Jamais engane um duque escrita por Miss Sant


Capítulo 28
Capitulo 28




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Sua esposa estava atrasada. Não que eles tivessem algum compromisso marcado, mas Lilian não demorava muito na rua. Era estranho como sempre sentia falta dela, e nas últimas horas estava pior. Uma voz martelava na sua cabeça, implorando que conversasse com ela, que deixasse toda a história para trás. Eles podiam ter uma vida boa, confortável, amável até, bastava que limpassem a mesa, sem jogos, sem segredos, sem proteções. Gabriel precisava contar uma história a sua esposa.

Lilian chegou depois do jantar, e seu marido a esperava impaciente e faminto.

— Antes que comente, peguei uma chuva terrível. – Ela comentou ao entrar no quarto.

— E esperou o Tâmisa recuar para voltar para casa?

— Engraçadinho. Eu encontrei um anjo que me acolheu.

— Caroline, não é o que eu chamaria de anjo.

— Não, mas sua mãe foi.

Gabriel sentiu todo fogo que o dominava ao ver sua esposa se despindo escorrer pelo seu corpo. Sua mãe, Lilian e sua mãe.

— E como vai a velha duquesa?

— Com saudades suas.

Ele riu.

— Gabriel... Eu não consigo entender o porquê de você a estar rejeitando. Sua mãe te ama, se há alguém nesse mundo com uma criação mais fantástica eu desconheço.

— Sua criação não foi maravilhosa? Arrisco dizer que sua mãe a criou com mais honestidade, com certeza.

— O que quer dizer?

— Não é porque ela me colocou no mundo que isso me obriga a ser conivente com os erros dela. Amor exige honestidade, a maternidade deveria ser uma instituição livre de erros.

Amor exige honestidade. Aquela frase demoraria para sair da mente de Lilian.

— Ora, e que grande erro imperdoável sua mãe cometeu? Assassinou seu pai?

— Maculou seu nome e sua memória, com certeza.

Lilian não conseguiu controlar o som que saiu a seguir. Foi errado, mas também inevitável. Uma risada debochada saiu, e ela só pensou que malucar a memória dele era o mínimo que ela deveria ter feito. O pai de Gabriel merecia mais.

— O que foi isso?

— O que? Eu estou apenas vasculhando minha mente, procurando um motivo que valasse você estar tão enojado com sua própria mãe.

Gabriel sentou-se na cama e apoiou os braços nos joelhos. Era uma postura cansada, como se estivesse carregando um peso há muito tempo. Devia contar a sua esposa, eles estavam em um limbo emocional, empacados, sem nenhum destino. Era hora de compartilhar.

— Lilian eu... Tudo que eu sou, eu... Eu sou uma mentira.

Sua esposa se aproximou da cama. Ela sabia que não seria uma conversa fácil. Lilian puxou Gabriel para deitar-se com ela, e apoiou o rosto no peito de seu marido, ouvindo cada respiração tremula que ele tentava controlar, o ir e vir desajeitado de seu peito, até que ele tivesse forças para falar de novo.

— Todos vocês têm razão. Eu fui criando de forma impecável, protegido, amado... Eu via os meus pais e eu sentia que eles tinham algo único, genuíno. Eu queria o mesmo. Me coloquei desde sempre numa posição de ser o filho exemplar, o homem exemplar, o que não erra, não se engana, não tem rebeldias, porque, como eu podia? Como eu podia manchar a minha família com indecências e desejos juvenis? Eu fui criado numa bolha e eu gostava dela. Eu queria ser exatamente como meus pais, e que meus filhos seguissem seus exemplos. E de repente, eu descubro que eu vivi uma vida que não era minha. Eu não deveria ser duque, porque eu não sou filho de um. Minha mãe enganou o homem que eu mais amei e idolatrei, ela me enganou. Eu sou um bastardo Lilian, fruto de um amor inconsequente. Não posso conversar com a duquesa, mal consigo chamá-la de mãe.

Oh merda! A mente de Lilian fez a associação rapidamente. Gabriel se tornou um garotinho em crise. Ele estava entre a dor por não ter cumprido o último desejo de seu pai: vê-lo casado com Claire, a dor por nem mesmo poder chamar o homem de pai, a dor de ser supostamente enganado por sua mãe, e a dor de ter sido verdadeiramente enganado por Lilian. Somando isso a ideais construídos e reforçados por anos, e uma personalidade sufoca de maneira voluntária... Seu marido estava em uma verdadeira crise existencial.

— Perdido... Eu estou perdido. E me sinto um farsante aproveitador, usufruindo das riquezas que eram para ser de um filho legítimo. Imagine como ele não se sentiu, criando o filho de outro homem, um homem com o qual a mulher que ele amava o enganou... O pobre foi um santo!

— Gabriel... Mesmo que você não fosse filho legítimo, ele o amou como se fosse, o criou como se fosse. Apenas aproveite o presente.

— Você não vê? Não há presente, minha cabeça dá voltas no passado. Eu estou com tanta raiva da duquesa viúva. Ela se aproveitou, se aproveitou de um homem inocente que só lhe ofereceu amor, e em troca ele morreu sem nada. Ele nunca teve o amor dela, aposto que ela amava olhar para mim e ver a cara do amante dela, a dor que isso deve ter causado a Michael...

— Gabriel, não fale assim... Eu tenho certeza de que sua mãe jamais faria isso, ela não me parece um tipo cruel de mulher.

— Você também não me parecia e olhe aonde chegamos. Minha mãe é uma mulher muito bonita, são coisas que cegam um homem. Meu pai cometeu um erro gigantesco, ela o seduziu, e ele se convenceu que eu poderia ser filho dele, mas ele sabia que não era.

Lilian deu um pulo da cama e ficou de pé, os sentimentos se amontoando em blocos altos que a colocaram numa torre de altivez.

— Um erro? Eles eram casados, eu aposto que seu pai desejava sua mãe independente de qualquer coisa, ele iria se deitar com ela de todo jeito.

— Podemos por favor, não discutir essas intimidades? – Seu marido também estava de pé, há mais de 10 passos de distância dela.

— Você trouxe essa conversa à tona Gabriel, falando sobre quão infeliz e torturado foi o seu pobre pai por ter se deitado com sua mãe que possivelmente estava grávida.

— Então ele tem culpa? Ele a amava!

— Justamente, ele a amava, e era adulto, ele tomou suas próprias decisões, e agora você está teorizando e culpando sua mãe por algo que seu pai perdoou. Ele não é um santo imaculado como você pensa! Ele entrou na igreja sabendo de tudo, não é culpa dela que ele tinha dito sim.

— Ele tomou uma decisão honrada.

— Ele tomou uma decisão baseada em seus próprios interesses. Não estou dizendo que sua mão não cometeu um erro, mas seu pai...

— Cale a boca Lilian, por Deus, cale-se! Eu deveria saber que você a defenderia. Duas perfeitas mentirosas. E eu achando que poderíamos... Foi um imenso erro nos envolvermos novamente, isso nunca daria certo.

Lilian riu e respirou fundo para controlar sua raiva.

— Foram tantos erros não é mesmo? Quando você me beijou ainda noivo de Claire? Ah, um erro, culpa de Lilian por ser tão irresistível. É intrigante a sua luta em vão, você é um hipócrita, me desejou desde o primeiro momento Gabriel, continua a me desejar. Toda manhã sua mente deve dar voltas, não é? Quão difícil é sair de perto de mim ao alvorecer? Certificar-se de que eu não vou despertar, disfarçar sua vontade repentina de me beijar.

— Você subestima suas artimanhas de sedução.

— Não, o corpo não guarda mentiras, ele cede a impulsos. Você não consegue esconder os traços impulsivos de sua personalidade enjaulada quando está comigo Gabriel. Nos desejamos mutuamente. Vamos ser honestos a respeitos das nossas necessidades, sim?

— Ora, e com isso espera conquistar meu coração? Por ser a única que me vê verdadeiramente?

— Não seja dissimulado, não combina com você.

— O que está tramando Lilian?

— Vencer a guerra, marido. Sua atitude é patética, imatura, vá conversar com sua mãe. E aprenda a respeitar a mim e a mulher que lhe trouxe a vida.

— Uma farsante reconhece a outra, não é mesmo?

— Você não sabe do que está falando, não conhece nem metade da sua própria história. Demoniza mocinhas e exalta vilões... Você vai se arrepender Gabriel, muito.

— O único arrependimento que eu tenho é você.

— Não, você tem uma coleção de arrependimentos, uma lista gigante e eu não estou nem nos primeiros dez. Eu vou te dar um conselho, possivelmente o último que eu te darei nessa vida. Você sente algo por mim, que é o mesmo que eu sinto por você – infelizmente devo acrescentar, e que eu não irei mencionar, porque nesse estado perturbador e caótico, seria um pecado insultar o sentimento. Então, se é mais fácil para você mascarar com seu medo e raiva, vá em frente, marido. O que temos, e direi isso no presente, usando minha última gota de esperança em você, e rezando que tome a decisão certa. O que temos, não é só carne, é liberdade, há uma voz insistente implorando que pare, e perdoe, e se dê uma oportunidade de felicidade, você sabe o que o seu coração quer, não se aprisione de novo em vontades que não são suas.

Gabriel a perfurava com os olhos, a respiração ofegante, a expressão no seu rosto mudando aos poucos ao perceber o que sua esposa havia dito. Ele sabia que ela estava certa. E seria um burro insistente.

— Está dizendo insanidades.

— Se sair por essa porta, espero que saiba que nunca mais tocará em mim, nem mesmo colocará os olhos em mim.

— Você não pode sumir.

— Seria um desfecho tentador, dobrar o seu tempo de férias.

— Se fugir e me fazer passar um vexame social novamente...

— Então pare, Gabriel! Não aguento mais viver esse inferno. Posso morrer sufocada a qualquer momento.

— Você cavou um buraco bem fundo para caçar o inferno, e o encontrou. Não reclame de onde suas ações a trouxeram.

— Magnifico, vossa graça. Pois então dançaremos nas chamas. Não estamos trocando frases de efeito teatral? Agora, se não se importa, gostaria de me deitar, foi um dia cansativo, de longas conversas. Sua mãe tem muito a lhe dizer, sugiro que vá vê-la.

Lilian observou Gabriel sair batendo a porta e pensou que iria desabar, cair no choro, que lágrimas correriam involuntariamente por seu rosto, que sua garganta iria tremer com os soluços, mas não. Pelo contrário, ela apenas puxou o ar e o soltou lentamente. A ideia de estar casada com seu marido nunca a causou grandes incômodos como naquele momento. Percebeu que estava presa, que amava um homem que simplesmente não queria amá-la. Ela poderia contar a verdade a Gabriel e expulsá-lo da sua vida para sempre, poderia matar o resto de orgulho que restava nele, o pobre ainda achava que havia dispensado a mulher que mais o amou na vida... Não, não, Lilian estava cansada de ligar para os outros e seus problemas, ela tinha uma vida a resolver, se deixara enganar por momentos agradáveis e beijos sedutores por tempo demais. Disfarces caíram, cortinas se abriram, estava na hora de Lilian, a duquesa de Kahn, voltar a ser Lilian Courtier, Lady Doncaster.

*****

Parado e ofegante depois de ter corrido até a casa de sua mãe, Gabriel parecia lunático, se algum guarda estivesse passando por ali, o duque não seria reconhecido. Gabriel se imaginou sendo abordado, tentando se explicar e quando finalmente fosse reconhecido, o espanto na cara do homem por abordar um nobre.

Aquele não era um horário para visitas, e ele estava com tanta raiva e frustração, e decepção no seu peito, que aquele não era nem mesmo o momento adequado para uma visita. Lilian... Ele pensou que ela compreenderia, que ficaria ao seu lado, quando na verdade, sua esposa parecia saber mais do que ele, parecia sentir raiva do homem que não foi nada além de nobre e honrável por tê-lo criado.

Gabriel estava cansado. Parecia que quanto mais certeza tinha mais errado ele estava, era como se tivesse subido em uma torre muito alta sobre o pretexto falso de alcançaria as nuvens. Todo mundo sabe que isso não é possível, não se pode alcançar as nuvens, mas Gabriel foi o tolo inocente que comprou a ideia, ele quis acreditar. E agora, depois de perceber que já foi longe demais, com o corpo exausto, as pernas cedendo, ele percebeu que não precisa, que nem mesmo quer tocar em nuvens, não importa se elas são poeiras ou feitas de algodão doce. Gabriel só quer descansar.

Bateu na porta de sua mãe, e esperou pacientemente que ela o recebesse na sala de estar, mas mandou que ele subisse para seus aposentos. Encontrou sua mãe recostada no sofá de sua antessala tomando uma xícara de chá fumegante.

— Então você lembrou que tem uma mãe? Não tenho notícias suas desde o casamento. Sua adorável esposa pelo contrário, é um doce de mulher, sempre me mandou lembranças.

— Eu precisava falar com a senhora.

— Devia imaginar que não era uma questão de saudade e sim necessidade.

— Temos um assunto delicado a tratar...

— Sobre sua dedicação total a libertinagem após casado? Sim meu filho, eu ouvi boatos, e não gostei do que eu ouvi, seu pai teria...

— Não fale do meu pai!

— Ora, acabo de perceber qual é o assunto urgente do qual devemos tratar. Me espanta que não tenha se preocupado em falar comigo antes. Quer saber se é filho legítimo do duque? Porque Gabriel, a legitimidade do título te importa tanto?

— Não, mas me importa ver um homem que foi engano, que foi obrigado a engolir um bastardo por amor a uma mulher que não o retribuía. Você o privou de conhecer a retribuição do amor.

— Então sou a pior das mulheres? Eu sou sua mãe Gabriel, e me deve respeito!

— Não sei como posso respeitar alguém que...

— Não termine, você irá se arrepender em breve. Não me lembro de um dia em que seu pai não tenha me amado, apesar de tudo. Sugiro que se sente, teremos uma forte conversa.

Gabriel se colocou numa cadeira diante da mãe e esperou pacientemente.

— Então admite que eu não sou filho dele?

— Ele sempre te amou como se fosse, porque de fato você era, é.

— Eu não entendo.

— Seu pai tinha amor o bastante para nós dois, mas também estava ferido, indignado. Nós nos casamos às pressas, eu era inocente demais para entender como funcionava a concepção naquela época e ele sabia disso. Minha cabeça girava com a possibilidade de estar gravida, de ter sido tão impiedosamente violentada a esse ponto.

— Violentada?

— Então Lilian não lhe contou? Ela é ferozmente leal, aquela menina, isso facilmente será sua derrota. Eu fui enganada por um homem, levada a acreditar que ele me amava, eu estava apaixonada, mas nem por isso eu desejei, ou permiti o que quase aconteceu. Não vou entrar em detalhes pois são muito dolorosos, vou apenas dizer que ele forçou seus desejos carnais a mim. Demorei muito tempo para me livrar de uma culpa que eu nem deveria sentir.

Gabriel estava paralisado, o coração batendo forte, raiva e desespero balançando sua mente, ele era fruto de um ato de violência?

— Michael foi muito carinhoso, e amoroso, ele me torturava constantemente com olhares apaixonados e dedicação, uma semana depois de tudo, já estávamos casados, e bem, eu não senti a dor que minha mãe disse que deveria sentir, nem mesmo sangrei. Foi uma noite maravilhosa, e quando eu percebi que nada do que minha mãe havia me dito aconteceu... Bom, eu presumi que Michael não tinha sido meu primeiro homem. Eu sabia que dá suposta primeira vez, ele não tinha chegado nem perto do que seu pai fez, mas ouvia história da minha dama de companhia de como moças do campo engravidavam sem nem mesmo ter sentido o homem. Eu fiquei angustiada. E seu pai em momento algum disse nada que refreasse minha angústia pelo contrário, ele era paciente e calmo, e dizia que não se importava, vamos deixar que a criança venha e a amarei como amo você, ele dizia.

— Eu não sei o que dizer, eu sinto muito mãe...– sua mãe estendeu um braço pedindo que ele parasse de falar por um instante.

— Como eu disse, foram nove meses intermináveis. Seu pai só derramava amor sobre mim, e eu só tinha vergonha para retribuir, eu me sentia culpada, e Deus sabe que a culpa não é a melhor conselheira. Eu lutava contra o meu afeto por você, não conseguia imaginar como poderia amar o filho do homem que me violentou, mas Michael dizia palavras bonitas, e eu simplesmente comecei a amá-lo, de maneira irracional e incondicional eu acreditaria em tudo que ele me dissesse, ele era tão bom e altruísta.

Sua mãe deu um riso fraco de escárnio.

— Sabe, eu deveria ter imaginado que um homem pode ser muito cruel quando quer. Quando você nasceu, e seu pai o pegou nos braços pela primeira vez ele chorou como uma criança. No dia seguinte me perguntou se eu o amava, e eu respondi com a verdade, eu o amava. Quando você balbuciou papai pela primeira vez, eu tive pena de Michael e do que ele sacrificava, afinal era sua linhagem, essas coisas costumam importar para um homem. Eu ajoelhei e pedi perdão inúmeras vezes, e quando o agradeci ele me pareceu culpado, nervoso... Foi quando ele me contou a verdade, eu era virgem quando me deitei com ele, eu não vi sangue porque ele o limpou e queimou o pano antes que eu acordasse, eu não senti dor porque, bem, as vezes não se sentia. Ele me disse que eu deveria sentir na pele o que ele sentiu quando viu e soube que eu amava outro homem e o enganei, por isso ele me escondeu imediatamente a verdade, se aproveitando da minha ignorância, mas então, ele simplesmente esqueceu. Esqueceu Gabriel, seu querido pai esqueceu de me contar que eu poderia parar de me sentir culpada, humilhada, a pior das mulheres, ele esqueceu.

— Não consigo acreditar que meu pai tenha tido uma atitude tão...

— Egoísta? Mesquinha? Indigna? Pois bem, não teve você a mesma atitude sobre pretextos diferentes? Nada deve justificar a imposição de pena àqueles que diz que ama. Não cabe ao homem ser juiz. Eu já me crucificava sozinha por ter sido enganada e enganá-lo de volta. Eu pensava que não o merecia, quando na verdade a bondade e o amor dele eram uma vingança. Ele me matou com bondade falsa.

— Mas, vocês sempre pareceram tão apaixonados...

— E erámos. Eu fui embora com você para o campo e deixei o seu pai, vivemos por anos um casamento de aparência. Até que... Não fazia mais sentido negar o óbvio. Michael estava claramente arrependido, eu também, ambos erramos, ambos imaturos, ambos terrivelmente apaixonados, nós apenas nos perdoamos e prometemos nos amar e criá-lo para ser o melhor dos homens querido, honrado, coerente, incapaz de ferir uma mulher.

— Não entendo como pôde perdoá-lo.

— O perdão não é simples, não se abre os olhos e de repente esqueceu e tudo. Eu vivi anos de uma farsa, fingindo, mal falando com seu pai, até você completar 12 anos, eram estranhos que compartilhavam um teto.

— Eu sinto muito. Perdoe-me, por favor.

Gabriel nem percebeu que chorava, até ajoelhar aos pés de sua mãe e ela limpar suas lágrimas.

— Temo que tenha falhado mamãe, mais vezes do que posso contar. Eu fui orgulhoso, mesquinho, eu feri Lilian propositalmente, eu destruir o amor que ela podia ter por mim.

— Querido, você estava cego, magoado, tenho certeza de que encontrará seu caminho de volta.

— Não sei se a mereço.

— Você certamente não a merece, mas por algum motivo dos céus ela te ama. Apele para uma mulher apaixonada, mas dê o tempo devido para uma mulher ferida. E rogue aos céus para que não seja tarde demais.

Gabriel lembrou de Lilian. O orgulho que o deixou incapaz de dizer o quanto a amava, a vergonha o impedindo de revelar seus sentimentos, amor afinal não é moeda de troca, ele não poderia pedir que ela arriscasse seu coração com um homem que precisava se restaurar. Ele nem mesmo percebeu quando o sono chegou, enquanto estava deitado no colo de sua mãe que acariciava seus cabelos e murmurava que tudo ficaria bem.

 


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