Like Phantoms, Forever escrita por Drunk Senpai


Capítulo 1
O Medo


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Sejam bem vindos!
Como mencionado na Sinopse, essa fic é um spin-off da minha outra fic, "Like Ghosts In Snow"!, e servirá como uma espécie de prelúdio, para explorar mais os acontecimentos do passado!
Espero que gostem!!



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O medo pode ser uma coisa poderosa. Ele está presente desde o primeiro momento da manhã, mesmo para os mais corajosos. Ele está na incerteza do novo dia, está nas palavras aprisionadas na garanta, num desviar de olhares, escondido entre as sombras de um quarto escuro após a última vela se apagar... Para a filha única e de saúde frágil de uma família de nobres endividados, o medo sempre esteve lá.

Após cinco gestações má sucedidas e a perda de outros dois recém nascidos, a vinda daquela bebê era considerada um milagre para alguns, e vislumbrar seus grandes olhos acinzentados se abrirem pela primeira vez, encheram de esperanças o coração da Lady Odershvank ao finalmente segurar em seus braços sua criança, o símbolo do futuro de sua casa.

Esta felicidade, logo viu-se transformada em angústia. Apresentando muitas dificuldades para respirar, a menina também chorava desesperadamente, todas as vezes em que sua mãe, ou uma de suas damas de companhia a levavam ao lado de fora, nem mesmo um passeio ao jardim conseguia lhe acalmar. Sua alimentação era também, limitada. Não parecia ingerir bem, e muitas das vezes ficava ainda mais doente após uma refeição.

Nenhum dos vários médicos convocados ao castelo estava inclinado a acreditar que o bebê sobreviveria por muito mais tempo e alguns, ainda, propunham que a menina estava amaldiçoada. Noticias que certamente não traziam nenhuma paz.

No entanto, contradizendo as opiniões desde os mais pessimistas, que acreditavam que não sobreviveria à mais uma semana, até o mais otimista que lhe estipulou mais um ano de vida, a jovem moça completava agora, seus 15 anos. Mesmo que, a magreza em seu corpo e a palidez de sua pele, denunciassem que seu estado não havia mudado. Continuava frágil e doente e cercada pelos sussurros abafados e olhares indiscretos daqueles que apoiavam a teoria de sua maldição.

Por conta disso, ter amigos sempre lhe foi nada além de um sonho distante. Não cresceu com irmãos, e nem as crianças de famílias nobres ou mesmo os filhos dos camponeses aproximavam-se dela. Desta forma, viu-se sempre inevitavelmente sozinha. Mas isso não duraria para sempre, sabia disso. E era este o motivo do medo que brotava em seu coração naquela manhã.

—É hora de se levantar, jovem Lady. – Sua ama anunciou, enquanto uma das damas abriam uma pequena fresta das cortinas, somente o suficiente para iluminar o quarto.

—Já estou acordada, Mama. – Respondeu, sentando-se em sua cama. “Mama” aparentemente fora sua primeira palavra. A forma como chamava a corpulenta mulher mais velha de cabelos negros e olhos castanhos, encarregada de cuidar dela desde que era apenas um bebê. A mulher caminhou até a mesinha e preencheu um cálice com água que descansava ali, e então levou até a menina.

—Está ciente de seus afazeres do dia? – Lhe entregou o cálice, como fazia todas as manhãs.

—Sim. – Bebeu um longo gole da água. – Estou. – Lhe devolveu a taça e levantou-se, enquanto a dama que antes havia aberto as cortinas, lhe vestia um manto sobre suas roupas de dormir. – Primeiro, devo encontrar com meu Lorde pai, sim? – A mulher confirmou.

—Depois, sua Lady mãe lhe receberá para um chá. – A jovem acenou, sem muito entusiasmo. Passar tempo com seus pais, sempre lhe trouxera uma sensação de tensão. Talvez, não intencionalmente, ambos pareciam também estar sempre à espera que algo ruim lhe acontecesse, como se fosse frágil demais para qualquer coisa, e estivesse a um toque de se quebrar.

—E então, mais tarde... – Não continuou. Podia sentir a aflição se fortalecer ainda mais, dentro de si.

—Mais tarde, acontecerá a ceia. – A ama prosseguiu em seu lugar.

—Sim... – Suspirou, tentando não transparecer aquela apreensão que lhe consumia.

—Ora, o que há? – A mulher mais velha, havia notado. A Mama sempre notava.

—Mama... – Começou mesmo sentindo um nó se apertar em sua garganta. – Tenho medo... – Admitiu, enfim.

—O que tanto teme, doce criança? – Ela agora, penteava seus longos cabelos esverdeados, delicadamente.

—Não quero cometer algum erro... – Sussurrou para que só ela pudesse ouvir. – Não quero decepcioná-los...

—Não deve se preocupar com isso, pequena Lady. – Ergueu sua face para que seus olhos se encontrassem. – Sua própria existência é um milagre que impressiona a todos que o ouvem! Deve manter sempre sua cabeça erguida. – Voltou a correr a escova por seus cabelos. – É uma mulher, agora, minha Lady. Deve ser forte e corajosa, sim? – Não podia lembrar-se quantas vezes sua ama já lhe havia confortado, antes. Mas continuava funcionando todas as vezes.

—Sim. – Concordou, esboçando um breve sorriso. – Tem razão. – Levantou-se para admirar o vestido que usaria naquela noite, agora disposto sobre sua cama. Belo e delicado, na cor rosa, ele lhe parecia perfeito.

—Feliz aniversário, Lady Neliel. – Ouviu a voz da Mama, calorosa como sempre, que lhe mostrava um sorriso orgulhoso.

Aquela alegria, aquecia seu coração. No entanto, podia sentir que ele ainda estava lá, espreitando em meio aos seus pensamentos, como um fantasma escondido no breu. O medo.

Tudo mudaria de agora em diante...


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