Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 18
Capítulo 18




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Depois de todos rezarmos, me senti mais calma, mas ainda assim eu ainda estava nervosa e angustiada, só ficaria calma mesmo depois que tivesse notícias de Artur. Foram horas de muita tensão, muita espera, nada de notícias, já era quase meia noite quando Dona Nelize acabou pegando no sono ali mesmo, Júlia deitou no colo dela e dormiu também. Lucas, que era o mais preocupado da família além de mim, ficou abraçado comigo o tempo todo e acabou dormindo ali mesmo. Seu Antônio foi o único que ficou acordado e percebeu quando o médico veio até a gente.

— Gente, o médico que tá cuidando do Artur tá vindo aí, acordem. - disse ele, baixo.

Abri os olhos e meio sonolenta levantei junto com todo mundo, o doutor veio até nós.

— E então doutor? Como está o Artur? - perguntou Dona Nelize.

— Fora de perigo e evoluindo bem. - ele disse, abrindo um largo sorriso.

— Ah, graças a Deus doutor. - sorriu aliviado Antônio, abraçando-o. - Obrigado.

Aliviada e muito feliz, participei do abraço coletivo da família mesmo que eles não me vissem mais com bons olhos, mas no calor do momento, eles pareceram não se importar.

— Eu sabia que ele ia sobreviver! Eu sabia! - comemorou Júlia.

— Quando poderemos ver ele? - perguntou Lucas, animado.

— Assim que ele acordar, iremos avisar vocês. - respondeu o médico, sorrindo.

Sentei-me novamente na cadeira quando vi duas pessoas entrarem pela porta.

— Marina? - chamou minha mãe.

— Mãe? Pai? O que estão fazendo aqui? - perguntei sorrindo e correndo pra abraçar eles.

— Soubemos do que aconteceu, toda essa história causada pelo Pietro. E viemos ver como você e o Artur estão. - respondeu ela.

— Eu tô bem, acabei de saber que o Artur tá fora de perigo. - respondi, sorrindo.

— Ele é um garoto forte, ele sobreviveria sim. - respondeu meu pai, se afastando.

— Como vai Marcelo? - disse Seu Antônio, cumprimentando meu pai.

— Muito bem, na medida do possível. E vocês? 

— Melhor agora que o Artur está vivo.

Mesmo tendo falado pouco comigo, foi bom ter meus pais ali, no hospital, tentando me animar, só esperando a hora que Artur despertasse.

Somente na manhã seguinte que Artur pôde receber visitas novamente, Lucas e Seu Antônio foram primeiro e eu esperava que ele já estivesse bem e que nada tenha afetado ele, pois ainda precisávamos conversar.

— Calma filha, já vai chegar sua vez. - disse minha mãe, pegando minha mão.

— Eu sei, só estou fazendo um roteiro na minha cabeça sobre o que falar pra ele quando eu for lá. - respondi, aflita.

— Nem precisa, só dizer que o Pietro foi preso e que tá feliz por ele estar vivo. - disse meu pai.

— Sim, eu sei... 

— Filha, me conta tudo o que aconteceu, a gente estava aqui tão animadas que eu esqueci de perguntar como vocês descobriram toda a verdade. - pediu minha mãe. 

Percebi que minha mãe não estava entendendo nada, então enquanto Dona Nelize ia levar Júlia para comer algo, aproveitei para contar a verdade.

— É que... Esse tempo todo que o Roger desapareceu... Eu estava com tanto medo de ficar na casa dele sozinha, já que até os pais dele sumiram da casa que decidi não ficar mais lá. - comecei - Só que, eu estava com tanto medo de vocês me chutarem pra fora de casa, depois de tudo que eu fiz sabe? Abandonar vocês e tudo mais, por causa de uma coisa passageira, que resolvi ir até a casa da Miriam pedir ajuda.

— Ah, vocês voltaram a se falar? Que bom filha. - sorriu ela.

— Sim, mas ela não pôde me deixar lá, por causa do Benjamin. - suspirei - Então fui pra casa do Artur. 

Ela pareceu chocada.

— È mesmo? E os pais dele? 

— A mãe dele praticamente me dispensou, mas o pai dele até que deixou e eu acabei por ficar lá.

Então, comecei a contar para ela como Artur e João tomaram a decisão de começar a investigar o caso. E a cada parte que eu contava, mais chocada ela ficava.

                                           ***

Abri os olhos e percebi que estava em um lugar diferente, só me lembrava de sentir uma bala me atingir no peito e depois o sangue começar a sair até eu desmaiar. Juro que pensei naquela hora que fosse morrer, pois eu perdi a consciência muito rápido, mas conseguiram me salvar e pela situação que eu lembrava só podia agora estar na cama de um hospital.

Quando dei por mim, meu pai e Lucas estavam ao lado da minha cama.

— Ele está acordando, finalmente. - sorriu meu pai.

— Ah que bom pai. - sorriu Lucas, animado.

— Cadê a Marina? Cadê todo mundo? - perguntei, meio desnorteado.

— Calma filho, a Marina está lá fora com os pais dela, resolvemos ficar aqui e te ver primeiro. - respondeu meu pai.

— Ah sim. - assenti.

— Como se sente irmão? - perguntou Lucas.

— Bem melhor. Sentir uma bala entrar no seu corpo não é nada agradável.

— Imagino cara.

Então eles perguntaram o que realmente havia acontecido e contei todos os detalhes até o momento que Pietro atirou em mim. Eles ficaram chocados com a história, mas ficaram aliviados ao saberem que ele havia sido preso. 

Depois de algum tempo, eles saíram do quarto me deixando sozinho, mas logo os pais de Marina entraram.

— Oi Artur. - sorriu a mãe, entrando.

— Oi, que surpresa. - sorri a olhando se aproximar.

— E aí garotão, como vai? - Marcelo disse, sorrindo de canto.

— Bem e o senhor?

Ela se aproximou da cama e me beijou na testa, logo me olhou nos olhos sem se sentar.

— Como está se sentindo? - perguntou.

— Bem melhor. - sorri.

— Vim aqui te agradecer por tudo que fez pela minha filha. Ela me disse que mesmo a contragosto dos seus pais você a acolheu em sua casa quando o João disse que não podiam deixá-la lá. - disse ela.

— Na verdade podiam, mas não quiseram...

— Mas mesmo assim, você foi incrível, ajudou e apoiou a Marina quando ela mais estava precisando, quando normalmente poderia tê-la desprezado e ignorado por tudo o que ela fez pra você. 

— Agradeça à minha família... me ensinaram a não guardar rancor.

— Eu sei. Por isso mesmo que eu quero que saiba que eu tenho muito orgulho da pessoa que você é e honrada de ter te conhecido. Gostaria muito que você e Marina um dia voltassem a ficar juntos. 

Nessa hora eu fiquei um pouco desconcertado, realmente os sentimentos por Marina não haviam desaparecido. Mesmo depois de tudo, eu ainda amava ela como na adolescência, mas a questão era se realmente valia a pena arriscar.

— Eu... não sei... talvez. - falei, meio sem graça.

— Tudo bem garoto, não precisa aceitar o pedido dela se não quiser, a gente entende o que você está sentindo, não julgamos você. - Marcelo tentou me animar.

Então concordei com a cabeça e os dois saíram do quarto, me vi sozinho mais uma vez, mas daquela vez seria melhor mesmo, para eu ter tempo pra pensar no assunto. 


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Notas finais do capítulo

Ufa, que bom que Artur sobreviveu hein? Rs