Sanatório escrita por Chrys Monroe


Capítulo 10
Capítulo 9 - Insinuando


Notas iniciais do capítulo

Olá, feliz natal a todos e pra comemorar, capítulo especial para vocês ♡

Boa leitura ♡



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Capítulo 9 - Insinuando. 

 

 

 

 

 

— O que está insinuando, doutor?

— Por enquanto, nada. Apenas me responda, por favor. 

— Confio sim. James sempre me tratou muito bem, é um grande parceiro. Alice, minha amiga, não gosta nada dele. Minha cabeça voltou a doer, quero que pare de me dopar, doutor. - Pediu fazendo uma expressão de dor. 

— Isabella, se você ficar mais calma, prometo diminuir o uso dos remédios. Combinado?  

— Combinado. - Afirmou tentando sorrir - Minha mente está muito confusa, tudo está misturado. 

— Olha, você sabe que tudo que me narrou é uma fantasia, não sabe? Fantasmas não existem. Portas não se mexem sozinhas e as vozes que você acha que ouviu, não podem ser da sua mãe que está morta há exatos dez anos. Você precisa voltar a realidade. 

— Mas eu vi, eu ouvi, senti! Eu juro pelo que você quiser. 

— As vezes, nossa mente nos trai. E as pessoas, mais ainda. Pense nisso. 

[...]

Sozinha de novo naquele quarto e mais calma, Isabella estava mais que pensativa. 

— O que doutor Cullen quis dizer com aquilo? - Perguntou-se - Ele está certo. Portas e janelas não se mexem sozinhas, fantasmas não existem, não podem existir. Não podem! Mas se tudo é fantasia, como pareceu tão real a ponto deu parar aqui?

~*~

— O que está dizendo, Edward? - Carlisle indagou pasmo com as teorias que o filho lhe contou após o jantar, enquanto lavavam a louça na cozinha. 

— Que acho que a senhora Swan está sendo vítima de uma grande armação. Mas por enquanto, é só uma suspeita. - Deu de ombros - Vou aguardar os próximos acontecimentos antes de cravar alguma coisa.   

— Armação de quem filho?! 

— Desse marido dela! Primeiro, ele me procura dizendo estar preocupado com a esposa, com a saúde mental dela. Faz perguntas sobre surtos, em especial surtos psicóticos. Perguntas no mínimo, suspeitas. Depois, manda os funcionários tirarem folga durante um longo tempo. E de repente, a Isabella que parecia equilibrada tem um surto. Não acha muito suspeito? 

— Pode ser só coincidência, filho. E outra, por quê ele faria isso com ela? Se bem que... Muitas pessoas ao redor da Isabella dizem que ele só está com ela pelo dinheiro. - O loiro comentou se recordando de alguns momentos na mansão. 

— Sério? Ela comentou comigo algo a respeito hoje cedo. 

— Sim, a melhor amiga dela, Alice, não vai com a cara dele. Muito menos o marido dela, Jasper. Sempre que o senhor James os encontra, ambos ficam se provocando e Bella tentando apaziguar tudo. 

— E onde essa Alice está? Seria ótimo que eu pudesse falar com ela antes de tomar qualquer atitude, pai.

— Não vai dar, filho. Está viajando com o marido para fora do país. Não sei quando voltará. 

— Está vendo pai? A impressão que dá é que este James esperou o momento certo para agir, justamente quando a senhora Swan estivesse completamente sozinha, sem o apoio de ninguém. Mas ela não está sozinha, porque eu estou aqui e se minha teoria realmente estiver certa, Isabella precisará muito da minha ajuda ainda.  

~*~

[...]

Na manhã seguinte...

 

 

— Que delícia estar aqui sentada na cadeira da mosca morta, tomando esse café da manhã delicioso e à minha altura. Olha pra mim, não estou linda gatinho? - Victoria perguntou com um sorriso enorme nos lábios - A cara da riqueza. 

A ruiva estava sentada na cadeira principal da mesa, além de estar vestindo as roupas da patroa sem o menor pudor. A mesa de café da manhã estava suculenta. Queijos, pães, sucoa, geléias. 

E ela estava adorando cada segundo daquele momento tão esperado. 

— Está sim, gatinha. - James beijou a mão dela. 

— E qual será nosso próximo passo agora que finalmente conseguimos internar aquela criatura em um hospício? - A governanta indagou tomando um gole de leite quente. 

— Já foi tomado por mim enquanto você tomava banho naquela banheira maravilhosa do nosso quarto. Liguei para um advogado e expliquei o que tinha acontecido com minha esposa, a minha versão, é claro. Perguntei o que devo fazer para assumir o controle da empresa e da fortuna dela e o advogado disse que precisamos provar que ela é louca com um atestado de insanidade mental. Atestado este, que vou dar um jeito de conseguir com o do Doutor Cullen o mais breve possível. 

— E depois disso?

— Depois nós vamos torrar a fortuna da minha querida mulher com viagens, baladas, compras caras. Seremos eternamente felizes, gatinha. 

— E iremos nos casar quando?

— Temos que dar um tempo para que tudo não pareça um grande golpe. 

— Tempo? Nem pensar, James. Já esperei tempo demais. Assim que você colocar a mão neste atestado, iremos nos casar e hoje mesmo já levarei minhas coisas para a suíte dela e nunca, nunca mais retornarei para aquele quartinho podre de empregada, vou é transformar em um depósito inabitável. Não precisamos mais temer nada, James. Isabella nunca mais voltará ao normal. Nunca. - Afirmou com um sorriso cínico nos lábios.  

~*~

— Quem é você? - Isabella indagou quando um homem vestido de branco entrou em seu quarto. 

— Sou Paul, enfermeiro deste sanatório. E você é a senhora Swan, certo? Isabella, um belo nome para uma bela jovem. - Sorriu simpático - Trouxe seu café da manhã. - O moreno avisou se aproximando dela com uma bandeja nas mãos. 

— Cadê o doutor Cullen?

— Ainda não chegou, mas estou aqui para cuidar de você enquanto o aguardamos. Primeiro, você vai tomar este remédio aqui para seus nervos e depois, tomará seu café com calma e tranquilidade. Se você se comportar, poderá sair daqui para circular pelo nosso jardim. 

— Jardim? Eu quero é ir pra minha casa. 

— E irá... No momento certo. 

— Quando esse momento vai chegar? - Bella perguntou sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. 

— Não sei, mas se você se esforçar não demorará tanto. Prometo. - Paul disse sorrindo para ela. 

[...]

Bella tomou seu remédio, café da manhã e depois tomou banho, trocou de roupa e foi levada para os jardins. 

— Quem são essas pessoas todas? - Perguntou para Paul, reparando que havia várias pessoas por lá, todas vestidas de branco. 

Algumas com camisa de força como ela e outras, não. 

— São nossos pacientes. 

— Não quero ficar neste manicômio, não quero morrer aqui. 

— Não vai acontecer isso. Olhe para o céu, Isabella. Para as flores, para esse verde todo e tente relaxar um pouco, se encontrar. Daqui a pouco busco você para descansar. Combinado? - Ela assentiu com a cabeça e ele se retirou. 

— Céus... Quando foi que me perdi de mim? - Bella perguntou-se caminhando pelo local. 

O jardim era realmente muito bonito. 

Tinha tulipas, orquídeas, margaridas e muitas árvores frutíferas. 

Realmente passava uma sensação de paz, que contrastava muito com a mente perturbada de cada paciente. 

Havia um homem berrando e correndo de um lado para o outro. 

Uma mulher cuidando das plantinhas com um regador e cantando, como se estivesse muito serena. 

Já outro, brincando com passarinhos. 

Cada um com seus fantasmas, assim como Isabella.

— Nova por aqui? - Bella assustou-se ao ouvir uma voz rouca sussurrar algo em seu ouvido.

Virou-se assustada deparando-se com uma mulher de mais ou menos trinta anos, bonita, mesmo com os cabelos desgrenhados e o uniforme típico daquele  sanatório. 

— Infelizmente. 

— Fique tranquila, vai dar tudo certo. Venha comigo. - A puxou pela mão até um banco, onde ambas se sentaram juntas - Você não vai ficar neste inferno por muito tempo. Muito menos eu. - Afirmou com um sorriso largo no rosto. 

— Do que está falando? - A morena franziu a testa e a loira de olhos verdes manteve o sorriso.  

— Estou planejando uma fuga em massa, todos os pacientes vão fugir daqui duas luas, inclusive você se quiser vir conosco. Aqui é um inferno, não por causa dos médicos que nos tratam até que bem, mas ficar enjaulado como bicho não dá, isso não é vida. Temos o direito de viver, de ser feliz. Pelo menos, eu tenho. - Mordeu os lábios - Vim parar aqui depois que matei meu padrasto. Ele abusava de mim desde pequena. Um dia, o picotei todinho até ele ficar em pedacinhos. E vim parar aqui. - Ao mesmo tempo em que sorria, lágrimas também caíam de seus olhos - Meu nome é Penélope, muito prazer - Estendeu a mão - Opa, esqueci que você está na camisa de força e não pode me dar a mão. - Gargalhou. 

— Por quê você não está amarrada como eu? 

— Porque fico fingindo que estou resignada com meu destino. Além do mais, estou aqui há muito mais tempo que você. Finjo que não quero ir embora, mas vou um dia. Quero e vou sair daqui muito em breve. E você? Por quê veio parar aqui? 

— Não sei direito.  

— Ainda está na fase confusa, dopada não é? Quando nos colocam aqui eles não enchem de remédios para ficarmos calminhas. É uma droga, com o perdão do trocadilho! - Riu de novo. 

— Meu pai matou minha mãe. O caso ficou famoso anos atrás pois somos muito ricos - Bella revelou fazendo-a arregalar os olhos - Ontem foi... Aniversário desse evento terrível. As portas da minha casa se mexeram, ouvi gritos, ouvi a voz dela me pedindo socorro. Vi sangue, vi tanta coisa horrível. Parecia surreal. O doutor Cullen disse que é tudo coisa da minha cabeça, da minha imaginação, mas eu sei o que vi. Estou com medo de realmente ter enlouquecido de vez. Muito medo, Penélope. - Desabafou. 

— Você tem outros parentes? 

— Não, só meu marido mesmo. 

— E cadê seu marido? - Penélope indagou curiosa. 

— Eu não sei. 

— Uma garota rica e bonita fica assim, louca do nada? Será que não tem dedo do seu marido nisso não? 


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, feliz natal ♡

Comentem, favoritem, recomendem!!