Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 13
Capítulo 13




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Depois que Seu Luís se despediu de Artur, ele me conduziu até uma sala, onde estava uma mulher jovem, de pele branca e usando óculos, com o cabelo preso numa trança, parecia simpática.

— Bom dia. - eu disse, ao entrar.

— Bom dia, sente-se. - disse a moça.

Obedeci e me sentei na cadeira que ela me indicou.

— Prazer, meu nome é Ana, como posso te ajudar? - perguntou ela.

— Prazer é meu, sou Marina, amiga do Artur. E gostaria de saber o que preciso para ter um emprego aqui. - falei a olhando.

— Ah sim, eu vi vocês dois chegando. Mas, você tem alguma experiência em nossa área? - ela me olhou desconfiada.

— Eu leio e escrevo bastante, por mais que tenha parado um pouco no último mês depois que meu namorado sumiu. - suspirei.

— Entendo... Bom, você vai precisar de diploma e carteira de trabalho, pois aqui trabalhamos com carteira assinada. - explicou calmamente.

— Eu tenho esse aqui. - falei e tirei da bolsa o meu diploma recebi na festa de formatura no Ensino Médio. Ela olhou atentamente o diploma e depois me devolveu.

— Esse não serve querida, precisamos de um diploma de conclusão do segundo grau. Você não fez faculdade? - indagou ela, confusa.

Suspirei e contei toda a história pra ela, desde os planos que Artur e eu estávamos fazendo para irmos estudar no exterior até o dia anterior, ela pareceu impressionada com a história e depois cruzou os braços na mesa.

— Olha, eu entendo o que você está sentindo, mas acho que não poderei te ajudar. Talvez se você tirar sua carteira de trabalho tenha como dar um jeito, mas isso depende de você. - ela disse.

— Tudo bem, eu vou correr atrás disso sim, preciso muito de um emprego para não dar mais trabalho para o Artur, é chato ter que morar com pessoas que não gostam de você. - suspirei.

— Deve ser mesmo, mas você vai conseguir sim e espero muito poder te ajudar um dia. - sorriu ela.

— Já está me ajudando com esse apoio. - sorri de volta.

Nos despedimos e fui saindo da empresa, então decidi dar uma volta pelo bairro e achar algo para fazer, não ia ficar esperando Artur lá durante tanto tempo, ficaria chato, até porque eu não tinha mais nada pra fazer na rua, por isso, precisaria achar algo para me distrair, já que eu não tinha as chaves da casa dele e ela estaria totalmente vazia quando chegasse.

Sentei-me em um banco que tinha na calçada e peguei meu celular, ele estava com bastante carga e então comecei a mexer nele, pois naquele momento, ele era minha única forma de distração. Fiquei por algum tempo, parando várias vezes de mexer nele para olhar em volta, estava com uma estranha sensação de estar sendo observada, mas não encontrava ninguém. 

Um calafrio percorria pelo meu corpo toda vez que eu tinha essa sensação de estar sendo observada, mas logo isso parou. Não sei se alguém realmente me observava e parou ao ver que eu estava percebendo isso ou se foi só coisa da minha cabeça, mas não importava, já tinha passado e eu fiquei mais aliviada, voltando então a mexer no meu celular enquanto esperava Artur.

 

                                           ***

Assim que deu meio-dia, saí da sala e fui procurar por Marina para saber como havia sido com a Ana, ela era uma boa moça e então com certeza ela tinha a ajudado de alguma forma. 

Depois de um tempo, achei Marina em uma praça na esquina da empresa e fui até ela.

— Oi Marina. - chamei.

— Oi Artur, que bom que voltou, estava agoniada. - respondeu ela.

— Como foi lá?

— Ah foi bem, a Dona Ana me tratou bem, mas eu realmente vou ter que tirar minha carteira de trabalho para conseguir um emprego aqui. - respondi triste.

— Tudo bem, você vai conseguir, e vai adorar a empresa.

— Espero que sim.

— Vem, vamos almoçar.

Então levei ela até o lugar onde eu costumava almoçar sempre, mas ela não se animou muito, não sei se a Ana falou algo que ela não gostou ou se realmente ela não estava esperançosa de conseguir um emprego lá, mas preferi ignorar e só continuar apoiando ela.

Algum tempo depois de terminarmos de almoçar, pude perceber que ela não estava muito bem e a olhei.

— Quer ir tirar sua carteira de trabalho logo hoje? Eu posso chamar um táxi para você. - ofereci.

— Não obrigada, essas coisas eu quero correr logo de manhã cedo, é melhor. Então vou deixar para amanhã. - respondeu ela.

— Então tá, se quiser pode ficar no saguão da empresa, lá tem pessoas legais para conversar. Se quiser ir para casa, pode ficar com a minha chave, eu te ligo quando chegar e aí você abre para mim. 

— Isso se não chegarem antes de você como sempre né? - ela riu de leve.

— Pois é, melhor ainda. - eu ri também.

Depois disso, entreguei a chave de casa pra ela e me surpreendi quando ela me abraçou.

— Obrigada Artur, pelo apoio que você está me dando. - sussurrou ela.

— De nada Marina, não ia te abandonar nunca. - sussurrei de volta, derrotado, não conseguia mais lutar contra os sentimentos que eu sentia por ela, mas não iria admitir isso.

Ela se afastou um pouco, sem desfazer nosso abraço e olhou no fundo dos meus olhos, a minha respiração estava junto à dela, nossos narizes roçavam, ela parecia querer dizer algo, mas não conseguia. Então meus olhos se fecharam e logo senti nossos lábios se colando. Nem consigo até hoje descrever o quão bom foi sentir aqueles lábios junto aos meus novamente depois de tanto tempo, estava com uma saudade enorme de beijá-la e apesar de não ter sido da forma como eu queria, foi muito bom, eu poderia ficar naquele beijo por horas e horas, por toda a minha vida.

Depois de alguns segundos, meu fôlego acabou e o dela também, então separamos nossos lábios e ela corou. Sorri de leve e olhei pra trás.

— Ér... desculpa. Tenho que voltar. - falei sem jeito.

— Tudo bem, pode ir. - ela disse também sem jeito.

Então me afastei e ela pegou o celular, provavelmente para chamar um uber, mas o sorriso em meus lábios não desapareceu o restante do dia.

 


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Notas finais do capítulo

Finalmente o casal se beijou hein?