Elvenore: A Revolução Das Marés escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 36
Capítulo 34




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Pesadelos ou Premonições

Dominic

Mais de sete dias haviam se passado desde que me despedi de Novak no porto mais solitário de Guenivere e eu não tinha recebido nenhuma notícia, nem ao menos uma carta. Absolutamente nada. Algo estava errado, eu podia sentir isso no fundo do meu coração, uma dor fraca, porém persistente. E se tivessem matado ele? E se tivessem jogado ele nas masmorras sem ao menos ele ter conseguido falar com Ciana? Ou pior, e se Kyanite tivesse feitos as ordens?

Balanço a cabeça, voltando a minha tenção para as pilhas de pergaminhos espalhadas na minha mesa. Apesar de não ser o herdeiro do trono de Elvenore, eu ainda tinha que fingir as aparências, estar ciente de tudo o que acontece no mundo, todas as negociações, as despesas e tudo mais.

— Parece estressado, meu filho — A voz suave porém rígida da minha mãe faz eu levantar o meu rosto — O que ocupa a sua mente?

— Não é nada — Tentei mentir, desviando o olhar — Só estou pensando em Nicholas. Ele não mandou nenhuma notícia…

Evangeline retorna sua atenção ao bordado que fazia, a verdade era que meu irmão não havia mandado nenhuma mensagem, nenhuma carta, assim como Novak. Meu pai estava no escuro quando se tratava dos movimentos em Acqua, eles podiam muito bem ter descoberto que Nicholas era um espião e ter o jogado nas masmorras por isso…

— É difícil para ele mandar notícias, Dominic — Ela falou, fechando os olhos e respirando fundo — Mas tenho certeza de que Nicholas está bem.

— Não tem como saber disso — Retruquei anotando algumas coisas na agenda real.

— Ah, Dominic… Uma mãe sabe dessas coisas — Percebo um brilho triste em seu olhar, ela sentia falta dele — Quando tiver filhos vai saber.

— Mãe…

— Eu sei que Kyanite foi um atraso na sua vida esses últimos anos, meu filho, mas com ela longe, podemos voltar a nossa atenção para o que realmente importa — Disse, levantando-se sutilmente da poltrona na qual estava sentada — O seu casamento.

Controlo a minha vontade de revirar os olhos, minha mãe não sabia sobre os meus sentimentos por Kyanite e nos últimos três anos que a elfa passou no castelo, eu tinha a minha desculpa para me livrado de todas as moças na idade de se casar. A única pessoa que sabia o que se passava dentro de mim era Casper, ele conseguia me ler tão facilmente que chega a ser assustador.

— Não tenho tempo para isso, mãe — Meus olhos encontram os delas, radiantes — Estamos a beira de uma guerra.

— São nos momentos de crise que nossas alianças devem se tornar mais fortes — Sorriu sutilmente, não tinha como eu escapar dessa conversa — Hoje a noite teremos um pequeno baile. Algumas moças estão vindo e quero que use seu melhor terno e coloque um sorriso em seu rosto.

Passo a língua pelo meu lábio inferior, era uma ordem e não um pedido.

— Tenho coisas do reino para resolver, mãe, fora que tenho que ficar no farol essa noite.

— Deixe que Casper assuma sua função no farol e essa papelada toda pode ser resolvida amanhã — Ela toca a minha mão, havia determinação nela, sutil e delicada, porém incisiva, diferentemente de Kyanite. Sua determinação era como o fogo de um vulcão, ativa, insistente e incansável. Flamejante — Vá se arrumar, meu filho. Use o terno vermelho.

Apenas assinto positivamente, discutir com a minha mãe não daria em nada.

Levanto-me e sigo para os meus aposentos, entrando no chuveiro para me acalmar. Evangeline nunca desistiria de arrumar uma esposa para mim. Foi assim com Aysel, minha melhor amiga. Eu e Aysel crescemos juntos, afinal, ela era uma lady da alta corte. Nos conhecemos ainda bebês e fomos para as mesmas escolas. Aprendemos a ler e a escrever juntos, ela me ensinou a andar de cavalo e eu ensinei a ela matemática.

A verdade era que a medida que fomos crescendo, eu passei a vê-la de outra forma. Aysel tinha deixado de ser a criança meio desengonçada e passou a ser uma jovem arquiduquesa atraente e sensual. Não foi apenas o seu corpo que mudou, mas também sua personalidade. Havia destreza e espirituosidade em sua fala, ela andava pelo castelo como uma fada anda nas nuvens e nenhum nobre conseguia ganhar dela em suas discussões.

Como minha mãe costumava dizer, “Aysel seria uma ótima rainha”.

Mas Aysel não gostava dessa vida, ela confidenciou a mim, certa vez, que queria conhecer o mundo, visitar cidades diferentes e conversas com novas pessoas. Ela amava as línguas de Elvenore e passou a sua vida todo aprendendo elas, mas sendo da alta nobreza, ela não tinha permissão para praticar o que havia aprendido e muito menos viajar para onde quisesse. Aysel tinha pais rígidos, só poderia fazer o que quisesse quando se casasse.

Evangeline propôs a nossa união. É claro que não fiquei descontente, apesar de não querer me casar tão cedo, pelo menos teria ao meu lado uma amiga e uma mulher que eu desejava. Mas o que eu não sabia era que Aysel havia se apaixonado por outro homem e quando seus pais aceitaram a proposta ela fugiu em segredo, com a ajuda do maldito pirata Skander, deixando eu e sua família em choque.

Acho que minha mãe se arrepende de ter elogiado Aysel…

Um sorriso tímido toma conta de meus lábios, apesar de ter me machucado, eu realmente espero que ela esteja bem e feliz. Agora eu entendo o que ela deve ter passado… Eu daria de tudo para estar com Kyanite. Eu deveria ter sido menos idiota desde o início, sido sincero com ela tanto sobre as intenções de meu pai quanto sobre meus sentimentos…

Espero que um dia ela seja capaz de me perdoar.

Quando saio do banho me visto com o terno vermelho-escuro, é primeira vez que o uso, pois sinto uma coceira leve na pele. O tecido era diferente, puro algodão, macio e aconchegante. Respiro fundo, sentando na cama, o toque do tecido em minha pele parecia um pouco com as mãos de Kyanite.

— Céus… — Esbravejo, isso já estava ficando ridículo.

Estressado eu me levanto e sigo para o salão de bailes. A música é clássica, devagar e elegante, não era alegre o suficiente para valsar, por isso todos os convidados estavam ou sentados conversando ou em pé. Eu sabia muito bem sobre o que estavam conversando. “Oh, o castelo parece maior desde a última vez que vim para um baile real” ou “A rainha Evangeline está deslumbrante” ou, o pior de todos, “Não esqueça de sorrir, filha, o Príncipe Dominic está aqui”.

Bufo, me encostando em um pilar, eu podia sentir os olhos das matriarcas em mim assim como os de suas filhas. Para essas jovens casar com um príncipe seria o sonho de uma vida e casando comigo poderiam se tornar rainhas. Uma gargalhada leve escapa dos meus lábios.

A verdade era que se casassem comigo, elas nunca se tornariam rainhas, pois Nicholas é o verdadeiro herdeiro do trono.

— P-Príncipe Dominic — Uma voz fina e ansiosa atinge meus ouvidos, era uma jovem loira, parada ao meu lado.

— Lady… — Minha voz sai fria porém educada, como sempre.

— Mary-Anne.

— Lady Mary-Anne — Repeti, sorrindo galantemente, sabia que minha mãe estava me observando. Tomo as mãos pequenas dela e aproximo-as de meus lábios, beijando-as sutilmente. Me odiava por estar fazendo isso… Ela não era Kyanite…

Lady Mary-Anne era pelo menos uns dez centímetros mais baixa que Kyanite, mas era difícil para humanas serem altas como as elfas…

— De Lynderbrough, eu presumo — Continue, soltando suas mãos.

— Está correto, Majestade — Ela sorriu, mas Mary-Anne sabe que meu dever é saber tudo sobre as cortes menores, ser o melhor conselheiro para Nicholas quando ele assumir o lugar de meu pai.

— Como está o Lorde Guston? — As conversas cordiais eram as coisas mais entediantes da vida — Fiquei sabendo que a propriedade de vocês aumentou mais dois hectares.

— Meu pai investiu no algodão e estamos bem no mercado — Apesar de ser muito o rico, Lorde Guston sempre pagou os impostos corretamente e emprega homens e mulheres, sempre pagando-os bem — Ele sabiamente investiu em mais terras. Estamos esperando por uma boa safra esse ano.

— É bom ouvir isso. E como estão seus irmãos? — Olho pelo canto do olhos, Evangeline parece satisfeita.

— Bem, muito bem. Killian está muito satisfeito com a posição dentro do exército real — Percebo a cor de seus olhos, castanhos, mas não escuro, na verdade mais pareciam mel — Ele pediu para eu lhe agradecer pessoalmente.

— Killian é um general per esforço próprio. É um bom homem e um excelente soldado — A vida na corte é tão superficial, tão sem graça. Cheia de cordialidades e bons modos.

Mary-Anne sorri, despedindo-se ao ver sua mãe acenando para nós. Finalmente aquela conversa tinha chegado ao fim. Recomponho a postura e me sento em uma mesa qualquer. Meus olhos vasculham o salão, principalmente a janela que dava para o porto de Guenivere. Os navios estavam todos atracados e o porto estava escuro, exceto em alguns pontos, onde o comércio ainda estava aberto.

Circulando o salão com o olhar percebo a porta dos funcionários ser aberta, e não foi por um garçom…

Havia um formigamento em minhas mãos quando vi Casper adentrar discretamente o salão real pelas portas dos funcionários. O baile que minha mãe tinha planejado estava no mínimo mega entediante. Sinalizando com a cabeça, pedi para Casper esperar, seja o que for que ele esteja planejando me contar, não poderíamos conversar nesse salão, havia pessoas leais ao meu pai aqui… Não seria seguro.

Arrumo a postura ao notar uma dama se aproximar de mim. Minha mãe estava ao lado dela, conversando frivolidades e rindo educadamente. Tento parecer receptivo, mas pelo olhar da matriarca eu havia falhado miseravelmente. Não havia espaço em mim para qualquer outra pessoa senão Kyanite…

— Lady Lilah, esse é o meu filho mais velho — Minha mãe sorriu.

— Príncipe Dominic — A jovem ruiva sorri, curvando-se delicadamente perante mim.

Seu vestido era bonito, elegante, diferentemente das outras mulheres. Era verde, mas não era escuro, e sim bem claro, como uma pétala de rosa verde… Seria algo que Kyanite certamente usaria. Seus cabelos também eram parecidos com os da elfa, ondulados, porém ruivo e perfeitamente preso em um penteado elegante.

Lady Lilah… Não reconhecia aquele nome.

— Espero que esteja aproveitando o baile — Minha voz soa casual, mas meu olhar estava focado em Casper, ele estava sério, mais rígido que um tronco de árvore… Alguma coisa está errada.

— Ah, tudo aqui é perfeito — Ela sorriu delicadamente observando minha mãe se afastar, ela tinha esse costume. Me introduzia a uma dama e se afastava para que conversássemos a sós, mas hoje, naquele momento eu não estava nem um pouco afim — Mas eu não vim para esse fim de mundo para usar esse vestido démodé.

— O que foi que disse? — Pigarreei, arregalando os olhos, uma lady nunca falaria assim…

— Com a rainha longe não preciso mais forçar a educação, querido — Ela murmurou, analisando todas as pessoas ao nosso redor. Seu olhar é felino e rápido a antes que eu pudesse falar, suas mãos finas agarram o meu braço, me puxando para longe da multidão e da festa — Preciso que confie em mim, Majestade… Novak disse que você era o único nesse inferno que me escutaria. O que eu achei loucura… Como o herdeiro do trono, o cara mais próximo do doido no poder, sem ofensas, me escutaria.

— Novak? — Engasguei com a surpresa entalada em minha garganta.

— E quem mais seria? — Lilah sorriu graciosamente para um nobre que passou ao nosso lado até que finalmente parou perto de uma janela — Eu não tenho muito tempo, Majestade — Ela me encara, havia seriedade em seus olhos — Novak conseguiu chegar em Acqua em segurança. Aquele seu valete, Casper, foi quem me trouxe para o palácio. Ciana me mandou como mensageira.

Meu coração batia tão rápido que eu tinha certeza que Lilah era capaz de ouvi-lo. O plano tinha dado certo. Novak conseguiu chegar em Acqua, conseguiu entrar em contato com a Kyanite e mandou uma mensageira para me avisar. Mal pude conter o sorriso que surgiu em meus lábios.

— Você está me escutando? — Questionou, fuzilando-me com o olhar — Eu não tenho tempo para seus devaneios.

— Sim, estou! — Respondi tentando controlar a minha alegria — O que Ciana quer?

— Ela disse para você ficar longe de todo o conflito. Ciana teme que seu pai, o rei Evander, vá iniciar uma guerra, principalmente agora que ela está ciente de que Nicholas é um espião real.

— E Kyanite já sabe? — Indaguei, controlando a repulsa por dividir o mesmo sangue que meu irmão — Os dois são próximo e imagino que ela esteja devastada…

— Hum… — Lilah engole em seco.

— O que não está me contando, Lilah? — Meu coração gela, toda a alegria e esperança se dissipa tão rápido…

— Primeiro, meu nome é Delilah — Murmurou, aproximando seu rosto ao meu — E, bem… Perdemos nosso contado com a Kyanite quatro dias depois que ela foi para o interior de Acqua.

Meu corpo travou, minhas pernas fraquejaram, elas não eram mais capazes de me manter em pé. Expiro uma lufada de ar dolorida, a garganta ardia e se fechava. Tudo ao meu redor parecia girar, girar e girar. Um enjoo súbito toma conta de meu estômago. Me apoio precariamente em Delilah, mas antes que eu pudesse falar ou pensar em qualquer coisa o barulho de explosão ecoa pelas paredes de mármore do salão.

Forte e poderosa, a onda da explosão me atinge e bato minha cabeça na parede.

— Majestade! — Dalilah gritou, assustada.

Sinto-me cair no piso frio, observando os convidados correrem de um lado para o outro. O fogo consumia as cortinas e a mesa do buffet, avançava como um lobo avança em uma ovelha perdida. Meu pai permanecia no trono, satisfeito…

Satisfeito até demais para um homem que está vendo seu reinado queimar.

A não ser que…

— Vamos, Dalilah — A voz de Casper chega aos meus ouvidos — Precisamos tirar ele daqui!

E então tudo ficou escuro e frio, mas eu já não me importava. Eu precisava saber se Kyanite estava bem, até onde eu sei ela pode ter sido morta pelo maldito do Nicholas e a bomba que foi atirada no castelo foi só uma encenação. Um motivo para se dar início á guerra entre Elvenore e Acqua.

Que assim seja…

 

✵ ✵ ♔ ✵ ✵

 

Era um sonho, disso eu tinha certeza. Tudo estava turvo, cintilante. Como se houvesse um filtro em meus olhos, tudo estava ligeiramente mais azul e brilhoso. Estava em uma colina, cercada pro árvores altas e espessas, em um gramado florido, debaixo da luz de um sol fraco e opaco.

Olho ao meu redor, eu estava sozinho.

Olá? — Eu tentei, mas a única coisa que conseguia ouvir era o vento.

Por uns bons minutos eu fiquei ali, parado, no meio do silêncio ensurdecedor, recolhido em meus pensamentos horrorizantes. O salão real em chamas, o grito aterrorizantes de pessoas queimadas, o cheio doce e levemente cítrico de pele queimada, o sorriso cínico de meu pai e a ameaça, agora concreta, de uma guerra. Tudo aquilo martelava o meu cérebro, deixando aquela colina cada vez menor mais claustrofóbica.

Achou mesmo que poderia salvar ela, irmão? — A voz de Nicholas ecoa em meio as árvores, assustadoramente alegre — Aquele lixo élfico.

Nicholas! — Gritei, precisava vê-lo — Nicholas, cadê você?

Não acredito que se apaixonou por ela… — Ele gargalhou e dessa vez fui capaz de localiza-lo.

Nicholas estava em pé, no meio da clareira. Suas vestes estavam sujas e rasgadas, manchas de barro e sangue se misturavam e tingiam grotescamente sua camisa de linho branco desgastada. Havia uma arma em sua mão, uma pistola cuidadosamente feita e decorada, mais parecia um objeto de decoração. A menos de dois metros de distância estava Kyanite, de joelhos, com a cabeça baixa, na mira perfeita.

Seus cabelos estavam bagunçados e embraçados, porém ainda compridos, cobrindo seu rosto e escondendo o seu medo. Suas mãos estavam amarradas em suas costas por uma espécie de corda gasta e suja. Meu coração aperta, aquilo tudo era um sonho, mas porque diabos tudo parecia tão estupidamente real?

Nicholas, por favor, se afaste dela — Pedi, dando um passo cuidadoso em direção a eles.

Escuto um click da arma e meu corpo inteiro congela.

Ah, Dominic, como pode ter se apaixonado por ela? — Seus olhos pareciam ser feitos de vidro, sem vida… — Ela é a escória da escória, meu irmão, e nós… Ah, eu e você somos príncipes! Mandaremos nesse mundinho maldito!

Contraio o maxilar sem nem pensar, cerrando as minhas mãos em um punho tão fechado que podia sentir as unhas cravarem a minha pele, ferindo-a.

Você não entende, Nicholas — Havia um certo tom de ameaça em minha voz, eu precisava me acalmar caso quisesse salvá-la — Eu… — Engulo em seco, dando mais um passo, ele me observava cuidadosamente, fazendo eu me sentir como se estivesse andando sobre ovos — Eu a amo, Nicholas. A verdade é essa.

Nós, da realeza, não precisamos de amor — Ele resmungou, revirando os olhos, estava tão decepcionado que abaixou levemente a arma — Amor nos deixa fraco. Permite que nosso inimigo tenha uma vantagem sobre nós — Nicholas se aproxima de Kyanite, chutando-a.

Cerro ainda mais as minhas mãos, observando o corpo quase sem vida da elfa se chocar contra a grama em um baque abafado.

Por favor…

O que eu e você devemos buscar é o poder — Sugeriu, mantendo a arma apontada para ela — Isso sim nos dá força. Eu e você, juntos, podemos conquistar Acqua. Podemos ganhar.

Eu vou com você, eu fico do seu lado, mas deixe Kyanite ir.

Uma gargalhada maligna escapa de seus lábios fazendo um calafrio percorrer a minha espinha. Nicholas tinha mudado… Parecia uma versão mais sanguinário do meu pai.

Ela ainda seria sua fraqueza e não posso continuar essa guerra com ela viva, irmão…

Meu olhar recai sobre ela mais uma vez, seus olhos estavam fechados, mas sua boca, seca e ensaguentada, lutava por ar. Havia um hematoma na sua maça do rosto, ele havia machucado ela, tocado nela… A raiva queimava em mim, aquecendo a minha pele e fervendo o meu sangue.

Eu nunca deixaria ninguém tocá-la assim…

Nicholas iria pagar, nem que isso custasse a minha vida.

Ponha essa maldita arma no chão, Nicholas — Ordenei, avançando em sua direção.

Ou o que? — Incitou, pompeando mais ódio em minhas veias.

Ou eu mesmo vou matá-lo… — Rosnei, a poucos centímetros dele.

Um sorriso maníaco surgiu em seus lábios e então um disparo, seco e conciso.

Não! — Urrei, mas então tudo desapareceu e eu só pude sentir uma dor extrema no lado direito do meu corpo.


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