Sanatório escrita por Chrys Monroe


Capítulo 6
Capítulo 5 - Assinando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Capítulo 5 - Assinando. 

 

 

 

— É de praxe, James. Você sabe que nunca assinei papéis sem ler antes do que se trata. É força do hábito! - Deu de ombros.  

— Mas você sabe muito bem do que se trata, Bella. É uma procuração para que eu assuma a empresa durante este mês de outubro, enquanto você fica em casa relaxando, simples. Não acredito! - Cobriu o rosto entre as mãos fingindo constatar algo - Depois de tantos anos juntos você ainda desconfia de mim? Pois bem, prefiro que não assine mais nada. - Puxou os papéis das mãos dela, se fazendo de ofendido.   

— Calma James! 

— É duro, viu?! Tento ser o melhor marido do mundo para você, te ajudo nos seus tratamentos psicológicos, sou carinhoso, faço de tudo naquela empresa para te poupar trabalho, mas não adianta! Você nunca vai confiar em mim de verdade. Então pra que termos filhos se nosso casamento não é realmente sólido e baseado em confiança e amor? É melhor deixarmos tudo como está mesmo. - Ficou de costas para ela. 

— Er... Me dê os papéis, James. 

— Melhor não. 

— Por favor... Vou assina-los sim e como prova de confiança prometo que não os lerei. Está bom assim para você? - Perguntou esboçando um sorriso. 

— Perfeito. - James abriu um enorme sorriso em troca, entregando os papéis para ela que em segundos, os assinou. - Obrigado pela prova de confiança, querida. Prometo que não irá se arrepender. - Garantiu pegando os papéis de volta - Bella, tem uma questão que gostaria de dividir com você. 

— Claro. O quê houve?

— Pensei em dar folga aos empregados nos próximos dias para termos mais privacidade para namorar, se é que me entende. - Mordeu os lábios, todo sedutor - O que acha? 

— E quem vai limpar a casa? Você sabe que não me saio nada bem nos serviços domésticos. 

— Semanalmente chamaremos a diarista, querida. E a comida até eu posso fazer, você sabe que amo cozinhar para você. É que quero que esta seja uma espécie segunda lua de mel para nós. Nós merecemos, não? - Ficou de joelhos em frente à ela - E aí? Concorda?

— Como quiser, querido. - Bella concordou acariciando o rosto dele - Agora vou tomar um banho, okay? 

— Vai lá. - Ela deu um selinho no marido, levantou-se e saiu. 

Imediatamente, James correu para o quartinho dos fundos, onde Victoria estava se maquiando em frente ao espelho. 

— Vic, abra a porta logo. - Ordenou e rapidamente, a jovem abriu e ele entrou no quarto, trancando a porta com a chave em seguida. 

— O que houve gatinho?

— Bella assinou a procuração. - Entregou os papéis para ela que abriu um sorriso enorme no rosto - Falei sobre dar folga aos empregados e ela concordou também como a tonta que é. Vic, você precisa manter a porta do seu quarto trancada durante os próximos dias, okay?

— Quer dizer que você vai dar folga à todos, menos para mim?

— Sim, mas Bella não pode saber disso ou nosso plano irá por água abaixo. - Pôs as mãos sob o ombro dela, a olhando nos olhos - Você vai ficar trancada neste quarto e só sairá quando for a hora de seguir minhas instruções a risca, entendeu?

— Que tipo de instruções? Veja lá onde você vai me meter, gatinho. 

— As mais divertidas. Acender e apagar luzes, ligar o gravador com a voz da defunta para assustar minha querida esposinha, essas coisas. Vai ser divertido. 

— Espera... Como conseguiu a voz da tal Renée? - A ruiva questionou com os olhos arregalados.

— Minha chata esposa tem várias e várias fitas gravadas da mãe, do pai, brincando com ela, enfim, vivendo momentos felizes e cafonas - Revirou os olhos - As enviei para dubladores experientes e pronto! Pena que não consegui o holograma da Renée, mas o que temos já basta para enlouquecê-la. 

— Você é demais, hein?! Mas e se ela não enlouquecer? Aquela vaca é bipolar, depressiva, mas toma medicação correta para controlar a mente. Não vai pirar de uma hora para outra assim e precisamos fazer tudo muito rápido, antes que os outros desconfiem de nós. 

— Aí é que está. Para dar um empurrãozinho, trocarei toda a medicação dela por comprimidos idênticos, mas sem efeito nenhum, como se fossem balas. - Revelou com ar de riso. 

— Você realmente pensa em tudo! - Ela o puxou para si, lhe beijando ardentemente - É por isso que você é o amor da minha vida, James!

[...]

Após acertar os devidos detalhes com Victória, James foi direto para o quarto. Verificou se Isabella ainda estava tomando banho e após confirmar, foi até a gaveta do criado-mudo onde a jovem guardava seus remédios e fez as devidas trocas de comprimidos. Com a caixa de remédios ainda em mãos, tomou um susto ao ouvir alguns passos. 

— Droga. - Guardou todos os comprimidos verdadeiros no bolso, suspirando por ter conseguido troca-los a tempo - Querida!

— O que está fazendo com meus remédios, James? - Bella perguntou curiosa, ainda enrolada em uma toalha. 

— É que achei que você ia toma-los agora e fui prepara-los para você. Sabe que não gosto quando esquece de toma-los no horário correto, querida. 

— Não esqueço mais não. Estou bem atenta a eles, mas o horário do meu remédio não é agora. Esqueceu por acaso?

— Sério? Ando tão avoado que me confundi! - Exclamou guardando as caixas na gaveta - Bem, vou falar com os empregados para dispensa-los. Até já querida! - E se retirou-se do local. 

James liberou todos os funcionários e em seguida, jogou os remédios verdadeiros da esposa no lixo. 

— Adeus! Agora é só aguardar a derrocada da minha esposa e o começo da minha eterna vitória. . - Murmurou sorrindo bisonhamente vendo os comprimidos descerem pelo ralo.

[...]

[...]

Dois dias depois...

 

 

 

Há dois dias, Bella, James e Victória - devidamente trancada em seu quarto - estavam sozinhos na mansão e para ela, tudo corria bem. James passava pouco tempo fora na empresa e quando voltava, ambos realizavam uma porção de atividades. Namoravam na piscina, viam filmes românticos e engraçados juntos. A morena se sentia feliz e estava realmente pensando em engravidar do marido, sem imaginar o plano sórdido que ele tinha contra ela. 

Já era madrugada quando Victoria saiu pela primeira vez em dois dias do quarto, após receber uma mensagem mandada por James enquanto Isabella dormia. Com o controle remoto, ela ativou o sistema das portas da casa que começaram a se abrir e fechar ao seu comando. Em uma dessas batidas das portas, Isabella acordou. 

— O que é isso? - Perguntou-se pondo a mão no peito - James! - Cutucou o marido. 

James estava acordado mas esperto, fingiu ainda estar dormindo. 

— Argh... - Bella levantou descalça, enrolada em um lençol e caminhou pela casa percebendo que as portas dos quartos se abriam e fechavam a todo momento - Céus... O que está acontecendo? - Correu de volta para o quarto, sacudindo James - James, acorda!

— Que foi querida? - O loiro abriu um olho só - Estou morrendo de sono. 

— James, vai parecer loucura mas as portas dos outros quartos estão abrindo e fechando sem parar! - Bella contou sentindo seu corpo todo tremer - Eu vi! Você não está ouvindo o barulho delas?!

— Não - Se ajeitou na cama - Não estou ouvindo nada, querida. 

— Então venha ver com seus próprios olhos, oras. - Bella o puxou para fora do quarto mas quando chegaram lá, as portas não se mexiam mais. 

— Não estou vendo nada, Bella. - James deu de ombros - Nem ouvindo. Vamos dormir, para de bobagem. 

— James, é sério. Eu sei o que vi. Não estou louca! - A morena reafirmou o abraçando.

— Deve ter sido um pesadelo, deixe para lá e vamos dormir. - Falou levando-a de volta para o quarto e ainda no corretor, atrás de uma estante, Victória surgiu cobrindo a boca com as mãos para não gargalhar do sofrimento de sua rival. 

~*~

[...]

No dia seguinte...

 

 

— Há tanto tempo não tomávamos café todos juntos, não é? - Esme comentou tomando um gole de café com leite na casa simples e aconchegante onde morava com a família.

— É sim, essa folga de vocês veio muito a calhar, mãe. - Rosalie comentou beijando a bochecha dela. 

— Ultimamente os patrões de vocês vivem lhes dando folgas, não? - Edward constatou passando geléia em sua torrada. 

— Na verdade, é o James. Parece que ele quer ficar um tempo a sós com a esposa porque estão tentando ter um filho, algo assim. Por isso desejam mais privacidade. - Carlisle explicou. 

— Mas por que não fazem como todo casal rico e viajam para um hotel romântico para fazer isso? - Rosalie indagou dando de ombros. 

— É que a senhora Swan é muito traumatizada por conta da morte da dona Renée. Ela não viaja muito, a não ser a trabalho e está quase sempre triste. 

— Que pena, simpatizo muito com a senhora Swan, espero que um dia ela supere tudo o que passou. Mas ainda estou achando muito estranho tantas folgas. - Edward comentou terminando de comer e se preparando para ir trabalhar. 

~*~

— Está dizendo que ouviu e viu as portas da sua casa se mexerem do nada? É isso mesmo? - Alice questionou durante uma ligação da melhor amiga. 

— Sim! Eu juro que vi. 

— E o James não viu? 

— Não! Está pensando que enlouqueci?

— Não, apenas que está, sei lá, muito sensibilizada por conta da proximidade do aniversário da perda da Renée. Mas vai passar, vai ficar tudo bem amiga. 

— Espero que seja isso, só minha mente cansada me traindo. - Suspirou - Bem, estou fazendo o almoço pois James dispensou todos os empregados. 

— Está sozinha em casa?

— Sim, só tem os seguranças lá no portão principal do condomínio caso eu precise de algo. - Apagou o fogo de uma panela, sem perceber que atrás dela, na porta da enorme cozinha, estava Victória, escondida atrás de um armário observando-a. 

— Entendi. Qualquer coisa me liga, okay?

— Okay, beijos! - E desligou o telefone. 

Victoria se afastou, indo para a sala e pegando um outro aparelho em mãos. 

— Vamos ver se sei mexer mesmo nisso aqui... - Sussurrou sorrindo. 

Da cozinha, de repente, Bella escutou uma voz. 

— Isabella... Filhotinha?! 

— Céus! - Bella levou a mão ao peito - Essa voz parece ser da minha... Mãe?! 


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