Tão doce e tão fatal: Mel com limão e sal ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 37
Capítulo 21 - Parte Única (037)


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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— Sara. – Gilbert gritou visivelmente irritado. – Por que você fez isto? Não... Não acredito que se intrometeu desta maneira.

— Me... Desculpe-me! – Falou gaguejando tentando defender-se. – Eu não consegui me controlar, logo que a atendi já me encheu de insultos achando que era você quem tinha atendido e... Bem... Você entende.

— Não, eu não entendo. – Respirou pesadamente, com seu tom de voz alto continuou. – Eu não devia ter deixado atender ao telefone, mas também não imaginaria que ela ligaria e...

— Desculpe Gris. Eu não sabia que ela era tão importante para você. – Sara sentiu seu coração se rasgar em mil pedaços. Como saberia que Teri era tão importante para ele? Talvez ainda mais que ela. Se não fosse por que ficaria tão irritado, ela não havia feito nada demais, e segurando suas lágrimas falou. – Ligue para ela, eu desminto tudo o que quiser e digo o que quer que diga.

— Como? – Ele me olhou.

— É isto. Se ela é tão importante para você, se você acha que eu estraguei tudo, eu concerto as coisas, a única coisa que quero é tua felicidade, e se depois de toda essa farsa você irá voltar aos braços dela. Que seja. Fico feliz de ter tido ao menos uma oportunidade, mas eu realmente não vou lutar.

Sara tinha seus motivos. Recorrendo a memória lembrou-se de Axel, com certeza o mais puro de todos, casou-se jovem com ele, e quando descobriram que seu amor na verdade era uma grande amizade se separaram. Depois disto apenas cafajestes haviam aparecido, ela se entregou completamente a todos, Hank que foi um relacionamento curto, Taylor que lhe traiu da pior forma, e já receosa se envolveu com Doug, o dono de um ciúme doentio. Agora com Gilbert, por mais que fosse seu príncipe encantado, não iria fazer nada. Já sabia que ia ter de voltar para o Brasil, mas de alguma forma ela achou que poderia dar certo.

Talvez estivesse enganada.

Depois de alguns minutos de silêncio Sara pegou sua bolsa e sua máquina fotográfica, e foi em direção a porta.

— Sara, onde você vai?

— Eu vou sair um pouco, estou sentindo falta da minha privacidade. 

Gilbert respirou profundamente e sem questionar deixou-a sair. O que ela havia dito era uma indireta completamente direta: Ela não queria mais conversa com ele. E ele por outro lado também precisava pensar.

Sara caminhou muito até achar o local ideal, pouca gente e um pôr do sol perfeito. Era exatamente ali que começaria. Fotografia era seu trabalho e lazer, e muitas vezes era assim que ela se desestressava. Não que fotos de paisagem fossem seu melhor gosto, mas na atual situação qualquer coisa era melhor que pensar no que havia ocorrido no hotel.  Logo se viu tirando foto das aves, da praia, das pessoas. 

Logo se sentiu um pouco zonza, e lembrou-se que não havia pego nem dinheiro e nem algo que comer. Sua glicose baixava com mais frequência nos últimos dias, então se sentou na areia para descansar e começou a passar as fotos que havia tirado como distração.

— Oi moça bonita. Posso me sentar contigo? – Sara se virou para ver quem estava falando, e viu um menino de uns oito anos se aproximar.

— Oi menino bonito. – Respondeu brincando. – Sente-se.

— Você não é daqui, não é? – Disse ele curioso sem tirar o olho da máquina. – Posso tentar adivinhar?

— Claro. – Disse divertida pelo modo do menino.

— Argentina?

— Não.

— Chilena?

— Está longe. – Neste momento ela errou o sotaque de propósito para ajuda-lo.

— Ah, Brasileira. – Falou rindo. – Como pode? Fala espanhol tão bem. Geralmente brasileiras falam portunhol, e muito mal. – Ele riu.

— Isto é preconceito, sabia? – Ri com ele.

— Então, você é turista ou fotografa?

— As duas coisas.

— Sabia que eu adoro fotografia? Faz uns minutos que vi você fotografando, e então finalmente sentou. – Ele então puxou o celular do bolso, e começou a me mostrar as fotos. – Um dia vou ser profissional, mas meus pais dizem que não da muito dinheiro.

Comecei a rir, os pais do menino não estavam de todo errados. Fotografia poderia dar muito dinheiro, assim como não dar dinheiro algum. Então pacientemente, Sara pegou o celular do menino e começou a ver as fotos, e surpreendentemente ele não era tão ruim. 

— Você tem um dom. – Sara afagou os cabelos do menino.

Logo Sara se distraia mostrando para o menino as funções que tinha uma câmera profissional, e também ensinando algumas técnicas de como enquadrar melhor as fotos. Sara mal vira o tempo passar.

Um pouco distante, um Gilbert que a procurara como louco, viu-a sentada com o menino e viu como ela se divertia. Ele sabia que aquele sorriso se apagaria assim que o visse, então ficou de longe apenas observando os dois.

— Esteban? – Um casal se aproximou de Sara e o menino, sentados na areia.

— Sim mamãe. – O menino se virou para o casal. – Deixe de importunar a moça, vamos para casa? – Disse ela muito delicada.

— Oh, ele não estava importunando. Aliás, é um menino muito gentil. – Sara levantou-se, sorrindo, mas ao se levantar muito rápido sentiu-se tonta novamente.

— Está tudo bem? – A mulher perguntou rapidamente.

— Está. Falta de glicose, esqueci-me de trazer um lanche comigo. Acontece as vezes. – Respondeu sem graça.

— Ela é fotografa mamãe, ela me ensinou muita coisa, ela é muito legal. – O menino disparou-se a falar.

— Que bom meu filho. – Então a mulher virou-se para Sara novamente. – Venha vou lhe pagar um sorvete, você não me parece bem.

Gilbert então, assim que percebeu Sara um pouco diferente, correu até o casal e o menino. 

— Sara, está tudo bem? Procurei-te por todo lado.

E assim como ele imaginou, o sorriso de Sara se fechou ao vê-lo, mas diante do casal teve de se forçar a não falar nada.

— Apenas a glicose novamente. – Respondeu.

Gilbert e Sara, logo junto com o casal e o menino sentaram-se a um quiosque e pediram algo para que Sara comesse. A mãe do menino fez questão de pagar algo para Sara comer, não deixando nem que Gilbert o fizesse, e logo que o Esteban e Sara trocaram contatos, se despediram e foram embora. Fizeram o caminho calados, e quando chegaram ao hotel, Sara deitou-se na cama e Gilbert finalmente quebrou o gelo.

— Sara, sente-se melhor?

— Sim. – Respondeu seca.

— São normais esses enjoos? 

— São quando não como direito, mas estão mais frequentes. E tem outras coisas acontecendo, enfim... Resolverei isto quando voltarmos para os Estados Unidos. Aliás, poderíamos fazer isto logo.

— Logo?

— É, tipo amanhã?

— Você quer mesmo acabar com a viagem assim tão de pressa?

— Teri quer voltar com você, e pelo visto você também. Por que prolongar isso Gris? Foi tudo ótimo e obrigada, mas isso não me fará bem.

— Será que você não entende Sara, eu não quero nada com ela. Nunca quis. Foi bom enquanto durou mais acabou, e eu quem colocou um fim. – Respirou profundamente. – O que me irritou foi você ter invadido minha privacidade daquele jeito, dado recados por mim, mentido. Eu faria isto sozinho, eu te defenderia e nunca mais deixaria ela falar nada sobre você. A única coisa que não queria é que se intrometesse desse jeito. Desculpe, fui infantil. Exagerei, eu confesso. Porém você também poderia ter se controlado, não?

— É, poderia, confesso. Mas é que...

— É que? – Fitou Sara então nos olhos.

— Eu fiquei com ciúmes droga. – Desabafou por fim. – Eu gosto de você demais, e ver outra pessoa te chamando, falando mal de mim, e esperando eu ir embora para te perseguir me deixou louca. – Respirou profundamente.

— Oh Sara. – Ele pulou na cama ao lado de Sara e começou a encher seu rosto de beijos.

— Sai! – Sara o empurrou.

— O que foi?

— Eu não te perdoei ainda. – Esboçou então um bico com os lábios. – Você foi grosso comigo, onde só uma conversa bastaria.

— Oh meu Deus. – Ele colocou a mão na própria testa. – E então, o que tenho que fazer para ficarmos de bem de novo e você me perdoar?

— Perdoar é mais fácil que ficar de bem. – Ela piscou maliciosa.

— Sar. – Ele aproximou o seu rosto do pescoço de Sara e deu uma cheirada. – Me diz o que eu faço. Diz... – Falou com voz de criança.

Sara não pode conter o sorriso, mas logo o fechou tentando se manter firme. O que era bem difícil.

— Podia começar por uma comida japonesa.

— Sara, você recém comeu.

Ela então cerrou os olhos em sua direção, franzindo a testa. E birrenta continuou: - Eu estou com fome, e quero comida japonesa, mas se você não pode fazer nem isso por mim. – Ela então se levantou da cama e começou a se afastar dele.

Ele correu atrás dela, e se posicionou em suas costas, a abraçando por trás.

— Está certo, então nosso cardápio esta noite será comida japonesa. – Deu-lhe um beijo na bochecha. – E o que mais tenho que fazer para você me perdoar e ficar de bem comigo, ein?

Sara saiu do abraçou e virou-se para ele de frente, fixando seu olhar no dele.

— Tu tens que prometer que nunca mais, ouviu, nunca mais irá gritar comigo. Jamais levantará a voz comigo de novo.

Gilbert então levantou a voz, e sorrindo disse: - Eu prometo.

— Eu estou falando sério Gris. – Suspirou pesadamente. – Eu... Eu não suporto gritos, brigas ou qualquer outra coisa neste sentido. Eu... Eu fico transtornada, me sinto encurralada e... E minha vontade é de fugir.

— Por quê?

— Trauma de infância. Meus pais brigavam muito...

— Com você?

— Não, entre eles, gritavam, as vezes até jogavam coisas, e eu acho que é por isso que complico meus relacionamentos. Tenho medo de viver como eles... Então, por favor, não grite mais comigo, ou eu... Eu nunca mais conseguiria ter uma boa relação com você. – Respirou pesadamente.

— Eu prometo Sar, de verdade. E me desculpe mesmo por tudo isso. – Gilbert puxou-a para si e abraçou-a com um ar reconfortante.


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