A New Order escrita por TiiaMeddy


Capítulo 16
Extra de Aniversário: A Festa da Fundação


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRO DE ABRIL!!
PARABÉNS SHIBUSEN!!!
E deixo também aqui meus parabéns adiantados a:
—Anime de Soul Eater (07/04, em 2021 completa 13 anos)
—Erin G. Riddle (18/04)
—A PRÓPRIA FANFIC "A NEW ORDER", NO MESMO DIA DA ERIN!!
Muito obrigada a vocês que permaneceram me apoiando neste ano~ A New Order ainda tem bastante história pra contar, e espero que continuem acompanhando a história de Erin, Oliver e cia até o seu fim.
Como "tradição" minha, todos os anos nesse dia tento postar um capítulo focado no dia de fundação da Shibusen, e neste ano essa foi a "fanfic premiada" (outras delas apenas no Spirit)
Espero que gostem, e boa leitura S2



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As duas semanas que se passaram desde que Erin estava ocupada no departamento das aulas externas passaram-se tranquilamente, Oliver e Erwin podendo respirar durante um longo período de tempo. Infelizmente, para a garota, ela ainda era obrigada a ir às aulas práticas, porém não poderia participar. Era literalmente apenas para aparecer na chamada. Durante este tempo, Oliver fez uma parceria temporária com Nathan, que mesmo sendo usuário de uma espada, possuía um pouco de experiência com armas longas. Afinal, usava uma claymore. Não era como Oliver, mas igualmente enorme. Erin, obrigada a apenas observar as aulas, se roía de ciúmes da cria do Shinigami, o ódio claramente estampado em seus olhos, segurando-se para não arrancar um de seus braços com os dentes. Se o fizesse, seria mais uma semana sem segurar sua arma novamente.

Neste meio tempo, acabou realmente se aproximando de Erwin, trocando mais de apenas três palavras com ele. Com Erwin, ele sentia que poderia falar qualquer coisa, compartilhar com ele qualquer problema que, nas mãos de Erin, apenas o tornaria pior. E, de certo modo, o mesmo valia para o loiro, por mais que ele ainda não se abrisse completamente. Passaram até mesmo a se encontrarem nas casas um do outro para conversarem ou trocarem receitas. Embora o moreno ainda seguisse no dormitório feminino com Erin.

Mas durante a segunda semana do trabalho de Erin, a escola parecia estar bastante animada, com a chegada de Abril. Oliver não tinha ideia do que aquilo significava, principalmente por estar em Death City em menos de um semestre, indo até os Star após acompanhar Erin ao seu trabalho temporário. Encontrando-os na escadaria e os perguntando sobre tamanha ansiedade, o trio se encarou e lançou entre eles um olhar de “faz sentido, ele não nasceu um Deathie¹”.

 

—O aniversário da Shibusen está se aproximando. – Erwin o informa.

—Todo dia primeiro de Abril, a Shibusen faz uma grande festa para seus membros, para comemorar mais um ano da escola que protege o mundo. – Tsuki completa.

—Nós já viemos em outros anos acompanhados de nossos pais, mas essa é a primeira vez que iremos como membros da Shibusen. – Akira continua, Oliver soltando um breve “hm...”, como se entendesse o motivo. – Mas também é o aniversário do retorno do caos, ne?

—C-Como...? – Oliver segue, um tanto nervoso.

—Você e suas lendas da Shibusen, Akira. – Tsuki ri.

—É verdade, oras! Está nos nossos livros de história! – Akira revira a própria bolsa, retirando um grosso livro de capa azul e procurando uma página específica, virando-a para Tsuki. – Bem aqui! O renascimento de Asura ocorreu no dia primeiro de Abril, a quase vinte anos! E o papai pode confirmar, ele lutou nessa guerra! – Seus irmãos (e Oliver) o encararam, descrentes, soltando em seguida um simples...

—Você leu o livro inteiro de história? - ... em uníssono.

—Li, mas esse não é o assunto. O que estou tentando dizer é que não é apenas o aniversário da Shibusen que merece ser comemorado, e sim o evento que uniu a nós e as bruxas.

—VOCÊ REALMENTE LEU O LIVRO INTEIRO DE HISTÓRIA?! – Novamente o trio.

—Odeio vocês. – Akira segue mais em frente.

—Tem certeza de que não é um Evans, Akira? – Tsuki zomba do irmão.

—SOMOS GÊMEOS, TSUKI! LITERALMENTE DIVIDIMOS O MESMO ÚTERO!

—Desculpe por isso. – Erwin o diz, vendo os irmãos mais distantes em sua frente.

—Tudo bem, é bom não ouvir nada explodindo ou gritando no mal sentido as vezes. – Oliver solta um breve riso, acompanhado de um pequeno sorriso de Erwin. – Imagino que nessa “festa de fundação” devemos usar roupa formal, certo? – A cara de Erwin fecha em segundos, acenando com a cabeça. – H-Hey, foi algo que eu disse?

—Não... só... não gosto desse tipo de roupa... – Completou, subindo mais o zíper do casaco. Não que ele não já estivesse no alto. Foi apenas uma garantia. E com aquilo, Oliver compreendeu o desconforto do companheiro sobre o assunto (e o motivo dele continuar de casaco no sol infernal de Nevada).


******

 

Enfim, o dia da festa de fundação.

Oliver havia estranhado a falta de energia de Erin, em especial pela comida de graça, mas ela devia estar mentalmente esgotada, e não fisicamente. Iria sozinho, mas esperava encontrar lá ao menos Erwin ou Kise, ou não saberia o que fazer entre tantos desconhecidos. Estava na Shibusen a poucos meses, ainda se perdia naquela escola, mas por mais que sua presença não fosse obrigatória, sua curiosidade falou mais alto. Como seria uma festa da Shibusen? Principalmente por estar usando uma roupa mais formal. Não que mudasse muito de sua comum: uma camisa de botões do mesmo azul da longa que comumente usava, o colete de sempre e uma calça simples.

Respirou fundo ao ver a enorme escadaria, agradecendo pela noite fria facilitar um pouco sua subida. Apenas um pouco, como sempre chegando esgotado ao topo, embora tivesse feito menos pausas. Para encontrar o salão de festas, bastou seguir outros alunos, e logo ao entrar, encontrou um Akira com os olhos brilhando e interrogando sem piedade um homem bem mais alto que ele, moreno e com um “No Future” escrito no lugar da sobrancelha esquerda. Encarando o homem que parecia completamente perdido em meio a tantas palavras bombardeadas, perguntou-se se era alguém famoso. Precisava urgentemente descobrir isso logo, a cada dia sentia que havia crescido dentro de uma bolha.

Após conseguir um copo de suco, andou mais um pouco antes de ser atropelado por um Kise sorridente o abraçando por trás gritando seu nome, o seu copo beijando o chão pelo impacto. Após os poucos segundos de luto pelo suco, Oliver tenta se virar ou livrar-se do abraço quebrador de ossos do albino, o que vier primeiro, Kise percebendo pelos muitos tapas leves no braço que o moreno já quase não respirava.

Respirando fundo um par de vezes enquanto a outra arma insistia em pedidos de desculpa um tanto embolados entre o inglês e o japonês, Oliver repara melhor no outro.

Estava formal ao extremo.

Usava um fraque inteiramente preto, com direito a colete e gravata da mesma cor, fazendo contraste com a camisa e as... luvas?

Espere, por que luvas?

Oliver reparou melhor, a tontura do “ataque surpresa” finalmente passando. Não importa como você veja, aquilo era claramente um cosplay. Um cosplay de mordomo que por algum milagre os botões na altura do peito ainda não explodiram no olho de algum outro convidado, claramente um ou dois números menores que o de Kise, vendo bem o tecido colado ao corpo.

 

—Kise... o que é essa roupa...?

—Bonita, ne? Ore tentei lavar outra pra vir, mas ela acabou encolhendo... Masa e Tsuki me ajudaram a achar outra, demo lojas fechadas ou não tinham para alugar. Tsuki disse que conhecia uma que vendia algo parecido, então fomos lá! Olha, tem até uns brochinhos bonitos.

—Kise... a Tsuki... – Sua boca havia sido tapada antes que ele pudesse terminar, a mão de Tsuki firmemente no rosto do maior.

—O que importa é que você está lindo e ainda arrumado! Hey, por que não dá aquilo que comprou pro Oliver, Kise?

—Ah, é mesmo! – Ele revira os bolsos, entregando ao moreno um pequeno amontoado de tecidos. – Tsuki disse que era pra você combinar comigo! – O sorriso inocente de Kise é tanto que quase cegou as duas armas em sua frente, Oliver pegando com dificuldade o tapa-olho preto das mãos do albino.

—Obrigado, eu acho. Irei cuidar bem dele.

—Coloca! – A voz em harmonia dos dois idiotas ao seu lado fizeram ele correr em reflexo, mas um sedentário contra um Star e um EAT não era uma corrida justa, logo ele sendo cruelmente atropelado pela segunda vez em menos de meia hora.

 

Vendo mais distante a cena e fingindo não conhecer nenhum dos três, Erwin apenas se afasta, distraindo-se com os botões da própria camisa para evitar ver o que aqueles dois estariam fazendo com o pobre Oliver. Ouvindo ao longe um desesperado “Helfen sie mir!” ao longe, em um clamor de ajuda em sua língua nativa, Erwin ignorou com maior facilidade ainda por não entender absolutamente nada de alemão.

Tendo como fundo os clamores de ajuda de Oliver e a música da própria festa, Erwin continuou a andar mais um pouco pelo salão, pegando um pouco do buffet oferecido e indo até uma das varandas, Erwin estava cogitando voltar para casa depois de comer. Não estava muito confortável e, para piorar, sentia como se aquela maldita camisa social fosse rasgar a qualquer segundo, cegando o artesão, arma ou bruxa mais próximo. Mas deveria agradecer por Erin não estar presente, o dando um pouco de paz. O que era terrivelmente estranho, perguntava-se se a garota estava bem. A conhecia a pouco tempo, mas tinha certeza absoluta de que ela não recusaria comida grátis.

Já voltando ao finalmente terminar seu prato e já estudando o local para sair sem ser visto, o que fracassou levemente ao ver seus parceiros próximos a porta, Erwin desvia seu rumo para a mesa novamente, procurando por algo que pudesse jogar neles como distração. No caminho, viu Oliver descabelado e com um estranho tapa-olho ao lado de Kise, sem o fraque e com metade da camisa aberta, Illyia, envergonhado pelo parceiro, praticamente o obrigando a vesti-lo novamente, Tsuki e Ártemis rindo logo atrás. Parecia apenas mais um dia normal para o loiro, nem parecendo que aquilo deveria ser uma “festa formal”.

Já em seu destino, encontrou seu professor atacando as sobremesas com um sorriso animado. Comparado a como ele lecionava, estava com menos roupas. Parecia mais com as de Oliver, camisa, colete e calça simples, mas estava acompanhado de um cachecol longo ocultando seu pescoço, as pontas caindo até sua cintura. O plano inicial de deixar a festa foi imediatamente descartado, indo até Hito cumprimentá-lo. O breve “oi, sensei...” do loiro o surpreendeu, quase o fazendo derrubar o prato com as fatias de bolo que havia pego, mas nenhum pedaço foi desperdiçado caindo na mesa ou chão.

 

—Erwin! Você me assustou... – O moreno não havia percebido, mas fez um leve bico enquanto encarava o mais novo, pegando um garfo e atacando uma das fatias em seu prato.

—Desculpe... eu não queria... – Erwin estava um tanto abalado, e vendo isso, Hito esboça mais um sorriso, agradando os cabelos loiros de seu querido aluno.

—Tudo bem, sei que não foi sua culpa. Eu estava muito concentrado. Mas e então, aproveitando a festa? – Hito começa a andar, o loiro o acompanhando de perto.

—Preferiria estar em casa, mas pude aproveitar um pouco. Não gosto muito, sabe...

—Entendo. Bem, eu também não gosto muito de festas, mas sou obrigado a vir por ser professor. Então temos que aproveitar esses eventos e comer o máximo possível! Esse já é meu segundo prato. – A inocência presente em cada palavra do mais velho apenas fez Erwin alargar um pouco mais seu sorriso. De alguma forma, sempre admirara Hito, desde seus sete anos.

—Hito-sensei realmente gosta de doces. – Erwin completa, vendo-o entregar o prato vazio a um garçom contratado.

 

Continuaram a conversar mais um pouco, Hito falando algo sobre como adorava ser professor e ver seus queridos alunos crescerem e se tornarem habilidosos artesãos, mas Erwin não conseguia prestar muita atenção. Estava um tanto perdido, distraído pelo próprio Hito. Masamune via tudo de longe, sorrindo como bobo enquanto o irmãozinho concordava com tudo o que o mais velho falava. Os anos se passavam, mas ele continuava o mesmo quando se tratava de Hito.

Puxando Mason para o meio do salão, surpreendendo-o, Masamune aponta com a cabeça para seu irmão e o antigo professor, o albino entendendo e permitindo ser guiado, ambos dançando próximos a eles. Hito, por um momento, os encara. Parceiro e arma, além de namorados, aproveitando uma calma festa realizada por sua escola. Não deixou de esboçar um triste sorriso, sendo notado instantaneamente por Erwin.

 

—Deve ser legal, ne? Ser jovem e despreocupado...

—Sensei... – Antes que pudesse tocar seu ombro, Hito vira em sua direção, agora sendo ele a receber um susto.

—Erwin, dance comigo!

—Como?

—Por favor! Sei que você preferiria dançar com uma garota ou alguém mais jovem, mas atenda ao pedido de seu professor e amigo. Você pode guiar!

—Mas não danço tão bem, sensei... e vai estar todo mundo olhando...

—É só você ignorar todos e olhar pra mim! Vamos, vamos!

 

Hito puxa o braço do loiro, Erwin cedendo e segurando-o envergonhado, guiando-o pelo salão. Masamune e Mason, obviamente, soltam uma breve risada como comemoração. Aos poucos, Erwin atende ao pedido do mais velho e passa a ignorar os olhares em sua direção, focando unicamente no sorriso satisfeito do moreno enquanto era guiado por ele. De alguma forma, o loiro estava indo bem, ainda não havia pisado em pés ou tropeçado. Talvez fosse o efeito que Hito tinha sobre si.

O único motivo do russo ter cedido aos pedidos de seu pai para ingressar na Shibusen e se tornar um artesão.

E Oliver, vendo de longe o amigo após convencer Kise a se vestir novamente...

Nunca havia visto ele com um sorriso tão verdadeiro.


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Notas finais do capítulo

Deathie: Pessoa que nasceu em Death City. Segundo extras do Soul Eater NOT!, também pode se tornar um Deathie se você morreu ou já quase morreu. É basicamente uma designação para pessoas que vivem na cidade.



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