Pétalas do Caos escrita por BellatrixOrion


Capítulo 2
Capítulo 1 – Um Encontro Predestinado


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente!

Sei que vim antes do esperado, mas achei que seria legal um novo capítulo para introsa-los melhor na história ♥,

Espero que gostem!

Beijinhos e até lá em baixo.

~Bellatrix ♥



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Capítulo 1 – Um Encontro Predestinado

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“De repente, eu pude ler seus pensamentos

Eu podia sentir seus sentimentos

E isso me faz olhar para você

Sem falar

Sem perguntar sobre nada

Eu posso ver dentro de você”

My Tale – Park Won – It’s okay not be okay

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Vilarejo de Konoha – Inverno – Oito anos depois

Neve.

Floco por floco.

Caiam da abóboda celeste.

A copa das árvores se extinguiu e os galhos eram os únicos restantes.

Uma floresta que talvez parecesse morta, mas apenas se encontrava adormecida no sono invernal.

E ali, naquele amontoado de árvores, uma jovem menina de cabelos claríssimos e olhos verdes caminhava calmamente. Ela estava coberta da cabeça aos pés. Um casaco grosso a protegia do vento cortante, seus pés estavam confortavelmente calçados em resistentes e bonitas botas de neve e as mãos protegidas por luvas felpudas e quentinhas. A menina carregava consigo uma cesta e, dentro desta, estavam algumas coisas que ela foi buscar na cidade. Era um caminho longo, é verdade, e mesmo que seu pai tivesse insistido para que ela o esperasse voltar do porto, a menina não o deu ouvidos, suas irmãs mais velhas tão pouco quiseram se aventurar do lado de fora por causa do frio, restando a ela essa pequena missão.

Faltava pouco para chegar em sua casa quando se deparou com um grupo de meninos que brincavam por entre as árvores da floresta, estavam no meio de uma batalha de bolas de neve, e ver aquilo encheu seu coração com o desejo de se juntar a eles, mas antes que pudesse dar o primeiro passo parou, e o sorriso de animação se dissolveu de seu pálido rosto. Levou uma das mãos até uma mecha solta de seu cabelo e a encarou melancolicamente. O cor-de-rosa claríssimo sempre era um motivo para seu pai elogia-la, mas também um motivo para as crianças se afastarem.

Não era uma cor comum, no escuro talvez até desse a impressão de ser apenas um loiro arruivado, mas estava claro, e a neve deixava a cor ainda mais evidente. Seu pai sempre dizia que era a combinação perfeita entre ele e sua falecida mãe. Veja bem, os cabelos da mulher eram ruivos de um tom forte, quase vermelhos, enquanto que o homem era loiríssimo, suas irmãs vieram cada uma a cópia de um dos pais, Ino era loira dos olhos azuis e Karin ruiva dos olhos verdes. Mesmo tendo poucos anos de diferença, elas sempre pareceram muito distantes para a menina mais nova, seus pensamentos sempre divergiam dos seus, e o fato de não ter amigos apenas a fazia se sentir ainda mais solitária, procurando refúgio no único lugar que poderia reconforta-la: As páginas de um livro.

Inclusive, era justamente isso que ela tinha ido buscar na cidade. Uma nova história que a biblioteca local tinha lançado e que ela estava terrivelmente ansiosa para ler. Cada uma daquelas palavras enchia sua mente e coração, transportando-a para lugares mágicos e inimagináveis, lugares em que talvez a cor de seu cabelo não seria um problema, mas sim uma benção, lugares que ela poderia conhecer pessoas e fazer amigos verdadeiros.

Era a única terapia que uma criança de onze anos seria capaz de ter.

Enfim, quando estava prestes a voltar ao seu caminho, sua presença foi notada por um dos meninos, que alertou todo o resto do grupo sobre ela.

— Sakura! O que está fazendo aqui, rosinha? – O sorriso em seu rosto causou arrepios na menina, logo pressentindo o que iria vir a seguir.

— N-nada, estou só indo para casa... – respondeu desviando o olhar e tentando seguir para longe dali.

—O que? Alguém como você tem casa? – Outro se interpôs a sua frente – Achei que você tivesse nascido de alguma flor, como os pequenos anões das histórias.

—P-pare! Não sai de nenhum conto de fadas!

— Ora – O primeiro garoto voltou a se pronunciar – Só isso poderia explicar seu cabelo monstruoso! Todos morrem de medo que você possa soltar algum poder e virar um monstrinho!

— Já chega, Sai! – Ela retrucou – Estou indo embora!

Porém, mais uma vez, eles fecharam-na, como um círculo, impossibilitando qualquer fuga.

—Acho que não, Sakura – O menino chamado Sai continuou a falar, ele tinha uma aparência comum, como a de todos os outros garotos ali, pele pálida, cabelos escuros e olhos negros, tão simples e igual a qualquer outra criança da sua idade, mas internamente, ele definitivamente tinha um traço distintamente maldoso – Estávamos brincando de guerra de neve, o que acha de brincar conosco?

— E-eu n-não... – Subitamente, outro garoto tirou sua cesta de sua mão e a jogou longe, fazendo o livro que estava dentro dela voar e se fincar na neve.

Seus olhos verdes acompanharam todo o trajeto do objeto, sentindo em seu coração o desespero de perder seu mais novo amigo antes mesmo de conhece-lo. Tentou correr até ele, mas, mais uma vez, foi impedida por Sai, que a agarrou pelos cabelos enquanto as outras crianças preparavam bolas de neve em suas mãos.

— Solte-me! Por favor! Eu só quero ir para casa, Sai!

— Que pena... Mas, nós queremos nos divertir! – Deu risada, sendo acompanhado pelos outros meninos que já estavam a postos – Estão preparados? Vou contar até três e ai vocês poderão jogar a vontade!

—Não... Não! Por favor!

— Um... – Mas, ele não deu ouvidos, apenas afincando ainda mais o aperto em seus cabelos – Dois...

Percebendo que não haveria escapatória, a menina apenas fechou firmemente os olhos, aguardando o que viria a seguir.

— E três...!

TACK

Um som estranho saiu da floresta.

Todos os garotos entraram em estado de alerta, olhando em derredor assustados, como qualquer criança se sentiria numa situação como aquela. Até mesmo Sakura não sabia dizer se ficava feliz por eles terem se esquecido de sua existência por um momento ou se desesperava-se com a possibilidade da situação ficar ainda pior.

O barulho parecia-se com o som de galhos quebrando, mas era estranho, pois a floresta estava nua e facilmente poderia ser visto quem quer que estivesse passando por ali, o que só aumentava o clima estranhamente pesado que estava se instaurando no lugar. Sakura, vendo que seus captores estavam distraídos, tentou aproveitar o momento para se soltar das mãos pesadas de Sai, entretanto, ele não largou os cabelos da menina, puxando-os com força de volta para si e arrancando um grito de dor da mesma.

Depois disso, tudo aconteceu muito rápido.

Como num rompente, um vulto negro saiu das árvores.

As crianças gritaram em terror e a neve foi pisoteada em desespero e desordem.

Sai finalmente largou os cabelos de Sakura e a empurrou para conseguir correr, mas o vulto foi mais rápido e impediu que qualquer um pudesse realmente fugir.

Sakura levantou-se com dificuldade, erguendo o tronco e desacostando seu rosto da neve gelada, sua pele formigava por causa do frio, mas quando enfim pode focar sua visão sentiu seu coração falhar uma batida. A sua frente, e a frente de todos, estava um garoto, provavelmente um pouco mais velho todos eles, mas suas roupas eram finas para o tempo que fazia, pois ele trajava apenas uma camiseta azul e uma calça branca, e seus pés estavam descalços, completamente em contato com a mesma neve branca e gelada que fez o rosto de Sakura formigar.

Porém, não era isso que mais chamava a atenção na aparência daquele garoto.

Seu corpo tinha uma coloração estranhamente pálida e todos os seus membros, desde os pés até a cabeça, estavam revestidos de marcas negras disformes. Os cabelos negros caiam desalinhados por sua face, mas mesmo a franja espeça não era capaz de esconder o medo que aqueles olhos podiam causar.

Olhos vermelhos como sangue.

Todos estavam petrificados. Incapazes de fazer qualquer movimento. Com medo que, qualquer respiração errada, pudesse atiçar a fera.

Foi ai que os olhos vermelhos se direcionaram para Sakura, e ela sentiu algo estranho quando os viu encara-la diretamente.

Uma sensação inquietante.

Desconhecida.

Mas, definitivamente, não era medo.

Algo neles abrolhava um sentimento que ela não conseguia explicar em palavras.

A troca de olhares pareceu durar um século, tanto para eles quanto para os aterrorizados garotos ao redor que encaravam tudo petrificados.

— Vo-você quer ficar com ela? – Sai se pronunciou, chamando a atenção de todos – Pode ficar! Só nos deixe ir embora, por favor!

Mas, se ele soubesse o que viria a seguir, ele certamente iria preferir ter se calado.

O menino de olhos vermelhos, com um movimento rápido e preciso, o agarrou pelo pescoço. As outras crianças espalharam-se aos gritos, mas ele não pareceu se importar, a forma como olhava para Sai era tão assustadora que mesmo Sakura temeu o que poderia acontecer.

Com a mesma facilidade de antes, ele ergueu o garoto do chão e com uma força surpreendente, o lançou longe até o mesmo bater em uma árvore e despencar na neve como uma fruta madura no início da colheita.

Ele, o garoto de olhos vermelhos, se pôs a andar novamente, na direção do outro, com passos lentos, mas amedrontadores.

Sai recuperava aos poucas a consciência, pois o baque foi realmente muito forte, inclusive, pequenas gotículas de sangue que provinham de um recente machucado na testa manchavam a neve branca. O garoto estava completamente desnorteado, mas assim que viu a figura monstruosa vindo novamente na sua direção desatou a chorar, compulsivamente. Sua pele já branca estava pálida pelo medo e, os cabelos negros, cobertos de neve.

— VÁ EMBORA, MONSTRO! ME DEIXE EM PAZ! ME DEIXE EM PAZ!

Claro, não é como se o menino de olhos vermelhos realmente iria ouvi-lo. Ele já estava bem próximo agora, quase se preparando para o próximo ataque, quando sentiu braços o agarrarem por trás.

Seu coração parou.

Era estranho aquela sensação de se sentir sendo abraçado, afinal, ele não lembrava-se da última vez que isso aconteceu. Virou levemente a cabeça para encarar Sakura, que se encontrava com o rosto enterrado em suas costas, e preparou-se para faze-la solta-lo.

Porém, quando sentiu suas costas ficarem molhadas, não teve mais forças para tal.

— Sei que está tentando me proteger... – A voz da menina saiu embargada e abafada, mas o outro pode ouvir claramente – Mas, por favor, não o machuque mais... Não seja um monstro como ele diz que você é! Por favor!

Aquele foi o ponto chave.

Sai, percebendo o momento perfeito para fugir, assim o fez. Mas as duas crianças nem ao menos perceberam sua saída de cena. A bolha que os cercava era estranhamente confortável e acolhedora. Como se aquilo realmente fosse o mais certo a se fazer.

Mal sabiam eles o que esse sentimento realmente significava.

Entretanto, um estalo se deu dentro da mente do menino, ele virou-se de frente para Sakura e a afastou de perto de si, preparando-se para ir embora tão rápido quanto surgiu ali, mas antes que pudesse desaparecer ouviu a voz doce e infantil dela gritar, ecoando pela silenciosa floresta, até chegar dentro de seu coração.

— OBRIGADA!

Ele, porém, não foi capaz de responde-la, retornando às sombras da mesma forma como veio.

Deixando para trás a garota.

Com uma memória que ela nunca será capaz de se esquecer.

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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

Não deixem de comentar se estiverem gostando da finc! Isso ajuda demais nós autores ♥

Beijinhos estrelares e até o próximo capítulo!

~Bellatrix ♥



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