Nos últimos 26 dias minha tentativa de falar com Phil Dwyer haviam sido frustradas devido a série de jogos do Jacksonville Jaguars, mas Renee e eu sabíamos que aquilo era uma tentativa de fuga de Phil, segundo Renee ele estava sofrendo tanto quanto a filha.

Eu havia conseguido me livrar de Rachel por algumas horas e partido em fuga de Forks para Florida, e mesmo não fazendo a menor ideia de como convenceria Phil precisava tentar e não retornaria a Forks sem convence-lo do quanto estava errado.

O sol começava a se por quando estacionei a velha moto no  1 TIAA Bank Field Dr, Jacksonville, FL 32202, deixando o capacete sobre ela e caminhei na direção do portão leste, apesar de esperançoso eu não tinha nenhum plano em mente então teria que contar com um pouco de sorte

Me aproximei de Renée que conforme o combinado me esperava próximo ao portão – Querido! Murmurou ela me dando um abraço carinhoso e eu retribui ao gesto – Achei que não fosse conseguir fugir faltando dois dias para o casamento – completou ela enquanto afastávamos nossos corpos.

— Tenho meus meios – respondi dando um tímido sorriso – Acha que consegue convencê-lo a falar comigo? Perguntei enquanto entravamos no estádio.

— Não se preocupe – Renée sorriu – Phil não é tão irredutível quando se trata de Nessie.

Franzi o cenho e continuei a caminhar – Eu o entendo, eu ainda não sou pai mas um dia serei e acredito que não me sentirei confortável quando minha filha fizer escolhas.

Renée sorriu e tocou meu ombro em um gesto carinhoso – Você é bom rapaz.

Nós continuamos nossa conversa pelos corredores e finalmente pegamos a escada para o campo, antes mesmo de passarmos pela porta eu podia ouvir os gritos de Phil e o som das vozes dos jogadores.

— Senhora Dwyer – o assistente murmurou nos encontrando na arquibancada – O treinador pediu para que não fosse interrompido.

Renée suspirou com um semblante de insatisfação – Diga ao treinador que precisamos conversar com ele.

— Senhora Dwyer – o rapaz insistiu inconformado.

— Pare de repetir meu nome e dê o recado – Renée falou em um tom mais rude

O rapaz olhou para mim e suspirou descendo os poucos degraus de forma apressada, Renée e eu nos aproximamos e paramos próximo ao banco de jogadores reservas, os olhos de Phil se direcionaram para nós e ele cochichou algo no ouvido do assistente que retornou vindo novamente ao nosso encontro.

—Eu sinto muito senhora Dwyer, mas o treinador disse que para falar com ele terão que entrar em campo.

— Mas o que? Renée reclamou desapontada.

Olhei para o lado e havia algumas caixas com uniformes, Phil Dwyer sem sombra de duvidas não facilitaria as coisas para mim portanto eu jogaria o jogo dele – Aqueles uniformes de quem são? Perguntei caminhando até a caixa.

—Jacob o que pretende fazer? Perguntou Renée

— São uniformes reservas – respondeu o rapaz

—Jacob o que vai fazer? Perguntou Renée

Peguei o capacete e um Shoulder pad que apesar de ser no tamanho extra grande ficou um pouco pequeno e após vestir o uniforme caminhei até o gramado.

—Treinador Dwyer – gritei ao pisar no gramado.

Phil Dwyer sorriu cruzando os braços – Você só pode está brincando comigo.

— Acabo de entrar em campo, poderia me dar um minuto seu?

Phil me encarou por alguns segundos e olhou para a esposa antes de retornar seu olhar na minha direção – Você quer conversar comigo? Muito bem George – Ele murmurou sinalizando para um dos garotos do time, percebi pela altura que era o maior deles.

— Phil você não vai fazer isso! Renée falou em um tom de preocupação.

— O máximo que pode acontecer é um casamento com o noivo em uma cadeira de rodas – Phil respondeu em um tom de divertimento, baixei a cabeça e sorri timidamente.

— Jacob se você se machucar- Renée olhou para Phil e seu semblante se tornou fechado – Ela não vai perdoar vocês dois.

— Não se preocupe Renée eu não pretendo me machucar – Falei caminhando até o centro me colocando na linha de bloqueadores.

O garoto caminhou lentamente e me encarou dando um tímido sorriso por debaixo do capacete – Nos últimos 55 jogos nenhum jogador passou por mim – Ele sussurrou confiante.

— Que bom que não sou um jogador, você irá manter sua invencibilidade.

Phil se aproximou lentamente e curvou seu corpo olhando para nós dois – conhecem as regras, George você terá que impedir o meu novo Halfback de pontuar, Jacob faça 6 pontos e nós saímos desse gramado direto para um avião rumo a Forks.

Dei um sorriso largo – Espero que suas malas estejam prontas.

Curvei meu corpo segurando a bola presa ao chão com uma das mãos, era lógico que eu passaria pelo garoto sem dificuldade alguma, mas precisava ter cuidado com a quantidade de força que eu usaria, eu não podia machucar um humano e muito menos chamar a atenção, o som do apito do treinador ecoou pelo espaço vazio e eu avancei derrubando o garoto sem nenhuma dificuldade me direcionando até a linha de pontuação.

A confusão tomou conta do rosto de todos que estavam presentes, enquanto os jogadores trocavam olhares entre eles incrédulos eu caminhei novamente até a linha central me aproximando do garoto deitado no chão.

— Você está bem? Perguntei estendendo a mão para ele, o garoto concordou com a cabeça segurando minha mão e o ajudei a levantar, totalmente confuso ele cambaleou pelo gramado ajudado pelo assistente.

—Isso é impossível – Phil murmurou incrédulo – Você já pensou em jogar futebol criança?

— Não eu prefiro montar carros – Sussurrei parando a frente dele.

— O que fez aqui foi incrível, posso usar como teste e você entra no time profissional.

— Sua proposta é tentadora treinador, mas eu tenho outros planos, um casamento, tocar os negócios, uma família.

Phil sorriu – Você está disposto a fazer qualquer coisa por ela não é mesmo?

Tirei o capacete jogando no chão e passei ao lado dele – Encontro o senhor no avião.