava a olhar quem era sua nova colega de classe.. Pude perceber, também, que era o único que sentava sozinho da turma.

“Bom alunos, gostaria de lhes apresentar sua nova colega de turma... Esta é a Srta. Fernanda Weltz.”

Levantei minha mão numa saudação geral e logo a abaixei e fui me sentar.

Sentei ao lado do cara que não tinha erguido a cabeça, e que, apesar de eu sentar do seu lado, não falara comigo... Ele parecia muito entretido em sua leitura... Ele estava lendo... Shakespeare??

Era Romeu e Julieta, e ele parecia em profundas reflexões naquela leitura...

Resolvi puxar assunto, já que nem me olhar ele ia.

“Er... Oi, tudo bem?? Meu nome é Fernanda Weltz... o seu é...”

Falei como que esperando por uma resposta. Ele parou de ler.

Ainda sem me olhar ele ia pronunciando as palavras e erguendo cabeça em minha direção.

“Prazer... Eu sou Edward Cullen e...”

Suas mãos congelaram antes que chegassem às minhas. Ele me olhava estático e aterrorizado.

Olhei dentro dos seus olhos e vi que possuía uma linda coloração topázio. Olhá-los tão profundamente me proporcionou uma estranha sensação, como se já o conhecesse a tempos... em um tipo de.. outra vida.. Mas eu sabia que isso tudo era besteira.

Ele continuou me olhando por um bom tempo. Sua expressão passou de espanto para uma expressão de completa dor. Não sei porque, mas vê-lo com aquela dor nos olhos me amargurava, me corroia...

Logo, ele se levantou e rapidamente saiu da sala, sem dar mais explicações ao professor... O que me deixou ainda mais confusa... 

Parecia que ele havia... surtado?!