Pokémon - Odisséia escrita por Golden Boy


Capítulo 5
VS. Brycen


Notas iniciais do capítulo

Sou péssimo escrevendo batalhas, espero que essa tenha ficado boa. Obrigado por ler!



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— Eu vou pra Virbank. — declarou Asher. Ele levantou da cama e colocou seu casaco vermelho. Daichi estava dormindo embaixo da cama, e tirou a cabeça para ver o que estava acontecendo.

    Will estava com as pernas cruzadas na cama ao lado, e mordeu a bochecha.

    — Não vai não. 

    — Vou sim. 

    — E vai fazer o quê lá? Procurar seu irmão? 

    — É! E vou ajudar ele. A Sophie evoluiu e…

    — Olha, Asher. — Will fez a mesma expressão séria que havia feito na ponte. — Seu irmão tem oito insígnias e vários pokémon fortes, pelo que você me disse. Se tem alguém capacitado pra lidar com qualquer perigo, é ele. Não é?

    — Sim, mas…

    — Não. Se você for, vai só atrapalhar. — Will ficou de pé e colocou a mão no ombro de Asher. — Além disso, ele pediu pra você ficar em Icirrus. Quando estiver tudo bem de novo, ele vai te avisar.

    Asher não respondeu. Ele olhou para a porta e sentiu as lágrimas vindo. Will passou os braços pelas costas dele e o puxou para perto. E Asher chorou até dormir.

 

—O-O-O-

 

    — Eu marquei sua batalha. — declarou Will, entrando no quarto. Asher estava mexendo no celular enquanto Sophie assistia uma competição de dança na televisão e Daichi se distraia roendo o pé da cama de Will.

    — Quê? — Asher falou, sem parar de morder a unha do polegar. 

    — A batalha. — Will levantou as duas sobrancelhas — De ginásio? O motivo de você ter vindo pra Icirrus?

    — Ah… 

    — Vai ser amanhã. E você vai treinar hoje. — Asher bloqueou a tela do celular e se sentou cruzando as pernas. 

    — Mas tá chovendo… 

    — Sophie — chamou Will. A pokémon de lã rosa se virou para ele no meio de um passo de ballet. — Você se importa de treinar na chuva?

    — Flaa — a pokémon negou com a cabeça, e se voltou para a televisão para continuar dançando junto com os competidores.

    — Viu? 

    Daichi parou de roer o pé da cama e começou a se enfiar embaixo dela, tentando não fazer barulho.

    — Você também, Daichi! — Will se abaixou e pegou Daichi com as duas mãos. Ele era mais pesado do que ele imaginava.

    — Tá bom, a gente treina! Mas você vai pagar o jantar. 

    — Eu sempre pago, não pago? — O loiro sorriu de canto.

 

—O-O-O-

 

    As gotas de chuva eram finas e rápidas. Em poucos minutos no campo de batalha, Asher já estava encharcado. Sophie se arrependeu quase que imediatamente de ter ido treinar. Asher e Will esperaram o programa acabar, mas não havia como colocar música com toda aquela chuva.

    Daichi cavou um buraco no canto do campo de batalha e se entocou lá. Era quentinho, apertado e tinha pedrinhas para ele comer: o refúgio perfeito.

    Quando Asher estava prestes a comandar Sophie para começarem a treinar a potência de seu Thundershock, a energia do centro pokémon acabou, junto com a de toda a cidade. Um a um, os prédios de Icirrus foram desligando. 

    O centro pokémon tinha um gerador, então a luz voltou poucos segundos depois, mas apenas no hall principal e na ala médica. Asher colocou Sophie na pokébola e correu para a marquise.

    — Eu tentei! 

    — Tá, é melhor subirmos mesmo. Antes que você fique resfriado.

    — Então você admite que foi uma péssima ideia treinar na chuva? — Asher deu uma cotovelada no braço de Will, que revirou os olhos com um sorriso manso no rosto.

    — Tá, admito. — Mas ele não estava arrependido: tinha conseguido tirar Asher do quarto pela primeira vez desde a ligação de Amin.

—O-O-O-

    Asher ligou para sua avó no dia seguinte, e contou para ela. Ela pediu para que ele ficasse em Icirrus e obedecesse o irmão, e afirmou que ficaria bem com Mirna. Ela até mostrou uma foto da Darmanitan cozinhando junto com ela.

    Quando ele contou que tinha até marcado uma batalha no ginásio, ela ficou muito feliz, mas não tão feliz quanto quando conheceu Will. “Seu irmão não fez muitos amigos humanos na jornada dele, fico feliz que você esteja fazendo. Ainda mais um tão…” Asher tirou ela do viva voz antes que ela terminasse de falar, e logo se despediu.

    Depois, aproveitando que a chuva havia cessado, ele treinou mais um pouco. Daichi estava no nível 20, e Sophie no 21. Ele se sentia preparado.

    Vestiu o casaco vermelho com forro branco e calçou os tênis uma hora antes da hora marcada para a batalha.

    Fez um treino rápido de agilidade com Sophie e Daichi, comeu a barrinha de cereal oferecida por Will, e finalmente saiu do centro pokémon em direção ao ginásio.

    O céu estava limpo, azul e sem nuvens. Um vento gelado varria a avenida principal. O ginásio ficava no meio dela, uma construção de dois andares com uma fachada azul e branca. Assim que entraram, o pulso de Asher disparou. Era frio lá dentro. Muito frio.

    — Não vão ser só os seus pokémon que terão que lidar com o gelo. — declarou Brycen, vestindo um tipo de quimono azul e uma máscara. Seus braços estavam expostos, assim como as pernas e uma parte do torso.  — É um prazer finalmente te conhecer, Asher. — o homem estendeu a mão, e Asher a apertou. — Seu irmão falou muito de você. Mas não é hora de conversar. Vamos batalhar primeiro.

—O-O-O-

    Will se sentou na arquibancada e liberou Ponyta para aquecê-lo. Brycen e Asher se posicionaram em lados opostos do campo de batalha, e as mãos de Asher doíam com o frio. Ele queria ter trazido luvas.

    — Dois contra dois, você pode substituir seus pokémon a qualquer momento e eu não. — Brycen fez um gesto esticando os braços, ergueu uma perna e pegou uma pokébola. — Boa sorte, dragãozinho. — disse para Asher.

    Daichi foi primeiro, para não cansar Sophie. Se Daichi tivesse uma chance, seria contra o primeiro pokémon de Brycen. Geralmente, os líderes de ginásio usam pokémon numa ordem crescente de poder.

    O pokémon escolhido por Brycen era Cryogonal, um pokémon do tipo gelo que lembrava um grande fractal azul. 

    — Cryogonal, Ice Beam. — Brycen comandou. O pokémon de gelo não fez alarde algum ao usar a técnica, como se fazer aquilo já fosse algo usual: provavelmente era.

    Daichi desviou com facilidade dos raios congelantes, e eles muito se pareciam com os relâmpagos de Sophie. Porém, o golpe não era direcionado ao pokémon dragão. Com o raio de gelo, formaram-se estruturas monolíticas de pouco mais de um metro de altura pelo campo de batalha.

    Asher sorriu percebendo que o treinamento tinha sido útil, e Will apertou os lábios. Ele se perguntava quanto tempo demoraria até que Asher descobrisse a estratégia de Brycen.

    — Dragon Breath! — Comandou Asher. Daichi inspirou, e expirou uma rajada poderosíssima de ar na direção do Cryogonal, que foi lançado contra uma parede. 

    — Ele é bem treinado. — elogiou o líder. Ele deu um passo à frente e esticou o braço na direção do pokémon dragão. — Double Team! 

    O pokémon de gelo saiu da cratera criada na parede com o impacto de seu corpo e voltou para o campo de batalha levitando, e assim que teve a chance usou uma técnica para criar imagens de si mesmo. Eram oito, mas as estruturas de gelo liso agiram como um espelho ao redor de Daichi, e fez com que parecesse um verdadeiro exército de Cryogonal.

    — Daichi! — chamou Asher. Seu pulso estava acelerado, ele precisava derrotar esse Cryogonal com seu Gible para não colocar toda a pressão em Sophie. — Só um deles pode te acertar! Se concentra! 

    Os Cryogonal, o original e seus clones, começaram a girar pelo campo de batalha. Eles davam voltas pelos espelhos de gelo e alguns passaram perto o suficiente de Gible para ele tentar mordê-los, mas esses eram cópias que se desfizeram ao toque.

    — Rapid Spin. 

    Todos os Cryogonal começaram a girar em alta velocidade, e vieram como shurikens de todas as direções. Foi quando Asher teve um estalo. Seu coração martelou no peito e ele sentiu um calor dentro de si. Algo feroz, gutural e antigo. Sua boca se abriu e ele não pode evitar de gritar:

    — NA SUA FRENTE! — Daichi abriu os olhos, que havia fechado para se concentrar, e mordeu para frente. Seus dentes perfuraram a camada de gelo do pokémon, e seguraram ele até que ele parasse. Os clones se dissiparam, e Asher conseguiu enxergar por um momento pelos olhos de Gible. — Bite!

    E o Gible fez força com suas mandíbulas, até que Brycen retornou o pokémon. Quando Asher voltou a si, viu como Will e Brycen estavam boquiabertos.

    Mesmo assim, a batalha não parou. Brycen mandou um Beartic, um pokémon enorme e assustador. Os olhos de Asher brilharam. Um pokémon poderoso que ele tinha chance de enfrentar.

    Não. Seria perigoso deixar Daichi ali. Ele precisava descansar um pouco.

    — Daichi, é a vez da Sophie. — o Gible assentiu e correu de volta para perto de seu treinador, que o esperava com uma garrafa de água. Então, Asher liberou Sophie.

    A pokémon de lã rosa estranhou a temperatura, mas logo se acostumou. Ela estava nervosa por se apresentar na frente de alguém que não era Asher ou Will, e se sentiu como a grande dançarina Lindona, de Hoenn.

    — Está pronto? — Brycen perguntou.

    — Sim. 

    — Growl. — disse o líder de ginásio. O Beartic rugiu com toda a intensidade que pôde, e Sophie deu um passo para trás. Ela olhou para seu treinador, que também olhava com medo para o oponente.

    A expressão de Asher mudou, e ele olhou confiante para sua pokémon dançarina.

    — Vamos conseguir. — disse. — Não chegue perto dele e ficaremos bem. Thundershock!

    A princípio, tudo correu bem. Sophie se manteve longe do Beartic lançando relâmpagos de sua cauda e desviando com passos rápidos e precisos. Em determinado ponto, ela pegou impulso num espelho de gelo e saltou por cima do Beartic, mas seu erro foi ao cair. Ela escorregou no gelo e caiu de mal jeito, dando uma abertura para o pokémon de gelo contra atacar.

    Ele imediatamente a pegou com uma mão e a lançou contra o espelho de gelo, mantendo-a presa lá. 

    — Retorne-a. Eu ganhei. — disse Brycen. Ele não queria comandar Beartic para ferir uma pokémon presa daquele jeito. Ela era claramente infantil, julgando pela forma que se movia.

    Asher olhou para sua pokémon, que tentava se desvencilhar a todo custo. Mas antes que ele pudesse dizer algo, a Ponyta de Will se manifestou.

    — Poooonyta! — O fogo na crina da Ponyta cresceu com o relinche dela, e isso deu a confiança que Sophie precisava. Junto com isso, Will ligou uma música em seu celular. Toxic Love. 

    A Flaaffy concentrou toda a sua eletricidade num único golpe. Um único Discharge, que não havia sido comandado. O Beartic não teve como resistir, e a soltou. Seu pelo estava chamuscado e ele arfava de cansaço.

    Brycen apertou os olhos. 

    — Superpower, Beartic. — comandou o líder gélido.

    Mas não importa quão forte o Beartic fosse, era a hora do refrão. E não dá pra parar uma música na melhor parte.

    — Take Down! — Comandou Asher. Esse era um golpe novo que Sophie havia aprendido, e foi extremamente útil. A pokémon de lã rosa pegou impulso no chão e acertou as pernas de Beartic com toda a força, derrubando-o no ato.

    — Tire-a de cima de você! 

    Era tarde demais. Sophie finalizou a batalha com mais um Discharge, e se levantou vitoriosa. Ela olhou para as próprias patas, depois para Asher e Daichi, depois para a Ponyta. Ela havia conseguido.

    Ela havia sido útil.

 

—O-O-O-

 

    Asher não parou para admirar a insígnia quando a recebeu. Mesmo estando feliz por ter vencido, seus pensamentos estavam em Amin, e ele precisava passar uma mensagem para Brycen.

    Ele chamou o líder de ginásio e contou para ele a história toda enquanto os pokémon deles descansavam numa máquina igual a do centro pokémon. 

    — Ele disse que Glazier está vivo. — disse Asher. Brycen estava sentado do outro lado da mesa, e Will estava ao lado de Asher.

    — Obrigado por me dizer. Mas não há nada que eu possa fazer agora. — Brycen ficou de pé e estalou os dedos da mão, um por um. — Agora vão, tenho coisas para resolver.

    Brycen entregou os pokémon de Asher e guiou eles até a porta.

    — Olha pelo lado bom — Will disse. — você ganhou uma insígnia e sua licença de treinador! Agora a gente só precisa esperar o sinal verde do seu irmão e ir pra Nimbasa!

—O-O-O-

    Quando o homem de cabelo verde entrou no centro pokémon, Grant não o reconheceu. Ele tinha um boné cinza que cobria os olhos e um Zorua caminhando ao seu lado.

    — Boa noite. — disse o homem de cabelo verde. Sua voz era suave, mas ele falava rápido. — Preciso de um favor seu. Qual é o seu nome?

    — Uhh, Grant Lancaster. Você precisa que eu cure seus pokémon? Qual o seu nome?

    — Não, preciso de outra coisa. — O homem misterioso sorriu e tirou um papel do bolso. — Você pode entregar essa carta para um treinador? Ele está nessa cidade, então deve passar por aqui uma hora ou outra.

    — Você sabe o nome dele? — perguntou Grant.

    — Sei o sobrenome, serve? 

    — Sim.

    — Ryumaru. R, y, u, m, a, r, u — soletrou.

    — Ok. Acho que até já sei quem é.

    — Entregue a carta. Se não entregar, eu vou saber. — o homem piscou um olho, e sorriu. Então, girou nos calcanhares e saiu.


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Notas finais do capítulo

O-oi!
Obrigado se leu até aqui. O que acharam da batalha? Além disso, tem alguma teoria? Fiz da última parte do capítulo focada em um personagem que ainda não apresentei.



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