The Chosen Ones — Chapter One. escrita por Beatriz


Capítulo 29
Sayuri: problemas.




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Quando anoitece novamente na Vila da Areia eu já amaldiçoei tanto Sasuke que até a quinta geração dele ainda vai estar sentindo so efeitos disso no futuro. Achava impossível que a marca da maldição pudesse ser ativada de novo depois da morte do Orochimaru, mas, aparentemente, nada na vida de um ninja é impossível. Quando eu vi as marcas na mão dele, eu não imaginava que era da marca, até ver que ela ia até o seu pescoço. Antes que ele se afastasse de mim como se eu tivesse lhe dado um choque, eu consegui ver um pedacinho na marca nele. Ela estava acessa, como se tivessem a queimado em sua pele.

Eu quis gritar com ele, quis bater nele, mas ele desmaiou em meus braços um pouco depois de eu ter visto. Só consegui ampará-lo com um braço e tive que arrancar a agulha do outro se eu quisesse segurá-lo melhor. Depois de muita gritaria pedindo por ajuda dentro do quarto (que estava com a porta fechada), uma médica ninja apareceu e me ajudou a colocá-lo na maca, no meu lugar. Ela o examinou, sentiu seu pulso, aferiu sua pressão, abriu seus olhos e colocou uma luzinha lá dentro... E me perguntou o que havia acontecido. Eu não soube responder, pois realmente não fazia a menor ideia.

No fim, ela disse que aparentemente não havia nada de errado com ele e que talvez fosse só cansaço. Ela me disse que ele ficaria em observação e deveria ficar repousando e era para eu ficar de olho nele caso ele acordasse, pois eu deveria chamá-la no mesmo momento. Eu concordei com tudo o que ela disse e ela saiu do quarto, levando o soro que eu estava tomando consigo. Eu apertei o pontinho onde a agulha estava enfiado no meu braço para não sair mais sangue e me aproximei de Sasuke. Seus olhos se mexiam embaixo das pálpebras como se ele estivesse sonhando, mas não me atrevi a acordá-lo. Lentamente e com cuidado, eu puxei um pouco a gola da sua blusa para longe de seu pescoço. Lá estava a marca da maldição, mas viva que nunca. Só havia um jeito da marca ter sido ativada e esse jeito era Sasuke usando algum jutsu que exigia muito além da quantidade de chakra que ele possui.

— Que merda você fez, Sasuke? — pergunto para o silêncio do quarto.

Dentro do quarto, as horas parecem passar na maior lentidão do mundo. Eu só saio algumas vezes para pegar comida e quando volto tenho a esperança de Sasuke estar acordado, mas ele nunca está. Sinto medo que, o que quer que ele tenha aprontado, não o deixe acordar mais.

Um tempo se passa até que batam na porta do quarto. Duas batidinhas rápidas e a cabeça de Akemi aparece através do vão da porta que ela abre. Quando ela vê que eu e Sasuke trocamos de lugar, ela fraze o cenho e entra no quarto, fechando a porta atrás de si.

— O que aconteceu? — ela pergunta, se aproximando de mim.

— Não sei, ele desmaiou — digo. — E a marca da maldição que ele tem está ativada de novo.

— Marca da maldição?

Suspiro, lembrando que Akemi não é Naruto e que não sabe nem metade da minha história ou da história de Sasuke. Então, eu conto a ela tudo sobre a marca da maldição e sobre Orochimaru e tudo o que Sasuke passou. Tudo isso eu soube porque espiava Konoha e, consequentemente a vida de Sasuke, depois que eu fui para a Vila da Névoa.

 

Akemi escuta atentamente, sentada em uma cadeira ao meu lado. Quando eu termino de falar, ela fica um tempo em silêncio.

— A marca foi ativada de novo — eu continuo depois que ela não fala nada. — E, depois da morte de Orochimaru, ela só poderia ser ativado se Sasuke exigisse algo além do alcance do seu chakra — eu dou um soco no braço da minha cadeira e Akemi dá um pulo ao meu lado, pega de surpresa. — Eu não lembra nada que aconteceu noite passa. A única coisa que eu tenho na mente é até o momento em que encontrei com seu irmão, ele me atacou e depois eu acordei rodeada dos membros da Doragon e aí é tudo um branco depois disso.

— Um outro membro da Doragon tentou seqüestrar você — Akemi diz, me pegando de surpresa. — E Sasuke foi tentar te salvar.  

— Esse idiota fez o que?! — minha voz aumenta uma oitava e eu fico de pé.

Agora eu entendo tudo. Ele foi atrás de mim e deve ter sido obrigado a usar algum jutsu que exigia um nível acima do que ele está no momento. Eu viro para Sasuke, pronta para gritar com ele, mas quando vejo seu rosto desacordado, meu coração se parte em mil pedacinhos e eu perco toda a motivação. Que droga, Sasuke. Que droga! Ele sempre foi tão frio, tão distante, quando se tratava de mim. Por que ele não poderia ter sido uma vez mais? Eu poderia me proteger quando acordasse. Sempre dei conta de mim mesma.

— Por que você simplesmente não ficou na vila, seu idiota?! — eu pergunto para Sasuke, virando o rosto como se não quisesse que ele me visse chorar, e não espero resposta.

Mas o que eu escuto me pega de surpresa.

— Não esperei na vila porque você não ia acordar, Sayuri.

A voz de Sasuke é quase um sussurro de tão baixinha que está. Akemi, sempre pronta, se levanta da cadeira que está sentada e sai porta afora para chamar alguém. Até ela deve ter percebido a gravidade da situação.

Com dificuldade, Sasuke se senta na cama, massageando o braço que, até momentos atrás, estava cheio de marcas escuras e agora está normal. Ele parece bem apesar de tudo. Um nó se forma em minha garganta e eu cerro os punhos ao lado do corpo.

— Como assim? Do que você está falando? — eu pergunto ainda sentindo muita raiva.

— O nome do cara que te levou é Yuna. Ele é o líder da Doragon — Sasuke explica. — E ele é um tipo de ninja que eu nunca tinha visto. Pelo o que eu percebi, a especialidade dele é só a mente.

— O que ele fez comigo? — pergunto, sentindo um tremor em meu corpo.

— Não sei exatamente, mas ele mexeu muito com a sua mente. Ele te colocou em um estado quase de coma e depois te fez ativar seus dois kekkei genkai. Você surtou, veio com tudo o que tinha para cima de mim como se eu fosse o inimigo... Sayuri, eu não sei porque, mas eu acho que essa organização não está atrás apenas de Akemi.

— Como assim? — pergunto, confusa.

— Não sei, é só uma sensação que eu não consigo me livrar...

— Nós podemos pensar nisso depois. Nós quatro juntos. Mas, Sasuke, e, depois de tudo o que aconteceu comigo, o que você fez para me salvar? — eu faço a pergunta que eu queria muito poder evitar, mas não consigo.

Sasuke passa um tempo em silêncio e sinto medo do que ele possa dizer. Observando-o agora, eu percebo o corte em sua bochecha. Ele sempre esteve ali? Será que havia se machucado quando desmaiou? Ou será que... Ele me tira de meus pensamentos quando volta a falar.

— Eu sabia que não ia te parar com qualquer coisa. Sabia muito bem que seria impossível. O jeito que você ficou... — ele balança a cabeça, como se tentasse não lembrar. — Naquele momento, eu pensei que precisava fazer algo muito forte porque você estava sendo manipulada de um jeito que eu nunca vi antes, como se fosse uma marionete. Então eu pensei em um jutsu que eu só havia visto em livros: Drenagem de Chakra — eu cubro minha boca com uma mão, chocada demais para esboçar qualquer coisa que não fosse surpresa. — Então eu fiz os selos de mão e, de alguma forma, eu consegui ativar o jutsu e usei em você. Drenei um pouco do seu chakra para que você pelo menos desmaia-se, mas você tem um chakra muito forte por causa do seu kekkei genkai e por isso eu acabei passando mal. Eu acho.

— Drenagem de Chakra? Isso é um jutsu de um usuário no nível do rinnegan, Sasuke. Você tem noção do perigo pelo qual passou?! Você passou mal porque você ativou a marca da maldição — digo, me aproximando dele. — Você ficou louco? Poderia ter morrido ou poderia ter perdido o controle. Poderia ter se transformado naquela coisa que o Orochimaru fez com você. O que eu faria se... se você...

Sem poder controlar, eu sinto meus olhos se encherem de lágrimas e sinto os dedos dele apertarem os meus e, então, quando olho para baixo, vejo que eu havia colocado minha mão na sua. Foi tão automático, como se eu buscasse qualquer tipo de contato com ele para ter certeza de que realmente estava vivo e que estava bem. “O que eu faria se você tivesse morrido?”, é o que eu tenho vontade de perguntar, mas não consigo formar as palavras.

Nós ficamos em silêncio por um instante. Ele me encarando e eu encarando nossas mãos juntas. Mas o momento se quebra quando a médica ninja abre a porta e eu me afasto de Sasuke como se tivesse levado um choque. Limpo meus olhos rapidamente para que ninguém perceba meu estado. A médica diz para esperar do lado de fora enquanto ela examina Sasuke e eu saio do quarto, encontrando com Akemi ali no corredor.

Mesmo depois de tudo o que aconteceu (a aparição do irmão dela, a morte do Kazekage), ela parece bem. Feliz até. Eu a observo por um tempo e ela não parece nem notar a minha presença, está absorta em seus próprios pensamentos, sorrindo como uma idiota. Tenho vontade de perguntar o que aconteceu com ela enquanto estive desacordada, mas não tenho forças para lidar com as coisas dela agora que eu já estou cheia dos meus próprios problemas para lidar. Quando ela finalmente percebe a minha presença, sua expressão muda de feliz para preocupada e ela pergunta se eu quero comer algo, pois está faminta. Eu aceito e nós caminhamos até o refeitório do hospital.

— Todo mundo está me olhando estranho — ela diz, quando chegamos no refeitório, puxando uma cadeira para sentar.

— Bem vinda ao clube — eu digo, me jogando na cadeira à frente da dela.

— Estão todos me culpando pela morte do Kazekage — ela diz, baixinho.

— Sempre tem alguém me culpando pela morte de algum idiota. Eu nem ligo mais. Só ignora que uma hora todo mundo esquece — eu digo, dando uma olhada no cardápio.

Nós vamos até o caixa, fazemos nossos pedidos e quando voltamos, comemos em silêncio por alguns segundos até eu começar a pensar em Sasuke e, subitamente, sentir a necessidade de falar sobre a gente para alguém.

— Sasuke e eu somos primos, sabia? — eu digo antes que possa controlar minha língua.

— Tipo primos primos? Da mesma família? — ela pergunta, interessada.

— Existe outro tipo de primo?

Ela dá de ombros e dá uma mordida em seu sanduíche, esperando que eu continue a falar e eu continuo.

— Meu pai era irmão do pai dele, mas nossas famílias nunca foram muito próximas. O pai dele não gostava do fato do meu pai ter se casado com alguém de outro clã, deixando, como ele mesmo dizia, nossa “sangue fraco” ou “impuro”. Então, ele fez questão de manter o Sasuke afastado de mim. Mas... — eu encosto as minhas costas na cadeira e fico olhando para o nada. — nós mantínhamos uma boa relação. Depois que passamos a fazer parte do time 7, pensei que fôssemos nos aproximar, mas Sasuke sempre me afastava. E tudo piorou quando ele despertou o sharingan e eu não, principalmente pelo fato dele ter despertado porque achava que eu havia morrido, já que me jogaram de um penhasco em uma missão.

— Um penhasco? — ela engasga.

— Para você ver como eu já tinha uma vida ótima desde sempre. Mas enfim, eu usei o kekkei genkai do clã da minha mãe e consegui sobreviver a isso. Desde então nossas brigas passaram a ser constantes, sabe? — ela balança a cabeça, concordando. Sim, ela sabia, pois já tinha visto a gente se engalfinhando muitas vezes. — Tudo o que eu fazia ou falava parecia que era uma provocação para ele, ninguém conseguia deixar nós dois muito próximos porque já começa uma discursão. Nas missões, ao invés de atacar os inimigos, passamos a nos atacar. As brigas só foram piorando, nos machucávamos demais usando nossos poderes um contra o outro. Até que uma vez quase nos matamos. Eu só me lembro dele usar a chidori em mim e eu invocar uma alcateia de lobos para matá-lo. Quando acordei, estava em casa com uma ninja médica e minha mãe e meus pais muito furiosos. Nesse mesmo dia, nos mudamos e saímos do distrito dos Uchiha. Fomos para uma casinha perto do Vale do Fim. Meu pai acabou me tirando do Time 7 e passou a me treinar por conta própria. Aí nunca mais tive contato com ninguém do centro da vila, só às vezes Kakashi aparecia, mas só trazia informações para o meu pai — eu suspiro. — Então, dois meses depois da mudança, aconteceu o massacre dos Uchiha. Como aquilo doeu, sério. Quando eu soube que Itachi havia feito aquilo, doeu mais ainda, porque, diferente de Sasuke, Itachi me amava como se eu fosse irmã dele e eu sabia disso. Ele realmente me tratava como irmã dele. Com carinho, amor, admiração e sempre disse que tudo tinha seu tempo, que eu ia despertar o sharigan no meu tempo e ia ser uma Uchiha lendária. Sempre me encorajava e me defendia de todos, inclusive do pai dele.

— Sayuri — Akemi chama meu nome, segurando minha mão por cima da mesa, e eu ergo o olhar para ela. —, vai dar tudo certo com o Sasuke. Ele vai ficar bem. Ele é forte.

— Por que você está me falando isso? — pergunto, afastando a mão da dela.

— Porque eu sei que você está preocupada com ele e por isso começou a me contar tudo isso. Eu sei porque sempre que eu fico preocupada com alguém que está muito mal, eu costumo me lembrar do passado e de todas as coisas que eu podia ter feito diferente.

— Ai Akemi, você é muito romântica — eu me levanto, segurando minha bandeja e levando ela até o local apropriado. — Não é nada disso. Só me deu vontade de falar. Odeio ficar desmaiada porque eu sempre acordo falando pelos cotovelos, como se eu tivesse perdido um monte de novidades.

Eu saio de perto dela antes que ela possa falar mais alguma coisa porque ela está certa em tudo o que disse. Eu realmente estou preocupada com o que aconteceu com Sasuke e o que isso pode significar. Eu sei que pessoas como esse tal de Yuna não fazem nada por acaso, ele deve ter tido algum motivo para ter feito com que Sasuke usasse uma quantidade absurda de chakra como ele usou.

Quando eu deixo a bandeja no balcão, percebo que estou tremendo, mas apenas respiro fundo e volto a sentar com Akemi.

— Sayuri, quero te falar uma coisa — Akemi diz, quando eu sento de volta na cadeira.

 — É que, assim, eu não queria falar para ninguém, mas eu preciso compartilhar nem que seja com você, sabe?

— Sim, me fala logo, tá me deixando curiosa.

— Eu e o Gaara estamos juntos.

Um minuto de silêncio se passa em que nós ficamos nos encarando.

— Eu sei que é estranho dizer isso assim do nada, mas...

— Você e o Gaara estão o que?! — eu quase grito e algumas pessoas se viram na nossa direção.

— SHHH!!! — ela se inclina por cima da mesa e coloca uma mão na minha boca. — Não fala alto, é segredo. Quer dizer, não bem segredo, mas eu não quero que as pessoas fiquem sabendo. Só te falei porque você desabafou comigo.

— Gente, que fofoca. Tô chocada — eu cubro uma mão com a boca. — Como isso aconteceu? Não que eu não soubesse que fosse acontecer porque né...

— Para — ela tenta parecer com raiva, mas acaba sorrindo. — Olha, eu sei que você está passando por um momento bem ruim, com esse negócio do Sasuke e tudo mais, se você quiser deixar para falar disso depois...

— Ah, para, Akemi — eu cruzo os braços e me recosto na cadeira. — Fala logo, preciso de alguma distração.

E então ela me dá um resumo da história, diz que descobriu algumas coisas sobre o passado deles que mudou totalmente a relação deles dois, mas que ela ia me dar mais detalhes sobre isso depois. A única coisa que importava agora era que eles estavam juntos — palavras dela. Fico realmente feliz pelos dois (mesmo estando curiosa para saber qual é todo esse mistério do passado deles) e digo que eu espero que eles sejam muito felizes e que o Neji não surja das profundezas do inferno para atrapalhar como todo ex namorado com dor de cotovelo. Akemi acaba ficando um pouco pensativa, mas depois dá de ombros, dizendo: “ele que quis terminar comigo”.

Quando nós saímos do refeitório, mal damos dois passos no corredor quando somos paradas por Kankuro. Ele para ofegante na nossa frente, como se tivesse corrido muito até nos encontrar. Quando ele finalmente recupera o fôlego, diz algo que faz meu coração bater um pouco mais rápido.

— Akemi, preciso que você me acompanhe até a sala de reuniões do conselho — ele diz. — Alguns dos anciãos estão querendo colocar Gaara como Kazekage por causa dos poderes dele e por ele ser o mais forte da nossa vila, mas outros não confiam nele e acham que elese juntou com você e seu irmão, que por acaso faz parte daquela organização, para assassinar o Kazekage. Você precisa vim comigo. Agora!

Akemi e eu trocamos um olhar. Gaara? Kazekage? Eu sei que palavras têm poder, mas não imaginava que um pensamento meu dito em voz alta poderia acabar se realizando em tão pouco tempo. Ao meu lado, Akemi engole em seco e acaba seguindo Kankuro pelo corredor. Penso como seria a próxima vez que eu entrasse na sala do Kazekage e visse Gaara ocupando aquela cadeira. Será que isso poderia realmente acontecer?


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