Nossa canção escrita por mjrooxy


Capítulo 5
Capítulo 4




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Volto para a mesa e Jane sorri muito, ela disse que eu fui perfeita. Fico bem feliz por saber que não importa o meu nervosismo, a música já faz parte de mim.

— Então, Liz. Você viu que aquele Darcy não tirou os olhos de você enquanto cantava? - Jane inquiri, curiosa.

— Ah, Jane. Ele me encarava com um ar tão soberbo que deve ter achado horrível minha apresentação. - Respondo dando de ombros.

Só para constar, eu uso gírias de todos os estados. Sou uma mulher globalizada.

— Que seja, de longe não deu para perceber. - Desdenho.

Charlotte retorna logo após, então nem me dou o trabalho de formular uma resposta.

— Liz. Arrasou, amiga!

— Char, você sabe que eu te amo. Mas, se fizer isso de novo, eu te mato lentamente. - Digo fingindo estar mais brava do que realmente estou.

— Para de ser boba, amiga. Você é tão talentosa, todo mundo amou sua apresentação. - Ouço na sequência.

Depois disso, Charlotte começa uma conversa com Jane, sobre o que ela descobriu do tal de Charles e eu me levanto.

— Gente, vocês vão ficar aqui? Vamos dançar um pouco, né? - Questiono cortando o assunto das duas.

— Verdade. - Concordam quase em uníssono.

Elas levantam também e seguimos para o outro lado do salão, onde está rolando a baladinha.

O lugar é bem grande, ninguém fica se batendo, isso é bom. Ter espaço para dançar é essencial. Depois que eu observo o ambiente, percebo que os dois amigos estão vindo em nossa direção. Confesso que nessa luz de discoteca Darcy fica ainda mais bonito, porém não importa!

— Oi garotas! - Bingley diz sorridente. - Jane, você quer dançar?

— Claro! - Ela responde de imediato e eu só reviro os olhos.

Sabia que minha irmã tinha gostado desse Bingley, só espero que ele não seja um riquinho esnobe. Ok, ele foi muito gentil vindo até nós, vou dar a ele o benefício da dúvida.

Charlotte sai do meu lado e vai dançar com Diego, ótimo! Agora eu estou aqui ao lado dessa estátua grega.

— Você dança, Darcy? - Pergunto para quebrar o gelo.

— Não se eu puder evitar! - Responde sem nem me olhar nos olhos.

Me lembrem de nunca mais dirigir a palavra a esse homem desagradável, por favor!

Saio de perto dele e o deixo lá, parado feito um poste.

"Não se eu puder evitar.", repito para mim mesma.

Qual é a desse cara, afinal? Parado aqui no meio da pista igual um idiota. Nem toda a beleza do mundo supera esse mal humor, eu hein.

"Vai morrer no Brás!", xingo em pensamento.

Sigo para a pista sozinha, porque eu sou dessas. Não preciso de macho para me divertir, entretanto, chega um gatinho em mim e eu dou abertura para ele se aproximar. Nessa luz fraca não dá para perceber muito bem os detalhes do seu rosto, algo me diz que ele é bonito. Se ele quer dançar comigo não vou impedir.

Começamos a fazer uns movimentos no ritmo da música e ele aproveita para encostar na minha cintura vez ou outra. Não me importo, é só a cintura, tudo bem.

Dou uma olhadinha para um lado e vejo Charles dançando sorridente com Jane, bom.

Do outro Charlotte dança com Diego, Credo!

Mais à frente, noto o cano de encanamento ainda parado. Parece que olha na minha direção, esquisito, muito esquisito.

Volto a me concentrar na dança e ouço um sussurro no meu ouvido. Não consigo entender direito, a música está alta. Por isso mesmo, faço sinal para sairmos um pouco, quero saber com quem estou dançando.

Seguimos para a mesa e percebo que ele de fato é bonito, não tanto como Darcy ou Bingley, verdade.

— Meu nome é George Wickham, prazer. - Ele diz mostrando os dentes brancos e alinhados.

Um sorriso bonito, um pontinho para ele.

— Eu sou Elizabeth, mas pode me chamar de Lizzie. - Respondo sorrindo também.

Sentamos à mesa para conversar um pouco e logo o garçom nos serve outra bebida.

— Então, não te conheço, você vai trabalhar na escola? - Pergunto puxando assunto.

— Isso mesmo, fui contratado essa semana.

— Legal isso, eu estava meio temerosa com essa mudança. Todavia, estou vendo que me preocupei à toa. - Falo para manter o assunto fluindo.

Ficamos conversando mais um tempo e descubro que ele vai dar aulas de bateria. Minutos depois, Jane retorna e Wickham se levanta, alegando que precisa conversar com algumas pessoas. Tudo bem, não é como se fossemos sair daqui casados!

— Ei, Jane cadê o bonitão ruivo? - Pergunto sorrindo.

— Ah, ele disse que precisa socializar com o povo da escola. - Diz e eu vejo o sorriso dela murchar por um tempo.

— Ele foi até você quando fomos dançar, não é? - Tento animá-la.

— E o tal de Darcy? Por que não dançou com ele?

— Deus me livre dançar com aquele homem desagradável? Eu passo!

Jane da uma gargalhada e bate no meu ombro de leve. Charlotte está de volta também e eu resolvo circular, preciso ir ao banheiro e verificar a make, afinal, a noite ainda não acabou.

Não sei muito bem onde fica o banheiro, na verdade, mas podemos descobrir, não é mesmo.

Vou andando e avisto uma bifurcação, presumo que o banheiro deve estar escondido ali atrás. Quando me aproximo um pouco mais, vejo duas silhuetas paradas próximo a entrada do banheiro masculino. Eles estão conversando, continuo andando e consigo decifrar as vozes e o que dizem:

— Você vai pegar o telefone dessa garota? - Uma voz aveludada questiona.

É a voz de Darcy!

— Vou sim, ela é um anjo, nunca vi garota mais bonita! - Charles exclama.

Estão falando sobre Jane, preciso ouvir. Ok, eu sou curiosa mesmo, não consigo ignorar esse comichão. Também nem dá para eles me verem, devido ao ângulo que eu estou.

— Ótimo, aproveita então. - Darcy diz sem animação.

— Olha amigo, Jane é linda. Só que a irmã dela também é uma gata, fora que tem aquela voz maravilhosa. O que você achou dela, hein? - Ele pergunta de forma curiosa.

Tá bom, eles vão falar de mim. Sei que não deveria, mas me pego aguardando ansiosamente a resposta da estátua.

— A única garota realmente bonita daqui é Jane. - Desdenha com um ar de indiferença. - Essa Elizabeth é até que tolerável, só que de forma alguma conseguiria chamar minha atenção. Além do mais, não notei nada de extraordinário na voz dela. - Responde e se vira para voltar ao salão.

— Você é impossível, Darcy. - Charles diz parecendo constrangido.

O que? Eu sou tolerável? Não estou ouvindo isso! A vontade que eu tenho agora é de descer a mão naquela cara branca de gel pós-barba, homem escroto! Sigo batendo o pé para que eles notem a minha presença, percebendo que os dois viram o rosto imediatamente quando ouvem o barulho. Eu nada digo e entro no banheiro, que noite! Quanto mais eu oro mais assombração me aparece.

 

 


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