Amy Sandoval e o passado que retorna - TDA escrita por Mrs Belly


Capítulo 4
Capitulo 4




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— Obrigado por seu apoio e preocupação Antonieta! - ele a abraçou agradecido - mas mesmo que Victoria me queira longe, eu faço questão e vou lutar contra tudo e todos para estar perto de Amy. Ela não pode me tirar o direito que é meu de ser pai dessa criança! Lamento que ela pense dessa maneira sobre mim, mas o que realmente me importa agora é que nossa filha volte para casa.

— Eu quero que você conte com meu apoio para o que precisar, Heriberto! nem que seja para enfiar com minhas próprias mãos um pouco de realidade e de amor ao próximo na cabeça de Victoria. - eles riram com o que ela disse, Antonieta estava sendo uma amiga e compreensiva como ele esperava que Victoria fosse.

E enquanto isso, alguém os observava um pouco distante tendo planos para o futuro de todo mundo, alguém que queria desde muito tempo atrás ver Victoria e qualquer pessoa que tivesse relação com ela, morta e não muito de longe ela observava cada passo deles, olhou o filho que conversava com Antonieta e sentiu uma profunda raiva dele também como jamais pensou que pudesse sentir na vida. Heriberto a tinha "abandonado", deixando-a de lado para viver uma vida sem futuro ao lado de Victoria e isso sempre a motivou a querer vingança. Como ele foi capaz de trocar uma vida de classe e confortável para viver ao lado dela?

Por vezes Bernarda tentou se redimir pelas coisas que havia feito para separar os dois, mas apenas da boca para fora. A morte foi a saída que ela encontrou quando percebeu que já não tinha mais poder suficiente sobre a vida de Heriberto e fez questão de contar a ele a armação que planejou minuciosamente para destruir sua vida, ela fez isso porque é uma pessoa fria e incapaz de amar o próprio filho, fez e estava disposta a fazer tudo de novo para ver cada uma daquelas pessoas infeliz. Mas enquanto observava todo aquele movimento no hospital a alguns dias, Bernarda sentiu ainda mais ódio porque agora havia um problema, mais uma intrusa que ela teria que tirar de seu caminho, uma criança! Heriberto teve uma filha com aquela maldita mulher e ela não poderia aceitar mais isso! mais cedo ou mais tarde também acabaria com aquela bastarda, assim era como pensava.

Ela saiu dali disfarçada de enfermeira quando viu que Heriberto vinha em sua direção caminhando para um dos quartos da CTI. Bernarda se escondeu atrás de uma das paredes daquele corredor e ficou olhando por mais algum tempo até ver que Heriberto deixou o quarto e foi embora dali. Assim que percebeu que estava sozinha, ela decidiu entrar e quando viu a pequena menina deitada sobre a cama ainda com aparelhos ligados, fechou a porta e foi até bem perto dela sorrindo, mas não era um sorriso como o de uma avó que fica feliz ao conhecer a neta, mas sim um sorriso de desejo de vingança, ela não sentia nada nem mesmo compaixão por si mesma e Amy estava com certeza correndo um grande perigo!

— Então você é a pirralha filha daquela imunda! - Bernarda disse chegando bem próxima a criança e passando a mão no rostinho dela - está tão fraquinha, o que fizeram com você, hum? eu sou a sua vovó, sabia? - gargalhou alto se divertindo com aquela situação - mas é uma pena porque eu odeio a sua mãe, odeio seu pai aquele filho ingrato! e odeio você também, sua feinha! Que tal ir passear em um lugar bem longe daqui hein? - ela sorria e segurou a máscara de oxigênio que Amy usava, mas foi interrompida por uma enfermeira que entrou ali.

— Olá, eu vim medicar a menina. Aconteceu alguma coisa? - a enfermeira perguntou olhando Bernarda e se perguntando se ela era nova ali no hospital, nunca tinha visto aquela mulher e queria saber o que estava fazendo ali, já que apenas alguns médicos haviam sido designados a cuidar da paciente a pedido de Heriberto.

— Na... nada. está tudo bem, eu só vim dar uma olhada nela, é uma criança tão linda, não é mesmo? - Bernarda disfarçou pois não poderia ser pega agora que os seus planos estavam apenas prestes a começar e sem dizer mais nenhuma palavra, ela foi embora prometendo a si mesma voltar e acabar com a vida daquela garota, queria atingir o ponto mais frágil de Victoria.

Antonieta levou Victoria em casa depois de faze-la jurar que ficaria bem e que pensasse que logo todo aquele pesadelo que estava vivendo iria acabar, mas não era tão fácil e tampouco simples de acreditar. Em poucos dias a sua vida virou do avesso completamente e Victoria ainda estava tentando digerir tudo aquele caos. Ela entrou em casa e largou os sapatos pela sala, estava devastada e como se não fosse o bastante, ainda estava sozinha em seu apartamento porque até a empregada já havia ido embora.

Aquela casa se transformou em um lugar enorme, triste e vazio sem a presença e a alegria da pequena Amy por toda a parte. Victoria deu uns tantos passos e entrou no quarto sentando-se na cama onde sua filha dormia e chorou se agarrando ao travesseiro e ao inseparável ursinho de pelúcia que a menina levava para todo lugar.

— Você vai ficar bem meu amor, você vai voltar para casa e nós duas vamos viver em paz longe daqui! eu prometo! - ela dizia entre soluços doloridos como se falasse com a filha e assim adormeceu.

Dois dias depois logo bem cedo Victoria já estava no hospital ao lado de Antonieta que carregava o filho João nos braços ainda adormecido enquanto as duas aguardavam aflitas e ansiosas por noticias. Amy já estava bem melhor e já tinha ido para o quarto, respirava sozinha e a qualquer momento iria acordar podendo assim ter alta, essas foram as noticias que Heriberto e mais dois médicos responsáveis pelo caso haviam dado a elas, e não demorou muto para que ele retornasse com um largo e bonito sorriso nos lábios.

— Victoria, eu tenho boas noticias! - ele se aproximou a pegando de surpresa em um abraço que ela não foi capaz de recusar, estava exausta demais para isso. - A nossa filha acordou! Amy acordou e está bem! logo poderá ir embora!

— Graças a Deus, Heriberto! - Victoria sorriu na mesma hora se permitindo chorar de alegria e Antonieta foi até ela.

— Que felicidade amiga! finalmente vocês poderão ir para casa! - as duas se abraçaram quase esmagando João que ainda dormia e Heriberto se despediu.

— Bom, era isso que eu tinha a dizer, assim que ela tiver alta você poderá vê-la, Victoria.

— Obrigada por cuidar da minha filha, Heriberto! - ele deu um longo suspiro quando ouviu Victoria dizer aquele "minha filha", sentiu-se triste porque ela o estava excluindo de seu papel de pai, mas não falaria disso agora, apenas deu as costas e saiu para atender os demais pacientes que necessitavam de sua atenção, mas antes passaria no quarto da filha.

— Graças a Nossa Senhora de Guadalupe, Amy está melhor, Victoria. Mas e agora, o que você pretende fazer quando voltar para casa com ela? - Antonieta perguntou, as duas estavam sentadas na sala de espera e tomavam um café para tentar relaxar um pouco.

— Eu vou mudar a minha vida, Antonieta. Quero que minha filha cresça bem e feliz longe desse lugar. Sabe, a muito tempo desde que eu descobri que estava grávida, deveria ter ido embora daqui. - Victoria tomou um gole do café nutrindo esperanças de sair daquele pesadelo.

— Como assim Victoria? E Heriberto, o que você vai fazer?

— Na minha vida a muito tempo Heriberto deixou de existir. Confesso que por uns segundos pensei até que poderíamos voltar a ser felizes juntos, eu , ele e Amy, mas não! Não depois de eu quase perder minha filha. Reencontrá-lo me trouxe esperança mas ao mesmo tempo também me trouxe medo, amiga.

— Eu entendo Victoria, mas você também não pode ignorar o fato de Heriberto ser o pai dessa criança, Amy parece gostar da presença dele e agora que ela sabe que tem um pai e que ele está aqui, você não pode afastá-la assim dele de uma hora para outra! - Antonieta se sentiu perdida e não aprovaria em nenhuma hipótese aquela ideia.

— Eu sei bem o que vou fazer, Antonieta! Sei muito bem o que é melhor para a vida da minha filha e se afastá~la de Heriberto for o melhor para ela, eu vou fazer e ninguém vai me impedir... apenas aguarde e você verá! De agora em diante ninguém mais destrói a minha vida ou eu não me chamo Victoria Sandoval!

Estava decretado e aquela conversa terminou por ali mesmo. Antonieta não diria mais nada e nem estava disposta a debater sobre aquilo porque sabia que Victoria era teimosa e de nada adiantaria falar.

Elas esperaram por horas e Victoria já estava a ponto de ir atrás de Heriberto para saber o que estava acontecendo e o porquê não a chamavam logo para ver a sua menina. Ela foi até a recepção mesmo com Antonieta pedindo para que tivesse paciência - palavra que não fazia o menor sentido em seu vocabulário - quando sentiu a mão direita de Heriberto pesar sobre o seu ombro e ela sentiu seu corpo arrepiar-se com aquele simples contato nada sugestivo, ainda que negasse para si mesma, desde que voltaram a se ver, Victoria quando estava perto dele sentia todo o seu corpo responder pedindo com todas as forças por ele, mas era um absurdo pensar nisso. Victoria fechou os olhos e suspirou jogando todos aqueles sentimentos e pensamentos por terra quando virou-se de frente para olhá-lo nos olhos.

Lindo, forte, suado e cansado, assim se encontrava Heriberto quando saiu de uma difícil cirurgia e foi até Victoria depois de ir ao quarto ver a filha.

— Trago notícias de Amy. Ela está no quarto e você já pode ir vê-la.

— Ai finalmente, eu não aguento mais esperar! Vamos Antonieta! - Victoria chamou a amiga que falava com João. O pequeno não entendia muita coisa mas estava preocupado com a amiguinha, ele sempre era muito protetor com ela.

Heriberto as pediu que o seguissem pelos imensos corredores do hospital até chegarem ao quarto em que Amy estava, ele abriu a porta e deixou que Victoria entrasse primeiro e entrou depois seguido por Antonieta e João.

Uma forte emoção regada de muito amor e saudade invadiram aquele quarto hospitalar. Assim que pairou seus olhos cheios de lágrimas sobre a pequena filha, Victoria correu sentando-se na beira da cama vendo a filha ainda deitada ali. Amy deu um sorriso fraco e da maneira que pode ergueu seus bracinhos para alcançar a mãe, ela não entendeu nada e nem sabia onde estava, ainda era tão pequenina que tudo o que fez foi agarrar-se a Victoria com todo o amor que tinha. Ela chorou muito, assustada com aquela movimentação toda e Victoria a acolheu nos braços com cuidado e prometendo nunca mais a deixar sozinha.

Heriberto e Antonieta assistiam a cena sem dizer nada, estavam tão emocionados que mesmo que quisessem não conseguiriam dizer uma palavra naquele momento. João, filho de Antonieta, ao ver a amiguinha chorando no colo da mãe, também se assustou e começou a chorar, era tão pequenino e sensível quanto Amy e pediu a mãe para ir até ela.

— Mamãe, eu quero ir pra casa! - Amy pedia entre soluços tendo os cabelinhos sendo acariciados por Victoria.

— Calma meu amor, nós já vamos, sim? Antes o papai precisa ver como você está! - ela beijou a filha com amor, se dando conta da maneira que havia se referido a Heriberto para a filha.

Ele por sua vez, pegou João dos braços de Antonieta e se aproximou da cama com cuidado.

— Papai!! João!!! - a menina deu um grito de alegria ainda maior quando viu os dois ali e Antonieta também se aproximou sorrindo.

— Oi minha vida! Como está a florzinha de papai? - Heriberto sorriu vendo o rosto da menina se iluminar cheio de vida. Ela pediu colo e ele olhou Victoria que assentiu com a cabeça permitindo que ele a sentasse em seu colo apoiado na cama. Ficaram todos ali entre sorrisos e cuidados com Amy até que um médico amigo de Heriberto entrou e assinou a alta, passando alguns cuidados é recomendações importantes para a total recuperação da criança.

Um tempo depois, Victoria chegava em casa com a filha nos braços vencida pelo sono e pelo cansaço. Antonieta a acompanhou e a ajudou a arrumar o quarto da menina com todo o carinho para que ela se sentisse bem e mais confortável em casa.

— Pensa bem no que vai fazer de agora em diante, Victoria. Você viu bem o carinho que essa menina está construindo com Heriberto e querendo você ou não, ele é importante e fundamental na vida dela. - Antonieta considerou quando as duas sentaram-se no sofá da sala cansadas depois de ninar Amy e João.

— Eu sei Antonieta e isso muito me preocupa... - Victoria suspirou tendo que admitir que a fala da amiga era mesmo verdade.

— Por que te preocupa? Como você mesma disse a mãe dele que se metia na vida de vocês a todo instante, está morta... - Antonieta pensou um pouco - Victoria?

— O que está pensando, Antonieta?

— Você está preocupada em relação a sua filha ou a você? Por acaso você ainda sente alguma coisa por esse homem, Victoria?

— O que?? - Victoria deu um salto do sofá e ficou de pé na frente dela - não! É claro que não, de onde você tirou isso, Antonieta? Está maluca?

— Não, eu não estou maluca, Victoria! Mas se estou errada porque você está tão nervosa? Senta ou terá um troço! - Antonieta riu era óbvio que a amiga estava mentindo.

— Pare com essas ideias, por favor! Eu não estou nervosa e para você bem saber, deixei de sentir qualquer coisa por Heriberto no momento em que o vi na cama com aquela vagabunda! - Victoria sentou-se novamente se lembrando de quando presenciou aquela cena desprezível.

— Você sabe que aquilo foi uma mentira...

— Ai, Antonieta me deixa! Eu não quero falar sobre isso, está bem?

— Tudo bem, me desculpe Sandoval!

Victoria jogou uma almofada na amiga e voltou com ela para o quarto onde estavam as crianças. João havia pedido para ficar ali com a amiga pois como ele mesmo disse, queria cuidar dela. Ainda era muito pequeno para isso, também tinha 3 anos apenas, mas ele e Amy eram inseparáveis desde que se conheceram no balanço do parquinho que tem perto de casa. Ele sempre era protetor com ela em relação às outras crianças e adorava brincar com ela toda tarde no parque enquanto suas mães conversavam.

— Eu acho que Heriberto vai ter trabalho daqui há alguns anos, Victoria! - elas falavam ainda paradas rente à porta observando os filhos dormirem um em cada cama.

— E por que você acha isso, Antonieta?

— João não desgruda da Amy nem um segundo quando estão perto. - Antonieta sorria com aquilo, eles eram bebês ainda e ela já estava imaginando como seriam no futuro.

— É verdade! Ele adora ela! Coitado do Heriberto, vai ter que controlar o ciúme! - Victoria gargalhou.

— Ele é mesmo tão ciumento assim?

— É, Antonieta nem te conto...

— Calma aí menina, me conta sim porque agora eu fiquei curiosa! - Victoria pegou a mão de Antonieta e a puxou para se sentarem na beira da cama. As crianças dormiam e elas ficaram ali conversando por um bom tempo até que João acordou e os dois foram embora deixando mãe e filha ali, uma cuidando da outra como sempre havia sido.

Heriberto saiu do hospital mais cedo e estava feliz com um sorriso no rosto, eram nove horas da noite e ele não teria plantão, então pegou suas coisas e foi para casa. Quando chegou, dispensou a empregada dizendo que não iria jantar e que ela poderia ir embora, subiu para o quarto e ficou nu indo ao banheiro para tomar um banho quente como ele merecia e sorriu ao se lembrar de como aquele dia transcorreu com seus altos e baixos...

Minutos depois Heriberto estava pronto e mesmo já sendo muito tarde para uma visita, alcançou o celular e fez uma ligação.

— Alô?

— Victoria? Sou eu Heriberto...

— Oi Heriberto, o que quer? - Victoria sentiu o coração palpitar e estava na sala tomando um café e revisando alguns contratos da casa de modas quando ele ligou.

— Eu quero ver a minha filha, sei que já está tarde e que ela já deve estar dormindo mas... por favor, Victoria!

— Tudo bem, pode vir.

— Obrigado, até logo!

A ligação foi encerrada e nenhum dos dois tinha ideia de como seria a conversa que provavelmente teriam quando ele chegasse. Ela sentia o que deveria ser feito, acreditava que seria o melhor e saiu de onde estava indo ao quarto quando ouviu:

— Mamãe!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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