Tente me esquecer escrita por Dama das Estrelas, Lettyks


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ois aqui e Lê, to passando pra agradecer a todos que leram comentaram e já de cara sofreram com a nossa Sarinha no primeiro cap.
Não foi fácil mas valeu apena cada verso escrito desse projeto, queria agradecer também a Dama das estrelas pela oportunidade dessa "One" em conjunto.
É isso sem mais delongas fiquem com mais esse capitulo da nossa bbzinha rs



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— Oi posso ajudá-lo? ‐ ela percebeu que enquanto caminhava para a sala de reuniões um homem de meia idade estava meio perdido. 

 — Olá, você sabe me dizer se Conrad Ecklie está por aqui? 

 — Sim, está ‐ analisou um pouco mais o homem a sua frente — Quem seria o senhor? 

 — Grissom ‐ estendeu a mão — É que ele está me esperando, mas não disse se seria aqui ou na delegacia. ‐ respondeu a loira. 

 — Se o senhor quiser eu posso te levar até ele. ‐ Ela respondeu, tentando puxar na memória de onde conhecia esse nome. 

 — Oh, sim não irá atrapalhar? 

 — Claro que não, até porque estou indo falar com ele também, reunião de última hora. 

 — Ah sim ‐ então ele percebeu do que se tratava a reunião. 

 — Olha que cabeça a minha, meu nome é Julie, sou perita aqui a mais ou menos uns meses ‐ olhou para trás. 

 — Assim, prazer em conhecê-la ‐ então decidiu omitir por enquanto seu ex-cargo já que sabia que em breve isso não seria possível. 

 
Caminharam até a sala onde estavam todos os peritos do turno da noite, incluído o atual supervisor e xerife. 

 — Xerife, este senhor queria falar com você. ‐ As palavras de Finlay chamaram a atenção dos outros. 

Aos peritos mais antigos houve o susto ao se depararem com a presença de um velho amigo (e chefe). Apesar de pilhados sobre o caso recente, a surpresa soou como algo positivo na medida do possível. 

 — Grissom ‐ Nick foi o primeiro a se pronunciar. Sem fazer cerimônias, ele o cumprimentou com um abraço ao seu estilo. Grissom não teve escolha a não ser aceitá-lo. 

 — O mar cansou de você? - Greg brincou. 

 — Na verdade eu vim porque Ecklie me ligou. 

Não foi difícil para eles adivinharem o motivo da visita de última hora. Era óbvio. As conversas para matar a saudade deveriam ser deixadas para depois, restando-lhes apenas um breve cumprimento. Ao terminar de falar, Grissom se virou na direção do xerife e os outros fizeram o mesmo.  

— Pessoal, este é o ex supervisor Gil Grissom, e... ‐ Ele foi interrompido pelo mesmo. 

 — Prazer em conhecê-los.  

 
         —Esse é DB atual supervisor e, bom, Julie você já conhece. 

 
         — Sim. - sorriu amigavelmente. 

 
     — Já falou com ela? - perguntou Nick, ainda que ao mesmo tempo achasse  uma ideia não muito boa. Não era daquele jeito que gostaria de ver seu ex-supervisor novamente: num meio de um caso do qual a esposa era suspeita de assassinar um homem que parecia ser um amante. 

 
           — Eu não... - Ele olhou para baixo rapidamente. — Acho que... 

 
        — Talvez seja melhor. - Nick completou. Envolvê-lo no caso poderia deixar a situação ainda pior para sua amiga: conflito de interesses. 

 
As palavras hesitavam sair da boca do ex-supervisor. Sentia que todos os olhares pairavam sobre ele, causando uma atmosfera desconfortável e desvantajosa. 

 
          — Nick está certo - disse o xerife. — Vá procurar por ela, não acredito que ainda não fez isso. ‐ Ele chegou a rir por incredulidade. 

 
         — Conrad. ‐ Grissom pigarreou. Encontrava-se um pouco desnorteado. — Posso falar com você em particular? 

 
         — Claro, vamos - dando espaço para que pudesse passar. 

 
Ambos foram para fora da sala de reuniões, Gil precisava falar para ele a verdade para que pudesse contornar a situação caso precisasse. Sara poderia se sentir acuada com a presença dele ali. 

 
        — Olha, Conrad, eu preciso te contar uma coisa. 

 
        — Pode falar Gil. 

 
Então no momento que ele iria falar toda a verdade ambos foram pegos de surpresa por Sara. 

 
          — Gil, Ecklie - questionou — O que está acontecendo aqui? Não deveria estar em outro lugar? 

 
Grissom não pôde fazer muita coisa. Ficou estático ao se deparar com ela, após tanto tempo distante. Sentia-se incapaz de ficar frente a frente com uma figura imponente, como se estivesse diante de uma deusa. Não pode segurar o coração que acelerou no momento em que seus olhares se encontraram. Queria dizer mil coisas, mas as manteve dentro de si. Não era a hora e talvez nunca fosse. 

 
           — Sara eu posso explicar... 

 
         — Porque ele está aqui? — Ela apontou para Grissom de modo quase brusco. 

 
         — Pedi para que ele viesse para ajudar.  

 
        — Minha opinião não vale mais nada? —  Inconformada, Sara ergueu os braços. — E uma pessoa de fora é melhor que um dos nossos, entendi. - respondeu em um tom sarcástico. 

 
         — Eu nunca quis contrariar você. 

 
         — Ah não?! 

 

— Não. Bom... acho melhor deixar vocês dois conversarem, acho que ele pode explicar melhor. — Ele aproveitou que estava com pressa e viu naquela discussão um motivo para deixar a sala. 

 
     — Ecklie ‐ chamou tentando fazê-lo parar, mas era tarde ele já havia entrado novamente na sala de reuniões. — Eu não acredito que ele fez isso... —  Ela balançou a cabeça a lamentar. — Por que veio? 

 
       — Para ajudar, como Ecklie disse. 

 
     — Foram tantas, tantas vezes que pedi pra estar aqui e você não veio. Agora que Ecklie pediu você vem como um cachorro bem mandado? 

 
       — Sara, olha só. Não é bem assim. 

— Então é como, Gil? Você não está mais casado, nem é mais supervisor e nem precisa estar aqui. — Ela o rebateu de forma dura. 

 
      — Mas eu quero. Isso não tem nada a ver com nós dois, tem a ver com você. 

 
       — Ainda bem que você sabe. Isso não tem nada a ver com nós dois. - Ela foi direta. — Está perdendo seu tempo aqui. Melhor voltar pra onde você estava. 
 

Saiu dali com fogo nos olhos. A aparente disposição de Ecklie para ajudá-la já a incomodava, mas trazer Grissom de volta a Las Vegas foi um golpe baixo. Era difícil de digerir. 

 
     — Ei, ei, Sara. Tudo bem? — Ao ver a amiga caminhando pelos corredores, Nick apertou o passo para encontrá-la. 

 
   — Você ainda me pergunta isso? — Ela rebateu de modo sarcástico; brincando, mas com uma pontada de verdade. 

 
      — Desculpe. — O perito riu brevemente por vergonha. — Achei que estava com o Griss. 

 
Desta vez não escondeu o sarcasmo e o incômodo ao ouvir seu apelido. 

 
       — Eu não sei por que ele está aqui. Aquilo foi um erro do Ecklie. 

 
      — Por quê? — Ele ergueu as mãos. — Ele tá aqui pra ajudar você! — Explicou, achando estranho seu comportamento diante daquela situação. 

 
     — Se você soubesse do que realmente está acontecendo não estaria falando desse jeito. — Sara ameaçou voltar a caminhar, porém acabou vacilando. 

 
        — Então me conta — insistiu. 

 
     — Nós terminamos Nick. — Mesmo que em voz baixa, suas palavras saíram de forma dura. Como se para falar aquilo tivesse de lançar fora uma dezena de espinhos. 

 
Aquilo o pegou completamente de surpresa, deixando-o desnorteado. Quase boquiaberto, ele balançou a cabeça a tentar entender; a resposta de Sara simplesmente não fazia sentido. 

 
        — O quê? 

 
        — Eu e Grissom não estamos mais casados. Era isso. 

 
     — Sara... Por que não me contou...? Nós... Poderíamos ter saído pra beber, algo do tipo. — Em choque, Nick mal conseguiu completar as sentenças direito. Ficou atordoado. 

 
Sara não respondeu, limitando-se apenas em negar com a cabeça. Não estava a fim de levar a conversa a fundo, tendo que recobrar todos aqueles momentos. Já não bastava saber e se encontrar com o homem que acabara de se divorciar. 
Ela já se preparava para ir embora quando se deparou com uma imagem familiar no monitor de uma das salas de análise. Era a foto de um colar com pingente de coração. Seu colar. 

 
       — Por que o meu colar tá no monitor? - Perguntou ligeiramente alterada. 

 
       — Sara. — Nick se arrependeu de ter parado com ela naquele local. 

 
      — Vocês encontraram meu colar naquele quarto de hotel? - Agora ela o confrontava.  

 
        — Sara você não deveria estar vendo isso... 

 
         — Nick me ouça, ok? Eu não estava usando aquele colar naquela noite. Ele estava na minha casa, no meu quarto. 

 
       — Olha só. Você não deveria estar aqui. Russell quer que você vá embora e a gente concorda com isso. — Ele tentou agir de modo maleável. 

 
       — Apenas me diga! Vocês encontraram aquele colar no quarto de hotel? 

 
Ele hesitou por um momento. Parte dele queria omitir a informação, mas a outra parte se compadecia por ela terrivelmente. Não tinha como esconder isso de sua amiga, pelo menos àquela informação. 

 
       — Sim. - Assentiu brevemente. — Agora vamos. 

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Sara estava no carro no estacionamento esperando Basderic sair, sabia bem de onde vinha o colar. Simplesmente não poderia deixar aquilo barato, sabendo que pouco a pouco aquele homem brincava de fazer joguinhos com ela. Desta vez a razão não era sua companhia. 

 
     — Eu sei que é você Ronald, você queria que eu soubesse não é? Por isso deixou o colar. — Ela o confrontou no momento em que se pôs de frente a ele. 

 
     — Não faço ideia do que tá falando. — Sara percebeu certo ar de sarcasmo no final de sua resposta. Aquilo só alimentava a raiva que estava sentindo. 

 
   — O colar que ela me deu quando ajudei ela com mandado na época. Você vigiava cada passo dela e você viu quando ela comprou o colar pra mim, não foi? 

 
     — Você não parece bem! — Basderic se afastou um pouco dela, indo propositalmente para perto das câmeras. 

 
       — Você o matou. — Ela caminhou mais perto. — Porque você fez isso? Porque eu enfrentei você? — permitiu ser irônica. — Você me vigiou, tirou aquelas fotos, me incriminou. 

 
         — Mas eu te obriguei a entrar no quarto com ele? Incitei você a trair seu marido? 

 
          — Fica longe de mim! - Ela bradou com raiva. 

 
          — Falando nisso você ligou para seu marido? Contou para ele como foi seu dia? Vamos ligar juntos e contar. 

 
Tomada pelo ódio, num impulso ela deu uma rasteira jogando ele no chão. Não satisfeita, estava a ponto de se exceder dando-lhe um soco quando ouviu uma voz ao fundo. 

 
          — Sara! Não faça isso! — Grissom se aproximou dela rapidamente. 

 
         — Grissom?! - Ela se virou para trás, incrédula pelo que estava vendo. — O que está fazendo aqui?! — Desnorteada, mal sabia o que lhe questionar. 

 
           — Eu é quem devia te perguntar isso. — Ele a segurou pelo cotovelo no intuito de afastá-la para longe, só que Sara foi mais ligeira e se distanciou na hora. 

 
            — Você devia ir embora. — Seu tom pareceu ameaçador, mas o ex-supervisor não se importou. Só queria tirá-la dali o quanto antes. — E pare de tentar me seguir! 

 
              — Estou fazendo isso para seu bem. Agora vamos embora daqui! 

 
        — Parece que o marido chegou. Bem na hora, hein! — Ainda no chão, Basderic aproveitou a cena para provocá-la. — Vai ter bastante tempo para contar a ele sobre sua infidelidade. 

 
             — Cale a boca! 

 
Sara se esqueceu de tudo e focou apenas naquele homem. Esqueceu-se de onde estava da pessoa ao se lado e as consequências que seus atos a levariam. Seus olhos só enxergavam aquele homem, o maldito que matou Taylor e que a jogou num espiral de tragédias sucessivas. 

 
           — Não! Não! Você vem comigo agora! 

 
Grissom não deixaria que ela sequer encostasse-se a Basderic novamente, então a agarrou por trás e com toda a força segurou Sara e rezou para que sua raiva se aplacasse, nem se deu o trabalho de ajudar ou encarar a figura do homem caído no chão. Quanto menos contato — seja ele físico ou visual — melhor para ambos. 
Com calma, ele a levou para perto de seu carro e se preparou para abrir a porta do motorista. Vindo de táxi, Grissom não se importaria em ter que volta a pé, contanto que a tirasse de perto do Basderic. 

 
            — Droga, Grissom! — Ela exclamou com sangue nos olhos. — Droga! Como você me achou?! — Afastando-se dele por alguns passos, Sara levou a mão à testa para tentar reorganizar os pensamentos distorcidos. 

 
             — O colar. 

 
Ao voltar sua atenção para ele, no intuito de checar sua reação, a raiva pareceu fluir ainda mais por seu corpo. Apesar de demonstrar preocupação, Grissom continuava calmo, na medida do possível. 

 
             — Já falei que não preciso de você aqui. 

 
            — E deixar você sozinha com ele? — Questionou um pouco mais rígido que da outra vez. — O que acha que iria fazer caso Basderic soltasse outra como aquela, hein? 

 
            — De repente você resolve se preocupar comigo?! — rebateu. — Me diga, onde estava em todas aquelas vezes que eu pedi para você aparecer aqui em Vegas, hein, Gilbert? — Ela disparou as palavras antes de entrar no carro. — Está com medo que a sua reputação fique suja agora que vão saber do divórcio? 

 
Sara nem precisou fazer a última pergunta, pois já o havia deixado numa situação desvantajosa. Aquilo, pelo visto, o deixou um pouco transtornado. Ou talvez muito; tinha momentos em que nem mesmo ela conseguia desvendá-lo. 

 
        — Você vem do nada após o Ecklie te ligar e acha que vou pensar o que? - Ela apontou o indicador pra ele. 

 
        — Eu vim por você. Não percebe isso? 

 
        — Gilbert, conta outra. Tá? Não tente disfarçar para cima de mim.  

— Ok. Então dê-me as chaves do carro. 

— O quê? — Ela pensou em rir sarcasticamente por causa daquela pergunta, mas não conseguiu. 

— Vou te levar para casa agora. 

Balançando a cabeça repetidas vezes, Sara parecia prestes a negar seu pedido com total convicção. Ela cruzou os braços por alguns segundos, mas num impulso acabou acatando. Enraivecida, deu as chaves na mão dele. 

— O que faria a ele se eu não aparecesse agora? 

Ela não respondeu. De rosto virado tentava se esquecer um pouco do que houve no passado entre os dois. Era difícil, ainda mais numa situação adversa como aquela, na qual tinha vontade de desabafar para alguém que confiava de corpo e alma. A única pessoa que aparecia em sua mente era o homem ao seu lado, mas seu coração estava abatido demais para se abrir com Grissom. 

Sem receber resposta alguma, deu-se por vencido por enquanto. 

 
Sem fazer quaisquer paradas, ele estava disposto a levá-la direto para casa. De lá pegaria um táxi até o hotel em que se hospedou. Faria questão de garantir aquilo, rezando para que ela não voltasse para o laboratório por teimosia. 

— Sinto muito por isso, mas estava a ponto de receber uma queixa do Basderic — disse ele com o olhar voltado ao caminho. 

— Gil, porque não faz assim: para de fingir que se preocupa comigo, tá legal? Vai lá, ajuda o Ecklie e deixa que da minha vida cuide eu.  

Aquela dura resposta foi o suficiente para que ele não falasse mais sobre o assunto. Conhecia Sara muito bem para perceber que chegou ao limite de uma conversa e o que viria depois seria consequência de uma atitude imprudente. Talvez uma resposta que sairia pior do que esperada causando um clima ainda mais pesado. 

— Não vai me perguntar o que houve naquela noite? — Ela o questionou, referindo-se ao homicídio. 

— O que eu ia perguntar a você? 

“Se eu dormi com ele”, pensou ela, sem se manifestar. Não teve coragem de seguir em frente com isso. 

— Tudo que eu preciso saber já me foi entregue — afirmou categoricamente. Tentou não pensar o que houve naquela noite e não soar intrometido, afinal, eles já não compartilhavam a vida de um casal. 

Ao chegarem na casa — antiga casa dos dois, agora pertencente somente a ela —, Sara solicitou a chave de volta no momento em que ele desligou o motor. Tendo seu pedido silencioso atendido, ela saiu do carro sem olhar pra trás e em poucos minutos estava dentro das paredes da sua casa. 


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Notas finais do capítulo

Bom galera é isso espero que gostem... boa leitura e bom sábado.



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