CN Beyond: O Humano escrita por Primus 7


Capítulo 3
Capitulo 3 - Matemático!


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Estou aqui com mais um cap dessa fanfic. Foi mal pela demora, eu quis focar em outras fanfics já pendentes e comecei a fazer uma nova faculdade que ocupou muito do meu tempo livre. Esse Cap já tava escrtio faz tempo mas eu enrolei pra postar.
O Humano tem sido uma reimaginação complicada. Sei que muitas pessoas abraçam o lado "lúdico" de HDA, mas pra esse universo em pensei em algo mais épico e mitológico. Então alguns conceitos vão ficar um pouco diferente. Vale lembrar que CNB é outro universo.
Enfim é isso, não deixem de comentar o que acharam. Isso é muito importante e me influencia a continuar com a história.



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— Finn. — Sussurrou uma voz que ecoou nos sonhos do garoto humano. Ele cautelosamente abriu os olhos e se deparou com uma luz estranha. De início, ele apenas enxergou machas sem formas divido a sua visão embaçada que aos poucos ia se ajustando melhor. Logo, ele viu uma silhueta de rosto conhecido, era de sua majestade, a Princesa Bonnibel lhe dando um bom dia com sorriso acolhedor e sincero.

— Bom-dia, Finn.

O jovem levantou-se suavemente e percebeu que estava em uma cama do que parecia ser de uma enfermaria. Ele olhou para o lado e viu seu irmão Jake ainda inconsciente e respirando com ajuda de aparelhos.

— Jake! — Gritou Finn enquanto rapidamente tentava sair de sua cama, mas, sem sucesso, pois, o menino sentiu um enorme dor em ombro.

— Fique calmo, Finn. Você se recuperou bastante, mas ainda tem algumas sequelas. — Explicou a Princesa para o menino. — Não se preocupe com seu irmão. Eu disse que ia cuidar dele e foi que eu fiz. Você se deu sorte que além de eu ser uma princesa, sou uma cientista e médica. Garanto a você que seu irmão ficará bem, no entanto, ele ficará um tempo em repouso.

— Uma Cien... O que? Que tipo de magia é essa? — Indagou o garoto curioso.

— Não é magia, é ciência. — Explicou Bonnibel. — Estou surpresa por não saber o que é a ciência. Foi o seu povo que dominou a Terra através dela séculos atrás.

— Eu... nu...nunca conheci outro como eu. Eu também nunca sai da vila antes, Princesa. — Disse menino em tom de decepção.

— Por favor, me chame de Bonnie. Ou, me chame de Jujuba, é como a maioria dos amigos me chamam.

— Jujuba, seu cabelo parece chiclete de morango. — Apontou o menino que disfarçando ter reparado nas belas feições da princesa.

— Não é o primeiro que diz isso. Sou uma elemental da Terra, nosso povo compartilha a essência doce dos frutos que dela crescem. Escute, Finn, gostaria de sair um pouco? Quem sabe conhecer o meu reino? Tem algo que eu quero muito te mostrar.

— Eu adoraria. — Aceitou o garoto imediatamente animando-se.

Assim, o bravo menino humano caminhou ao lado de Bonnibel atravessando os belos e bem decorados corredores de seu castelo até chegar nas ruas da pequena cidade que circulava o castelo Real. Seu povo pacifico esbanjava um carisma sem igual. Todos eram persistentemente bem-educados e simpáticos. Finn notou a presença de muitas panificadoras e padarias, sempre fornecendo doces e guloseimas que se equiparavam aos diversos rumores que o jovem ouvira falar daquele reino. Não é à toa que o apelidaram de “Reino Doce”, era a sua maior especialidade no comercio, graças a forte conexão que os cidadãos tinham com todos os frutos e comidas adocicadas vindas Terra. Era como se eles fossem feitos disso e de fato, eles eram.

Depois de trinta minutos conhecendo a cidade, Bonnibel levou o jovem Finn até um pequeno museu montado por ela mesma um tempo atrás. O lugar era infestado de relíquias antigas de uma Era em que humanos reinavam. Ali havia partes de suas engenhocas, dispositivos e ferramentas que os tais usavam em seu dia a dia, muitos deles não se sabia mais o que faziam ou a razão de existir. Havia também fotos e filmes desbotados e desgastados daquela era, mostrando sua cidade e aqueles que ali viviam. Tudo aquilo abriu a mente do jovem Finn ao deparar-se com sua própria cultura, da cultura seu próprio povo que nunca conheceu. O garoto sempre sentiu-se deslocado vivendo entre os cães apesar de terem o criado como um deles. No entanto, não importava o quão respeito e carinho o garoto tinha deles, a tal sensação nunca desaparecia. Agora, contudo, ele sentia que pertencia a algum lugar.

Vendo o olhar entusiástico do garoto, a princesa aproximou-se dele, colocou uma de suas mãos em sua cabeça e lhe deu sorriso gentil. Depois, esclareceu-se.

— Faz mil anos desde que o mundo foi assolado por uma guerra que levou a extinção da humanidade, ou era que se acreditava. — Disse a Princesa. — Finn, meu bravo jovem. Você está sozinho nesse mundo, mas quero que saiba quem você é, saiba da grandeza que lhe carrega em seu sangue. Sou admiradora da humanidade, passei anos apreciando o que humanos construíram. Sua tecnologia, sua história, sua ciência, medicina, entretenimento, tudo. Passei toda a minha vida lendo e pesquisando todo o conhecimento construído pelo seu povo que pude encontrar. Agora, sinto que é minha obrigação passar todo esse conhecimento a você.

— O que quer dizer, Princesa? — Perguntou Finn.

— Finn, se me permitir, eu gostaria muito de ser a sua tutora.

O garoto ficou em silencio por alguns segundo pensando. —  O que seria uma “tutora’?

— É como uma professora, que te ensina coisas. Mas, também pode ser como alguém que te protege, cuida de você.

— Como uma mãe?

— Eu não diria bem uma mãe... eu gosto mais de pensar como uma irmã mais velha.

— E o que você vai me ensinar, Princesa?

— Tudo. Ciência, Geografia, História, Línguas, Matemática.

— Matemática? Eu sou melhor em matemática. Eu sei toda tabuada de cabeça. Matemático! — Gritou de empolgação o garoto. Logo, a Princesa de cabelos rosados percebeu que se tratava de alguém não guardava angustias no coração.

— Ah é? Vamos ver... quanto é 5x4?

— Essa fácil. É 9.

A Princesa ficou sem graça ao ver jovem errar tão veio uma multiplicação simples e decidiu mudar de assunto.

— Vamos dar um jeito nisso depois....

De repente, as luzes do museu se apagam e atmosfera se torna fria e sombria. O jovem Finn institivamente colocou-se em frente da princesa para protegê-la de qualquer mal que estava a se aproximar.

— Ora, ora ora... o que temos aqui? — Disse uma voz que ecoou pelo museu. — Uma larvinha humana.

— Apareça seja quem for! — Disse o garoto. — Eu não tenho medo de você. Se fizer algum Princesa eu juro que...

— Jura o que? — Disse voz que surrou bem próximo de seus ouvidos.

O garoto se assustou recuando para trás. Logo, percebe-se que estavam ao lado de bela moça de cabelos longos negros como a noite, com uma pele pálida acinzentada e dentes caninos afiados escondidos sob seus belos lábios rosa-claro. Ela estava usando uma camisa listrada preta com listras vermelhas e uma calça jeans, além de carregar um instrumento musical nas costas que o jovem Finn nunca havia visto na vida.

— Você é um demônio! Meu pai falava de vocês. — Observou o garoto com uma expressão franzida.

— Vampira. —  Corrigiu ela. — Relaxa, parceirinho. Eu só estou brincando. Adoro assustar a as pessoas.

— Não se preocupe, Finn. Ela não vai me fazer mal. Essa é Lady Marceline, Rainha dos Vampiros ela é... — Bonnie congelou um instante para definir uma termo adequado. — ...ela é a minha amiga.

— Amiga? — Disse antes de rir. — Quem dera amigos fizessem a “bagunça” como aqui fizemos no seu quarto duas noites atrás.

— Foi só uma noite e não deveríamos estar falando “disso” na frente de um menino de doze anos! — Repreendeu a Princesa.

— Deixa ele. Eu soube que ele matou um urso-demônio, não vai ser o nosso “casinho” que vai abalar ele a inocência dele.

— Por que você está aqui, Marceline? Você nem gosta desse lugar. — Insistiu a Princesa.

— Eu soube do garoto humano e quis confirmar com meus próprios olhos. Afinal, eu sou uma das poucas pessoas de Ooo que viveu na Era humana.

 — Você viveu na Era Humana? Não brinca?! — Gritou Finn. — Isso quer dizer que você tem uns... 1, 2, 3...

— Mil. — Completou a Princesa percebendo que teria um longo trabalho pela frente educando aquele garoto.

— Mil anos!

— Uns dos benefícios de eu ser uma vampira, queridinho. Mas, quer saber a melhor parte da Era Humana? Foi a Era dos Heróis!

— Era dos Heróis? — Perguntou Finn.

— Foi uma Era que antecedeu a Guerra que levou o fim dos humanos. Foi uma Era em que seres humanos poderosos protegiam a Terra contra forças dos mal. Alguns empunhavam espadas poderosas, outros voavam soltavam raios dos olhos e outros pilotavam homens de metal gigantes e desciam a porrada nos vilões que vinham do espaço. Eles representavam o melhor da humanidade, tanto de coração quanto de poder. Chega mais garoto que posso de contar muito mais sobre isso que a rosinha ai.  

A Princesa, com um pouco de inveja e um tanto desconfiada, cruzou os braços e fingiu não estar interessada no assunto. Mas, na verdade, estava tão interessada quanto o jovem Finn, mas não aceitava a ideia de que Marceline sabia mais sobre os humanos do que ela.

— Heróis existiam?! Você viu algum deles?! Como eles eram? — Empolgou-se o garoto novamente.

— Não só existiam, como eu fui salva por um deles, pouco depois do mundo explodir. Cheguei a ver uns de longe. Lembro de ver um trio de guerreiras sobrevoando os céus deixando um rastro colorido.

— Isso é demais! Ainda existem heróis hoje em dia?

— Humanos, não. — Marceline especificou. — Teve um herói famoso chamado de Billy que surgiu um tempo atrás. Mas, não se tem mais notícias dele faz algum tempo. No geral, heróis não existem mais assim como os humanos no mundo. Uma pena. Os heróis eram a única coisa boa dos humanos que só sabiam se autodestruir, não é à toa que eles se fu...

— Marceline! — Repreendeu a Princesa vendo a indelicadeza e o palavreado da vampira em relação aos sentimentos do rapaz.

O jovem Finn não se ofendeu, mas ficou reflexivo. Ele andou até uma quadro próximo que possuía várias colagens de fotografias das cidades dos humanos, e, então, as encarnou pensativo. O garoto olhou aquelas pessoas nas fotos, as casas gigantes que alcançavam os seus e imaginou-se estar ali e ser um desses heróis humanos que protegiam a Terra das forças do mal. Se seres como os dessas histórias existissem, talvez seus pais ainda estivessem vivos. Será que ele poderia um dia se torna um deles? Era o que seus ancestrais faziam, não era? Se ele fosse, será que ele poderia assegurar que o que ouve com sua família nunca se repetisse com mais ninguém? Ele cerrou punhos e ficou de cabeça de baixa.

— Princesa...

— O que foi, Finn? — Perguntou a Princesa que notou um disfarçado olhar de angustia do rapaz que ainda não demonstrava. Apesar de esconder de baixo do sorriso, o garoto ainda estava sofrendo pela perda.

— Eu posso me tornar um herói?

— Você já é um herói. — Respondeu ela. — Você derrotou aquele monstro sozinho e salvou as pessoas daquela vila.

— Eu falo um herói como as que Marceline via a mil anos. Eu quero ser capaz de ser forte o suficiente para que ninguém mais sofra. Eu quero ajudar os outros pra todo mundo ser feliz, você pode tornar um desses heróis, Princesa? Você disse seria a minha tutora, pode me ensinar a ser um herói?

A Princesa Bonnibel sorriu ao ver pureza daquele garoto apesar de sua preocupação. Ela não gostaria que ele fosse para esse caminho, mas também estava ciente de que era inventável.

— Eu não sei como torna-lo um herói. Sou uma princesa e tenho deveres demais para ser uma heroína. Mas, posso te ajudar a crescer para um dia se tornar um. Essa é minha promessa a você.

— OWN! É muito fofa essa conversa de vocês, chega até me dar nojo. — Resmungou a Vampira rompendo o clima triste que se formou.

Marceline colocou a mãos sobre os ombros do jovem Finn e começou a motiva-lo.

— Escuta, guri, a Marcy sabe o que fala. Você tem potencial pra ser um herói, talvez um “novo Billy” só que baixinho, rosinha e loiro. Mas, tem muito que aprender ainda. Tem que estudar, crescer, arranjar umas armas, uns parceiros e quem sabe meter uns músculos nesses seus bracinhos de macarrão. Por enquanto, enquanto você ainda não tem pelos nessa sovaco, vamos focar nos estudos, OK?

— Você vai me ajudar também, Marcy? — Perguntou Finn entusiasmado.

— Eu? Esse papo de nerd mãezona é com a Bunnie. Mas, se você for um bom aluno pra Bonnie e realmente aprender matemática direito. Eu te levo até o onde Billy está escondido, ai quem sabe ele te treina e você se tornará um novo maioral.

— Você sabe onde ele tá?! — Gritou animado.

— Sei, mas é um segredo. — Mentiu a vampira. — Prometo que te levo a ele quando tiver idade suficiente. Mas, você tem que ser um bom aluno pra Bonnie, senão nada feito. 

—  Eu vou ser um herói! YEAH!! — Berrou o garoto de empolgação.

E assim o Jovem Finn saiu correndo pelas ruas do reino animado e empolgado com seu futuro. Deixando as duas moças felizes apesar de confusas.

— Esse garoto é um figura. — Elogiou Marceline. — Ele tem um enorme coração e força de vontade apesar de ser meio bobo e cabeça dura. Ainda bem que eu não sou tutora dele. — Ironizou.

O sarcasmo da garota vampira não enganava a princesa que olhou para sua colega com um olhar maliciosa.

— Você não me engana. Eu sei que você está tentando dar esperanças a ele, assim como eu.

— Por que acha que eu me importo? — Perguntou.

— Porque você já foi uma criança sem pai e mãe por perto e que sobreviveu com ajuda de um tutor que te deu esperança.

As expressões sarcásticas de Marcy se transformaram em um olhar cabisbaixo.

— Isso foi... a muito tempo e não tem nada a ver com isso. — Ela negou.

— Mesmo assim, você se identifica com ele. Você não veio aqui só pra ver ele, queria anima-lo um pouco depois de tudo o que ele passou, mesmo que do seu jeito estranho de fazer isso. Vamos, admita!

— Eu....

— Qual é? Você não vai perder os status de Bad Girl se admitir que tem um coração.

Bonnie pegou nas mãos de Marcy e lhe deu um olhar sorridente e revigorante que atingiu como raio no coração da  a vampira, fazendo-a corar e ficar tímida.

— Olha, isso tá meio estranho, Jujuba! — Falou Nervosa.

Bonnie imediatamente percebe o clima estranho e tenta disfarçar.

— Desculpa. Acho que fui meio persistente demais. — Disfarçou a Princesa. — Se não quiser admitir, não forçarei.

— Não foi nada. Eu... eu éeee — gaguejou de vergonha. — É melhor eu ir indo.

— Tudo bem. — Disse a Princesa também meio envergonhada.

— Só uma coisa, rosinha.

— O que foi? — Perguntou a Princesa esperando uma resposta diferente da que veio.

— Ele... tem sorte de ter você. Você será uma ótima professora pra ele. — Declarou com um sorrindo amigável para a Princesa.

Bonnie apenas respondeu sorrindo de volta para Marcy que desapareceu nas sombras em seguida, como os vampiros costumam. Jovem de cabelos rosados saiu do museu e viu seu novo pupilo ainda gritando de empolgação causando incomoda a alguns moradores e ela deu-se conta do trabalho que teria pela frente. Contudo, não importava quão difícil fosse, não o abandoaria nunca. Estava determinada em ajudar essa criança a ser herói que cobiçava ser..


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Notas finais do capítulo

[ Dicionário de Referencias e Easter Eggs e Curiosidades]
1) Eu quis dar um toque mitológico para história, por isso eu reimaginei o povo doce sendo algo como “elfos” com partes de comida.
2) Assim como no desenho, Jujuba é uma cientista. Nesse versão, é uma entusiasta da cultura humana.
3) Assim como no desenho, Finn tem uma “quedinha” pela Jujuba, mas aqui não é algo que vá se explorado. É mais só um crush de criança mesmo. Pretendo que Jujuba tenha um papel mais de mentora ou de “irmã mais velha” do que um interesse amoroso a ser salvo.
4) Finn grita um de seus bordões do desenho “Matemático” e assim como no desenho ele é péssimo em matemática.
5) O instrumento que Marceline que usa nas costas é o seu baixo-machaco
6) Os Personagens que Marcenline descreve são o Samurai Jack, As meninas Superpoderosas e Megas Xlr.
7) Billy é um herói idoso na qual Finn tem uma grande admiração no desenho.
8) Jujuba e Marceline estão no inicio de seu relacionamento, ainda não estão namorando, mas claramente se gostam.
9) Quando Finn diz “Eu quero ajudar todo mundo para todo mundo ser feliz” é baseado na fala que Finn diz no episódio “Memories of Boom Boom Mountain” (Temporada 1, EP10)



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