Sol da meia-noite: Midnight Sun escrita por Alina Black


Capítulo 47
(T3) Jake - Sóbrio




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799389/chapter/47

— Como assim você foi até Jacksonville e não conversou com ela? Perguntou Quil enquanto eu rolava para baixo do veiculo deitado no carrinho, eu estava decidido a aceitar viver sem Renesmee em minha vida mesmo que a cada segundo a dor me atormentasse, demorou alguns segundos para Quil perceber pelo meu silêncio que eu não queria conversar, ao menos não sobre ela e decidi não insistir mais em fazer perguntas – Eu te entendo cara, se fosse eu no seu lugar eu acho que não faria diferente – ele falou se afastando do veiculo.

Suspirei e peguei a chave de fenda tentando me concentrar na peça do veiculo, enquanto eu removia cada peça meus pensamentos se perderam em Renesmee, sorri timidamente ao lembrar a sua imagem de uniforme na estrada do colégio, naquele instante eu senti que a dor aliviou vê-la sorrir era como um anestésico, eu precisava dela para que toda aquela dor diminuísse, para continuar a viver.

Quando eu sai debaixo do veiculo estava anoitecendo, Quil, Paul e Embry estavam encostados próximo a porta do galpão, as ferramentas estavam organizadas – Vocês ainda estão aqui- murmurei pegando uma flanela e limpando as mãos.

—Jake, ainda somos seus amigos, mesmo que agora existam dois alfas – Disse Paul –Você ainda é nosso irmão.

— Ainda estamos com você – Embry completou.

Eu assenti – Estou bem, vamos trabalhar.

— Mesmo? Insistiu Quil.

— Obrigado – Agradeci- Podem ir eu fecho tudo.

Os garotos concordaram com a cabeça – e saíram.

Não havia parado para pensar sobre o fato de não fazer mais parte da matilha de Sam, não tinha interesse algum em me tornar alfa, mas inexplicavelmente Leah e Seth também haviam se tornado desertores e se unido a mim, isso não tinha a menor importância, nada disso fazia sentindo algum sem Renesmee na minha vida.

Após checar tudo no galpão eu peguei a estrada de volta para La Push, mas não tinha interesse em ir para reserva, voltar para casa tornava as lembranças ainda mais dolorosas, depois de duas horas de estrada eu estacionei diante da taverna onde os pescadores sempre se reuniam durante a madrugada.

Entrei no local e não havia nada de diferente da ultima vez que eu havia estado ali, os mesmos senhores jogando uma partida de bilhar, no fundo uma mesa com jogos de cartas, alguns homens embriagados nas mesas, suspirei e caminhei ignorando os olhares deles mas respondi por educação.

— Hey Black como está o velho Billy?

— Avise ao velho Billy para não esquecer dos amigos.

—Você cresceu garoto.

Dei um tímido sorriso e assenti me aproximando do balcão e sentei em um dos bancos – Jacob, a quanto tempo.

— Hey senhor Parker, quero o que tiver de mais forte para beber – Falei apoiando ambos os cotovelos no balcão,

O senhor Parker concordou dando as costas e em seguida retornou com uma garrafa e um copo – Essa é de 1890, nunca ninguém conseguiu tomar a garrafa toda, geralmente perder a sobriedade antes da metade – ele explicou enchendo meu copo.

Peguei o copo e entornei de uma única vez – Espero que funcione- murmurei deixando o copo sobre o balcão e o enchi novamente.

O senhor Parker ergueu as sobrancelhas – Vai com calma rapaz.

Dei um tímido sorriso e peguei o copo mais uma vez porém não tomei toda a bebida, meus pensamentos se perderam em Renesmee nas lembranças de nossos momentos juntos.

Eu desejei que a bebida fizesse realmente o efeito que o senhor Parker disse que faria, mas quando percebi que já havia tomado a garrafa toda sem nenhuma mudança significativa em meu estado de sobriedade, eu sabia que não faria, os garotos e eu havíamos descoberto que nosso organismo era imune a efeito alcoólico quando bebemos mais de cem garrafas de cerveja e não aconteceu nada além de idas ao banheiro durante toda a noite.

— Vai com calma garotão!

A voz feminina chamou minha atenção, olhei para o lado e a garota magra de longas madeixas negras puxou o banco ao lado do meu e se sentou – A quanto tempo Jacob.

Franzi as sobrancelhas – Eu conheço você?

Ela sorriu – Esqueceu rápido que você me jogava areia na praia.

Dei um tímido sorriso e em seguida meu semblante se tornou surpreso – Sofia? Sofia Parker?

Ela deu um sorriso largo – Eu mudei tanto assim?

Sorri timidamente e tomei o restante da bebida – Um pouco – Murmurei acenando para o Parker.

— Então o que faz por aqui? Ela se levantou dando a volta para o outro lado do balcão – Além de vir terminar com o estoque de bebidas antigas do meu pai?

A observei dar as costas e pegar mais uma garrafa e por sobre o balcão – Tem momentos em que um homem só precisa de uma garrafa e suas lembranças – respondi abrindo a garrafa e dei um gole na bebida.

Sofia sorriu – Eu estive fora nos últimos anos, mas quando retornei fiquei sabendo do seu quase casamento, seria essa a razão da tentativa de embriagues?

Dei um sorriso e sacudi a cabeça – Parece que as noticias correm rápido – Falei me levantando com a garrafa na mão e fingi estar meio bêbado se eu mostrasse que a bebida não estava fazendo efeito algum conseguiria no mínimo a desconfiança de todos e isso poderia trazer problemas para Billy – Boa noite senhorita Parker – dei as costas e cambaleei para os lados, tinha que admitir que eu era ótimo nisso.

Eu agradeci pela garota não ser insistente, além disso agora eu entendia quando Quil dizia não enxergar outras garotas quando insistíamos para ele arrumar uma namorada, ele dizia a verdade ao falar que os rosto das outras garotas pareciam embaçados, era assim que eu via o rosto de Sofia, apenas uma mancha borrada porque meus olhos assim como tudo em mim pertencia somente a ela, a minha Renesmee.

Sai do bar e tomei o restante da bebida então subi na moto e finalmente fui para casa, já era madrugada quando larguei a moto na porta da garagem e dei a volta pela casa, olhei para o local vazio e enquanto caminhava até a porta lembrei sobre Renesmee desejar que ali tivesse um jardim.

— Rosas brancas, paredes lilás – murmurei rindo e entrei em casa.

Minha casa nunca pareceu tão grande e solitária como parecia agora, tirei os sapatos e a camisa largando pelo chão e fui para o quarto, me joguei na cama e fechei os olhos, pensar nela era tudo o que eu precisava, me entregar as lembranças e aos poucos momentos que tínhamos tido juntos.

Após três dias sem dormir o cansaço finalmente conseguiu me vencer, meus olhos pesaram e a noite caiu sobre minha mente, veio apenas a escuridão e a calmaria, um vazio infinito dentro da minha mente.

“Jake”

Um murmuro longe ecoou.

“Jake”

Meus olhos se moveram e eu os abri com dificuldade – Ness — eu murmurei não acreditando que ela estava diante de mim – Você é real?

Ela sorriu e sua mão pequena e macia tocou meu rosto — Eu sempre estarei com você Jake.

Balancei a cabeça de forma negativa – Você não pode ser real.

— O que você quer que eu seja? Ela perguntou encostando a cabeça em meu peito.

Apenas a minha Nessie- sussurrei beijando seus cabelos.

— Eu sempre serei sua Nessie.- Ela respondeu se aconchegando em meus braços enquanto eu me deitava na cama deixando o corpo dela sobre o meu.

Fechei novamente os olhos e sorri, e mais uma vez a escuridão caiu sobre mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sol da meia-noite: Midnight Sun" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.