The Chosen Ones — Chapter One. escrita por Beatriz


Capítulo 2
Sasuke: a líder Anbu da Vila Oculta da Névoa.




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Eu sei que toda a aldeia está falando sobre mim e meus feitos. “Você soube que Sasuke Uchiha matou o Orochimaru? Ele é um herói! Um dos melhores shinobi da aldeia!”. O que eles não sabem é que estava apenas fazendo o meu trabalho para proteger o lugar onde eu moro. Por que eles não podem simplesmente esquecer o que aconteceu? Aliás, de quem foi a ideia estupida de fazer uma festa para comemorar isso?

No dia da comemoração, acordo mais cedo que de costume. Não por estar nervoso ou ansioso, mas porque toda a vila acorda mais cedo para começar com os preparativos para receber os representantes das quatro vilas que virão hoje. Tomo um banho e me visto, saio do apartamento para dar uma volta antes que o dia amanheça e eu seja bombardeado com perguntas e elogios. Respiro fundo. Eu só queria ter um dia sossegado. É pedir muito?

As pessoas que já estão acordadas junto comigo estão tão concentradas em seus afazeres que nem me notam andando perto delas. Agradeço mentalmente por isso, pois não estou com cabeça para falar com alguém. A lua brilha ainda no céu, redonda e pálida. Me pergunto o que eu realmente fiz demais. Quer dizer, qualquer ninja que se preze teria feito o mesmo que eu. Eu não vejo motivo nenhum para uma comemoração desse nível. Orochimaru nem era uma ameaça tão grande assim.  

Não presto atenção no caminho que estou tomando até o momento em que paro na frente do que antes era o distrito dos Uchiha dentro da Vila da Folha. Hoje o distrito não existe mais, mas ainda me lembro de como ele era e de como eu amava esse lugar. Fico ali, olhando para outras construções que tomaram o lugar do que antes era o lar do meu clã. Minha mente se enche com memórias, mas uma em especial toma conta dos meus pensamentos. Não me lembro de muitos detalhes, mas recordo do momento mais importante.

Itachi saca sua kunai, assustando nosso pai. Mas ao invés de acertá-la no homem, meu irmão acerta a kunai no emblema de nosso clã pintado na parede. Na época eu era apenas uma criança e só consegui assistir a cena sem poder mover um músculo. Eu era tão estúpido.

— Eu estou cheio — Itachi diz, de cabeça baixa. — Não existe mais esperança para este clã patético.

Arregalo os olhos, não podendo acreditar em meus próprios ouvidos. Itachi realmente tinha dito que somos patéticos? Por quê? Por que pensava assim? O que ele podia ver que eu não podia? Assustado demais para fazer algo, apenas continuo escutando as palavras de meu irmão mais velho.

— Desde muito tempo, os Uchiha sempre asseguraram a paz aqui. O emblema é um símbolo do orgulho do estilo de vida do nosso clã, assegurado há séculos. As pessoas deste clã são todas iguais, vocês se enfocam no trivial e perdem de vista o que é mais importante. Mudar é impossível neste nevoeiro de ignorância. Como nós podemos evoluir quando o regulamento é tudo o que sabemos?

— Quanta arrogância — um dos homens que estava com meu pai diz.

— Já chega! — o segundo homem diz. — Se você continuar falando esse monte de besteiras eu vou te por atrás das grades.

Itachi apenas deixa escapar um sorrisinho debochado. Por um momento não reconheço o garoto que está bem na minha frente. Lembro-me do que pensei naquele momento: “Irmão, por quê?”

— E aí? — um dos homens continua falando. — O que vai ser?

— Eu não posso mais aguentar isso — o terceiro homem fala. — Senhor, por favor, eu peço, me dê a ordem.

Neste momento não consigo mais ver tudo calado.

— Itachi, você tem que parar! — grito. Eu era apenas uma criancinha nessa época. Tão inocente e ingênua.

Meu irmão se sobressalta com o meu grito, ele parece ficar assustado e olha na minha direção. Ele me encara por um momento antes de olhar para além de mim, para algo que não viro para ver o que é. Em poucos segundos sua expressão muda de raiva para uma completa derrota. Ele cai de joelhos no chão, na frente de nosso pai e seus homens. Itachi se curva, fazendo uma reverência respeitosa para os homens.

— Peço desculpa pelas palavras que disse — ele diz. — Eu sinto muito.

Todos ficam em silêncio por um momento até meu pai começar a falar, sem nunca tirar os olhos do filho mais velho.

— Itachi tem andado cansado ultimamente. Muito cansado com as missões de Caçadores Anbu.

— Mas capitão... — um dos homens começa, mas meu pai o interrompe.

— Os Anbu estão sob controle direto do Hokage. Mesmo que vocês quisessem prender um deles precisariam conseguir um mandado primeiro. Quanto ao Itachi, eu assumo total responsabilidade por ele — meu pai se curva. — Vocês têm a minha palavra.

Os três homens suspiram, derrotados.

— Muito bem, senhor — o mais velho deles diz.

Itachi olha novamente para a minha direção, mas desta vez escuto um barulho atrás de mim. Algo quebrando. Olho para trás e vejo quem estava ali o tempo todo e que havia sido o foco da atenção do meu irmão também: Sayuri Uchiha. Ela estava tão assustada quanto eu e havia batido em um vaso de flores por ali, quebrando-o. 

Aquela pirralha desprezível!, penso, socando uma parede. Meu maxilar está tão trincado quanto meu punho. Aquela garota... Só porque é uma Uchiha acha que tem o direito de invadir a vida dos outros assim. Ela e Itachi sempre tiveram uma conexão que eu invejara. Afinal de contas, o irmão era meu e era eu quem tinha que implorar pela atenção dele enquanto ele deva isso a ela de graça. Não posso dizer que fiquei triste quando ela sumiu da Vila da Folha. Se ela tiver morrido, eu espero, de coração, que continue assim. 

Talvez tenha sido por causa dessa minha carência para com Itachi que eu não tenha tido forças para salvar meu clã e minha própria família na noite do massacre. Por quê, Itachi?, repito em minha mente a mesma pergunta que me fiz quando criança, mas que nunca tive resposta. Olho para o céu e, acima de mim, um corvo passa grasnando. 

Me recomponho e volto a caminhar, vejo que o sol já está começando a nascer e me preparo para voltar ao apartamento. Em poucos minutos Ino apareceria lá para me dar a roupa que eu tenho que vestir para a tal festividade. Reviro os olhos. Será que se fizer um Clone das Sombras de mim mesmo e o mandasse no meu lugar alguém iria suspeitar?

Passo por duas mulheres que estão enfeitando uma barraquinha de comida. Não quero escutar a conversa delas, mas as duas falam tão alto que é quase impossível passa por ali e não escutar nada. Penso que estão falando sobre mim, mas me surpreendo ao ver que estou errado.

— Você sabe quem virá para a festividade? — a mais velha pergunta.

— Eu sei — a mais nova diz. — O Tigre da Névoa. Dizem que ele é bem assustador. Já matou milhares. 

— Eu ouvi falar que é uma mulher. Acredita?

— Mulher? — a mais nova arregala os olhos. — Que surpresa!

Passo por elas antes de escutar o resto da conversa. Tigre da Névoa?  Talvez eu possa perguntar para Akemi sobre a identidade dessa tal mulher, afinal Akemi é líder dos Caçadores Anbu e provavelmente conhece pessoas importantes das outras aldeias. Mantenho isso em mente enquanto caminho, assim que eu colocar meus olhos em Akemi ela vai ter que me responder essas perguntas. 

Assim que chego ao meu apartamento, Ino já está me esperando. Pontualmente às 6 horas, como ela mesmo disse no dia anterior. Cumprimentamo-nos e ela me mostra a roupa que ficou responsável de escolher especialmente para este dia. É um terno escuro e feito sob medida, parece ser bem caro.

— Como você sabe as minhas medidas? — pergunto, indo experimentar a roupa.

— Ah, você sabe, eu tenho meus truques — ela pisca pra mim, rindo.
 

—x—

No fim, eu apenas espero Ino dar o fora do meu apartamento e deixo o terno jogado na cama. Eu não usaria nada além do meu uniforme ninja nesse dia. Estou terminando de ajeitar minhas roupas quando um movimento na janela do meu quarto me faz olhar lá para baixo.

Kakashi e os Caçadores Anbu passam na rua e fico os observando. As pessoas lá embaixo ficam agitadas e os reverenciam quando eles passam por elas. Procuro a capa branca de Akemi entre os Anbu, mas não a encontro. Sendo líder ela não devia estar ali com eles? Franzo o cenho, não por preocupação, mas por raiva. Como vou perguntar quem é o Tigre da Névoa se ela resolveu não dar as caras hoje?

Saio pela janela e ando pelo telhado das construções. Se Akemi não está aqui para responder, então terei que descobrir sozinho. Empoleiro-me no alto de um prédio perto do portão de entrada, daqui tenho uma visão quase perfeita de quem vai chegar. Desse lugar posso escutar também conversas e vejo que estão todos falando sobre esse tal “Tigre da Névoa”; algo parecido com raiva começa a crescer dentro de mim. A atração aqui sou eu ou ele?

As horas passam, ninguém chega e o tédio começa a me consumir. Apenas às oito e meia, Akemi aparece ao lado de Kakashi e, aparentemente, leva um sermão dele pelo atraso. Já estou pronto para ir até ela, mas os primeiros convidados aparecem e me mantenho quieto. Acabando com as minhas expectativas, vejo que é a Vila Oculta da Nuvem, depois vem a Vila Oculta da Pedra e em seguida a Vila Oculta da Areia. Percebo que essa terceira aldeia deixa Akemi bem agitada. Franzo o cenho. É a presença de Gaara, sei disso porque quando ela vai escoltá-los, o garoto tenta ir ao lado dela, mas Akemi simplesmente dá um passo para o lado de Kankuro, como se o ruivo tivesse uma doença contagiosa ou algo do tipo, e mantém o marionetista entre eles.

A última vila, a da Névoa, demora uma eternidade para chegar. Passam-se vários minutos, Akemi até volta para o lado de Kakashi, e nada dos representantes da Névoa aparecerem. Será que desistiram de vir? Akemi diz alguma coisa no ouvido de Kakashi e me pergunto o que é, se o evento já está trazendo problemas como eu imagino que acontecerá, mas desisto de tentar descobrir quando vejo cinco figuras vindo em direção à vila.

— São eles? — pergunto a mim mesmo, com expectativa. 

Eles param em frente ao Kakashi e vejo que são Caçadores Especiais Anbu que foram enviados. Quatro homens e uma mulher. Ela está a frente, parece ser a líder deles. Sua máscara é de um tigre e ela parece um pouco intrigada com Akemi, pois não para de olhar para a garota.

Enquanto eles conversam lá embaixo, me pergunto quem pode ser o tal Tigre da Névoa. “Eu ouvi falar que é uma mulher”, recordo-me da fala de uma das mulheres de hoje de madrugada. Então, é uma mulher. Meu olhar recai novamente na líder dos Caçadores Anbu da Névoa. Se for ela, então qual será a sua identidade? “Já matou milhares”, foi o que a mulher dissera. Quem é ela?

Volto ao meu apartamento quando os últimos convidados são escoltados. Já tenho em minha cabeça tudo o que farei no resto do dia. Se Akemi não conseguir dar respostas às minhas perguntas, então descobrir a identidade daquela mulher vai ser a minha principal missão, não importando os meios pelos quais terei que conseguir.

Fico na sacada do apartamento vendo o movimento nas ruas e esperando o momento certo para começar a procurar o que quero. Em algum momento, um movimento lá embaixo me chama atenção. Meu olhar recai em uma única pessoa que destoa das outras: a líder Anbu da Névoa. Ela anda calmamente e com graciosidade, como um felino, por entre os cidadãos da Folha. Sua capa cor de magenta de líder Anbu ondula atrás dela como um pequeno rio vermelho. Ela poderia ser quase invisível com o jeito que se move, se não fosse essa capa. Ela para um instante para pedir alguma informação e depois volta a andar. É quando ela olha para cima.

Nossos olhares se encontram rapidamente. É o bastante para que eu fique sem fôlego. Seus olhos são verdes exatamente como eram os de Sayuri. Será que...?, penso comigo mesmo. Não, não pode ser. Ela está morta.

Assim como nossos olhares se encontraram, eles se desencontraram em uma fração de segundos. Ela abaixa a cabeça e volta a andar, desta vez com mais rapidez, e logo desaparece entre a multidão. Agora sei para onde ela está indo: o escritório do Sexto Hokage.

  —x—

Ando o mais rápido que consigo. As ruas estão abarrotadas de pessoas e correr se tornaria um desafio se eu tentasse. Algumas delas me param para me parabenizar pela milésima vez, mas a maioria está absorta em conversas e sussurros sobre o Tigre da Névoa e seus grandes feitos ou o boato deles.

Tento chegar logo ao escritório do Hokage. E se ela estiver indo para lá para uma tentativa de assassinato? De todas as vilas, a que eu menos confia é a Névoa. Passo por umas barraquinhas de lámen e outras especificamente de bebidas alcoólicas, e é em uma dessas que encontro Akemi. Ela está sentada, com os ombros curvados para frente. Parece triste e um pouco cansada. Paro por um instante e olho para o prédio onde está localizado o escritório do Hokage. Kakashi já é um homem crescido e sabe se virar quando se trata da sua vida estar em perigo; olho para Akemi, se ela continuar bebendo desse jeito e aparecer na festividade bêbada, poderá ser expulsa dos Caçadores Anbu. Resolvo ir até ela. Conversar com Akemi seria útil tanto pra mim quanto pra ela.

— Dizem que beber muito mata — digo, chegando perto.

Akemi demora uns segundos pra responder. Ela nem sequer se dá o trabalho de me olhar.

— Dizem que se intrometer na vida dos outros da morte do mesmo jeito — ela diz.  

Mentalmente, deixo um sorriso escapar. Akemi e eu nunca tivemos uma relação de amizade, nem qualquer relação. Só nos falamos quando necessário, quando um realmente precisa do outro. Como agora. Não que ela esteja precisando de mim, mas eu preciso de informações que acredito que, nesse momento, só ela pode me fornecer.

— Isso é jeito de tratar o herói da Vila da Folha? — pergunto, sentando-me ao sua frente.

— Ah, é você — ela está me encarando agora, tomando consciência de quem está falando com ela. — Olá, Sasuke.

— Você trata todos os seus amigos assim? — recosto-me na cadeira e cruzo os braços.

Akemi levanta a cabeça e seus olhos encontram os meus. Sua máscara está largado ao lado do seu braço.

— Não somos amigos, Sasuke. Você bem sabe disso.

É impossível ver a expressão dela pela máscara, mas sei que ela está se lembrando de quando éramos crianças. Quando tínhamos mais ou menos uns dez anos e ela me achava muito solitário e queria fazer amizade comigo de qualquer jeito; eu nunca a tratei bem e nem aceitei sua amizade.

— Hoje é seu aniversário, não é? Parabéns — digo, tentando, pela primeira vez, ser legal com ela.

— O que você quer, Sasuke? — ela coloca o cotovelo na mesa e apoia a cabeça na mão, ignorando o que eu disse, e me encarando. — Você só fala comigo quando quer alguma coisa.

— Eu quero saber quem é o Tigre da Névoa — digo, inclinando-me para perto dela e abaixando a voz. — Você sabe quem é?

É a vez de Akemi se recostar na cadeira, ela solta um suspiro longo e audível depois me olha com uma cara de puro tédio, deve estar se perguntando se eu não tenho nada melhor para fazer. Bom, eu também queria ter algo melhor para fazer nesse momento, mas nem sair da vila eu posso.

— Tigre da Névoa? — ela cruza os braços. — Você tá falando da líder Anbu da Névoa?

— Então você a conhece. Qual é o nome dela?

— Por que você quer saber? — Akemi semicerra os olhos.

Abro a boca para responder, mas um barulho alto vindo do lado de fora me interrompe. Nós dois nos levantamos e saímos para ver o que aconteceu, Akemi vem logo atrás de mim, ela enrola um pouco as pernas, mas consegue se manter de pé. Penso que se Kakashi a ver assim, ele vai ficar furioso.

O que vejo no lado de fora é, no mínimo, surpreendente. Gaara e seus irmãos estão ali; provavelmente estavam dando uma volta quando as coisas saíram do controle. Algumas pessoas se reuniram para ver o desfecho da história e as escuto comentando o que aconteceu. Aparentemente os três da Vila da Areia estavam andando calmamente — enquanto todos se afastavam deles por medo, é claro — quando eles viram uma confusão que um cara estava fazendo com um vendedor por causa de dinheiro. O homem começou a bater no vendedor e Gaara resolveu se intrometer usando a sua areia antes que acabasse em morte ou algo do tipo.

Por um momento esqueço a líder Anbu da Névoa e toda essa história de tigre. Ao meu lado, Akemi parece incrivelmente sóbria agora. Ela está olhando para o garoto ruivo como se ele fosse algum tipo de monstro prestes a matá-la. Ela havia colocado a máscara, mas mesmo com o objeto dá pra ver que não está confortável aqui. Pergunto-me o porque ela fica tão agitada assim desde o momento em que os três da Areia chegaram.

— Qual é a sua história com o garoto da areia? — pergunto, cutucando seu braço com meu cotovelo.

— O que? — ela parece sair de um transe, fala comigo, mas não tira os olhos de Gaara. — História...? — ela primeiro parece muito pensativa sobre a minha pergunta, mas depois fica dura como pedra, como se eu tivesse jogado sal em uma ferida ainda não cicatrizada. — Eu preciso ir. Isso aqui não é pra mim.

— Ei, espera aí — seguro seu braço e ela para de andar. — Você é líder Anbu, mesmo que não seja nada demais ainda é seu dever dar um jeito nisso.
Ela vira de frente pra mim e se olhares pudessem matar tenho certeza de que estaria estirado no chão agora mesmo.

— E você é um shinobi como eu, então dá um jeito você.

Ela puxa o braço com força e sai andando com tanta pressa que até esbarra em algumas pessoas. Fico parado vendo-a ir embora até sumir de vista. Atrás de mim, o cara que teve o azar de ter Gaara como “oponente” está gritando e esperneando enquanto o ruivo o deixa preso em sua areia. Ele parece nem ter percebido toda a comoção de Akemi por sua causa.

— Ei, Gaara — chamo. O garoto me lança um olhar bem parecido com o de Akemi. — Já chega, para com isso.

— Por quê? — ele pergunta, franzindo o cenho para mim.

— Porque essa vila não é sua, o que significa que não pode fazer o que quiser. Solta esse cara, tenho certeza que ele não será mais incômodo depois... — eu aponto para o show todo que ele estava fazendo. — Disso.

Gaara parece bem contrariado, mas faz o que eu mandei. Ele larga o homem no chão como se fosse um saco de lixo, ele provavelmente deve ficar com algum hematoma ou algum osso quebrado. O garoto ruivo sai pisando duro, sendo seguido pelos irmãos. Ele passa ao meu lado, sinto algum tipo de ameaça no ar, mas não estou com cabeça para dar importância.

Começo a andar para longe também, rezando para que este dia acabe logo. No meio do caminho algumas crianças me param, pedindo autógrafos. Mesmo sem vontade atendo os seus pedidos e faço qualquer rabisco nas coisas que eles me dão. Se eu soubesse que matar Orochimaru fosse me transformar em uma celebridade, tinha deixado esta tarefa para o Naruto que adora ser o centro das atenções.

O prédio do escritório do Sexto Hokage está logo a minha frente, vejo Kakashi parado perto da janela, observando alguma coisa. No andar de baixo, vejo a líder Anbu da Névoa deixando o prédio. Então Kakashi não sofreu uma tentativa de assassinato, penso. O que é que está acontecendo por aqui? Penso em seguir a mulher, mas algo me detém. Algo não, alguém. Uma pessoa está esperando por ela do lado de fora do prédio.

Kiba?! — sussurro, para mim mesmo. O que ele pode querer com alguém como ela?

Penso que vão começar uma conversa ou coisa parecida, mas Kiba a recebe com um abraço bem apertado, chega a tirá-la do chão por alguns segundos. Eu não poderia estar mais confuso. Kiba fica de costas para mim, deixando a mulher bem no meu campo de visão. Ela levanta o rosto e nossos olhares se encontram novamente. Desta vez ela parece ficar surpresa, pela máscara posso ver que seus olhos se arregalam. Seus olhos verdes me encaram como se já me conhecessem, ela não parece pensar que sou um estranho. Penso em ir até ela, mas Kiba já está levando-a para algum lugar. Nosso contato visual acaba se quebrando quando ela vira de costas para mim e fico sozinho novamente.

— Sayuri — digo baixinho para mim mesmo o nome que jurei nunca mais pronunciar anos atrás.


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