The Stars in George Weasley escrita por Morgan


Capítulo 8
Epilogue




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SÉTIMO ANO  1 ANO DEPOIS

— Boa tarde, pessoas de toda a Hogwarts. Meu nome é Daphne Black e eu serei a narradora do jogo de hoje. Sei que é estranho ouvir uma voz que não é a de Lee Jordan, mas o que posso fazer? O idiota foi desafiado por outro idiota a pular no Lago em pleno inverno então está na enfermaria se recuperando do pior resfriado que já vimos em séculos...

— Daphne, foque no jogo. – pôde-se a ouvir de Severo Snape. 

— Tudo bem, professor. – ela pigarreou – Hoje temos o jogo mais esperado do ano: a final do campeonato: Grifinória contra Lufa-Lufa! Eu não preciso dizer para quem vai a minha torcida, não é? Vai Luf-

— Srta. Black! – exclamou Minerva McGonagall. Daphne bufou. Como poderia exercer a sua criatividade sentada entre McGonagall e Snape?

Abaixo, bem no meio do campo o time da Lufa-Lufa e da Grifinória estavam parados frente a frente. Amy Diggory apertou seu rabo-de-cavalo e abriu um sorriso para Angelina Johnson, a capitã do time adversário. 

— Ok, as capitãs podem apertar as mãos. 

Elas se cumprimentaram, mas Angelina não sorriu de volta e Amy não ligou. Já havia se acostumado. Era assim desde o ano passado. 

— E a partida vai... Começar! – exclamou Daphne, animada. 

As vassouras estavam no ar. Era o primeiro e único ano de Amy como capitã e apenas ela sabia o quanto aquela partida era importante. Amava quadribol, não a ponto de se tornar uma jogadora profissional, mas com certeza a ponto de querer ser uma das capitãs que levaram a Lufa-Lufa à Taça. Era seu desejo e sempre havia sido o de Cedric também. Ela venceria o campeonato pelos dois. 

Do outro lado do campo, Fred e George se posicionavam cuidadosamente no meio de campo, protegendo Rony que defendia o gol. Os gêmeos haviam passado o dia anterior dizendo como deixariam que acertassem ao menos um balaço no irmão, mas o garoto parecia tão nervoso que George receava que ele tivesse de fato acreditado. 

O primeiro balaço veio de sua namorada. É claro. Se tinha algo que Amy havia prometido e cumprido fora isso: ela não se importaria mais em mandar balaços na direção de George. O que não era mais o caso do ruivo, que havia adotado Thomas Orwell como seu alvo principal.

Fred sabendo disso, avançou na frente da bola e a rebateu com toda força em direção à Stephen Wook, o novo apanhador da Lufa-Lufa depois que Cedric se formara. 

— Ok, muitos elementos de uma vez só! Como Lee consegue fazer isso? – disse Daphne – Fred Weasley lançou um balaço na direção de Wook, mas Thomas o desviou sem muito esforço. O que não foi muito bom, porque acabou de acertar na nuca de Alicia Spinnet! Uau, isso parece ter doído! Doeu, Alicia? 

Fred se aproximou de Angelina enquanto a mesma se curvava em cima de sua vassoura, avançando decidida em direção ao gol. 

— E é ponto para Grifinória! Zacarias não conseguiria ter defendido essa goles da capitã da Grifinória nem se quisesse! O que você tem de chata, você tem de boa jogadora, Johnson! 

— Daphne! – exclamou Snape mais uma vez. – Vou tirá-la daí, estou falando sério! 

— Tudo bem, tudo bem, professor, não precisa se estressar, credo. Que sensibilidade... Ah! Olha só o que você me fez perder, professor! Summerby acabou de marcar dez pontos para Lufa-Lufa! Nosso placar atual é 10 a 40 para Grifinória. 

George desviou o balaço de Katie em direção a Mcmanus, acertando sua panturrilha. Mcmanus rodopiou, mas manteve-se firme à vassoura. Amy ergueu seu bastão e em uma tacada só mandou o balaço que acertara seu artilheiro em direção a Angelina que ia a toda velocidade em direção aos aros novamente, tendo a reta-guarda protegida por Fred.

— Amy Diggory envia o balaço em direção a Johnson, que é desviado por Fred, mas – espere aí... Nossa! – Thomas Orwell o pegou de rebote bem em cima do nariz do nosso camisa seis da Grifinória! Johnson não é mais um perigo para Zacarias Smith, pelo menos não agora, ao contrário de Hannah Abbott, que acabou de marcar vinte pontos seguidos para Lufa-Lufa! É um grande avanço, embora a Grifinória continue na frente. 

As torcidas faziam mais barulho do que jamais fizeram e Amy sentia que seus ouvidos zumbiam. Seus olhos passavam pelo campo rapidamente, atentos aos balaços perdidos que tentavam acertar seus companheiros de time ao mesmo tempo em que gritava instruções – ou reclamações.

— Vamos lá, Wook! Não temos o dia to– 

Amy parou de falar. Um balaço havia acabado de acertar sua barriga fazendo com que ela se contorcesse para frente em dor. Estava acostumada a receber balaços – Fred nunca pegara leve com ela e nem ela com ele, se tivesse que ser justa, mas tinha que admitir que na barriga era a primeira vez. Sua respiração estava lenta e hesitante e ela teve que se segurar forte na vassoura para não cair enquanto tentava fazê-la voltar ao normal.

— Por Merlin! Fred, eu vou te matar! Ele acabou de acertar um balaço na barriga de Amy! Isso não é falta?! Madame Hooch, a senhora não está vendo isso?

— Srta. Black, se você continuar assim, eu mesma irei narrar o jogo! – ralhou McGonagall.

— Ok, ok! Depois dessa clara falta horrenda, criminosa e que eu definitivamente não irei perdoar... – Daphne!, exclamou Snape. – Tá, tá. Favoreçam a Grifinória. Já estou acostumada! – emendou a sonserina rapidamente, ignorando os protestos de Minerva e começando a narrar o jogo novamente. – Parece que Potter e Wook avistaram o pomo-de-ouro! Os dois estão indo tão alto que já já nem poderemos vê-los. Cuidado para não caírem da vassoura, meninos, professor Dumbledore não está por aqui hoje.

— Ei, você está bem? – Amy se virou, dando de cara com George voando perto de si, claramente preocupado. – Ele te machucou? Se você estiver machucada, eu juro que vou–

Amy sorriu.

— Estou bem, Georgie. Foi só um balaço. Nada novo, você sabe disso.

Ele balançou a cabeça.

— Sei que dói.

— Estou bem – repetiu ela novamente, ainda com um sorriso. – Estamos no meio do jogo. Não venha jogar o seu charme para cima de mim para me desconcentrar! 

George riu, dando impulso na vassoura para sair dali. – Até parece que funcionaria, sua bruxinha competitiva.

Amy esperou que o balaço viesse até ela antes de rebatê-lo em direção a Thomas que estava muito mais perto dos aros onde Angelina e Katie avançavam tentando roubar a goles de Hannah. Angelina encostou a lufano na parede, quase a derrubando da vassoura, mas o balaço de Orwell a obrigou a se afastar. 

— Abbott marca mais dez pontos para Lufa-Lufa! Nosso placar atual é de 60 a 60! Estamos empatados! Johnson e Bell estão decididas a marcarem mais pontos, mas nada consegue passar pela barreira viva que é Zacarias Smith! Eu estou realmente impressionada, Zac. Isso sim é jogo. Um jogo limpo, sem falta, entendem? Bem... enfim... Potter e Wook estão descendo agora! – Nossa, olha só como são rápidos... – Os dois apanhadores estão colados, é impossível saber quem é mais rápido! Estou tirando uma foto disso para o seu padrinho, Harry... Tio Sirius me encheu a paciência o verão inteiro dizendo que queria registros de um apanhador melhor do que a estrela de quadribol da Grifinória: James Potter.

— Daphne, é a última vez... – disse Snape, parecendo subitamente mais irritado.

— Ora, professor. Estou falando de história aqui, o senhor não tem o mínimo de apreciação por isso? James Potter é uma lenda, o que eu posso fazer? – a garota bufou, mas pôde-se ouvir uma risada baixa vinda de Minerva McGonagall. – Harry Potter e Stephen Wook estão no meio do campo... parece que... Ah, meu Merlin, ele pegou! Ele pegou! O pomo-de-ouro é de Stephen Wook! A vitória de hoje e a Taça é da Lufa-Lufa! 

Tudo pareceu acontecer em câmera lenta na cabeça de Amy. Depois que se afastara de George, afastou as artilheiras dos aros com a ajuda de Thomas, rebateu um balaço um pouco vingativo em direção a Fred e enquanto ria dos comentários de Daphne que atravessavam sua mente mesmo que ela tentasse se focar em outras coisas, ela viu quando os dois apanhadores vieram até o campo, quase colados perseguindo o mesmo ponto dourado veloz. Harry ergueu o braço antes da hora e Stephen impulsionou sua vassoura como se sua vida dependesse disso, chegando tão perto do pomo que nem foi preciso se esticar para alcançá-lo depois disso.

O garoto olhava para a pequena bola em sua mão como se não acreditasse. Ele ergueu a mão no ar, sacudindo o objeto para a torcida da Lufa-Lufa que gritava à plenos pulmões. O sorriso no rosto de Amélie Diggory era tão grande que ela arriscaria dizer que sentiria dores quando tudo aquilo acabasse. Os jogadores começaram a descer todos juntos, abraçando-se, felizes, assim que seus pés tocaram o chão e suas vassouras caíram.

— Você conseguiu! Você conseguiu, Stev! – gritava Thomas.

— Somos os campeões! Somos nós, capitã! – gritou Hannah assim que Amy se juntou a eles.

Os alunos da Lufa-Lufa invadiram o campo, correndo até o time e os cercando de abraços e gritos de: "Viva!". A Casa do Texugo não ganhava um campeonato de quadribol há, pelo menos, quatro anos. Haviam chegado perto no ano anterior quando venceram a Grifinória e foram para final contra a Sonserina, fazendo um bom jogo, mas sendo derrotados da mesma forma. Chegar à final fez a Lufa-Lufa sentir o cheiro de uma possível vitória e se decepcionar enormemente, o que foi um grande baque para todos os estudantes, mas agora, naquele momento, eles eram os vencedores. 

E Amy Diggory os havia levado àquilo.

— Segundo a professora Sprout aqui do meu lado, a última vez que Lufa-Lufa ganhou a taça foi em 1991, o ano em que nosso nem-tão-querido-assim-naquela-época Charlie Weasley deixou a escola. Então eu suponho que ninguém vai conseguir impedir os alunos da Lufa-Lufa de enlouquecerem hoje, se é que vocês me entendem... Que haja fogo neste castelo! Parabéns, Lufa-Lufa, parabéns... Capitã Diggory!

George observava Amy com os olhos fechados enquanto os alunos levantavam cada um dos jogadores de quadribol, fazendo com que eles flutuassem acima de suas cabeças em meio a gritos de comemoração. Seu cabelo estava bagunçado, ela parecia suada e suas luvas já haviam sumido. George a achou linda. 

A vitória combinava com ela.

— Ouviram a senha, não é? – disse ele para os companheiros de time ainda admirando a namorada. – Capitã Diggory. É essa a senha de hoje. A senha da última festa da sala vinte e sete.

— Uma festa... perdemos o campeonato e vocês vão fazer uma festa para comemorar! Comemorar o que? – resmungou Angelina.

George desviou o olhar por alguns segundos, apenas para responder a ex-amiga e companheira de time.

— Não precisamos comemorar só quando ganhamos um jogo, Angelina. 

O ruivo bateu fraco na mão do irmão gêmeo como eles costumavam fazer em todo fim de jogo e depois fez o mesmo com Rony e Harry enquanto via Amy sendo colocada no chão perto dele. A garota capturou seu olhar e sorriu. Ele deu alguns passos a frente.

— Hoje por exemplo – continuou ele, olhando para os olhos verdes de Amy que pareciam ligeiramente marejados, mas muito brilhantes e excitados. Se sentiu imediatamente aquecido e feliz apenas por olhá-la. –, eu vou comemorar o fato de namorar a Capitã da Lufa-Lufa, a dona da Taça de 95 e a melhor batedora de Hogwarts. 

Amy abriu um sorriso ao entender a última parte. Ela agarrou a capa de George, puxando-o para baixo. 

— A melhor? 

— A melhor, Ames. 

E ele a beijou.

5 ANOS DEPOIS – 2000

O sol estava se pondo e embora já fosse tarde, a temperatura ainda estava alta. George segurava a mão de Amy enquanto eles subiam a pequena colina que os levava à Toca. A cada passo sincronizado dos dois um riso baixo escapava de Amy.

— Nunca percebi o quanto era díficil subir isso aqui. Como Daphne conseguiu fazer isso grávida? 

— Ela não fazia. – lembrou George. – Fred e eu carregavámos ela nos últimos meses.

— É verdade. 

— Cedric virá?

— Sim. Ele está na Grécia dessa vez, mas disse que não perderia o aniversário de Charlie este ano. – respondeu – Ah, faz tanto tempo que não nos reunimos todos, não é? Depois que Cedric virou um Desfazedor de Feitiços parece até que eu perdi o meu irmão.

— Não diga isso – repreendeu George.

— Mas é! Ele me enchia a paciência com toda aquela proteção e então... 

George apertou a mão da garota. – Lembra de quando ele soube de nós dois? 

Um sorriso tomou conta do rosto da garota na mesma hora. A segunda melhor coisa de começar a namorar George fora ver as reações das pessoas. Daphne e Fred não ficaram tão surpresos, é claro, ambos sabiam dos sentimentos dos amigos, mas Cedric? 

— Não. – foi tudo que ele dissera quando os dois contaram a ele naquela noite na Sala Precisa depois de comerem o bolo que George havia trazido.

— Como assim "não"? – questionou Amy com as sobrancelhas franzidas.

— Não. Não ouvi o que você falou. – disse ele dando uma mordida no pedaço de bolo que segurava. George se aproximou do amigo dando pulinhos para o seu lado. 

— Ced...

— Você é meu melhor amigo! – exclamou Cedric olhando indignado para os dois. Talvez eles devessem ter contado antes do doce tirar o efeito de bebida do garoto. – Você não pode ficar com a minha irmã caçula! Como se sentiria se eu namorasse Ginny?

— Ginny tem 12 anos. Amy e George são da mesma idade. – intrometeu-se Fred pela primeira vez. Ele e Daphne estavam bobos demais um com o outro para se importarem com qualquer outra coisa naquela noite.

— Esse não é o ponto! – Cedric revirou os olhos. 

— Você está sendo extremamente exagerado e idiota, Cedric. – disse Amy que conhecia bem as tendências dramáticas do irmão mais velho e nunca as levava muito a sério. 

Ao contrário de George, que tocava o ombro do lufano com calma.

— Meu melhor amigo e a minha irmã! – o garoto jogou as mãos para cima. 

— Eu amo a sua irmã, Ced. – disse George, sua voz ainda tranquila e ponderada enquanto Daphne e Fred paravam de falar e o encaravam boquiabertos, assim como Cedric, que deixou sua cena de lado ao ouvir as palavras que saíram da boca do amigo. Amy sentiu suas bochechas esquentarem, mas não conseguiu conter um sorriso. 

— Você a ama?

— Amo. – afirmou George na mesma hora. – Não sei se isso ajuda.

— E você vai cuidar dela? 

— Com a minha vida.

— E se você partir o coração dela?

— Então você pode partir a minha cara – respondeu –... se você conseguir, é claro.

Cedric riu baixinho antes de olhar de George para a irmã.

— Minha irmã e meu melhor amigo... – disse ele novamente, dessa vez em um tom baixo e carinhoso. Amy revirou os olhos, mas sorriu do mesmo jeito.

— Ele só viaja o mundo porquê sabe que você sabe se cuidar – disse George. – E sabe que você tem a mim também.

George nunca contou a Amy que uma das únicas razões para Cedric ter aceitado o emprego em Gringotes fora a conversa que ambos tiveram. Cedric sempre havia sido apaixonado por viagens. Não havia emprego para ele melhor do que um que pagava para você viajar o mundo fazendo o que você já era bom em fazer: ler mapas, procurar tesouros e lidar com feitiços inesperados. Seus pais não ficaram nada felizes com isso, é claro, mas essa não era uma preocupação genuína para o loiro. Sua irmã era. Cedric tinha medo de partir por longos períodos e deixar Amélie sozinha, principalmente em seu ano de NIEMs, onde seus pais estariam duas vezes piores do que de costume. 

O loiro queria ficar, queria esperar a irmã se formar e decidir onde trabalharia, porquê mesmo que ela decidisse apenas montar uma floricultura e provocasse a ira dos pais, ele estaria com ela para ajudá-la. Mas George o convenceu a não fazer isso. E no fim Cedric conseguiu entender que a irmã sempre fora tão independente quanto ele e muito mais forte do que ele pensava. E seguiu muito mais tranquilo ao saber que George não sairia do seu lado. 

Depois de empurrarem a porta antiga e barulhenta da casa, os dois entraram. Molly Weasley apareceu na cozinha na mesma hora, usando um vestido vermelho-escuro com um avental amarelo por cima.

— Amélie, querida! – exclamou ela, agarrando Amy pelos ombros e dando dois beijos estalados no rosto da garota. – Parece que não vejo você a séculos! Como estão seus pais? Como está sendo trabalhar no Instituto Scamander? 

— A senhora sabe que eu estou bem aqui, não é? E eu sou seu filho? 

Amy riu enquanto a mais velha olhava com raiva para George.

— Você vem almoçar aqui todas às tardes, George. – retrucou a mulher – E nem sequer mora mais aqui. O que não entendo é por quê não traz Amy consigo. 

— Ela não gosta de passar muito tempo comigo.

Amy engasgou, empurrando George com a mão.

— Nossa, você nem treme em mentir assim na frente da sua mãe! – ela olhou para Molly. – Eu almoço todos os dias no Instituto, sra. Weasley, para adiantar algumas pesquisas. Mas vou tentar aparatar aqui com mais frequência para te ajudar a lidar com esse aí. 

Molly riu, entrelaçando seu braço no da garota.

— Você podia me ajudar levando ele de uma vez como Daphne fez com Fred.

— Mamãe, pelo amor de Deus! 

— Tudo bem, tudo bem. Finjam que ninguém disse nada aqui! Vão, podem entrar. Estão todos lá dentro. 

George passou o braço em volta da namorada e eles entraram na sala. Daphne e Fred estavam sentados lado a lado, cada um segurando um dos gêmeos ao lado de Fleur que segurava uma sonolenta Victoire. Todos os outros estavam ao redor dos três, admirando os três bebês loiros que haviam nascido a pouco tempo. George se ajoelhou perto da cunhada assim que viu qual dos gêmeos ela segurava. 

— Oi, Thomas George... – murmurou ele, baixinho.

— Você não se cansa de mostrar a sua preferência? – questionou Ginny.

— Ele tem o meu nome. Você já sabe a resposta para essa pergunta. – retrucou ele sem olhar para a irmã. – Posso segurar, Daph?

A garota assentiu na mesma hora. Fazia pouco mais de três meses que os gêmeos haviam nascido de um acidente bem intencionado do casal recém-casado então Daphne aceitava de bom grado qualquer ajuda. 

George segurou o garotinho, alisando sua barriga devagar e o assistindo sorrir.

— Ele sorri muito mais do que Violet – comentou Fred em voz baixa. Seus olhos brilhavam sempre que olhava para os filhos. Amy podia chorar com a felicidade que emanava dos melhores amigos. 

— Eu disse que Astéria não era um bom segundo nome, você deveria ter colocado Georgiana ou Georgia.

— Você realmente está pedindo para apanhar hoje, querido. 

— Estou só brincando, Ames, você sabe que amo seu nome... todos eles.

*

Depois de uma partida de quadribol animada com Fred, Cedric, Charlie, Ginny, Harry e Rony e comerem o bolo de aniversário do segundo Weasley mais velho, George e Amy saíram da casa disfarçadamente, indo até o pomar de Molly onde era possível ver as estrelas tão bem quanto na Torre de Astronomia de Hogwarts. Os dois se deitaram na grama, olhando para o céu. Ao seu redor, grilos faziam barulho a distância e alguns vagalumes sobrevoavam sobre eles. 

São as nossas estrelas particulares, dizia Amy sobre eles.

Eles encostaram uma mão na outra e George sorriu, como sempre fazia, ao se deparar com o quanto Amy era menor do que ele. Assim que saíram de Hogwarts e antes dos gêmeos comprarem a loja do Beco Diagonal, Amy e George costumavam fugir à noite para se encontrarem no pomar dos Weasley. Não que eles não pudessem se ver durante o dia – claro que podiam, Molly e Arthur eram apaixonados pela caçula dos Diggory e nada podia ter os deixado mais feliz do que saber que George e ela estavam juntos. Amos e sua esposa, Taís, haviam aceitado George de braços abertos também. Não esperavam, é claro, lembravam-se das inúmeras discussões dos dois durante a infância, mas estavam felizes. Sabiam que todos os filhos de Arthur Weasley eram boas pessoas, até mesmo os gêmeos com seu enorme histórico de confusões. 

Eles fugiam porque todo o tempo do mundo ainda parecia pouco tempo um com o outro.

— Georgie – chamou Amy.

— Sim?

— Você fica chateado? 

— Com o que, Ames?

— Quando estamos com nossos pais e eles falam sobre casamento.

George virou o rosto, observando o nariz arrebitado de Amy e seu olhar preso em alguma constelação brilhante no céu. 

— Você fica? 

— Não.

— Então eu também não.

Ela riu, virando-se para ele.

— Estou falando sério, Georgie.

— Eu também, amor – ele levou uma das mãos até o rosto da garota e o acariciou com calma. – Temos todo o tempo do mundo. Não precisamos fazer isso porque Fred e Daphne fizeram ou Bill e Fleur. Somos diferentes. Somos todos diferentes.

— Mamãe fica colocando coisas na minha cabeça. Como se nós não...–

— Amor, podemos nos casar quando quisermos. Podemos nos casar hoje, amanhã ou daqui a cinco anos, só temos 22 anos de idade. O mais importante nós já temos: nós nos amamos. Nossa, Ames. Eu amo tanto você que chega a ser ridículo. Eu queria que inventassem outra palavra, porque essa parece pequena demais para representar a imensidão do que sinto por você.

Ela sorriu para o namorado, sentindo seus olhos arderem um pouquinho. Não é como se os dois não conversassem sobre casamento, mas nenhum dos dois queria se adiantar demais nisso. Amy amava seu trabalho no Instituto Scamander, mas queria montar seu próprio laboratório onde teria sua própria equipe para pesquisar todas as suas ideias – Scamander a dava liberdade, mas ela sabia que podia fazer mais, assim como ele mesmo havia feito. George queria abrir outra loja das Gemialidades Weasley e eles já haviam até mesmo comprado um local em Hogsmeade. Tudo isso parecia ser diminuído quando estavam em família, porque Fred e Daphne não haviam esperado tanto tempo assim. 

Mas ali, ao lado de George, Amy se sentia feliz e segura novamente. Eles não precisavam agradar ninguém, só precisavam agradar a si mesmos.

— É certo, não é?

— Tudo com você é certo, Ames. Tudo. – ele se aproximou, selando seus lábios rapidamente. – Vamos ficar juntos pelo resto de nossas vidas. Você consegue ver isso? 

Ela assentiu.

— Eu e você. Vamos ter lojas de logros em todos os países do mundo, de Hogwarts ao Castelobruxo, você vai ter o maior laboratório de Herbologia desse país e vai descobrir como curar todas as doenças que existem, porque você é boa assim. E então, quando a dor de se separar à noite, mesmo que não sempre, for grande demais, vamos comprar uma casa. E vai ter um quintal grande o bastante para que possámos mostrar aos nossos filhos e sobrinhos como se joga quadribol de verdade.

— Fred Weasley II?

— Fred Weasley II e uma garotinha. Não sei que nome poderíamos dar a ela ainda, mas vamos descobrir. 

Amy levou a mão até os cabelos ruivos de George e trouxe seu rosto para perto do dela novamente, o beijando. 

— Acho que sempre soube que você era a pessoa para mim. 

— Que mentira, você gostou de todos os meus irmãos – retrucou George com um sorriso.

— Mas só amei você. Você é o melhor homem que conheço, Georgie. Eu sou a mulher mais feliz do mundo por ter alguém assim comigo, por me entender e por querer construir o melhor futuro possível... tudo do meu lado.

— Não tem nenhum outro lugar que eu preferiria estar a não ser do seu lado, Ames. Tudo que eu quero... – George passou a mão devagar pela bochecha rosada de Amy – Tudo que eu preciso... Só faz sentido com você. 

Ela sorriu travessamente – Então tudo passou a fazer sentido de novo? Agora eu faço parte da Lógica de George Weasley?

O garoto riu, mas concordou.

— Nem tudo precisa ser lógico e racional, eu entendi, você me ensinou isso. – ele disse, abrindo um sorriso lento e tão lindo que deixou Amy desconcertada por um segundo inteiro. – E eu desisti de procurar a lógica em amar alguém, em amar você, mas ela me encontrou do mesmo jeito, Ames, porque não existe nada mais lógico no mundo do que eu e você. 

— George e Amy.

— Amy e George. – repetiu ele.

— Não tinha como não acontecer.

— Para sempre.

— Para sempre – repetiu ela. 

George puxou Amy pela cintura, colando seus corpos e a beijando com toda a paixão que tinha dentro de si. Os dois dividiram beijos pelo resto da noite. Beijos dados, roubados, beijos em meio a sorrisos e declarações de amor sussurradas no ouvido enquanto revezavam entre olhar as estrelas e admirar o brilho nos olhos um do outro. O brilho que só existia quando estavam frente a frente. 

Sim, George Weasley era mais lógico do que o irmão gêmeo. Mais responsável e um pouco mais lerdo também. Ele às vezes era mais engraçado, mas não sempre, na maioria das vezes era mais forte e definitivamente menos impulsivo. Existiam um milhão de diferenças entre Fred e George e ele sempre soube disso. A única coisa que George nunca soube até àquela tarde inesperada na casa da família Diggory, era que para se sentir único só era preciso que uma pessoa o visse assim. 

E ele tinha a sua. Sempre teve e sempre teria.

Para sempre. 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E é isso! Fim! Obrigada a todo mundo que leu The Stars in George Weasley, que nos acompanhou até aqui e comentou, me motivando demais. Escrever sobre o George foi uma experiência maravilhosa para mim, que só tinha escrito com o Fred até hoje. Espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu. Até a próxima ♥ twitter: delaxcour



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