A New Order escrita por TiiaMeddy


Capítulo 25
Breves Férias na Praia - Parte 01




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A notícia de que Hito e Erwin se mudariam pegou toda a família Evans e Star de surpresa, sendo devastadora para Masamune e Hayato. Mais ainda para o mais novo dos Star, extremamente apegado ao loiro. Hayato desabou em lágrimas logo que ouviu, cabendo a Erwin acalmá-lo, explicando-o que mesmo assim viria vê-lo sempre. Porém, aquilo não significava que sairia imediatamente. Digo, nem sequer sabe para onde ir agora. Foi tão instintivo e no calor do momento... mesmo tendo feito o pedido, estava confuso se era a decisão correta.

Não, era sim a decisão correta. Hito confiou nele. Segundo seu professor, os únicos que sabiam o que aconteceu com ele eram os que viram pessoalmente sua queda. Ou seja:

Erwin é a primeira e única pessoa que Hito se sentiu confortável o suficiente para contar sobre seu trauma.

E por isso precisava estar ao seu lado. Mais que Maka. Parecia egoísmo, mas se fosse pelo bem dele, Erwin não se incomodaria. Mas mesmo com tanto acontecendo no dia anterior, precisavam voltar para a Shibusen. Hito ainda era professor, fora que o loiro estava com diversas aulas atrasadas. Mas ao menos Maka se ofereceu para dizer a ele tudo o que precisava saber antes que ele pedisse, inclusive também ajuda-los a encontrar um bom lugar. Queria ter certeza de que Hito estaria bem, por mais que confiasse cem por cento no loiro.

Embora estivesse preocupado com o que aconteceria em sua vida agora que era um EAT e companheiro de quarto de seu amado, foi desperto pela baixinha albina se jogando em sua direção, irritada por não poder ir à classe EAT antes do fim do mês. Não que demorasse tanto, na próxima semana já estaria nas aulas avançadas. Reparando bem, Oliver parecia suar absurdamente naquele dia, só reparando no casaco que usava quando o vira beber uma garrafa de água com a mesma velocidade que alguém engolia uma dose de bebida alcoólica.

 

—Foi presente de Kise por ele ter conseguido passar para a EAT, trouxe de quando foi visitar a família no Japão. – Erin sussurra para ele, Erwin indo da garota à pobre arma. – Ele quer usar de qualquer forma.

—Quantas vezes ele parou na enfermaria?

—Duas. Mas só porque ele ganhou a três dias. Aliás, por que você faltou esses dias?

—Estava doente. – Uma mentira óbvia.

—Sei... ah! Não sei se o Masamune ou outro de seus irmãos te contou, mas estamos planejando uma viagem nesse fim de semana! Ele conseguiu uma van, então sugeriu irmos acampar na praia.

—Mn... acho que o Masa chegou sim a comentar... mas não sei se poderei. – Masamune não o havia dito nada. Claro, ele havia passado dias no corpo de Hito, sem nem saber quando voltaria ao seu, então não poderia ir nem se ele quisesse. E ele não queria.

—Vamos! Precisamos comemorar a nossa entrada na EAT! Pode chamar o Hito-sensei se quiser.

—..... como?

—Masamune que sugeriu. Ele parecia muito estressado recentemente, então iríamos falar com você pra tentar chama-lo também.

—Não acho que Hito-sensei vá aceitar. Mas... quem sabe... – Erwin precisava assumir, uma viagem o ajudaria a relaxar. Mas o ataque de pânico que ele presenciara... seu passado fora de Death City... as chances eram quase nulas. – Bem, se eu conseguir convencê-lo, eu irei.

—Ok! Saímos amanhã depois das aulas e vamos nos encontrar aqui na frente da escadaria da Shibusen! Até mais! – Erin puxa o parceiro, deixando Erwin falando sozinho um “tão cedo!?” no meio do corredor. Seria difícil.


******

 

—Não! Nunca! Erwin, por que mesmo depois do que eu te disse, ainda veio me fazer essa proposta!?

—Bem... na verdade, a ideia foi do Masamune... e eu achei que poderia aceitar. – Erwin coça a cabeça, já esperava esta resposta.

—Não querendo dizer que foi uma ideia idiota, mas Erwin... eles... eu não quero...

—Por isso que pensei em te fazer esta proposta. Você não vai estar sozinho. Masamune, eu, Ártemis, Akira, LianYu, Tamura e nossos parceiros... estarão todos lá. Até mesmo Aya aceitou, segundo Masa. Esse tal Stein pode ser forte, mas ele não aguentaria todos nós. Protegeríamos você, sensei.

—Esse é meu medo, vocês podem perder a vida também!

—Você estava sozinho e com a guarda baixa, Stein se aproveitou disso. Estaremos alertas. Você confiou em mim para contar seu segredo. Confie em mim para protege-lo.

—Ainda assim, eu...

—Não vou te forçar a ir. Mas pense bem. Porque aos poucos... minha meta ao menos é leva-lo de volta à cidade que cresceu.

—É muito gentil, mas... não acho que... seja o momento ideal.

—Eu entendo. – Erwin agrada seus cabelos gentilmente, Hito vendo que havia feito a escolha certa em ser sincero com ele. – Bem, se mudar de ideia, sairemos amanhã. Mas não vou tocar novamente no assunto.

—Certo...


******

 

Como combinado, o grupo já estava se reunindo em frente à escadaria. Apenas aguardavam por Mason e Masamune chegarem com o transporte que, para tanta gente, definitivamente será bem apertado. Surpreendeu-se por realmente ver um de seus parceiros, Katherine prendendo o cabelo que insistia em grudar em sua pele, sem o terno de sempre. Segundo ela, Keith não tinha o menor interesse em passar dias dependendo de uma única barraca de tecido, dizendo que “comemoraria” de outra forma. Ele dá de ombros, tinha uma coisa pior para se preocupar.

Aparentemente, alguém foi louco o suficiente para vender um arco para Erin.

Ela e Tsuki pareciam ansiosas, armando algum tipo de programa para quando chegarem, mas ele não conseguia ouvir direito de onde estava. E quando chegava perto, elas mudavam de assunto. Obviamente isso também preocupava Oliver, mas como Kise tinha bastante assunto de seu retorno ao Japão, não parecia estar tão desesperado. E felizmente, dessa vez ele não havia esquecido o inglês. Ele parecia bem mais relaxado ao lado do albino. E Erwin tinha certeza. Aquilo os levaria a algo mais forte.

Felizmente, não demorou muito para o casal chegar, Masamune abaixando o vidro do motorista enquanto Mason abria a mala, chamando a todos para entrarem. Então, gritou para o irmão que tinha uma “surpresa” para ele, Hito acenando em um dos bancos da frente, um tanto sem jeito e muito nervoso. O moreno mais novo logo chama Erwin para se juntar a eles no outro banco disponível na frente, ele sorrindo, mas antes iria ajudar o Evans.

A viagem foi extremamente longa, afinal, Nevada não possuía praias. A cada minuto Hito parecia mais apavorado, olhando para os lados frequentemente como se procurasse uma ameaça. Mesmo após Erwin segurar sua mão, o nervosismo não parecia diminuir. Óbvio, foram mais de vinte anos preso a uma única cidade por medo, todo esse processo de redescobrir o mundo seria muito duro para ele, principalmente por não saber onde ou quando seus antigos carrascos poderiam aparecer. Além da jovem Erin nos bancos mais atrás atiçando sua insanidade natural. A caneta corria freneticamente pelo papel, tanto para cumprir sua condição como para ele mesmo registrar cada segundo daquilo, o caderno apoiado nas pernas para não se soltar do contato de Erwin lhe passando tranquilidade.

Mas após horas, o sol já deixando-os e se pondo, haviam chegado em uma calma praia de Santa Monica. Os mais desesperados se atropelavam pra saírem logo e rolarem na areia, basicamente um de cada parceria ficando próximo ao veículo para descarregarem o carro, com exceção das duplas de Erwin e Aya. Como notificado por Masamune, cada dupla era responsável por sua própria barraca, mas Oliver e Katherine levaram uma extra. Oliver por motivos óbvios, não iria dividir a barraca com aquela que abrira um buraco em seu rosto. E Kath por Erwin a ter dito que havia a possibilidade de Hito vir, então ela quis os dar privacidade. Mais ainda depois dos dias que passaram em sua casa. Mas quem sabe não precisasse... não eram nada discretos seus olhares para a filha do diretor, Aya fazendo uma contagem das pessoas que estavam no grupo próxima às malas.

Puxando o grupo de retardados para próximos do grupo, começaram uma nova batalha: a montagem de barracas. Boa parte deles nunca nem sequer encostou em uma na vida. E como escurecia, a visão estava bastante prejudicada. Masamune e Mason foram os primeiros a terminar, auxiliando boa parte dos demais junto aos irmãos. Felizmente, antes que tudo estivesse um breu, conseguiram montar tudo, e por sorte eles trouxeram lenha já prevendo o horário em que chegariam. A acenderam no centro das cerca de onze barracas, comendo algo e relaxando após a cansativa viagem. Não tardou para que dormissem logo, deixando para aproveitarem o local quando amanhecesse.


******

 

Erwin acordou um tanto aliviado, Hito não havia tido qualquer pesadelo ou ataque em sua primeira noite fora de Death City. Pelo contrário, ainda dormia tranquilamente ao seu lado no colchão inflável que dividiam. Aquele breve momento de paz durou extremamente pouco, sendo ouvido o conhecido grito de Oliver do lado de fora, findando por despertar o professor. Estava sonolento demais pra pensar direito em qualquer coisa, então Erwin se ofereceu para ver o que era enquanto ele acordava decentemente. Por algum motivo, o causador do grito de agora a pouco escondia-se atrás de Aya, Erin, Tsuki, Erika e mais alguns suic- digo, colegas se juntando próximos de um círculo feito na areia. Por algum motivo, o vento forte não parecia interferir dentro daquela área, e Tsuki estava com o arco de Erin nas mãos.

 

—O que está acontecendo? – Erwin se aproxima da arma e da shinigami incompleta.

—Não faço ideia, eu só ouvi algo como “flecha assassina” antes de implorarem para LianYu e Ártemis erguerem alguma magia que impedisse o vento. – A morena arruma os óculos. – Aparentemente... vão atirar pra cima. Oliver conseguiu escapar depois de ser arrastado, e no pior dos casos Charles já está com o número da emergência na discagem rápida.

—Ah, o de sempre então?

—Aparentemente.

—Então podemos ignorar por agora. – Erwin dá de ombros, voltando para a barraca e saindo com Hito, vendo que o nervosismo da noite anterior realmente passara, vendo-o admirado com o mar. – Hito-sensei não trouxe roupas de banho, então irei com ele para a cidade ajuda-lo a encontrar algo. Acha que consegue lidar com eles sozinha?

—Posso tentar.

—Boa sorte. – Erwin ergue o polegar, saindo ao lado de Hito e deixando Aya a mercê do grupo altamente perigoso em sua frente.

 

Como esperado, a única garota Star dispara a flecha, Oliver indo trocar-se e Aya simplesmente procurando por mais madeira ou folhas secas para a fogueira, Charles permanecendo de olho no grupo de idiotas. Todos permaneceram no círculo enquanto ela subia e subia, mas ao vê-la descendo um a um correram para fora do desenho na areia. Erika tropeçara enquanto corria, quase caindo, mas Kise a segura antes que comesse areia. Kath também corria, mas ria pela adrenalina. Tamura e Akira esperavam ansiosos pela descida da flecha, o mesmo sobre Tsuki e Erin, Masamune e Mason já tendo os deixado por se preocuparem com a volta do grupo para Death City em dois dias. Então, felizmente, a flecha finca na areia, não acertando nenhum dos quatro que ainda permaneciam lá dentro.

O quarteto claramente não estava satisfeitos com aquele resultado, exigindo um desempate mútuo. Mas uma única flecha não os assustava, e estavam sem reservas. Tamura então teve uma ideia, virando-se para a dupla de bruxas que estavam próximas.

 

—Diminuam o círculo! E usem magia! E... – Antes que pudesse falar mais algo, teve a boca tapada por seu parceiro, Leif a arrastando para longe do círculo de areia e Akira indo logo atrás.

 

Infelizmente o desempate teria de esperar um pouco, e seria melhor assim. Por agora aproveitariam o dia, as duas restantes disparando na direção da água enquanto as bruxas desfaziam a magia que bloqueava o vento. Nathan ficou menos tenso ao ver que haviam “desistido”, Ártemis voltando com o arco para o acampamento improvisado enquanto os demais já estavam aproveitando a praia. Foi questão de segundos para Oliver ser arrastado também, Kise o fazendo pular na água fria e ambos sendo atacados pela dupla que havia entrado antes. Oliver bloqueia a água com o braço parcialmente transformado, Kise fazendo o mesmo para atacar de volta com um volume maior de água. Quando o haviam dito que ele era uma “pá de monge”, eles não falaram que realmente seria TÃO semelhante a uma pá. Porém, em sua extremidade havia uma lâmina, e próximo ao cabo preto podiam-se ver alguns desenhos em dourado, quase como inscrições.

Logo Erwin e Hito voltaram, assumindo que ninguém havia morrido com a flecha. O mais velho, em especial, parecia extremamente feliz, usando uma roupa de mergulho. Os demais alunos mentalmente achavam desnecessário já que não iriam tão longe da costa, mas o loiro sabia bem o motivo daquilo. Mas como prometeu, não os contaria aos demais. Seu professor parecia uma criança empolgada, Erin nem ao menos o incomodava naquele momento, inclusive unindo-se a brincadeira dela com o pobre par de armas.

Kath podia ter se unido à brincadeira da flecha mais cedo, mas agora tomava um tranquilo banho de sol ao lado de Aya, esta lendo e parecendo ignorar tudo ao seu redor. A arma tentou a oferecer alguns biscoitos feitos em casa que ela havia trazido para lanches, mas a morena de listras recusou educadamente. Mas Kath jura a ter visto pegar um ou outro enquanto fingia cochilar. Masamune também levara uma bola, jogando vôlei com parte dos que estavam fora da água. Tão rápido como começara o dia se foi, felizmente tendo esquecido o arco da “flecha assassina”. Hito esquecera-se completamente daqueles que o causaram tormento anos atrás, agora apenas cumprindo sua condição e escrevendo o diário de sempre com uma toalha nos ombros o aquecendo.

O dia fora bem cheio, cansando até mesmo os Stars e Erin, poços sem fim de energia. Mesmo sem ter acabado, alguns deles já planejavam a próxima viagem, Kath sugerindo talvez irem para um outro país. Mas Aya tinha outros planos. Após seu irmão fracassar em investigar a garota, Kid e Maka vieram diretamente a ela após o torneio de Halloween. A foice usada pela garota os fizeram aumentar a desconfiança que não era pouca, e os olhos de Aya poderiam encontrar algo que seu irmão havia deixado passar. Não que aquilo fosse uma competição, mas Kid sentia de alguma forma que ela estava mais perto de ser sua sucessora. Mas Erin não dava brechas. Ou dava brechas até demais? Ela era estranha, suspeita e completamente transparente. O que especificamente eles pediram para que ela investigasse? A garota apenas agia como os gêmeos Star.

Aya revirava seus pensamentos enquanto a encarava, despertando por susto apenas após Katherine lhe entregar um peixe que acabaram de assar, sorrindo gentilmente antes de dar aos outros. Ela também era suspeita, a herdeira da família Hamilton. Mas ao contrário de Erin, ela parece querer se aproximar da filha do shinigami por livre e espontânea vontade. Bem, ignoraria isso por agora. Ao menos, até precisar investiga-los a fundo.

Pouco a pouco retornaram para suas barracas. Boa parte, como Oliver, desabaram no segundo que sentiram seu corpo tocar algo macio, apagando fortemente pelo cansaço. Era uma pena, queria ver mais da noite estrelada quase impossível de se ver com tantas luzes em Death City. Mas tão rápido quanto dormira, sentia algo o cutucando na perna, os olhos sonolentos tentando focar no que quer que estivesse na entrada de sua barraca. Mesmo que não conseguisse ver bem, o breve “Desculpa Orii, te acordei...?” dito por aquela sombra o fizeram perceber que era Kise.

 

—Sim, mas não tem problema... – Ele sentou-se, ainda perdido em meio ao sono. – O que foi?

—Bem... – Ele parecia nervoso e um tanto sem jeito, o moreno não conseguia distinguir, Kise soltando um baixo riso ao ver o estado lamentável do cabelo comprido de Oliver. – Ririi me expulsou de nossa barraca... eu posso ficar aqui?

—Ahn...? Ah... claro... – Nem ao menos conseguiu ouvir a pergunta direito, apenas deitou novamente, dando espaço para o outro. Sorrindo, ele logo se aninhou ao seu lado, surpreso por ver Oliver passar involuntariamente o braço por seu corpo, provavelmente pensando que era um travesseiro. Kise apenas tirou parte dos cabelos negros do rosto de Oliver, agradando-os enquanto tentava pegar no sono.


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