Destinado a ser escrita por PerfectBeOdd


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que possam dá uma chance nessa história de que de repente pegou forma.



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Eu sempre soube seu nome, eu sempre soube que ela estava por ali, que ela existia e que, de alguma forma, ela participava da minha vida através da minha prima. Mas, pra dizer a verdade, eu só lembro de realmente ter a notado quando no meu quinto ano eu entrei numa festa que a Corvinal estava dando na Sala Precisa.  

O barulho era simplesmente intenso, o local estava quente por conta de toda a movimentação dos corpos a minha volta, havia muitos cheiros e ruídos, conseguia reconhecer uma pessoa ou outra da minha classe, mas todos passavam como vultos por mim, para ser honesto. Rose havia sido convidada e acabou por achar melhor me levar junto, e eu acabei carregando o Scorpius comigo apesar dele se esforçar ao máximo para não se aproximar da ruiva pelo seu medo de rejeição. Mas, o que de fato eu lembrava dessa noite não foi Rose ignorando Scorpius, não foram em algumas meninas que se aproximaram de mim e eu conversei um pouco, não foi no DJ que tocava. No que eu passei prestar atenção foi no momento em que acharam que seria viável fazer um karaokê.  

Muitas pessoas cantaram, muitas mesmo. E de fato, muitas foram desafinadas, mas de repente houve uma comoção em um canto do local onde passaram a insistir que ela cantasse, na verdade, parecia mais que estavam apostando. Muitos quintanistas da corvinal a cercavam e começaram a insistir até o momento em que ela desistiu e resolveu subir ao palco para cantar. E esse foi um momento inesquecível.  

Ela não era alta, definitivamente era uns bons 10 centímetros mais baixa do que eu, usava uma calça jeans e um tênis simples com uma blusa de botão vermelha decotada com uma jaqueta de couro por cima. Seus cabelos escuros e longos, caíam soltos em cachos abertos pelas suas costas, e ela apenas parecia estar sem graça por ter que se dá o trabalho de cantar na frente de pelo menos umas 100 pessoas. E quando ela abriu a boca pra cantar o mundo fez silêncio.  

— Say you love me to my face. need it more than your embrace. Just say you want me, that's all it takes — Seus olhos cravaram em mim, ou pelo menos eu achei que estava me olhando, e eram os olhos mais bonitos que eu já tinha visto. Olhos de fogo. Olhos de um castanho claro que parecia se acender ao olhar na minha direção e foi nesse momento que seu nome chegou até mim: Elizabeth Dorian.  

Só que a partir desse dia passaram-se dois anos antes, de fato, eu tivesse recolhido coragem o suficiente para conversar com ela, até chegar ao embarque do meu sétimo ano onde eu acabei por chegar atrasado e não conseguia localizar nenhum dos meus amigos pelos vagões, e acabei achando que o melhor seria entrar no primeiro que eu visse vazio e foi o que eu fiz. Guardei a mala com raiva, e me sentei no banco resmungando apenas para extravasar como eu estava me sentindo.  

— Eu deveria ser mais pontual. — Resmunguei comigo mesmo enquanto mexia na minha mochila atrás de um caderno específico que eu usava para escrever alguns pensamentos.  

— Deveria ser mesmo. — Me sobressaltei, me levantando e deixando cair o caderno na mesma hora em que a voz também se levantava por ter tomado um susto com a minha ação repentina.  

— Elizabeth! — Comentei, surpreso. Seus olhos de fogo me encaravam de volta, um pouco arregalados e nesse momento eu conseguia distinguir que havia pequenos pontos dourados nas íris. —Eu... Eu... Bem, você! Eu... 

—Eu?... —Elizabeth arqueou a sobrancelha esperando que eu conseguisse formar uma frase decente que de fato transmitisse algo.  

— Perdão, eu não tinha te visto. Eu estava irritado porque cheguei atrasado, e bem, eu sempre me sento com Scorpius e o Jake, mas como pode reparar eles me largaram e eu não sei exatamente onde eles estão e eu fiquei irritado com isso... Bem, eu já disse isso. Mas a verdade é que eu acabei achando melhor entrar em qualquer cabine e aqui estou eu. E sei que foi muito indelicado da minha parte não ter reparado que você estava aqui e ... Olha, eu acabei deixando meu caderno cair. — Com o nervosismo a flor da pele eu apenas despejei palavra em cima de palavra num só fôlego e me abaixei com pressa para buscar o caderno, mas nesse momento Elizabeth também se agachou junto comigo e acabamos batendo nossas cabeças.  

—Eu sinto muito. Eu sinceramente.... Perdão... Você está bem?  

E então uma gargalhada chegou até mim. Elizabeth passava a mão no local onde minha cabeça tinha acertado a dela, seu cabelo estava preso num coque bagunçado, deixando alguns cachos soltos, e ela não parava de rir de mim. Não que isso me incomodasse.  

—Você falou tão rápido que eu tenho que admitir que eu só entendi os nomes do Malfoy e do Zabini. — Ela puxou o ar para se recompor e se sentou no chão, apoiando as costas no banco. — Eu não pretendia ter te assustado, eu só fui surpreendida pela sua entrada tão raivosa já que eu já estava dormindo.  

— Eu sou Al... 

— Albus Potter... Eu sei. —Elizabeth me lançava um olhar divertido como se tudo o que eu fizesse, ela achasse graça. E de fato, não era de se estranhar levando em consideração toda a minha reação atrapalhada ao encontrá-la.   

— E você é Elizabeth Dorian, a cantora da Corvinal. —A imitei, sentando no chão e estendendo a minha mão para poder cumprimentá-la.  

—Não diria cantora, eu diria vergonha da Corvinal. —Ela apertou minha mão e nós rimos de seu comentário.  

— Então quer dizer que você sabe meu nome...  

—Óbvio, sei que posso passar despercebida por você mas você é meio que impossível de não ser reconhecido. O que me deixa curiosa é saber como é ser um Potter, Potter? —Nesse momento eu apenas consigo afirmar que estava internamente feliz de ter podido chamar a atenção dela.  

—Incrível, eu diria. Eu faço coisas incríveis por ser um Potter como limpar a casa, cuidar da irmã caçula e nunca falar mal da comida de Gina Weasley Potter.  

Com esse comentário eu acabei arrancando uma risada dela, novamente, e eu só conseguia me sentir orgulhoso sobre isso, o que me deixava apenas intrigado. Eu já havia feito algumas meninas rirem, mas tirar uma risada de Elizabeth Dorian fazia crescer algo em mim. Eu era curioso sobre ela desde do momento em que a vi cantar, mas não era exatamente pela voz dela, foi pela confiança que ela mostrou no palco, foi como ela havia pego aquela situação e transformado em algo em que ela pudesse se mostrar e se divertir. Definitivamente deveriam haver outras meninas que fizesse isso, mas desde aquele momento eu guardava um espaço na minha mente onde eu pensava em como minha atenção havia sido capturada apenas por ela.  

— Realmente, são grandes coisas.  

O caminho até Hogwarts nunca pareceu ser tão curto quanto foi nesse momento em que passamos conversando pela primeira vez. E quando, já ao anoitecer, nós chegamos e desembarcamos para podermos pegar a carruagem, Elizabeth parou na minha frente e, antes que pudesse dizer algo, um emaranhado de cabelos ruivos se jogou em cima dela a abraçando.  

— Eu estava com saudades e preocupada! Você sumiu e eu não sabia o que fazer, e tive que ficar ouvindo aqueles amigos do Albus. Ah, oi Albus. Mas enfim, Lizzie, eu não te encontrava e fiquei preocupada... — Rose disparava palavra uma em cima da outra enquanto observava se estava tudo certo com Elizabeth.

— Parece que é algo de família. — Elizabeth comentou de forma irônica, o que fez com que minhas orelhas ficassem um pouco vermelhas. — A gente se vê, Potter. —Seus olhos estavam fixos nos meus, me deixando preso como em uma armadilha, e pela primeira vez, eu tive a sensação que eu seria engolido por toda aquela imensidão dourada e fiquei satisfeito por saber que não voltaria a emergir. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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