O Futuro Está Aqui escrita por Vanilla Sky


Capítulo 8
Muitas flores em um vaso


Notas iniciais do capítulo

Gente........... GENTE
O capítulo de ontem fez dodói. Fez um dodói MUITO GRANDE. MARVEL QUANDO VOCÊ VAI PAGAR MINHA TERAPIA DEPOIS DE ME DESTRUIR COM ESSA SÉRIE?

Boa tarde, amados! Espero que estejam todos bem ♥ Vanilla na área trazendo um pouco de amor para essa tarde! (e a gente tá precisando, viu...)
Desculpem postar um pouco depois, mas, como falei outro dia, meus horários estão meio aleatórios.
Gostaram do episódio de ontem? Eu tô sem palavras até agora. Lembrando que aqui não tem spoilers, mas nos comentários é liberado!
Enfim... estamos precisando de um fluff robótico e, por isso, eu vou tentar atualizar aquela história curta (Beginning Middle End) hoje ou amanhã no máximo. Além de que amanhã tem For Those About to Love, e eu estou preparando mais uma surpresinha por aqui... hehe ;)
Aproveitem o capítulo! ♥



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Os primeiros raios de sol despontavam naquela gloriosa manhã, sendo visíveis através da janela que possuía as finas cortinas entreabertas. Ao tempo que atravessava a parede para sair na rua, Visão pensou no quanto eles necessitariam de um blecaute em breve, para impedir que a luminosidade, surgindo no horizonte cada vez mais cedo com a proximidade do verão.  

Calmamente, o sintozóide se aproximou do chão, aumentando sua densidade corporal quando a ponta do pé encostou no chão de terra batida e, com um movimento rápido, trocou sua aparência robótica por um rosto e pele perfeitamente humanas, as quais ninguém saberia dizer se tratar de um Vingador praticamente aposentado, o qual decidiu parar de salvar o mundo para proteger outro mundo. Um mundo pequeno, só com uma mulher e um bebê, porém, que significava muito mais do que as pessoas conseguiriam imaginar.  

Com a pouca luz do sol, Visão se guiou em direção ao centrinho da cidade, o qual, em dias específicos, possuía uma feira com produtos orgânicos, doces caseiros e produtos feitos artesanalmente. Quando finalmente chegou, as barracas estavam em pleno funcionamento, ainda com poucos fregueses. Ele buscou algumas verduras para a refeição do dia – algo muito saudável para Wanda, principalmente –, mas se perdeu ao observar a barraca de doces caseiros.  

Visão comprou dois éclairs de chocolate, um doce especial do período em que fugiram pelos países da Europa, além de procurar a florista da cidade, a qual abria sua loja e decorava a fronte com belíssimas flores frescas, e comprar um grande buquê com rosas vermelhas. Ele sorria como uma criança observando os pequenos pedaços de sua surpresa tomando forma. 

Mas faltava algo.  

De volta na feira, Visão observou um mercador de livros, com exemplares das mais variadas áreas sobre um tapete no chão. Com cuidado para não amassar os doces, nem deixar cair o buquê, ele pegou um livro sobre gravidez, lendo algumas curiosidades na parte de trás, como a vontade das mulheres de arrumar o quarto do bebê quando o parto se aproximava. Ele não saberia dizer onde e como estariam quando Wanda desse à luz; contudo, a casa possuía um amplo sótão vazio, com uma linda vista para a floresta e a lua cheia no alto da noite. Após comprar o livro, Visão questionou: 

— Tem uma loja de materiais de construção por aqui? 

~.~ 

Sam, Steve e Natasha conversavam animadamente no quintal, com xícaras de café em mãos enquanto sentiam a brisa de outono em seus rostos. Um arrepio percorreu a espinha da moça, a qual se aninhou em seu próprio casaco de lã procurando o calor do tecido e esquentando a ponta dos dedos na xícara de café amargo. Apesar de parecerem despreocupados, o ataque da noite anterior ainda circundava suas mentes, e eles se questionavam quem poderia estar atrás deles após um mês e meio naquele local tão remoto e esquecido por Deus.  

Os dois rapazes da equipe vestiam blusas de manga curta, porém, possuíam o uniforme próximo à porta para se vestirem assim que Visão voltasse, desta forma, tendo a possibilidade de investigar a procedência dos drones. Wanda ainda dormia tranquila e serenamente em sua cama, e os três estranharam a ausência de seu acompanhante em uma manhã tão fresca. Aonde teria ido e quando saíra de casa? Por que ele não tinha retornado ainda?  

Todavia, suas dúvidas foram respondidas com espanto ao verem o sintozóide flutuar pela mata com as mãos cheias de latas de tinta penduradas em conjunto com um já levemente amassado ramalhete de flores, um pacote com comidas variadas e um livro equilibrado entre tudo isso. Eles não imaginavam os humanos médios observando-o, um homem com aparência humana comum, sair da loja de materiais com tantos pacotes diferentes em mãos, sem deixar cair nada. Lógico, para um robô feito de vibranium, o esforço não era absolutamente nada, entretanto isso era inimaginável para aqueles meros espectadores. 

O primeiro instinto do trio foi se aproximar para ajudar, e Visão logo tocou o solo, entregando as latas de tinta junto de pincéis e outros materiais de pintura com a seguinte ordem: 

— Levem isso para o sótão, por gentileza. Os legumes vão para a cozinha. – Ele buscou os éclairs, o buquê e o livro antes de prosseguir: – Onde está Wanda? 

— Dormindo. – Disse Sam, pegando alguns pacotes em mãos. – Está apagada desde ontem à noite. 

Preocupação subiu pelo peito de Visão, e ele meramente se afastou, tornando-se intangível para atravessar paredes e chegar mais rapidamente ao andar de cima. Ele pôs o livro sobre a mesa de cabeceira, ao lado do abajur ainda aceso, e, com os itens de sua surpresa no chão, ele acariciou levemente o rosto de Wanda usando a pontinha dos dedos. Afastou uma mecha suada de sua bochecha e plantou um delicado beijo, e, em seguida, passou o braço ao redor de seu corpo para abraçá-la.  

— Bom dia, querida. 

A moça abriu os olhos devagar, e um sorriso surgiu em seu rosto antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. Visão sentiu seus sistemas reagirem à reação de alegria, ao vê-la acordar tão alegre, ainda que seu olhar permanecesse cansado. Ela aproximou os lábios da boca de Visão e deu-lhe um beijo antes de dizer: 

— Bom dia, Vizh. 

Visão acariciou sua barriga e encostou sua testa na testa dela. 

— Que horas têm? – Ela perguntou. 

— Quase dez horas.  

Wanda ficou surpresa. Geralmente, acordava antes das oito. 

— Mas a última noite teve muitas emoções... Que você não deveria passar. – Ele parecia triste ao proferir essas palavras. – Me perdoe, Wanda. Não queria deixá-la, só... Protegê-la.  

Sua voz era baixa, quase um sussurro. Os outros Vingadores subiam as escadas para o sótão e sequer observavam o momento íntimo de ambos, contudo, eles sentiam que precisavam manter o tom diminuto para conversar. Wanda pôs as mãos ao redor de suas bochechas metálicas: 

— Está tudo bem. Só... Me deixe lutar da próxima vez. 

Visão franziu o nariz em descontentamento, provocando uma risada de ambos.  

— Para me redimir, eu trouxe um presente. 

Wanda sentou-se na cama e afastou o lençol, sentindo a barriga pesar como a primeira sensação da manhã. Apesar disso, ela não estava enjoada – um milagre após uma noite tão inusitada. 

Ele entregou o pacote com os doces, e as pupilas de Wanda dilataram, suas írises verdes brilharam e sua boca se curvou em um sorriso como o de uma criança com um brinquedo novo.  

— Éclair! Vizh, muito obrigada. – Quando ele puxou as rosas, ela parecia mais feliz ainda: – Que lindo buquê! Muito obrigada, querido.  

O quanto a barriga lhe permitia, Wanda esticou o corpo para frente e enrolou seu pescoço em um abraço animado.  

— Não é só isso. – Ele levantou e esticou a mão para ela poder fazer o mesmo. – Tenho mais uma surpresa. 

~.~ 

Natasha avisou com um gesto de mão que as tintas já estavam acomodadas no sótão, e Visão subiu as escadas primeiro, guiando Wanda devagar, degrau após degrau, para tornar nula quaisquer chances de a mulher cair e se machucar. Ao chegar, percebeu que o cômodo precisava urgentemente de uma limpeza, mas que tanto o espaço quanto o material estavam perfeitamente de acordo para tornar seu plano realidade. A luz do sol, já alto no céu, inundava parcialmente o local; e Wanda observou as várias latas de tinta, confusa. 

— Quando a mulher sente a necessidade de limpar e ajeitar o quarto da criança, pode significar que o parto está próximo. Se chama “aninhamento”. – Sorrindo, buscou as mãos de Wanda e segurou-as entre as suas. – Você está prestes a completar cinco meses, pelos meus cálculos. Está longe e perto ao mesmo tempo de dar à luz... Mas nós não sabemos onde e nem como estaremos. 

Ela concordou com a cabeça. 

— Por isso, eu comprei tinta, pincéis, e todo o material necessário para arrumar o quarto do bebê agora. Juntos. Nesse lugar que, por ora é a nossa casa... E um dia pode não ser. Contudo, é importante lembrar do quanto somos felizes aqui, independente do lugar que vamos nos fixar no futuro. Eu só... Só queria que você lembrasse disso.  

Lágrimas correram pelas bochechas de Wanda quando ela cruzou os braços nas costas do sintozóide. Visão ficou paralisado por um momento, escutando os soluços de Wanda, um pouco preocupado se tinha feito algo errado. Mas, por um átimo, ele conseguiu ver um sorriso através de seus cabelos bagunçados, e, assim, se limitou a acariciar seus fios cobre desbotados. 

— Como não sabemos se é menino ou menina, comprei a tinta de cor amarela. — Disse ele quando Wanda se afastou e secou o rosto usando as mangas da blusa.  

— Está perfeito. Obrigada. 

— Estou perdoado? 

— Mais que perdoado! — Ela riu. — Vamos começar a arrumar isso hoje. 

Do andar de baixo, Steve, já com a roupa de combate, chamou Visão para irem analisar os drones na floresta.  

— Eu ajudo a moça. — Natasha gritou da escadaria. — Podem ir na paz.  

— Eu volto logo. — Visão beijou a testa, e depois a barriga, de Wanda.  

~.~ 

Os pássaros cantavam na distância quando três homens se aproximavam do restante de um drone no meio da grama relativamente alta. O aparelho destruído por Visão, mais próximo da casa, havia sido totalmente obliterado, restando somente pedaços muito pequenos e sem quaisquer informações relevantes.  

— Há um logo nesse aqui... 

O símbolo ao lado do dispositivo indicava uma espada com um círculo em volta, uma organização a qual eles não possuíam conhecimento a respeito. Não havia nome inscrito abaixo para poderem procurar.  

— Vamos levar para análise. — Disse Steve, com outro drone em suas mãos, quebrado por ele no combate da noite anterior. — Talvez a gente consiga alguma informação com o Rei T'Challa. 

Suspirando, Visão observou mais uma vez o símbolo, uma sensação diferente tomando conta de seus sistemas, misturando familiaridade e medo em conjunto. 

~.~ 

— Então vocês não conseguiram nada? 

— Senhor Stark, eles destruíram os drones. Mas sabemos que estão por ali. 

— Por causa do dispositivo que o Visão destruiu com as mãos? 

— Talvez tenhamos sido um pouco precipitados, sim. 

— Meu anjo... Monica, certo? 

— Isso. 

— Preciso que você encontre eles. O Ross está enchendo o meu saco, e eu não quero arriscar que ele e os cachorros do governo encontrem eles antes. Sabe-se lá o que pode acontecer se capturarem a Wanda de novo, muito menos o Visão. Posso contar com você? 

Monica Rambeau engoliu em seco. Era uma missão designada por sua mãe, Maria, ainda que a própria moça preferisse missões espaciais. Mas, ao observar as filmagens de Wanda presa na Balsa, seu coração apertou e ela sabia que precisava ajudá-la. 

— Claro. Comigo e com toda a equipe da SWORD. 

~.~ 

Visão flutuou até o sótão para encontrar Natasha varrendo o chão enquanto Wanda usava seus poderes para espalhar jornais pelo chão antes de iniciar a pintura. Sobre uma cômoda velha, não mais empoeirada, Wanda colocara um pequeno pote com água onde deixara as rosas. Ela o recebeu com um sorriso.  

— Já voltaram?  

As peças dos drones estavam no andar de baixo com Steve e Sam, e Natasha sorrateiramente desceu as escadas para deixar os amigos sozinhos. Wanda beijou o rosto de Visão e se aproximou das flores, observando-as com afeto.  

Visão pensou em contar dos drones, mas temeu deixá-la preocupada. Por isso, somente abraçou-a pelas costas e escutou a voz suave da moça dizer, sem tirar os olhos das pétalas vermelhas: 

— Um dia, nosso filho vai perguntar, “como se chamam várias flores juntas em um vaso?” 

Antes que ela pudesse prosseguir com a frase, Visão complementou: 

— Amor. — Ele beijou o topo da cabeça de Wanda. — O coletivo de flores se chama amor. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, só um capítulo mais bonitinho pra me tirar da fosse pq olha, tá complicado. uashauhsuhas lembrando que estou sempre aberta à críticas e sugestões!
Com a situação de saúde complicada pelo país, peço que vocês se cuidem e fiquem bem! Usem máscara, álcool em gel, se mantenham em casa quando puderem, e leiam fanfics para aguentar a espera até semana que vem pelo final de WandaVision.
Um beijão e um abraço bem quentinho em cada um de vocês ♥



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