Talvez Gilbert não entendesse, mas isso era um grande passo para Sara. Era uma mudança muito grande durante um período muito complicado. Ela sempre morou sozinha, teve seu emprego e seus poucos amigos, pois sempre fora muito seletiva. Havia Axel e Camila lá também, duas pessoas por quem ela tinha grande apreço. Havia sua estabilidade financeira e emocional.

Como poderia largar tudo e ir para outro país? Não tinha condições psicológicas para isto ainda e Gilbert teria que entender de uma maneira ou de outra. 

— Sara. – Gilbert tirou-a de seus pensamentos. – Nós vamos dar um jeito. Se você não quer ir eu não vou te obrigar. 

— Gris, estamos falando de praticamente um ano, os nove meses gestacionais e pelo menos três meses até a pediatra o deixar fazer um voo internacional. 

— Tudo bem. Vou ganhar muitos pontos de vôo.

— Como assim?

— Foda-se Sara. Eu vou dar um jeito, serei uma ponte aérea entre Brasil e Estados Unidos se for necessário. Acompanharei a gestação do meu filho, viajarei para a América quando necessário para fazer meus trabalhos, o que eu puder fazer por aqui eu faço. E vamos vivendo desse jeito louco até você decidir que está pronta para mudar.

— Você não pode estar falando sério. – Sara fitou então com uma grande ruga na testa, não acreditando em tudo que Gilbert estava disposto a fazer por ela.

— Por quê? Você tem uma ideia melhor? Eu nunca falei tão sério na minha vida.

Sara então se jogou sobre ele dando um abraço tão forte que pensou que iria esmaga-lo. Ela era muito sortuda. Como havia encontrado um homem tão perfeito? Ela sempre soube que ele era perfeito, desde que havia se tornado fã dele, mas ainda sim ele a conseguia surpreender. 

— Mas tem uma condição. Aliás, duas condições. – Ele disse abraçando a morena do mesmo jeito.

— Sabia que não iria ser tão fácil. Então, quais são as suas condições senhor Grissom.

— A primeira é que você me dê um beijo daqueles que só você sabe dar. 

— Hm... – Disse pensativa. – E qual é a segunda?

— Não, primeiro você tem que fazer a primeira.

Ela sorriu, seus rostos já estavam próximos. E seus lábios pouco a pouco se encostaram, se entreabriram e iniciaram um beijo por fim um maravilhoso beijo. A língua de um explorava a boca do outro, assim como brincavam entre si. O beijo cheio de carinho, cheio de calma, que vinha de um desejo de que nunca, jamais acabasse.

O mundo poderia parar naquele momento? Por que aqueles segundos eram eternos.

— Eu te amo Gilbert Grissom.

— Eu te amo Sara Sidle.

Eles sorriram e se olharam mais alguns segundos. Logo o olhar de Sara já questionava qual era a segunda condição para que todas aquelas lindas promessas se tornassem verdade.

— E então, qual é a segunda penitencia carrasco? - Brincou. 

— Quero que a imprensa saiba ainda antes de eu voltar para a América, sobre nós. Quero dizer abertamente que vamos nos casar em breve e que teremos um filho. – Explicou.

— Nos casar? Desde quando vamos nos casar? – Sara então fitou-o confusa. – Você nunca me pediu em casamento senhor Grissom. – Falou então acusadora, em um tom divertido.

— Essa era a terceira condição.

— Você me falou de duas condições. – Constatou.

— É que esta eu não quero que aceite por obrigação, eu quero que você se case comigo de verdade. E já que nosso bebê irá nascer no Brasil, acho justo que nosso casamento seja nos Estados Unidos. – Ele então sorriu para Sara , esperando um sim dela.

Sara sorriu, porém não disse nada. Não que não quisesse, mas as palavras não saiam. Ela mal podia acreditar que estava sendo pedida em casamento, ainda que extra oficialmente, pelo homem que mais admirou por tantos anos e que há poucos meses simplesmente aprendeu a amar como jamais poderia pensar que amaria um homem.

— Gris, nós nos conhecemos há pouco mais de três meses. Quer dizer, você me conhece há pouco mais de três meses.

— Tempo suficiente para saber que eu quero passar minha vida inteira com você. Então você aceita? – Ainda antes que Sara pudesse responder ele continuou. – Eu ainda vou fazer o pedido direito, com o anel, e com tudo que você tem direito, mas se você puder me dar sua resposta agora, eu realmente ficaria muito feliz. – Riu então nervoso.

— É claro que eu aceito. Você me faz a mulher mais feliz do mundo.

Então ela começou a depositar muitos beijos pelo seu rosto, lábios, pescoço. Ela estava radiante com tudo que estava acontecendo. Estava simplesmente feliz.

— Ainda sim, você não acha apressado demais? Três meses, um filho, um casamento. E se não der certo?

— Sara, isto não é o que eu penso realmente, mas vamos ser práticos. – Explicou. – Até nosso filho nascer, poder ir para os Estados Unidos, podermos preparar nosso casamento, nossa futura casa, e tudo que precisarmos, irá demorar ao menos um ano, se não for mais. Acho que é tempo suficiente de noivado para ter certeza que queremos e somos compatíveis para morar juntos. E claro, se ainda sim não der certo, tem uma coisa chamada divórcio.

— E o que você realmente pensa?

— O que eu realmente penso? Que eu poderia casar com você agora mesmo, te sequestrar, leva para a América, vivermos nossa vida toda juntos até ficarmos velhinhos de cabelos brancos e banguelas. Ainda sim eu continuaria te amando como amo hoje, ou não. Com certeza eu te amaria cada dia mais. Sara eu posso ter duvida de muitas coisas nessa vida, mas o que eu não tenho duvida, é do amor que eu sinto por você e por essa criança que você carrega. – Ele então depositou a mão sobre o ventre de sua futura esposa. – Eu os amo e daria minha vida por vocês.

— Gris...  – Sara suspirou quase sem palavras.

— Sara...  – Ele disse levando a mão que antes estava em seu ventre, agora em seu rosto.

Eles sorriram um para o outro, trocaram alguns beijos e logo ela se aninhou novamente ao corpo de Gilbert, com a cabeça sobre seu peitoral.

— Descanse. – Ele murmurou. – Você precisa dormir.