Destinado a ser escrita por PerfectBeOdd


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Eu espero que vocês gostem, eu acabei realmente me empolgando.



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— Vocês tem se olhado bastante. —Rose falou de repente enquanto estávamos tomando o café da manhã, e isso fez com que eu me sobressaltasse.  

—Vocês quem? —Indaguei tirando olhos da mesa da Sonserina e direcionando para a ruiva do meu lado. Rose me encarava com bastante atenção, atenção essa que me deixava desconfortável e me fez desviar o olhar dos intensos olhos azuis.

— Não se faça de sonsa, Lizzie. — Rose estalou os dedos na frente do meu rosto, chamando minha atenção. — Desde que te encontrei aquele dia conversando com Albus, eu só vejo você olhando na direção em que ele se encontra. E ele olhando de volta! 

—Você repara nisso porque também vive olhando pra mesa da Sonserina, né? —A ruiva ficou vermelha na mesma hora, e isso me arrancou um sorriso de canto que eu precisei esconder para ela não ficar ainda mais irritada com o meu comentário.  

—Estou cuidando de você! 

—E também de um certo loiro...  

—Elizabeth Dorian, eu estou a um passo de voltar pra mesa da minha casa e te deixar sozinha aqui! — eu ri e segurei a mão da Weasley pra que ela não se levantasse.  

—Tudo bem, tudo bem. Não vou comentar mais nada sobre isso. Mesmo que já tenha se passado uns bons quatro anos desde que ele jogou cerveja amanteigada em você e te derrubou na neve suja de lama e ficou...  

—Para Lizzie! — Rose tentava ficar brava, sem sucesso. —Até hoje ele não teve a coragem de me encarar, e por isso sigo o ignorando.  

Um fato engraçado sobre Rose Weasley e Scorpius Malfoy: era bem óbvio que se gostavam, todo mundo sabia disso, digamos que eles tenham “tentado” e acabou sendo um fracasso completo principalmente porque os dois eram imaturos. Pra dizer a verdade, quem não é imaturo no terceiro ano, não é mesmo?  

— Há! Eu te peguei olhando pra ele agora. —Surpreendi a ruiva no momento em que ela tentava disfarçar que não estava olhando para o loiro saindo da mesa da Sonserina.  

—Você é uma otária e eu estou indo pra minha aula! —Rose me empurrou com o ombro de leve e se levantou, tentando esconder que suas orelhas estavam vermelhas por ter sido pega no flagra. Resolvi que preferia terminar de comer e esperar o Salão Principal esvaziar, a confusão dos alunos me irritava um pouco.  

Quando os talheres, os pratos e toda a comida postos desapareceram, eu me levantei levando meus livros comigo, e sem perceber eu olhei para a mesa da Sonserina. Ele não se encontrava mais lá, provavelmente teria uma aula imediatamente após o café da manhã. 

Eu segui para a minha classe, tentando encontrar a sala e me perdendo no meio do caminho, odiava as escadas que se mexiam, elas apenas iam pra onde queriam ir e após sete anos em Hogwarts eu simplesmente nunca havia realmente me acostumado. Inclusive, os professores estavam acostumados com os meus atrasos, justamente porque eu nunca lembrava direito onde ficavam as salas.  

—Saco, eu tinha certeza que era por aqui. —Reclamei sozinha enquanto tentava abrir a vigésima porta naquele momento.  

—Não me diga que está perdida, Dorian. De novo. —Reconheci a voz de Albus na hora e fiquei um momento parada recolhendo coragem para encará-lo pela primeira vez em semanas desde que tínhamos nos falado no trem.  

—Não, não estou. Estou apenas fazendo hora antes de ir para a minha aula. —Me virei para encará-lo, e lá estavam eles, incríveis olhos azuis com um quê esverdeado. Cabelo bagunçado, sorriso de canto e os óculos próximos da ponta do nariz. Realmente, não era de se espantar que Albus Potter detinha a atenção de algumas meninas em Hogwarts.  

—Claramente parece que sim, longe de mim supor ao contrário. —Albus estava a poucos passos de mim, seu uniforme estava desalinhado (como sempre), a gravata estava desatada, descansando casualmente sobre o pescoço enquanto era possível observar os primeiros botões abertos de sua camisa. —De novo, você está me avaliando.  

—De novo? —arqueei a sobrancelha e encostei as costas casualmente na porta trancada atrás de mim.  

—Você tem feito isso bastante.  

—Você também, Potter. Rose Weasley não deixou essa informação escapar. —O moreno deu um sorriso de canto, enquanto eu percebia que ele me observava com mais atenção. —Às vezes você me olha como se não soubesse quem eu sou, mas nos conhecemos desde o primeiro ano. 

—Nos conhecemos, é mesmo? Eu diria que não. — Albus ajeitou a capa antes de dá um passo em minha direção, passo esse que não saiu do primeiro pois ele foi chamado por outra pessoa.  

—Creio que querem sua atenção. —Comentei olhando na direção da voz onde havia uma menina da Sonserina acenando do lance de escadas acima de onde nos encontrávamos. Albus riu e mexeu no cabelo o bagunçando ainda mais.  

—A aula de transfiguração fica no final do corredor, Dorian. —Corei, e me xinguei mentalmente por ter parecido tão transparente. Acenei com a cabeça concordando e comecei a andar na direção que ele havia indicado. —Ah, Dorian. —Olhei pra trás por cima do ombro pra saber o que mais ele gostaria de dizer. —Eu gostaria de te conhecer.  

Sorri para ele e voltei meu caminho, porém antes percebi como ele estava um pouco corado, talvez pelo comentário talvez pela luz que nos encontrávamos. Quando eu cheguei na aula eu não conseguia tirar o sorriso do rosto, até tentei, mas eu acabava voltando para o exato momento da conversa. 

Vamos deixar registrado que talvez, mas só talvez mesmo, eu tenha um crush por Albus Potter desde o primeiro momento que o vi. Obviamente ele mudou desde o primeiro dia que nos conhecemos, mas ainda lembro de como ele estava nervoso e como na cabine ele estava tão pálido que parecia que a qualquer momento fosse desmaiar. Nós “conversávamos” mais quando Rose estava presente, e ainda sim era um pouco difícil de manter contato, pois nunca parecia um bom momento.  

No final, a aula apenas passou, na verdade, todas passaram incrivelmente rápido até que estivéssemos eu e Lysander, deitados na grama próximo ao lago após o almoço.  

—Vocês aí. —Da forma que estávamos, nós continuamos, apenas olhamos na direção que nos chamaram e lá se encontrava Rose Weasley vindo apressada em nossa direção.  

—Oh não, ela parece animada. —Lysander resmungou me arrancando um riso. A ruiva quando chegou próximo o suficiente se sentou ao nosso lado e começou a falar.  

—Adivinha quem foi convidada para ir pra Hogsmeade em um encontro? —O loiro e eu nos olhamos rapidamente antes de virar e responder a ruiva.  

—Não fazemos ideia!  

—Óbvio que sou eu! Vocês são absurdamente sem graças para se ter esse tipo de conversa, sabia? —Sabíamos que ela ficaria assim, ela sempre acabava caindo facilmente nas nossas brincadeiras. —O capitão do time da lufa-lufa me convidou! —Da mesma forma que ela facilmente esquecia da brincadeira.  

—Ele não é meio... Qual é a palavra?  

—Idiota. —Lysander terminou a sentença. —Querida Rose, creio que está na hora de parar de sair com trastes. Você faz muito isso.  

—Ele... ele não é assim! —Rose bufou de raiva, enquanto eu e Lysander apenas nos olhávamos tentando encontrar uma forma de explicar que sim, Theodor Hepburn era um idiota, super conhecido por sinal.  

—Onde exatamente vocês vão em Hogsmeade e quando? Nossa saída ainda está longe. —Comentei me sentando e limpando a grama do cabelo.  

—Aí que está, a Lufa-Lufa vai dá uma festa nessa sexta, e como bem sabe, temos como sair. —Rose sorriu animada, e eu já estava esperando a próxima frase. —E vocês vão comigo. Afinal, precisam me defender.  

(...) 

—Rose...Me lembra de novo o que você faz no meu dormitório? —Indaguei encarando a ruiva terminando de se arrumar. Ela estrategicamente havia escolhido um vestido verde escuro que realçasse não somente sua silhueta como também suas características.  

—Mesmo que você tenha concordado em ir, eu precisava ver o que você vestiria. E que bom que eu vim, porque sinceramente que roupa é essa? —A ruiva me olhava de cima abaixo reprovando toda a calça jeans e blusa branca que eu estava vestindo no momento. —Você definitivamente não tem só essa roupa. Eu conheço sua mãe, Lizzie, e ela tem bom gosto e com certeza colocou algo escondido no seu baú.  

Para podermos nos arrumar sem levantar suspeitas no dormitório esperamos até a hora que todos estivessem no Salão Principal, e enquanto isso Rose aproveitava pra simplesmente bagunçar todo o meu baú e o meu dormitório.  

—Eu sabia! — Rose levantou um vestido e sorriu na minha direção de forma triunfal.  

—Eu não vou vestir isso.  

—Você vai! 

—Não vou! 

E foi assim que nesse momento eu me encontrava em Hogsmeade com um vestido vermelho de alças com um recorte na cintura e uma saia assimétrica com transpasse frontal. A noite estava um pouco fria, então pelo menos Rose me permitiu uma jaqueta de couro e uma bota, o que até para isso teve que haver uma negociação com ela decidindo que eu definitivamente não iria – corta para as palavras exatas de Rose Weasley: “Sair com o cabelo bagunçado e emaranhado”.  

Rose prendeu meus cabelos numa trança lateral e colocou uma gargantilha no meu pescoço que ela disse que seria essencial para compor o look dela (sim, ela falou isso).  

Estávamos na Casa dos Gritos onde as pessoas deveriam ter tido o cuidado de descobrir se de fato era segura pra quantidade de alunos que havia ali. Rose estava realmente empolgada e não demorou para que me largasse para encontrar o babaca (Theodor Hepburn).  

—Devo dizer Lizzie, que estar com você essa noite não faz parte do meu plano. —E com essa frase Lysander também me largou para fazer parte da festa restando apenas eu e meu vestido curto que eu nem sabia que tinha.  

—Querida Lizzie, é sempre um prazer revê-la. —James Sirius Potter vinha em minha direção carregando dois copos, e logo depositou um em minhas mãos.  

—Igualmente James, mas você já não se formou faz tempo? Deveria ter vergonha de ser o tiozão da festa.  

—Muito engraçada você, só faz um ano que eu me formei. —James passou o braço pelos meus ombros e começou a me guiar por dentro da casa. Fazer amizade com Rose Weasley quer dizer conhecer todos de sua família, e pegar uma intimidade ou outra. —Devo dizer, Lizzie, você está bem bonita nesse vestido que minha prima te obrigou a usar. Talvez seja esse momento em que você vai parar de andar só?  

—Olha James, eu não teria tanta esperança, por que afinal, se eu encontrar alguém como eu poderia te largar sozinho na sarjeta escura da solteirice?  

—Ele está te perturbando, não é Lizzie? Saí James! —Lily surgiu de repente empurrando o James e me puxando pela mão enquanto nós ríamos. —Vamos Lizzie, estamos todos pra cá.  

—Você não é um pouco mais nova para estar aqui? —Indaguei refletindo que Lily tinha 15 pra 16 anos.  

—Relaxa Dorian, todos merecem se divertir. —Lily entrou em um quarto me puxando junto. O quarto se encontrava mais vazio do que o resto da casa, porém não menos barulhento. Lily me apresentou alguns amigos tanto dela quanto de James, e infelizmente a mania de largar os outros era de família, pois assim que ela viu Hugo Weasley saiu pra falar com ele.  

Olhei em volta me sentindo deslocada e considerei que o mais adequado seria virar o copo que se encontrava em minhas mãos e encontrar a fonte do Whisky de fogo. E acabei que em minhas andanças de bebidas encontrei Scorpius Malfoy isolado em um canto, observando de maneira estática Rose Weasley na pista de dança.  

—Sabe Malfoy, as vezes se precisa agir pra outra pessoa saber que você está presente. —comentei enquanto me encostava na parede e observava a ruiva também.  

—Você não sabe o que está falando. —O loiro deu de ombros.  

—Ah não? Você não pode esperar pra sempre, e imagino que ela também não. Alguém vai ter que ceder, não acha? —Scorpius me encarou com seus olhos cinzentos, percebia que ele estava dividido entre me responder ou me dá razão. —Você só precisa dá um passo.  

—Você também, Dorian. —O Malfoy retirou a garrafa que eu havia arranjado e tomou um longo gole. Ele sorriu pra mim e por um momento me senti cúmplice de um segredo. —Creio que o melhor a se fazer é aproveitar, não?  

—Definitivamente, Malfoy. —Tomei a garrafa da mão dele e tomei um gole eu mesma antes de andar na direção onde todos estavam dançando, com o Malfoy logo atrás de mim. A garrafa logo terminou, e em determinado momento arranjamos outra e mais outra até o ponto onde todas as luzes a minha volta de alguma forma me deixavam tonta. E foi nesse momento onde o loiro que até então me acompanhava tanto na dança quanto na bebida se virou e deu um soco no capitão da Lufa-Lufa após ouvir Rose reclamando que era para ele soltá-la.  

—Por Merlin, o que? —Resmunguei tonta tentando encaixar a cena, olhando de Scorpius pra Rose onde os dois só se encaravam, e após isso Rose saiu correndo com Lysander indo atrás dela e Scorpius olhou na minha direção cambaleando um pouco. —Um passo ousado.  

Scorpius riu do meu comentário antes de tombar na minha direção e eu ter que segurar ele com o máximo de força que eu conseguia no momento.  Eu estava tentando manter o peso do loiro, porém ele era mais pesado do que eu além de eu estar bêbada e tonta.  

—Está tudo bem, Dorian. —A voz... A voz de Albus Potter automaticamente me puxou de volta para a realidade, sem mais luzes piscando. Zabini puxava Malfoy retirando o peso dele de cima de mim, enquanto Albus colocava a mão nas minhas costas me apoiando. Apenas lembro de ser guiada e continuar andando até que sentisse o ar frio da madrugada rasgando meus pulmões e clareando um pouco a minha mente.  

—Creio que eu não tenha dado um bom conselho. —Comentei quando paramos de andar, e apenas sentia os olhos do Potter cravados em mim. —Ele deu um soco no Theodor, você viu? —Virei na direção do Potter rindo e ele concordou com um aceno de cabeça, sorrindo sem mostrar os dentes. —Scorpius Malfoy dá um soco em Theodor Hepburn em sua própria festa.  

—E sai desmaiado depois da conquista. —Nós rimos juntos, preenchendo um pouco da noite fria. O riso cessou até que só estivéssemos nos encarando e deixando que o silêncio tentasse se instalar. —Qual foi o conselho? 

—Ele... Eu disse... —As ideias se tornavam embaralhadas na minha cabeça tentando lutar com a embriaguez. —Eu disse que ele precisava dá um passo para resolver o que ficou mal entendido entre ele e a Rose.  

—Algo como isso? —Albus deu um passo em minha direção me arrancando um riso. Ele estava bem bonito naquele momento. Uma blusa azul por debaixo de um casaco preto que combinava com a calça jeans preta que ele estava usando. —Ou no nosso caso é algo um pouco mais diferente? 

—Nosso caso? —Sorri enquanto arqueava a sobrancelha percebendo que Albus estava ficando um pouco sem jeito no momento. —Mas a gente nem se conhece, você mesmo disse.  

—Realmente, eu deveria ter cuidado de estar a sós com uma desconhecida que particularmente está linda. —Os olhos azuis dele estavam escuros enquanto me observava com cuidado. Eu definitivamente deveria estar totalmente desalinhada depois de algumas horas dançando, mas no momento em que ele estava me olhando com tanta atenção, eu acreditei no seu elogio.  

—Eu sou Elizabeth Dorian. Corvinal. —Estendi minha mão pra ele onde o mesmo aceitou e a apertou, deixando escapar um sorriso.  

—Albus Potter. Sonserina.  

E creio eu que a partir desse momento estava à mercê dele. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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