Between Life and Death escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 7
Capítulo 06 - Ely, Nevada




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Ely, Nevada

 

O sol brilhava orgulhosamente em um céu azul completamente sem nuvens. Por mais que tudo ao meu redor irradiava alegria, Katherine estava absorta em uma tristeza imensurável. Seu vestido preto e longo de mangas compridas que assemelhavam-se a cascatas representava o humor do cemitério.

Sam se despedia de sua amada em seu túmulo enquanto Katherine e Dean prestavam suas condolências um pouco mais distantes. Nas mãos da vampira estava uma linda rosa branca, delicada e bela como Jessica. O Winchester mais velho estava em silêncio, com seus olhos voltados para seu irmão.

A dor era palpável, mas Katherine não se deixou abalar.

Caminhando devagar para perto da lápide de Jessica, ela tocou o ombro de Sam, repousando a flor no túmulo. O mais novo agradece, sem nem ao menos olhar para sua amiga. Sam estava envolto em seu próprio mundo de mágoas, segurando uma de suas fotos preferidas com sua namorada.

— Eu sinto muito, Sammy — Falou mais uma vez — Eu e Dean estaremos te esperando do lado de fora. Não precisa se apressar.

Ele murmurou um “obrigado” e Katherine entende que deveria deixá-lo em paz e assim o faz, partindo com Dean para o lado de fora do cemitério frio e triste.

— O que faremos agora? — Murmurou a vampira, encarando os olhos hipnotizantes de Dean.

— Seguiremos a trilha do meu pai — Soprou, passando a mãos pelos seus cabelos — Pegaremos a estrada em quatro ou cinco dias e…

— Dean, o Sam acabou de perder uma pessoa que ele amava…

— É isso o que acontece quando se é um Caçador, Kath. Achei que já sabia disso… — Sua voz é fria e dilacerante, calando a vampira por alguns segundos.

— Sabe, Dean, algumas pessoas tem sentimentos — Ela rosnou, fuzilando-o com o olhar — Precisamos dar um tempo para o Sam…

Katherine é abruptamente interrompida pelo irmão mais novo. Ele parecia uma fera determinada a conseguir tudo o que quer.

— Qual é a próxima pista? — Ele perguntou fazendo o coração de Katherine afundar dentro de seu corpo.

E sem questionamentos os Winchester voltaram para estrada. Dean no volante, em silêncio, observando o horizonte e atento a rodovia, Sam ao seu lado, com o caderno de John Winchester em mãos, procurando alguma pista de onde seu pai deveria estar.

Katherine ia atrás, encostada na janela, aproveitando o frio do vidro para acalmar a fome que roncava em seu estômago.
— Blackwater Ridge, Colorado — Sam falou, finalmente, matando o silêncio desconfortável que pairava no Impala — O pai tem anotações aqui. Parece que me 1982 oito pessoas sumiram no perímetro da reserva florestal. Depois, novamente, em 1959 e em 1936.

— A cada vinte e três anos — Katherine murmurou, sentando-se ereta no banco de couro.

— Como um relógio — Dean falou, sua voz séria e fria.
— Como um animal — A vampira disse, observando os dois — Está muito longe daqui, Sam?

— Hum… uns 800 quilômetros talvez.

— Um dia de viagem — Dean pensou alto, olhando pelo retrovisor discretamente, observando Katherine se aproximar de Sam e olhar o mapa em suas mãos — Não precisamos parar.

— Dean… — Sam tentou falar, mas Katherine o interrompe.

— Eu preciso — Seus olhos cativantes recaíram sobre as esmeraldas de Dean — Vai ser rápido. Prometo, mas vocês dois precisam descansar.

Com um murmúrio irritado, Dean concorda.

Parando em Ely, Nevada, Dean estaciona o carro em um hotel de beira de estrada. O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons vivos de laranja, amarelo e rosa. Sam é o primeiro a entrar no quarto e pedir serviço de quarto, apesar de não querer assumir, estava cansado.

Dean ficou sentado na pequena área externa privativa, observando Katherine sumir no horizonte por longas horas. Os irmão comeram em silêncio e logo depois o mais novo já estava dormindo.

O mais velho, por outro lado, voltou para o lado de fora, esperando Katherine, rezando para que tudo desse certo.

— Ela não precisa disso — Ele balançou a cabeça, rindo de si mesmo por achar que aquela mulher precisava de suas preces — Ela faz isso a décadas.

— Quem faz o que? — A voz suave porém assertiva de Katherine o afasta de seus devaneios.

— Você demorou — Falou, mudando de assunto.

— Bem… Desculpe-me — Sorriu, desajeitada — Passei numa lojinha de souvenir fofinha. Para você.

Katherine entregou a ele um chaveiro com um barquinho de madeira pendurado. Simples, porém significativo para os dois. Dean falou que a amava em uma tarde de verão, os dois em um barco de madeira velho, no meio de um lago de água tão escura que poderia ser confundida com piche.

— Vou me deitar… — Ela murmurou, abrindo a porta.

— Katherine, espere! — Dean pediu, segurando sua mão.

A eletricidade conhecida percorre o corpo de Dean, fazendo ele engolir em seco.

— Obrigado.

Katherine murmura um boa noite e entra no quarto, usando o banheiro para trocar de roupa e logo em seguida tomar seu lugar ao lado se Sam. O quarto que pediram vinha com duas camas de casal e dividir espaço com Dean era impensável, ele se mexia demais durante o sono.

Ela se enrosca na coberta, de barriga cheia, e cai no sono facilmente. Dessa vez sonhou com John Winchester, quando se encontraram em Little Peace em 1996, quando Katherine estava tendo problemas com vampiros que apareceram na cidade.

Naquele ano houve doze desaparecimentos e onze corpos apareceram completamente drenados de sangue. Estava tentando resolver tudo sozinhas, mas os Winchester apareceram na cidade sem mais nem menos. John a encurralou em um beco, para ele Katherine era culpada pelas mortes dos desaparecidos.

John Winchester não acreditou em nada que ela disse e foi preciso alguns dias de persuasão para que os dois se entendessem e, por fim, trabalhassem juntos para resolver o caso. Dean também estava lá, tinha feito dezessete anos e era insuportável.

Apesar de estar em um sono levemente pesado, Katherine sentiu Sam se mexe abruptamente na cama, acordando-a. Ao se virar, ela encontra o homem ensopado de suor, a coberta atirada longe de cama.

— Sam? — Ela o chamou baixinho.

Sam parece não escutar. Com seu cenho franzido ele se move novamente, virando-se de lado. Katherine sabia que ele estava tendo um pesadelo, já havia dormido muito com os irmãos Winchester para saber quando um deles estava tendo maus sonhos, mas dessa vez parecia diferente…

— Sammy? — Ela o sacudiu de leve — É só um pesadelo…

Uma fina camada de suor cobria a face de Sam, Katherine se senta na cama, colocando sua mão no rosto de seu amigo. Ele estava quente, suado, como se estivesse com febre, tendo um sonho febril.

— Sammy?

O homem se levanta rapidamente, ofegante. Katherine se assusta, afastando-se. Sam olha ao seu redor, parecia procurar algo. Seus olhos encontram os de Katherine.

— Sam, está tudo bem? — Ela perguntou, podendo ouvir o coração do homem bater rápido.

— Sim, eu… estava tendo um pesadelo — Murmurou, passando a mão pelo cabelo — Me desculpe se eu te acordei.

— Não tem problema — Katherine sussurrou levantando-se — Não estava com sono…

— Você é uma péssima mentirosa…
Ela revira os olhos, abrindo o pequeno frigobar e pegando uma garrafinha de água. Ela caminha até Sam, sentando-se ao seu lado.

— Tome.

— Obrigado.

— Sente-se melhor? — Ela perguntou, encarando-o — Seu coração ainda está batendo muito rápido…

— Estou bem, só preciso respirar um pouco.

— Beba e tente dormir mais um pouco — Katherine disse, acomodando-se em uma das cadeiras do quarto, próxima da janela — Algo me diz que Blackwater Ridge não vai ser um passeio no parque…

— Nunca é… — Sam suspira, deitando-se.

Katherine continua sentada, observando a janela. A lua brilhava no alto, iluminando o estacionamento e o Impala parado perto da porta do quarto. Katherine já tinha entrado naquele carro tantas vezes que já tinha perdido as contas.

O ano era 1996, Katherine tinha acabado de chegar na cidade, na verdade, tinha acabado de se mostrar para os cidadãos. Estava morando na Mansão Ravenswood a um pouco mais de dois anos e não saia da casa, se sentia segura ali, protegida. Porém, com a ameaça de demolição da propriedade, Katherine teve que agir.

Saiu da mansão pela manhã e foi para o centro, o povo conversava baixinho, cochichando sobre o desaparecimento de três garotas: Mary Campbell, Annelise Woodstern e Elena Silverbond. Quando parou em uma cafeteria, sentando-se não mundo longe de três policiais, Katherine foi capaz de ouvir tudo o que estava sendo investigado.

Os corpos de Annelise e Elena tinham sido encontrados completamente drenados de sangue, mais dois garotos tinham sumido, um de dezenove anos e um de vinte e um anos, Carl e Denver. A verdade era que a polícia não tinha a menor noção do que estava acontecendo, podia muito bem ser um assassino em série ou um maníaco.

Little Peace nunca teve problemas nesse nível, poderia ser considerada uma cidade pacata, boa para família e conhecida por sua aparência interiorana, onde todo mundo se conhecia.

Mesmo tentando ser discreta, um policial notou a presença de Katherine.

— Bom dia, querida — Ele sorriu, arrumando o chapéu em sua cabeça — Como vai?

Era um homem alto, de cabelos castanhos. Parecia ter um pouco mais de trinta anos, mas o uniforme de calças cáqui e camisa marrom o envelheciam mais cinco anos. Katherine arruma o cabelo, colocando uma mecha rebelde atrás de sua orelha.

Usava a roupa mais moderna que tinha: jeans, uma bota de salto preta e uma camisa de manga justa, que acentuava o seu decote. O seu amuleto permanecia em seu peito, brilhante e atrativo.

A vampira pegou o oficial da lei encarando seu colo, mas ela não sabia dizer ao certo se ele olhava para a curva de seus seios ou para a joia.

— Bom dia, oficial — Ela sorriu, olhando para ele — Vou bem e o senhor?

— Poderia estar tendo um dia melhor — Um sorriso fino surge em seus lábios, Katherine pôde perceber uma cicatriz clara em — Você é nova aqui? Acho que nunca a vi…

— Acabei de chegar, na verdade — Katherine sabia que era essencial que formasse laços na região, começar por um policial seria uma grande jogada — Estava procurando o Cartório, mas decide para aqui para um cafézinho.

O policial aponta para a cadeira na frente de Katherine, Ela assente com a cabeça e o homem se senta, sinalizando para uma das garçonetes.

— Um café para a moça, Natalie — Ele fala quando ela se aproxima da mesa — Quer algo a mais?

— Uma fatia da torta de maçã, por favor.

— Anotado — Natalie sorriu, indo embora.

— O que faz aqui, senhorita…?

— Ravenswood — Katherine respondeu, se divertindo com a expressão de surpresa no rosto do oficial — Katherine Ravenswood.

— Ravenswood… Como em Bertrand Ravenswood?

— Sim, ele é meu avó — Katherine mentiu.

Bertrand Ravenswood era seu parente, disso ela não tinha dúvidas, mas vinha da linhagem do irmão de seu pai. Bertrand casara com uma mulher chamada Elizabeth, tiveram dois filhos, Hugo e Jonathan, os dois morreram antes de completarem 50 anos. O coração da família era ruim…

Bertrand fora o último da linhagem, faleceu com 85 anos. Katherine se mudaram para a mansão um ano depois. Na verdade, a vampira nunca tinha se afastado de sua propriedade, era seu dever cuidar de tudo ali.

— Meus pêsames… — O oficial murmurou.

Katherine assente, arrumando sua postura.

— Vim para cuidar da propriedade da família — Ela respondeu, sentindo o cheiro do café em sua mesa — Tinha que resolver uma papelada, mas faz muito tempo que visitei a cidade…

— Bem, é uma cidade pequena — Ele sorriu de novo — Se quiser posso te dar uma carona. Não fica longe.

— Então facilmente eu chegaria a pé?

O oficial se cala, rindo consigo mesmo.

— Desculpe-me — Ela bebeu um pouco do café — É que ouvir a conversa que estava tendo com seus companheiros sobre os desaparecimentos…

— Eu imaginei que estivesse.

— Não costumo ouvir as conversas alheias, mas não me contive — Katherine se curva na mesa, percebendo os olhos do homem acompanhando o seu movimento — Cinco desaparecimentos?

— Cinco desaparecimentos e quatro corpos.

— É uma tragédia… — Kahterine suspirou

Não demorou muito para que Katherine ganhasse a confiança do oficial. Seu nome era Francis e encabeçava as buscas. Katherine sabia muito bem do que se tratava aqueles desaparecimentos, e não gostava nem um pouco do vampiro intruso em sua cidade.

Com uma boa lábia (lê-se: compulsão vampírica), Katherine acompanhou o oficial até a delegacia e quando chegou lá, dois agentes do FBI estavam a procura de informações. Mal a vampira sabia que aqueles dois homens mudariam sua vida para sempre…


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado!



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