Amnesia escrita por Giovanna


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

E vamos conhecer os melhores amigos do Peter!



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— E ele não te reconheceu? – Harry Osborn, amigo de infância de Peter, questiona. – Tipo, nem um pouquinho? O cara era doido por você, eu acho difícil que ele ia agir assim.

— Bom, mas é o Wade né? – Ned, melhor amigo de Peter no ensino médio inteiro e na faculdade, descartou qualquer ideia que Harry estivesse tendo. – Ele nunca foi 100% educado ou preocupado com os sentimentos dos outros.

Ned havia sido o ombro para chorar de Peter desde o termino com o loiro, então ele não se sentia nem um pouco à vontade com aquela conversa. Ele sabia tudo o que o amigo havia chorado e sofrido pelo termino, por isso podia dizer que, se existia um clube para odiar o Wade, Ned era o número um da fila.

 Assim como qualquer outra pessoa, Ned só queria o melhor para o melhor amigo e ver Wade ignorando Peter dessa forma era só mais combustível para não gostar mais do loiro. Ele havia feito muito bem a Peter quando os dois namoraram no ensino médio, não podia negar, ele até se simpatizava com o cara, Wade era sempre muito legal, mas então em um dia, sem qualquer aviso, Peter chegou na casa de Ned aos prantos porque haviam terminado.

Wade nunca havia demostrado sinais para isso. Depois daquele dia, parecia ter esquecido de Peter completamente. Eles nunca mais se encontraram ou se falaram, ninguém tinha notícias dele, era como se o loiro tivesse sumido da face da Terra de um dia para o outro.

Felícia agia de forma neutra, já que antes do final do colégio, ela era amiga de Wade por causa de Vanessa, sua antiga melhor amiga e ex-namorada do mesmo antes que ele se apaixonasse por Peter. Ela, assim como os outros, nunca soube o que aconteceu com Wade. Haviam perdido completamente os laços que ainda mantinham, Wade havia se fechado para todos.

— Ele era legal comigo. – MJ, a primeira paixão de Peter e agora sua amiga lésbica, apontou. – É provável que ele não tenha te reconhecido, acontece comigo toda hora.

— Isso porque você nem lembra da gente. – Betty, a namorada de Ned, retrucou. – Você vive trocando meu nome.  

— Ela tem um ponto, amor. – Shuri, a namorada de MJ e parceira de estudos de Peter, concordou. – Desde que eu conheço seus amigos, você nunca lembra de ninguém da sua classe.

— Isso quando você estava em classe. – Peter ironiza.

— E se estava, não assistia a aula, você estava lendo um dos seus livros de tristeza. – Felícia fala fingindo se debulhar em lágrimas.

— Não são livros de tristeza. – MJ se defende. – E pelo menos eu lia alguma coisa interessante, aquelas aulas eram chatas.

— Eu concordo com a MJ, as aulas eram chatas. – Harry fala arrancando um riso de todo mundo.

— Você nem estudava na nossa escola, Harry. – Peter ri tacando uma das almofadas do quarto de hotel no amigo.

— Como não? Eu já assisti umas 10 aulas naquele prédio. – Harry discorda.

— Porque você vinha paquerar as meninas, não porque estava interessado. – Ned ri.

— Eu consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

— Não consegue não. – Todos no quarto discordaram.

— Eu lembro até hoje do Sr. Dell te colocando para fora de uma das aulas, foi a coisa mais engraçada do ano todo! – Felícia exclamava, fazendo logo em seguida uma imitação do professor enquanto arrastava Harry para fora da cama.

Peter concordou rindo, se lembrava de ouvir tudo da sua sala. Harry sempre foi uma figurinha carimbada de problemas, assim como Wade. O castanha suspira, por mais que tentasse, não conseguia tirar da cabeça a expressão de Wade. Não havia raiva, felicidade, saudade, ou sequer desprezo. Nenhum tipo de emoção ao encarar Peter, era como se olhasse para um desconhecido.

Todos foram embora do hotel lá pelas 2 horas da manhã, com Harry fazendo Peter prometer que iriam se reunir logo para outro encontro da turma. O castanho imaginou que não faziam muito isso, já que Harry parecia entusiasmado até demais.

Peter sorri terminando de escovar os dentes e indo para cama.

Diferentemente de Harry, Peter tinha sorte de ser o garoto rico que tinha os pais em casa. Steve mais do que Tony, já que o moreno sempre estava ligado no 220v e nunca parava em casa direito, porém Tony sempre tirou pelo menos um dia na semana para ficar com Peter e fazia questão de tirar férias todos os anos, deixando Pepper no comando, para que ele pudesse ficar com o filho. Algo que Harry nunca viveu.

Em partes esse era o motivo do castanho de olhos azuis ficar tanto tempo na casa de Peter, ele se sentia como parte de uma família e sobrava pouco tempo para pensar na sua.

Peter sempre fez bem a todos a sua volta. Ele era como uma luz constante na escuridão.

 Por isso, ele sabia que tivera ótimos dias com Wade. Dias perfeitos se pudesse ser sincero. Ele conseguia se lembrar de todos os momentos, de todas as vezes que ouviu Wade dizer que o amava com todo o seu coração e que ele nunca o esqueceria, mas então, como isso havia acontecido?

Ele podia deixar tudo para lá, porém o olhar vazio de Wade lhe incomodava mais do que tudo. Ele havia sido seu primeiro namorado, sua primeira experiência para tudo. Não era somente o incomodo no peito que o fez pegar o celular para mandar uma mensagem ao número da chave, era a sensação de que havia algo errado e Peter precisava concertar.

Mesmo que isso significasse pedir desculpas por algo que não tinha feito.

Ele busca o nome de Wade em sua agenda no celular. É um pouco difícil mandar mensagem, já que não faz isso a anos. Havia sim, ligado e mandado mensagens depois que o relacionamento acabou, porém Wade havia sumido. Com o tempo, Peter aprendeu a se afastar e deixou que aquele número caísse no esquecimento.

— Ok, você consegue, é só digitar sobre a chave, é só por isso que você está falando com ele. – Peter se dava energia. – Não é porque você está curioso, o que você não está. Muito menos por causa dele, você não vai ser aquele tipo de cara que volta a gostar do ex só porque voltou para a mesma cidade. Ok, vamos lá.

SMS Peter:
“Oi, Wade. Tudo bem? Nos esbarramos hoje cedo.” – 2:51AM.

Porque ele não está digitando nada? Peter pensou. Até então olhar para a hora, é claro, só ele estaria acordado uma hora dessa. Wade devia ter uma vida. Que besteira mandar mensagem agora, ele continua pensando enquanto deixa o celular na cabeceira.

Plim!

Peter pegou o celular no mesmo momento.

SMS Wade:
“Quem é?” – 2:54AM.

Peter sente o coração afundar. Como assim “quem é?”, era agora que o castanho não admitiria nunca que tinha o número de Wade gravado de cabeça desde o primeiro ano de namoro. A vergonha que sentia nesse momento era tanta, que queria responder com “com quem você pensa que está falando? Eu sei que passamos por umas desavenças, mas eu ainda tenho sentimentos, sabia?” Contudo, não o fez.

Mesmo com toda a indignação que sentia, tinha que admitir que não podia ficar bravo por isso. Wade podia ter trocado de telefone e não tinha a obrigação de lembrar do seu número.

SMS Peter:
“É o Peter. Quando a gente se esbarrou, sua chave caiu, tinha seu número nela e o nome, então pensei em te devolver.” – 2:55AM.

Pensou se devia contar que havia corrido atrás dele, mas por algum motivo, não quis soar bobo para Wade. Ele praguejou, estava agindo como um adolescente novamente, que idiota.

SMS Wade:
“Ah, obrigado por contatar! Poucos fariam isso. Eu realmente preciso das chaves, será que posso pegar amanhã?” – 2:56AM.

“Quer dizer, hoje mais tarde, nem notei que já era de madrugada lol.” – 2:56AM.

Peter soltou um risinho. Ele ainda tinha o mesmo costume, Wade nunca prestava atenção no horário, por isso sempre estava atrasado ou adiantado demais. Pelo menos nos encontros consigo, Wade tentava dar o seu melhor para chegar sempre no horário.

O castanho pensou por um segundo, o que dizer agora? Ele tinha uma reunião amanhã e nada mais. Talvez Wade gostaria de tomar um café e conversar apropriadamente?

SMS Peter:
“A que horas? Eu tenho uma reunião amanhã.” – 2:58AM.

SMS Wade:
“A tarde? Podemos nos encontrar no hotel se você ainda estiver nele.” – 2:59AM.

SMS Peter:
“Claro! Combinado.” – 3:00AM.

SMS Wade:

“Combinado, Peter, até amanhã e obrigado J.” – 3:00AM.

Peter sorriu, veria Wade amanhã. Isso soava promissor para si, quem sabe, depois de conversarem e talvez tomarem um café, poderiam se tornar amigos? Peter sentia saudade da loucura de Wade, não podia negar.

SMS Peter:
“Mal posso esperar, até.” – 3:01AM.

Dessa forma, Peter guardou a chave com todo o cuidado. Ela era todo o pretexto daquele encontro, não podia se dar ao luxo de perdê-la. Se revirou na cama e dormiu sorrindo, pois se reconectaria com seu passado amanhã.

Existe sentimento melhor do que o de um encontro marcado?


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Notas finais do capítulo

Apostas para o que vai acontecer nesse encontro?



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