Winx REBIRTH escrita por ladyenoire


Capítulo 5
Parte 1: Bloom


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Nada do que a professora falava fazia sentido para mim. Lembrei de quando eu era criança e sonhava em ser uma fada. Não imaginava que precisava estudar tantos conceitos para isso. Aliás, não imaginava que de fato seria uma fada, mas isso não vem ao caso. Quanto antes me acostumar sobre que eu sou e sobre onde é o meu lugar, melhor.

A professora, Sra. Griss, andou pela sala, distribuindo tigelas de metal ornamentadas para cada um. O desenho por fora, parecia vinhas se enrolando, realmente muito bonito.

— Nestas tigelas vocês farão uma pequena manifestação dos seus poderes. No fundo da sala tem uma torneira para fadas da água, madeira e fósforo para fadas do fogo, um balde com terra e todos os materiais que podem ajudar vocês. – apontou para a longa mesa nos fundos, que até então eu nem tinha notado. Ainda estava abalada com a história da Stella sobre Bruxas, Especialistas e Guerras. – Como devem saber, fadas da mesma natureza podem manifestar os poderes de maneiras diferentes. Então fiquem à vontade para preparar sua demonstração e não se frustrem caso não seja igual ao do colega com o mesmo tipo de poder. – encarei a tigela com uma certa confusão.

— Você precisa de ajuda? – Flora sussurrou. Estava sentada do meu lado, oposto ao lugar de Stella.

— Na verdade, sim.

— Estou indo pegar um pouco de terra, quer que eu traga algo?

— Vou com você. – respondi, pois não sabia exatamente o que ia querer. Nós duas nos levantamos e fomos até a mesa no fundo da sala. – Então, o que exatamente você faz? – me repreendi mentalmente, era bem óbvio que seu poder tem a ver com plantas – Tipo, como manifesta seus poderes?

— Você logo verá. – ela sorriu, pegando um pouco de terra com um pequeno recipiente e algumas sementes.

— Eu ficaria surpresa se ela conseguisse fazer uma flor crescer sem precisar de fertilizantes! – uma garota ao lado de Flora, debochou com um sorriso irônico. O garoto que estava com ela sorriu e os dois saíram em seguida.

— O que foi isso?

— Não foi nada. – Flora deu um sorriso fraco. Estava na cara que era alguma coisa. Abri minha boca para perguntar se ela queria falar sobre, mas ela me interrompeu – É sério, esquece. Está tudo bem. – assenti um pouco frustrada, mas não tinha como obriga-la a falar sobre, principalmente com alguém que conheceu ontem – Já escolheu o que vai usar? – peguei pedacinhos de madeira.

— Acho que isso.

— Ótimo! – nós duas voltamos para nossos lugares. Stella estava mexendo no celular, enquanto um feixe de luz saía de dentro da tigela. Tipo o feixe que ela fez hoje de manhã quando me acordou.

Flora colocou a terra e as sementes na tigela e se concentrou. Em seguida, uma flor rosa que eu nunca tinha visto antes surgiu. Fiquei boquiaberta encarando a planta e pensando o quanto seria mais fácil e mais legal se eu tivesse os poderes dela. Não que eu achasse que poder fazer plantas crescerem seja algo fraco em comparação ao fogo, mas era com certeza menos instável. Ninguém ficaria bravo se Flora acidentalmente fizesse uma flor crescer dentro de casa, agora, fazer uma chama crescer era bem diferente. E eu sabia como.

— Essa é uma Flor-da-Rainha, só cresce no reino de Linphea. O que achou?

— Incrível! – ela sorriu – Bem, agora vou precisar me esforçar para superar isso. – brinquei. Coloquei nervosamente os pedaços de madeira dentro da tigela e depois coloquei minhas mãos nas bordas, tentando me concentrar. Por favor, só uma pequena chama e nada mais!

Flora me encarava com expectativa.

Uma pequena chama se formou de repente e eu me assustei, fazendo com que ela sumisse tão rápido quanto surgiu.

— Eu... É complicado, hã...

— Tudo bem. – Flora sorriu de um jeito acolhedor. Que patético da minha parte, se mal consigo ajudar a mim mesma, como ajudaria ela? – Nem todo mundo tem controle sobre os poderes, ou apenas só não sabe bem como manifestar. – assenti, agradecendo silenciosamente por ela não ter rido da minha cara. – O importante é continuar tentando. – Flora voltou a atenção para a sua tigela.

— É, tem razão. – encarei a madeira e fiz outra chama aparecer. Contudo, me assustei novamente e ela sumiu. Suspirei frustrada. Ainda tinha muito a aprender.

 

Na hora do almoço, Stella insistiu para irmos à cantina compartilhada com Fonte Rubra, a escola do Especialistas. Pela maneira como ela se comportava, tinha um bom motivo para querer ir lá, mas decidi não comentar.

Flora, Musa, Aisha e Tecna vieram com a gente, elas não pareciam tão empolgadas, o que me levava a questionar qual seria o nível de amizade entre elas e Stella.

 O refeitório estava lotado e só era possível distinguir as fadas dos Especialistas, pois estes últimos usavam uniformes. Pegamos nossas comidas e sentamos em uma mesa grande e retangular. Alguns garotos sentaram perto de nós e Stella começou a falar com eles, provavelmente eram amigos.

— Olá meninos, já conhecem a Bloom? – paralisei na hora. A atenção deles estava em mim e eu odiava esse tipo de coisa.

— Não. Ela é gata? – o garoto com o cabelo meio avermelhado sorriu irônico, depois de perguntar aquilo como se eu não estivesse ali, e levou uma cotovelada do garoto loiro ao lado dele.

— Cala a boca, Riven! – o tal Riven revirou os olhos e riu. Acho que minhas bochechas esquentaram e não tem nada a ver com o fato de eu ser uma fada do fogo.

— Bloom, esses são Sky, Riven, Timmy e Brandon. – acenei discretamente. Minhas impressões iniciais me diziam que Brandon era o bom motivo para Stella querer vir aqui. O jeito como eles se olhavam não era tão discreto.

— Mas então... Veio de onde, Bloom? – Sky, o garoto que chamou a atenção se Riven, me perguntou.

— Da Terra. – eles permaneceram com a atenção em mim. Só queria que parassem de me encarar.

— Tá, mas de onde você veio de verdade?

— A-Ah...

— Eles querem saber o reino de você veio, Bloom. – Tecna explicou e eu congelei. Não queria chamar atenção como a fada perdida. Não queria que me achassem uma estranha por não saber quem eu era. Mas o que eu ia responder? Meu olhar encontrou o de Flora, que deu um sorriso encorajador.

Encarei todos e as palavras não saíam. Foi fácil falar com Stella e Flora essa manhã, mas não seria nem um pouco falar para todas essas pessoas.

— Desculpe, eu... – não terminei a frase, só levantei e saí.

O que estava acontecendo comigo não era culpa deles. Eles não fizeram nada errado, nenhuma pergunta ofensiva. Só que eu ainda me sentia abalada sobre esse assunto, sobre ser quem eu sou. Mal consegui concluir a história quando contei para Stella durante a sessão de perguntas dela. Depois isso ela desistiu e continuou falando, enquanto eu apenas escutava.

— Qual é o problema dela? – ouvi Riven murmurar e acelerei o passo. Saí da cantina compartilhada e estava caminhando de volta para Alfea, quando ouvi Sky chamar o meu nome.

— Ei, Bloom! Espera! – parei no meio do pátio e me virei na direção dele, segurando forte a alça da minha mochila. – Desculpa, não queríamos te ofender. Stella nos explicou que você... Bem, que até pouco tempo não sabia que era uma fada e que provavelmente não sabe de onde veio.

— Ótimo! – respondi irônica e ele fez uma expressão confusa. – Era tudo o que eu queria, ser vista como a garota estranha que não sabe nada sobre si. – tive vontade de chorar. Não quis ser rude, mas Stella não tinha o direito de falar sobre o meu passado, que eu sequer conheço. – Desculpa, eu não... Isso ainda é novo pra mim. Vocês não me ofenderam, eu só... Ainda não consigo lidar bem com isso.

— Tudo bem. Não se preocupe, nossos passados não dizem tanto assim sobre nós. – senti que a frase não era apenas para mim, mas não decidi não comentar. – Se quiser voltar, prometo que não vamos fazer mais perguntas. – ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

— Obrigada, mas eu vou dar uma olhada na escola. Quanto mais rápido eu conhecer tudo, melhor. – nos despedimos com um aceno desajeitado.

Quando tive certeza de que ninguém olhava na minha direção, sequei as lágrimas que mal saíram dos meus olhos. Respirei fundo, me impedindo de chorar ali mesmo no meio pátio. Fui na direção dos dormitórios, com a intenção de ficar um pouco sozinha até a próxima aula, pois tinha perdido o apetite. Mas algo estranho chamou a minha atenção nos limites da escola.

O céu estava nublado, diferente de hoje pela manhã que estava limpo e ensolarado e um raio no horizonte fez com que meus olhos encontrassem uma torre enorme, que parecia estar no meio da floresta densa. Logo me lembrei do que Stella me falou mais cedo, sobre a Torre Nebulosa, a antiga escola de bruxas.

Olhei mais atentamente na direção da torre e pensei ter viso alguém próximo ao topo. Mas como Stella disse que ninguém ia lá há alguns anos, balancei a cabeça e saí andando. Não estou me sentindo muito bem, deve ser só coisa da minha cabeça.

A chuva começou a cair devagar e eu apressei o passo. Pelo menos eu gostava de dias chuvosos, o fogo não se dava bem com eles, por isso sempre foram os meus favoritos.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAA CAPÍTULO NOVO!

Fiquem tranquilo, que em breve teremos o ponto de vista de outra Winx também. É que eu estou contando tudo de forma cronológica e que faça sentido.

Também vamos entender um pouco mais sobre os poderes das Trix nesse universo de fanfics.

Obrigada por terem lido, nos vemos no próximo capítulo ♥ xoxo



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