Tão doce e tão fatal: Mel com limão e sal ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 78
Capítulo 49 - Parte Única (078)


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao último capítulo de TDTF! Espero que gostem bastante do final que preparei, e nas notas finais teremos algumas curiosidades. Eu ia colocar em um capítulo novo, mas achei desnecessário, então acabei deixando nas notas mesmo.

Pela última vez, então, em TDTF: Desfrutem ♥



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Quatro meses depois:

Julia já estava com quatro meses e meio de nascida quando ganhou alta da pediatra para poder fazer uma viagem tão longa de avião. Durante esse tempo, Gilbert tirou umas férias prolongadas e aproveitou sua futura esposa e filhos. Sim, futura esposa, uma vez que ainda que já morassem juntos tinham planos de se casar oficialmente nos Estados Unidos.

Mal poderiam acreditar que em meio a tantas emoções não havia se passado nem um ano completo desde que se conheceram. Afinal faltavam quinze dias para completar um ano do dia em que Sara apareceu naquele bar e Gilbert foi seu herói por uma noite. Agora, ela sabia que ele seria seu herói por uma vida toda.

O tratamento de depressão de Sara fora lento, ainda sim muito efetivo, e hoje com seus hormônios no devido lugar, ela conseguia conviver em paz com Julia e o marido. Embora ainda fosse possessiva e tivesse ciúmes de ambos. 

Com o fim do tratamento, a única coisa que precisavam era que Julia tivesse peso, tamanho e saúde necessária para fazer a viagem. A ida para a América ainda que de avião era muito demorada, e com a pressão poderia fazer mal a um bebê tão pequeno quanto Julia que havia nascido prematura. O crescimento normal dela seria diferente dos demais bebês que nascem no tempo certo.

A pediatra de Julia informou que a contagem de meses dela de tempo de nascida, e de tempo de desenvolvimento eram diferentes. Pois os bebês com três meses, por exemplo, tinham tecnicamente um ano de vida, contando a gestação e os primeiros meses, Julia assim como demais bebês prematuros tinha sete meses de gestação e três de nascida, contabilizando dez meses de desenvolvimento. Essa diferença entre os bebês prematuros e os nascido no tempo correto, iria ser visível até os dois anos de idade, diminuindo gradativamente até lá, quando já não seria notada nenhuma diferença entre um bebê prematuro ou outro nascido na data devida.

A formação de Julia, no entanto, estava evoluindo muito bem. Poucos exames foram necessários para perceber que com quatro meses e meio eles já poderiam ir com total segurança para os Estados Unidos. Ainda sim, iria uma médica juntamente com eles, e eles já tinham conseguido uma pediatra que atenderia Julia lá para continuar seu acompanhamento neonatal.

Com tudo em ordem, agora esperavam sentados no banco do aeroporto a chamada para embarque no avião destino aos Estados Unidos. Gilbert observava a mulher a sua frente, a morena dos olhos castanhos que era a dona do seu coração, tinha sua filha no colo. Amamentava ela, deixando um pano branco de algodão sobre o seio exposto e o rosto da filha. Tinha tanta serenidade naquele rosto e tanto amor por aquele pequeno ser ao qual olhava fixamente como se não houvesse mais nada em volta.

Sem deixar de visualizar aquela cena tão cheia de ternura, ele não pode recordar do que havia acontecido mais cedo enquanto arrumavam as malas.

— Gris... Gris... Me solta. – Sara gritou entre risos gostosos, enquanto Gilbert a agarrava e a enchia de beijos no pescoço. – Não vamos terminar isso nunca se você continuar assim!

— Cadê minha mulher fogosa? – Gilbert brincou. – Está me trocando pelas tarefas? – Fingiu-se magoado.

— A sua mulher fogosa estará dentro de vinte e quatro horas nos Estados Unidos te esperando sobre uma cama macia e confortável, com uma renda vermelha, um baby-doll semitransparente, cheirosa e com aquele óleo de frutas que você gosta espalhado em todo corpo. – Ela sorriu maliciosamente. – Mas isso só irá acontecer se me deixar terminar de arrumar as malas.

— Está certo. Convenceu-me. – Ele riu, coçando a nuca. – Que tal somente um beijinho? – Ele se aproximou dela, quase colando seus corpos.

— Um só. – Ela fez com o dedo na frente de seus lábios, quase encostando o dedo neles.

Gilbert concordou com a cabeça, porém quando se aproximaram, como um terremoto vindo, Julia começou a chorar. O casal de pais babões começou a rir, recordavam muito bem que esta não era a primeira vez. Julia era perita em chorar quando o casal estava próximo a um beijo ou em meio as suas intimidades. 

Gilbert e Sara se entreolharam, com sorrisos felizes nos lábios. Olharam para o berço e Julia ainda chorava, um pouco mais baixo. Aproximaram-se de novo, e os berros recomeçaram como se ela adivinhasse. Riram novamente.

— Deixa que eu pego ela. – Gilbert se prontificou.

— Obrigada meu amor. – Ela então selou seus lábios nos dele.

Sara então viu Gilbert todo jeitoso pegando a pequena no berço e logo a afagando em seu colo. 

— Gris, você pode ir para sala com ela um instante?

— Claro. Há algo errado? 

— Não. Na verdade não. É que eu vivi aqui quase minha vida toda. - Ela abriu os braços mostrando o quarto. – E é a última vez que vou estar aqui, eu só queria ter meu momento de melancolia sozinha. – Ela sorriu.

— Está certo. – Ele então se aproximou de Sara dando-lhe um beijo na testa e em seguida saiu com Julia do quarto fechando a porta.

Enquanto terminava de finalizar as ultimas malas, e separar as roupas que não levaria para os Estados Unidos levar para doação, olhava cada cantinho. Havia mudado muito desde a chegada de Julia e Gilbert. Agora em seu quarto haviam produtos de homens, e coisas de bebê. Principalmente o berço de ocupava boa parte da habitação. Além dos vários pacotes de fraldas, muitos ela deixaria para Camila já que não poderia levar no avião. Embora Julia utilizasse tantas fraldas que havia vontade. 

Perdeu a noção do tempo, ali terminando de arrumar tudo, perdida em seus pensamentos. Quando conferia as ultimas gavetas de seu bidê, acho um envelope. O papel já estava amarelado, e nem se recordava o que havia dentro. Abriu e pegou o papel.

— Meu amor. Não queria te interromper, mas está na hora da mamada de Julia e... – Gilbert começou a falar quando entrou no quarto, mas em seguida parou vendo uma expressão chorosa no rosto de Sara. – Aconteceu algo?

— Não. Nada. – Sara negou com um sorriso na cabeça, deixando o papel de lado abrindo um grande sorriso. – Onde está minha princesinha? – Ela então pegou a menina do colo do pai com muita delicadeza. – Gris...

— Hm. – Ele fitou-a.

— Eu te amo muito. Eu sempre vou ser sua fã sabia? – Ela então depositou um beijo nos lábios dele e em seguida seguiu levando Julia de volta para sala para mamar.

Gilbert fitou a morena partir para sala, ela sempre preferiu amamentar no sofá. Já havia providenciado uma poltrona confortável para que ela fizesse esta tarefa quando chegassem nos Estados Unidos. Olhando sobre a cama viu o papel semiescondido sob a mala. Ele se sentou na cama, pegou o papel e desdobrou, então começou a ler seu conteúdo.

Gris,

Talvez você nunca leia isso. Na realidade duvido que se lembre do meu nome, minha aparência, ou de quem eu sou. Duvido que você se recorde do dia que nos conhecemos, de quão eufórica eu estava, e da foto que tiramos juntos. Também, com certeza, não se lembrará de que me deu um abraço apertado, um autógrafo e me agradeceu por eu ser sua fã.

Sou uma no meio de tantas.

Na verdade não tenho nada de especial, ainda menos de marcante que o faria recordar-se de mim. Mas confesso que bem ao contrário de você, eu me lembro de cada segundo. Lembro-me do seu cheiro, o perfume que ficou impregnado por dias na minha roupa, aquele cheiro másculo que não sabia se era de alguma loção que usava ou se era o cheiro normal da sua pele. Recordo-me também, do quão forte me abraçou e do calor de seu corpo naquele momento, consigo me lembrar de que minha cabeça ficou apoiada em seu peito pelo meu tamanho e consegui ouvir as batidas do seu coração. 

Lembro-me do som da sua voz que é muito diferente ao vivo, de seu olhar brilhante em minha direção, do sorriso gentil que me lançou e da paciência que teve comigo no momento em que eu apenas queria chorar. Acima de tudo me lembro da saudade, da saudade que ficou desde aquele abraço, uma lacuna no meu coração irreparável.

Pode parecer assustador o modo como uma fã ama seu ídolo e de como podemos parecer psicopatas conhecendo o ídolo melhor que ele mesmo. Mas creio que esse seja o amor mais sincero que se pode ter. Algo que é dado sem pedir nada em troca, sem cobrar absolutamente nada e a única coisa que precisar para manter aquele amor, é existência. No meu caso, a sua existência. 

Ainda que seja extremamente infantil e estranho, ainda mais para mim, que já não sou mais uma menininha, tenho que confessar que já me peguei fantasiando meus próprios contos de fadas, onde você era meu príncipe encantado. É estranha essa ligação, não é verdade? Mas geralmente, nestes sonhos, que sonho acordada, tudo parecia tão perfeito. Seus beijos, seus carinhos, que até mudava a minha ideia sobre ter filhos e constituir uma família. Eu com crianças? Nunca. No entanto, nos meus sonhos, uma família repleta de crianças não parecia nada mal.

Eu realmente não entendo o que me liga a você, o amor tão grande de uma fã para seu ídolo. A única coisa que eu sei, é que agradeço todas as noites antes de dormir por Gil Grissom existir. Tudo se torna mais colorido.

Beijos da sua fã, Sara.

 

Gilbert ficou tanto tempo sentado naquela cama depois de ler aquela carta que apenas voltou ao mundo real quando viu Sara trazendo Julia dormindo para colocar de volta no berço.  A morena então viu o papel na mão de Gilbert e corou.

— Você não deveria ter lido isso. É tão bobo e... – Ela então riu nervosamente.

— Não é bobo. – Ele a interrompeu. – Sente-se aqui. – Ele pediu carinhosamente enquanto afastava a mala para dar espaço para os dois sentarem na cama de frente um pro outro. 

Sara sentou-se como pedido, e viu-o pegar as mãos dela entre as suas. Ele fixou seu olhar no dela antes de começar a falar.

— Não sei se você se recorda de quando você me mostrou a foto do dia que nos conhecemos. Aquela que você nunca tirava da sua câmera, que tinha salvado no computador, no pendrive e em todas as redes sociais. – Ambos riram baixo, e Sara assentiu. – Desde aquele dia que você me mostrou a foto eu sempre fiquei tentando me recordar do dia que nos conhecemos pela primeira vez, confesso que fiquei noites em claro, não só pela importância disso, mas pelo orgulho de ganhar a minha memória. A questão é que eu não consegui...

— Gris, você não precisa... Isso faz tanto tempo, e eram tantas pessoas que...

— Eu sei disso. – Ele interrompeu de novo. – Essa sua carta tem mais de cinco anos. E quando eu li ela, parece que algumas coisas mudaram em mim. Foi um pouco vago, confesso, mas depois de alguns momentos eu fechei os olhos e alguns sons e cheiros vieram a minha mente. Algumas sensações também. Foi trabalhoso recordar suas mãos que eu não sabia direito se suava ou se tremia de tanta ansiedade quando me viu. Havia um cheiro de pêssego no ar, não sei se era seu perfume, pois não me recordo de alguma vez você ter usado um perfume com cheiro parecido. 

— Gris... – Sara começou a ficar com os olhos marejados. Céus, ela não aguentava mais chorar, mas Gilbert estava tocando seu coração como jamais havia imaginado que poderia.

— Shiu... – Ele colocou o dedo sobre a boca dela delicadamente, para mostrar que não precisava dizer nada. – Deixe-me terminar. – Murmurou, e fechou os olhos como se tentasse resgatar ainda mais de sua memória. – Eu não consigo me lembrar de nada visual, mas eu consigo me lembrar de você dizendo próximo ao meu ouvido: “Não basta ter um sonho, tens que buscar realizá-lo. E é por isto que estou aqui.”.  

Sara jogou-se contra o corpo de Gilbert em um abraço apertado e um choro emocionado. Era impossível que ele houvesse se lembrado de algo que nem ela mesma até então lembrava que havia dito.

Por fim, deram um beijo caloroso e demorado e desta vez sem que Julia interrompesse. Bem pelo contrário, ela dormia tranquila.

Gilbert acordou de seus devaneios quando ouviu o chamado para o embarque. 

— Senhores passageiros. Primeira chamada para o voo com destino aos Estados Unidos. Se encaminhem para o portão um de embarque internacional. 

Ajudando Sara com Julia e as bagagens, seguiram rumo ao destino que não era somente o seu país, mas sim ao seu “felizes para sempre”.


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Notas finais do capítulo

Eu ia fazer um especial para essa fanfic, mas achei que o final dado no Capítulo 49 era suficientemente bom para o fim da história bem como se encaixava muito bem com o tema proposto, porém todo mundo sempre fica na dúvida o que acontece depois do final da história, inspirada em filmes "inspirados na vida real" em que contam alguns fatos importantes que aconteceram depois do fim da história, resolvi colocar alguns que achei mais interessantes. E os demais? Utilizem a sua imaginação.

— Sara e Gilbert se casaram nos Estados Unidos poucos meses depois de se estabelecer no país;
— Sara abriu uma agencia de fotografia com escola de fotografia para crianças – Esteban o menino da praia fora o primeiro aluno – anos mais tarde Esteban era o braço direito de - Sara dentro da empresa e um dos melhores fotógrafos;
— Camila e Axel iam todos os anos com os gêmeos passas as férias nos Estados Unidos;
— Julia e Alex – filho do casal Camila e Axel – se apaixonaram, aos dezoito anos Julia quis morar com Alex no Brasil. Sara apoiou o casal, Gilbert ciumento disse que isto nunca aconteceria.
— No ano seguinte Sara e Gilbert foram visitar a filha e o genro no Brasil;
— Depois do nascimento de Julia, Sara não quis ter mais filhos. Mesmo contrariado Gilbert aceitou a decisão da esposa. Aos quarenta anos Sara engravidou de seu segundo filho, apesar da idade a gravidez foi extremamente tranquila e Miguel nasceu muito saudável.
— Sara e Gilbert realmente foram felizes para sempre.


Espero que tenham gostado dessa adaptação. E em breve uma nova história.

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Até breve!



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