Sol da meia-noite: Midnight Sun escrita por Alina Black


Capítulo 28
(T2 Nessie)- Constelações




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Nos três dias seguintes em que fiquei com Jacob nós fomos para sua oficina, o que fez eu me sentir mais livre, faltavam poucos dias para as férias terminarem e eu estava apreensiva, eles não haviam visto Victoria fazia alguns dias e aquele desaparecimento deixava uma grande interrogação na mente de todos, inclusive na minha.

Por outro lado tinha Riley, eu ainda estava mantendo em segredo as mensagens dele e sempre ficava atenta as conversas de Bella e Edward tentando colher alguma informação importante, mas eles em nenhum momento falaram sobre ele.

Eles estavam demorando demais e eu não conseguiria ficar em Forks por mais tempo não sem que Phil pegasse o jatinho dos Jaguars e viesse me buscar para me levar a força para casa, eu me sentia dentro de um pesadelo que parecia não tem fim.

Jacob havia marcado um programa diferente para aquela tarde, eu esperava encostada na entrada do galpão atualizando minhas mensagens, mesmo eu não indo ao encontro que Riley havia marcado eu não havia recebido nenhuma mensagem dele, eu não podia ir encontrar um vampiro escondida sem nenhuma garantia de que estaria segura, não havia perdido totalmente o juízo.

Enquanto respondia a mensagem de Bey as mensagens de Riley atualizaram, eu olhei para os lados me certificando de que ele não estava me observando porque era muita coincidência ele enviar uma mensagem naquele momento, olhei para Jacob ele ainda tinha a atenção no carro que Quil consertava e li a mensagem.

— Você me deu um bolo.

— Não me deu motivos reais para que eu me arriscasse tanto.

— Não confia em mim?

Eu sorri ao ler aquela pergunta, a resposta era obvia demais.

— Mas é claro que não confio.

— Darei a você o que precisa para que possa confiar.

Eu me preparava para confrontá-lo mas a voz de Jacob me fez largar o celular no bolso da calça – Já podemos ir – disse ele em um tom de entusiasmo passando ao meu lado, curiosa eu apenas o segui.

— Vamos para sua casa? Perguntei enquanto ele colocava o capacete em minha cabeça.

Jake negou com a cabeça – Eu te prometi uma coisa, você esqueceu?

Minhas sobrancelhas se uniram em minha testa – Você me fez muitas promessas nos últimos dias – Respondi subindo na moto.

—É verdade – ele respondeu pisando na embreagem – Espero que esteja preparada para isso.

— com certeza eu estarei – sussurrei apertando os braços em volta da cintura dele.

A moto correu em alta velocidade pela estrada até La Push, e sorri largamente quando vi que ele estava pegando a rua para única linha fina na direção dos penhascos.

— Eu não acredito- falei em um tom alto e Jake diminuiu a velocidade da moto.

Meu sorriso se alargou quando ventou começou  a me tocar e parecia que as nuvens estavam mais próximas do chão, Jake parou a moto e encostou em uma grande arvore e em seguida me ajudou a tirar o capacete logo seguimos por um caminho de terra que levava ao precipício de pedra.

— O que acha? Jacob murmurou olhando para o oceano, mas nós não estávamos no topo mais alto, ele havia escolhido o menor, ele tirou a camiseta, mas ficou de calça e em seguida tirou as botas que usava enquanto isso eu olhava para ele com uma cara de idiota – Não me diga que está com medo?

Movi meus lábios, eu precisava para de babar sempre que Jacob Black ficava mais a “vontade” – Ah, bom é claro que não, só que eu não vou tirar a minha roupa.

Ele riu juntando a sua peça de roupa do chão e colocou debaixo da árvore – Eu imaginei, por isso tirei a minha camisa, vai ter algo para aquecer você, além de mim – Explicou estendendo a mão para mim – Vamos?

Olhei para a mão dele e ele deu um sorriso maroto, eu também sorri tirando minhas botas e segurei a mão dele então caminhamos parando na beira do precipício, por alguns segundos ficamos em silêncio, virei meu rosto e olhei pra Jacob e ele tinha seus olhos no espaço vazio á nossa frente. Meus pés seguiram em frente cegamente, acariciando a margem da pedra quando a encontraram- Certo – murmurei e  respirei fundo segurando a respiração – Ao seu comando.

Jacob apertou minha mão – no três – murmurou ele – 1,2 e3.

Nós pulamos juntos.

Eu gritei enquanto caia no espaço como um meteoro, mas era um grito de excitação, não de medo, Jacob também gritou. O vento resistiu, tentando inutilmente lutar contra a invencível gravidade, se empurrando contra mim e me girando em espirais como um foguete caindo na terra.

Abri os olhos e Jacob olhou para  enquanto mergulhava-mos mais fundo na água negra congelante, apesar do frio eu não tive nenhum momento de terror , só pura adrenalina, aquela queda não havia sido nem um pouco assustadora. Onde estava o desafio?

— Uoww – Jacob gritou quando emergimos juntos mas a expressão dele mudou quando percebeu as ondas estavam brigando comigo, me jogando pra frente pra trás, como se estivessem determinadas a se juntarem pra me partir ao meio, ele mergulhou e quando percebi ele estava a minha frente me puxando para o corpo dele – Vai chover é mais seguro sair – Explicou ele, eu apenas concordei com os lábios trêmulos, então ele nadou comigo em suas costas até a praia – Eu já volto – disse ele me deixando sentada a beira da praia antes de sair correndo.

Sozinha eu olhei para a imensidão do mar agitado pelo forte vento, senti uma tranquilidade que nunca havia sentido antes, não sei ao certo por quantos minutos meus pensamentos se perderam naquele infinito, mas eu retornei a terra quando ouvi a voz de Jacob – Melhor você vestir – Disse ele me entregando a camiseta dele.

— Obrigada – Respondi pegando a camiseta das suas mãos e me levantei, minhas roupas estavam molhadas então de nada adiantaria eu vestir por cima delas – Se importa se ficar de costas?

Jacob assentiu ficando de costas para mim.

Olhei para os lados e não havia ninguém além de nós dois, me senti segura para tirar a roupa molhada e vestir a camisa dele que ficou abaixo dos meus joelhos – Já pode olhar – falei juntando as roupas do chão.

Ele riu – Você está linda.

Fiz uma careta – Eu não estou não.

— Eu só estou cumprindo minhas promessas Ness – Ele falou me puxando contra o peito dele, apesar de não gostar daquelas atitudes eu estava com frio demais e acabei cedendo, Jacob era tão quente, pousei as mãos no peitoral duro e definido dele e ele se sentou a beira da praia me deixando mais aconchegada, ergui os olhos e ele olhava para o mar.

— Você gosta? Murmurei com a voz trêmula.

Os olhos dele se baixaram na direção do meu rosto – Do que?

— De olhar o mar.

Um sorriso se formou nos lábios dele – Hoje está diferente, tudo está mais bonito – voltou a olhar para o mar – Porque você está aqui.

Fiquei sem palavras, não era a primeira vez que ele falava coisas daquele tipo, mas eu sempre sentia como se fosse errado, nossos últimos dias juntos com certeza havia nos deixado muito mais próximos, e ficamos ali em silêncio olhando a noite cair.

Já havia anoitecido e continuávamos na praia, Jake estava deitando com as costas sobre a areia e eu estava com as costas em seu peito, desde o cair da noite nós conversávamos sobre muitas coisas e naquele momento o assunto era estrelas.

— Aquela parece a constelação de Órion- Explicou ele como se formasse um desenho com os dedos – Você conhece a história?

— Da deusa Artêmis?

Ele riu – Achei que só curtisse mangás, tipo os do Vegeta.

Sorri timidamente, talvez eu tivesse agido errado naquele dia – Bom eu gosto de animes.

— Orion era o filho de Poseidon – Jacob Explicou – Ele herdou do deus grego do mar a habilidade de andar na água, após atravessar o mar até a ilha de Chios, onde atacou a filha do governante da ilha, Orion foi cegado como punição. Porém, depois foi curado por Helios, a personificação grega do sol, Orion tornou-se arrogante por suas grandes habilidades de caça e prometeu matar todas as criaturas do planeta. A Deusa da Terra, Gaia, respondeu enviando um escorpião gigante para destruí-lo. Na batalha que se seguiu, Orion foi morto e tanto ele como o escorpião foram colocados entre as estrelas.

Olhei para ele e ri – Parece que alguém aqui era bom em história na escola.

— Eu tive que decorar essa história pra não reprovar.

Eu gargalhei.

Ele também riu e novamente ficou em silêncio, mas minutos depois se levantou comigo sobre seu peito – É melhor irmos a temperatura está caindo.

Eu concordei e vesti o short jeans molhado mas ele não me deixou tirar a blusa dele, eu sabia que ele não estava com frio, ele era quente, Jacob passou um dos braços em volta dos meus ombros e caminhamos até a moto, logo partimos para a casa de Charlie.

A moto parou na frente da casa entre a viatura e a caminhonete de Bella, após eu descer Jacob encostou a moto em uma pequena mureta, eu peguei as botas ortopédicas que havia escondido no jardim e rimos enquanto ele me ajudava a colocar – Pronto – ele murmurou em meio aos risos.

—Obrigada – agradeci entregando o capacete a ele – O dia foi bom, você conseguiu me fazer esquecer desses pequenos detalhes.

— Vamos encerrar a noite – Ele falou com um sorriso me pegando nos braços e me deixou na porta, eu me abaixei pegando a chave debaixo do tapete, Bella havia deixado para quando eu chegasse assim caso eu chegasse tarde não acordaria Charlie que dormia na sala.

Enfiei a chave e após gira-la a porta se abriu, mas eu não entrei, olhei para Jacob e suspirei – Boa noite Jake.

A mão quente dele pousou em uma das minhas bochechas – Boa noite Ness – Ele respondeu me olhando novamente daquela forma, tão intensa, fiquei imóvel e apenas o encarei quando percebi que o corpo dele se curvava lentamente, eu pisquei e seu rosto estava próximo demais do meu, seu dedo acariciou minha bochecha, seu nariz roçou na lateral do meu e pude sentir o ar quente sair de sua boca antes dela tocar na minha, e então ele me beijou.

Seus lábios quentes e macios entreabriram os meus, me mantive imóvel e mesmo assustada eu não o rejeitei, eu retribui ao beijo despertando em seguida da grande loucura que eu estava fazendo e o empurrei.

— Você está maluco?

— Nessie, eu...

— Vai embora, isso não deveria ter acontecido – Falei entrando na casa e fechei a porta.

Agradeci por Charlie estar dormindo, roncando sobre o sofá e não ter ouvido meu ruído o que me deu liberdade de subir as escadas praticamente correndo, ao chegar ao corredor Bella saiu do banheiro, mas não falou nada, eu não a encarei corri para o quartod e Charlie e entrei trancando a porta.

Levei ambas as mãos ao lábio e fechei os olhos murmurando– Jacob me beijou.

Não, aquilo estava errado, ele era o Jacob o cara que estava noivo da minha irmã, não fazia nem um mês que tudo isso havia acontecido, talvez eu tivesse demonstrado que tinha outros tipos de sentimentos por ele, ou talvez ele tivesse por mim, balancei a cabeça em negação, mesmo que Bella já estivesse em outra, o que diabos eu era? O prêmio de consolação?

Me desfiz das roupas sujas de areia e coloquei o roupão indo para o banho, debaixo do chuveiro meus únicos pensamentos era o momento daquele beijo, a nossa tarde juntos, talvez toda aquela situação estivesse me deixando louca, me confundindo, eu conversaria com ele no dia seguinte e colocaria os “pingos nos is.”

Após o banho coloquei o pijama e peguei o celular, precisava dar noticias a Renée, me sentei na cama enxugando os cabelos e abri as mensagens do Celular, para minha surpresa havia uma de Riley.

— Você já olhou debaixo do travesseiro?

Larguei o aparelho ao meu lado sobre a cama e curvei meu corpo levantando os travesseiros, havia algo debaixo de um deles, curiosa peguei, era um pedaço de papel – Um bilhete – me senti confusa, Riley só podia estar brincando comigo e como ele havia estado em meu quarto?

Me levantei segurando o pedaço do papel com ambas as mãos e desfiz a dobra, era uma pequena carta, de imediato eu reconheci a letra, era de Jacob, eu sabia pois nos dias em que havia trabalhado com ele tinha o visto escrever diversas vezes listas de peças de carros.

Então finalmente eu li.

Bella...

Você sabe que existem promessas de todos os tipos, por isso sua ultima  pergunta me quebrou.Porque não posso cumprir o que prometi a você? Se eu prometi que jamais te magoaria? Porque é uma promessa impossível de ser cumprida. Porque não depende de eu querer. Depende de uma série de fatores que eu não controlo. Eu sei que  aquele não era um dia para se fugir, e eu fugi feito um covarde e continuo fugindo da minha péssima sorte pois por mais que minha mente diga que o que aconteceu foi azar, o lobo dentro de mim comemora porque ele vai contra todos os meus outros sentidos e diz que foi sorte. Mas como? Como te deixar em pedaços pode ser considerado sorte?

Eu achei que tinha o controle absoluto dos fatos, sonhei com o impossível justamente e te fiz sonhar comigo, como duas crianças, um sonho bom que pouco a pouco esta se perdendo no meu destino,  enquanto criávamos as cascas dos seguidos tombos, mas mesmo assim, mesmo sabendo que eu não poderia cumprir a promessa eu disse: prometo.

Eu desejo do fundo do meu coração que você junte os pedaços da destruição que eu causei em você, enquanto isso eu continuarei fugindo, não sei por quanto tempo, mas eu preciso ficar distante.

Mesmo que meu maior desejo seja estar perto dela.

Perto de Renesmee.


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