Sara não conseguia respirar e nem beijá-lo direito. Sua concentração estava nas ultimas palavras que ele havia dito. De repente ela interrompeu o beijo.

— Gris eu... – Respirou pesadamente tentando colocar suas ideias em ordem. - Eu não...

— Sar, não precisa me dizer e nem me prometer nada. Eu não preciso de promessas. – Ele acariciou seu rosto. – Eu só quero que me prometa que nessas três semanas estará o máximo que puder comigo, e depois, realmente depois conversaremos sobre isso... 

Sara olhou com um sorriso nos lábios, porém tinha necessidade de dizer-lhe algo, qualquer coisa. Ele não a deixou prosseguir.

— Sar, talvez o que você me diga agora não seja a mesma coisa que dirá antes de ter de decidir se irá partir ou não. Está tudo recente para nós dois. Não seremos as mesmas pessoas que somos hoje e as coisas estarão diferentes neste futuro não tão distante. A única coisa que quero que me diga é se quer passar essas três semanas comigo.

— É claro que eu quero. – Sara abriu um grande sorriso.

Eles beijaram-se novamente. E Sara sentia-se cada vez mais confusa.

Quando chegou aos Estados Unidos ela não imaginava que tudo aconteceria desse modo. Era uma grande fã de Gilbert Grissom e achava que teria de ir a porta de sua agência implorar por uma foto e um autografo. Inicialmente nem queria férias, queria manter-se trabalhando com medo de que neste mês encontrassem alguém mais talentosa que ela em seu ramo de fotografia, pensava que um tempo longe do serviço seria tedioso e em sua vida nem passava por sua cabeça o termo diversão.

Hoje não apenas era fã de Gilbert como alguém especial para ele. Ele demonstrava isso em cada palavra e em cada gesto. E o fato de ser uma fã havia lhe ajudado muito a manter esse relacionamento que não sabia se era ou não estável em equilíbrio até agora. Em contraponto o fato de ser fã dele o fazia conhecer melhor que qualquer outra mulher com que ele já esteve. Sabia quem eram suas rivais, e como era seu modo com mulheres.

Sara odiava lembrar como era seu modo com mulheres.

Sempre muito cavalheiro. Muito simpático. Muito amável. Porém seu maior ponto negativo era novamente a traição. Gilbert traíra todas as mulheres com quem já esteve depois de Virginia, porém nunca havia um boato se quer de ter traído Virginia. 

Isto lhe fez pensar um pouco mais. Por que com Virginia havia sido diferente.

— Gil...

— Sim... – Fitou-a, a expressão de Gilbert era tranquila, enquanto a de Sara era igual a de uma criança que perguntaria algo aos pais, como se houvesse uma culpa e um embargo em sua voz.

— Virginia significava muito para você?

— Ela foi a única mulher que amei em minha vida, Sara. Talvez tenha sido por isto que nunca tenha dado certo, que sempre tenha me deixado levar por tentações. Eu nunca consegui amar outra mulher como amava Virginia. Ela era sem dúvida a mulher com quem queria me casar e ter filhos.

Sara baixou a cabeça. Nunca chegaria aos pés de Virginia. 

— E então você apareceu. E talvez seja a mulher que ocupará esse lugar, não que alguém algum dia possa ocupar o lugar de Virginia e também não quero substitui-la. Mas ainda quero amar, casar e ter filhos. Estou indo com calma, não quero me equivocar e não quero sofrer. Por isto não quero que se sinta obrigada ou se sinta cobrada a fazer algo. Quero que se sinta livre ao meu lado para poder ir e vir quando quiser.

— E sabe o que eu quero agora? – Sara sorriu maliciosa.

— Não sei, mas estou louco para descobrir.

Eles beijaram-se calorosamente novamente. Ao terminarem o beijo, ambos estavam sem fôlego e completamente excitados.

— Que tal começarmos a experimentar coisas novas agora?

— Eu adoraria Gris, porém tenho que voltar a casa de Julie. Teremos que dar uma pequena pausa nesse sequestro.

— Sabe que é o teu último fim de semana de liberdade não? – Disse desafiador. – Na próxima semana estou livre e você será inteiramente minha. A hora que eu quiser e como eu quiser.

— Nossa... – Disse Sara em tom debochado. – Até parece dominante. – Piscou.

— E não sou? – Aproximou-se de Sara prensando-a contra parede.

Ela sentiu uma falta de ar e uma leve desconcentração, mas logo tomou as rédeas da situação e virando-se, fazendo com que ele ficasse contra parede.

— Não. Que manda aqui sou eu. – Disse arqueando a sobrancelha e com um ar confiante que deixou Gilbert sem dúvidas de que ela falava sério.

— Quero ver toda essa dominância na minha cama. – Gilbert sussurrou baixinho em seu ouvido.

— Verá, mas não agora. Realmente tenho que ir para casa de Julie.

— Tudo bem? – Seu sorriso malicioso tornou-se um bico frustrado. – Mas antes... – Ele riu, jogando-a de volta no sofá, e ficando sobre ela.

Encheu-a de beijos, e cócegas, fazendo-a gritar e rir muito alto. Neste momento não havia atração ou excitação, havia apenas ternura, carinho, e duas pessoas voltando a ser crianças. Sara devolveu as cócegas e assim que pode rolou por cima dele prendendo-o.

— Ai. – Gemeu Sara.

— O que foi? – Alertou-se com medo de haver machucado Sara no meio da brincadeira.

— Você quebrou minha unha. – Gritou, mostrando-se falsamente irritada. – E isso é uma falta grave. – Jogou-se novamente em cima dele prendendo o corpo dele com o seu.

— A é? E qual será meu castigo? – Disse com ar malicioso.

— Beliscões. – Então ela beliscou as nádegas dele, e depois outras partes de seu corpo.

— Não... Não... Não Sara. – Começou a espernear.

Ambos riram, e novamente terminaram em beijos. Haviam ficado mais de meia hora de brincadeira, e agora não havia jeito. Gilbert teria de levar Sara para casa.