Together By Chance 1 Temporada REBOOT escrita por M F Morningstar, Shiryu de dragão


Capítulo 22
O Futuro Incerto...


Notas iniciais do capítulo

Olá, capítulo novo!

Boa Leitura!!!



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P.O.V Monique Lockwood

O caos reinava no acampamento, os demônios desiquilibrados e contra Lúcifer estavam aparecendo. Eram muitos, provável que um feiticeiro tenha aberto um portal ligando direto ao reino dessas criaturas.

— Entrem logo!!! – Grito ordenando para que entrassem no refeitório. Era o único lugar onde os mundanos estariam seguros, por conta de meu feitiço protetor.

— O que está acontecendo? – Pergunta Rosalya para mim assim que eu entro.

— Um portal foi aberto, por isso há milhares deles lá fora. Preciso ir fechar ou daqui a pouco ficaremos em enrascadas, ainda mais se a barreira ao redor do acampamento se romper. – Explico, todos parecem recuar achando que irei pedir ajuda.

— Você sabe onde está esse portal? – Pergunta Castiel se aproximando de mim.

— Eu consigo sentir, mas não tenho um GPS para saber exato. – Brinco, e ele me olha preocupado, seus olhos estavam sombrios por medo que algo pudesse me acontecer.

— Eu irei te ajudar. – Diz convencido me fazendo o olhar com raiva.

— Não! Não vai. Ninguém vai sair daqui. Eu sou a única que pode enfrentar aquilo que está lá fora. – Digo repreendendo ele e a qualquer um que ousasse sair do refeitório.

— Quem nos protegerá se seu encantamento de quinta sumir? – Pergunta Carmem.

— Olha querida, no momento isso é tudo que mantem vocês vivos. Meu encantamento aguentaria milhares daqueles seres, mas pode ser rompido por serem mais fortes que no momento não estou sentindo. – Digo para a ignorante. – Mas para garantir que vocês possam ter chance de sobreviver caso o feitiço de proteção seja rompido, irei deixar algumas armas que podem matar esses demônios. Aconteça o que acontecer, não saiam dessa porta e muito menos encostem nos demônios de ácido ou em qualquer outro. Não são crianças! São demônios que vão usar suas fraquezas a favor deles.

Faço uma conjuração e logo aparecem uma arma na mão de cada um dos meus colegas. As armas conjuradas pertencentes agora a cada um, havia surgido através das habilidades de cada um, ou seja, todos saberiam como usar, mesmo se nunca tivessem visto algo parecido anteriormente. Eles a seguram com firmeza.

— Até mais tarde. – Digo com um sorriso tentando parecer o mais confiante possível.

Eu sabia que eu poderia não voltar..., mas tinha que tentar. Posso ser um ser imortal, mas a humana em mim não é.

— Monique... – Me chama Castiel me fazendo o encarar. Eu sabia que ele não queria me deixar e sabia mais ainda que ele não iria ficar.

— Castiel... – Sussurro e conjuro uma magia para que todos não pudessem sair. É claro que se o encantamento de proteção fosse rompido a magia da tranca se romperia junto.

— Boa sorte. – Sussurra Rosa tentando parecer forte, não deixando o medo transparecer.

É... Aí está algo que eu preciso... Ser forte.

P.O.V Rosalya Price

— Ela vai ficar bem. – Digo para Castiel que não parava quieto. Ele já havia tentado sair de mil formas, jogou cadeiras na porta e nas janelas, tentou arrombar e outras tentativas fracassadas.

— Ela não devia ir sozinha! Eu poderia protegê-la! – Diz em fúria.

— Aposto que ela fugiu e nos deixou para morrermos. – Diz Carmem.

— Cala a boca, sua vadia! – Grito e a olho com um ódio imenso. Que menina mais chata! Só consegue ser ignorante. Nem no pior momento ela fecha a porra da matraca!

— Calma, gente. – Diz Magali calmamente.

— Concordo com a senhorita Magali. Todos temos que ficar calmos nessa situação. – Fala Lys-fofo, apoiando a garota.

— É fácil falar... Não é sua namorada que está em risco! Não é a namorada de nenhum de vocês!!! – Castiel joga outra cadeira contra a porta, seguido de Do Contra que começa a jogar também.

DC estava tentando ajudar o Castiel a se controlar e mostrar que ele não era o único que se importava. Cebola, mesmo contendo suas desavenças com o DC, resolve tacar cadeiras também.

— Vocês já tentaram apenas abrir a porta? – Pergunta Magali se aproximando da porta assim que os meninos pararam de jogar as cadeiras.

— É claro que... – Castiel começa a ironizar, mas para assim que vê a comilona abrir a porta sem dificuldade alguma. – ...eu tentei.

— O quê?! – Exclamo surpresa.

— Era só terem aberto, gente. – Diz ela voltando a todos.

— Como fez isso? – Pergunta Castiel chegando perto da porta agora aberta.

— Ué! Só girei a maçaneta e puxei a porta. – Diz Magali sem entender nada.

— Ela estava enfeitiçada, eu não conseguia nem pôr a mão na maçaneta! Assim como Lysandre, Rosa e qualquer um que fosse tentar. – Todos encaramos a Magali.

— Vocês não preferem ir logo ajudar a Monique? – Pergunta Mônica já se aproximando da porta.

— Tem razão. Quem vai vir comigo?

P.O.V Monique Lockwood

Encontrei! Só podia estar no lago. É o lugar que mais tem energia e força para fazer com que o portal fique aberto tanto tempo sem algum feiticeiro por perto.

Começo lentamente o processo de fechar o portal. O bom que os demônios não me viam por causa do meu encantamento de invisibilidade. É tão mais prático sem ter que me preocupar com ataques. Destruo o portal e assim os demônios param de passar.

Você não devia ter vindo sozinha.— Diz uma voz sombria, mas era uma voz impossível de saber de onde vinha. Estava na minha mente. E o pior de tudo, é que não havia nenhuma presença além de mim. Não havia nenhuma energia de qualquer tipo!

— Quem está aí? – Pergunto com raiva me preparando para atacar qualquer ameaça.

Isso não interessa. Afinal você já está prestes a morrer.— Uma risada forte ecoa pela minha mente.

Escuto algo vir em minha direção, mais especifico, em minhas costas, logo me viro criando uma barreira.

Impressionante... Eu sabia que você não era uma Andarilha normal, mas não pensei que seria tão forte, mas nada que eu não possa enfrentar.— Vejo uma sombra sair das árvores, ele estava encapuzado e a única coisa que podia ver, era seus dentes afiados e pontiagudos sorrindo com maldade para mim.

Jogo uma poderosa bola de luz, mas ele acaba desviando. Aquele ser encapuzado era muito rápido, seria impossível o acertar. Eu tentava me proteger e fugir da sua magia, mas o mesmo era mais ágil e estava na vantagem por estar em pontos cegos para mim.

Você é resistente e persistente. Será uma pena ter que eliminá-la sem me aproveitar de nada.— Sussurra a voz atrás de mim, mas quando me viro ele já havia se afastado.

— Quem é você? – Grito jogando bolas de magia dourada ao mesmo tempo em todas as direções, eu iria acertá-lo se ele não tivesse feito uma barreira.

Qual seria a graça de te contar?— Seu sorriso ficava cada vez maior. – Agora chega de papo furado.

Dessa vez ele havia usado mais poder. Aquela bola havia partido meu escudo me jogando para trás me causando leves machucados. De repente sinto meus braços e pernas ficarem presos por raízes fortes de árvores.

É seu fim!— Vejo ele puxar uma espada.

— Deixa ela! – Grita Castiel, logo vejo que ele estava portando sua guitarra-motosserra.

Logo vejo Magali atirar magia do seu cetro junto com a Mônica girando pelas orelhas um sansão gigante como se estivesse em um rodeio. Rosa (com seu chicote de Electrum), Lysandre (com sua espada de obsidiana), Do Contra (com sua marreta gigante), Cebola (criava inúmeras coisas com seu tablet mágico) e Cascão (com seu guarda-chuva metralhadora e escudo) estavam cuidando dos demônios inferiores.

Bem na hora.— A sombra diz sorrindo mais ainda.

Castiel fica em frente a mim e os outros ao meu redor. Ele não devia... Tenho que me soltar!

Está tão interessante.— Ele começa a rir.

Vejo através de Castiel, a magia escorrendo pela sombra.

— Castiel!!! – Antes de conseguir falar algo vejo uma imensa magia vindo.

Não sei como ou com que força, consigo explodir as raízes e construir a maior e mais poderosa barreira de todas. Ela não quebrou e fez aquela magia poderosa vindo daquele ser misterioso evaporar.

— Monique... – Sussurra Castiel que estava atrás de mim... Eu havia passado por ele tão rápido quanto criei a barreira.

Vejo que sabe agora como conseguir chegar até seus poderes mais poderosos, mas também me mostrou sua maior fraqueza. Até outro dia, minha preciosidade.— Ele sumiu tão rápido quanto havia surgido.

Ele tinha razão... Por ver o Castiel em perigo, minha magia se fortaleceu..., mas isso também pode por ele em perigo...

Ando até onde a sombra havia sumido para ver se poderia saber algo sobre ele ou para onde ele havia ido, mas só encontro um envelope. Abro e vejo duas folhas pequenas, uma dizia um poderoso feitiço para quebrar uma barreira mágica. Pego a outra folha e a leio:

“Você se mostrou digna e forte o bastante para sobreviver hoje, você e seus amigos estão livres para viver... Por enquanto.”

— Monique? – Me chama Castiel atrás de mim. – Você está bem?

— Estou. Temos nossa passagem para fora desse acampamento. – Digo mostrando a carta.

— Finalmente! – Rosalya comemora.

Eles começam a andar de voltar para o acampamento. Fui atrás, como a última do grupo. Eles estavam seguros, por agora..., mas a minha maior preocupação é o Castiel...

Eu não poderei protegê-lo se ele continuar perto de mim...

~~~~~*~~~~~

Após eliminarmos alguns dos demônios e o resto sumir. Quebrei a barreira que circulava o acampamento. Todos já haviam pegado suas coisas e colocado no ônibus para voltarmos a cidade.

Ninguém havia tocado uma única vez no que aconteceu no acampamento. Na verdade, ninguém falou uma coisa durante o trajeto inteiro até a escola. Todos sabíamos que ninguém iria acreditar no que havia acontecido, então todos manteríamos segredo.

~~~~~*~~~~~

— Eu preciso ir, Castiel. – Digo sem olhar nos olhos dele.

Eu já havia tomado minha decisão! Tinha pegado minhas coisas e estava prestes a sair da casa dele. Iria me afastar para protegê-lo, mas é claro que havia me certificado de proteger a casa e o cordão que ele sempre usa no pescoço, aquele duplo de cordas pretas.

— Por que? Você está louca? – Ele me puxa pelo braço para que eu o encarasse, seus olhos transbordavam tristeza.

— Você não está seguro comigo. – Digo o encarando.

Eu queria chorar, mas não podia, ou nunca iria sair dali se me entregasse ao que sinto...

— Eu não me importo com os riscos. – Diz ele, seus olhos estavam prestes a chorar.

— Eu vou. Já tomei minha decisão! – Digo abrindo a porta do apartamento.

— Eu te amo, Monique. E sempre vou te amar! – Grita ele.

Paro por um segundo antes de sair porta a fora o deixando destruído. Nós dois estávamos sofrendo por isso..., mas eu preciso... Não posso fingir que está tudo bem, que nossas vidas vão permanecerem normais só porque nos amamos... Ele poderia estar morto! E eu preciso mantê-lo seguro!!!

E isso... significa... me afastar...

P.O.V Laura Styles

Estava bastante pensativa quanto ao Toni. Nessas semanas ele tinha se apegado muito mais a mim, e eu a ele. Estávamos cada dia mais próximos, mesmo com ele preso. O garoto loiro continuava triste e abalado por tudo que tinha feito.

Enfim..., ao estudar o caso dele e por ser réu primário, o crime dele era financiável segundo o delegado Clóvis, chefe do presídio. Custava uns dois mil reais para ele sair de lá. Apesar de ele saber disso, parece que não tinha esperanças de sair. Não só por ele ser sozinho, mas também porque Toni era órfão...

Seus pais tinham sido mortos num acidente bem após seu nascimento, isso pois seu pai era usuário de cocaína, sendo assim, o chefe do tráfico presente no Rio de Janeiro foi pessoalmente matar a facadas ele e sua esposa. Desse modo, Toni diretamente foi criado por seu tio Marco Frederico, o qual o abusava sexualmente em troca de comida, moradia e até mesmo regalias.

Com tudo isso, Toni cresceu sendo arrogante e isolado de todos, além do fato de sempre estar mal-humorado com os outros. Consegui arrancar tudo isso dele numa conversa que tivemos nesses dias. Fiquei abismada e extremamente triste, a ponto de chorar horrores na frente dele quando ele contava sua história.

Toni não tinha nenhum parente, pois Marco tinha medo que o garoto contasse para alguém o que passava, então, indiretamente, assassinou os tios, tias, primos e irmãos de Toni, que no total era seis pessoas. Os únicos que sobreviveram foram para o continente africano.

Perante essa história, estava pensando seriamente em ajudar ele a sair da cadeia e o encaminhar para uma nova vida. Talvez pudesse me arrepender..., por isso ainda não decidi. Tenho dinheiro e o poderia ajudar a ficar em algum lugar por um tempo, pois sei que meus avós não permitiriam um ex-presidiário ficar em casa, mas tenho conhecimento que, todos merecem uma segunda chance de viver, aprender e recomeçar.

P.O.V Ângelo Trindade

— Me perdoe, Senhor Gabriel. Não fui forte o suficiente para matar Sairaorg.

Estava à frente do arcanjo mais poderoso do universo, Gabriel. Gabriel era um anjo forte, de cabelos lisos e loiros. Sua imponência era extremamente alta e sua presença e poder eram muito opressores. Ele soube de tudo que ocorreu e estava decepcionado comigo.

— Ângelo, você perdeu pontos comigo. Não pelo fato de não ter conseguido matá-lo, mas por não ter me falado que Sairaorg tinha se libertado. Sei como ama aquela turma, mas você sabe como ele é perigoso. Devia ter me chamado desde o princípio para matar a ele e dar um jeito na Andarilha! – Permaneço em silencio. – Tenho que ir matá-lo agora mesmo.

— Não!!! Clemência, Senhor Gabriel!! Ele está bem, João conseguirá deter a perversidade maligna de Sairaorg! Além disso, parece que a Mônica e a Andarilha estão lá para evitar qualquer ataque!!!

— Não seja idiota!!! Se deixarmos reles pessoas cuidando de um ser que está apenas abaixo de nosso Senhor e Lúcifer pairando na Terra, toda humanidade pode ser extinta em apenas segundos!!!

Me ajoelho em sua frente e peço consideração.

— Por favor, sejamos francos! Todos nós estamos fadados a errar, mas podemos viver em paz, então deixa-o viver. Eu também assumo a responsabilidade de cuidar do humano, mas não o mate! Apesar de tudo, sei que ele é querido para a turma. Sei que podemos evitar tristezas e decepções, apenas cuidando dele!!! – O Arcanjo a minha frente espera que eu termine de falar. – Tenho a total certeza que nosso Deus o deixaria viver, até pois João ainda está vivo, não é mesmo?

— Levante-se Ângelo! O único a ser referenciado é nosso Deus.

Levanto e olho fixamente a seus olhos. Ele coloca a mão em meu ombro e me encara com uma expressão de alívio.

— Realmente você me lembrou que devemos perdoar a nós mesmos. Vendo bem, nada aconteceu e não sabemos o que pode acontecer. – Ele faz uma breve pausa. – Talvez meu medo esteja criando uma raiva em mim, mas Deus está no controle de tudo. Tudo bem, irei deixar tudo ocorrer. Mas, se algo acontecer, não hesite em me avisar. Avise aos outros anjos para ficarem de plantão nele! Se o selo romper, toda a Terra... Não! Todo o universo pode desaparecer!!!

Após, Gabriel desaparece, me deixando no encargo de vigiar o João. Não confio totalmente que Mônica e os outros consigam deter o rompimento do selo, mas já passamos por tantas coisas juntos que não consigo ir contra eles. Agora, oro para meu Senhor que tudo fique bem, com João, a turma e o restante do universo.

P.O.V Lysandre Maddox

— Então ela fez isso... Simplesmente saiu. – Estávamos perto de uma árvore no pátio. Castiel estava me contando tudo o que havia acontecido, mas exato, como Monique foi embora após a volta do acampamento.

— Eu não entendo como se afastar possa te proteger de algo. – Tento analisar tudo o que ele já me disse para ver se encontro alguma reposta coerente.

— Nem eu! Mas ela acha. E o pior de tudo é que ela passa por mim e nem olha na minha cara. Quer dizer, ela só me olha quando eu não estou olhando para ela. Eu sei porque já me contaram. Eu tento ver se ela me olha, mas por causa da ligação a espertinha sabe que eu vou virar e desvia o olhar antes! – Diz ele com um ódio perceptível. – Isso é tudo por causa do João! Se ele não fosse aquele demônio, sei lá o que. Ela estaria comigo agora!

— Mas provável que ela nem estivesse aqui. Lembra? Andarilhos dos Sonhos só vem a Terra para cuidar de certos humanos ou alguém como o João. – Digo, e ele me olha triste, pois sabia que eu tinha razão.

— Eu não posso perder ela... Não mesmo... – Diz ele puxando um cigarro e começando a fumar, ele havia parado quando começou a namorar a Monique, mas após o termino só o vejo fumar mais e mais. Aquele término abalou ele tremendamente, mesmo que ele não quisesse admitir que foi tanto assim.

— Você não vai. Você... – Antes que eu completasse a minha frase, vejo o cigarro do Castiel voar para longe magicamente, ele olha para o lado rapidamente e vê uma Monique passando para ir para a sala de aula como se nada tivesse acontecido.

— É sério?! – Grita ele indo em direção a ela a puxando pelo braço a fazendo ficar frente a frente com ele. – Você simplesmente vai embora e agora faz sei lá o que para mandar meu cigarro para a lua?!

— Ele foi parar no chão, não na lua. – Diz friamente.

Ela não era assim. Era óbvio como ela estava se esforçando para tratar o garoto de cabelos vermelhos daquele mod. Ela se importa com ele, mas não irá dar o braço a torcer. Tão teimosa quanto ele!

— Porra, Monique! – Grita Castiel. Era certo, nada que ele dissesse iria mudar a falta de expressão e o comportamento dela.

— Será que posso ir? – Fria como um iceberg.

— Eu não vou desistir, não importa o quanto tente me afastar! – Diz a olhando profundamente e totalmente decidido.

— Pois devia. – Ela se solta, indo para a sala de aula.

Eu a vi ao longe limpando suas lágrimas... Ela estava sofrendo tanto quanto ele, mas ainda assim tinha aquela ideia na cabeça que parecia que nunca seria apagada ou removida.

Eu poderia ter dito a ele que ela estava chorando, mas não faria diferença alguma, ou é capaz de ser ainda pior. Então apenas fiquei observando ela ir, enquanto ele socava a parede do muro da escola com força.

P.O.V Castiel Salvatore

— Você tem certeza que ela está aqui, Castiel? – Pergunta Rosalya olhando para a boate em nossa frente. Estávamos na fila para poder entrar.

Eu sabia que de uns tempos para cá, depois da volta do acampamento e do meu término com a Monique, ela havia começado a frequentar boates caras e chiques, virando dançarina de uma boate em especifico, sendo chamada como Mystic, The Night Woman.

— Sim... Eu a segui a alguns dias e já a vi entrando várias vezes aí. Ela sempre sai depois que fecha a boate e entra antes da boate abrir. – Eu sabia que ela estava lá. Nunca entrei antes, pois era difícil conseguir os passes, mas agora eu consegui.

Assim que entramos tratamos de encontrar ela entre a multidão e entre as dançarinas. O local fervia de gente, principalmente de homens. Havia um palco enorme com aqueles trecos de dançar pole dance e outros menores espalhados em pontos estratégicos, tinham umas espécies de gaiolas não muito grandes, onde uma mulher por gaiola ficava dançando. Também tinha um bar enorme com cadeiras na bancada, algumas mesas espalhadas e iluminações coloridas.

— Eu não a vejo! – Grita Rosa para que eu pudesse a ouvir devido a música alta.

Continuo a procurar, mas parecia impossível.

— Espera! – Olho para ela que estava apontando para uma porta vermelha. Era a porta onde se iam os caras e as dançarinas para fazerem sexo em troca de dinheiro.

A mulher estava conversando com um cara.

— Não... – Sussurro para mim mesmo.

Ela não estaria nessa... Ou estaria?

— É ela de máscara? – Pergunta Rosa.

Observo a silhueta, cabelos... Não tinha como não ser ela... Eu a reconheceria até com um quilo de roupa, e assim, com essas roupas curtas, não tem como não conhecer.

— Vou lá. – Digo já partindo em direção a ela.

— Espera... – Rosa é interrompida.

— Hey, você! Ruivo! – Grita um cara me olhando assustado, mas ele parecia me conhecer de algum modo. – Você não pode estar aqui. Você...

Nem o deixo completar o que ia falar, começo a correr para dentro do local onde a Monique entrou. Rosa havia ficado para trás para tentar me dar tempo. Vejo a minha garota entrar em um dos quartos e vou com tudo. Eu tenho que pará-la! Ela não é assim.

— Monique! – Digo entrando com tudo na porta presenciando uma cena que eu não devia presenciar...

Assim que entro... Vejo o homem caindo no chão sangrando muito. Ergo meus olhos para a mulher em pé em frente do corpo caído, ela segurava duas adagas ensanguentadas.

— Castiel! – Ela me olha com uma expressão de surpresa.

— Mas que mer...! – Não completo, pois ela me empurra para fora do quarto deixando as adagas lá dentro no chão.

— Você não devia estar aqui! Como Wolf o deixou entrar? – Não pude ter a chance de responder. – Não importa! Você tem que sair agora. Esqueça que eu existo se possível, mas pare de me seguir.

— Espera. – Seguro em seus pulsos quando a mesma tenta me empurrar mais uma vez, mas ela estremece. – Volta para mim... – Sussurro a beijando. Ela não tentou se afastar, nem por um segundo... Não conseguia ter forças para se soltar dos meus braços, mas não por não ser forte fisicamente, ela apenas não conseguia...

Apenas somos separados quando alguém me puxa com tudo. Era um dos seguranças. Monique me olhava tristemente, pela primeira vez depois de semanas, eu vejo seus sentimentos por mim e os sentimentos por me afastar. Ela queria me proteger, estava com medo por me amar e mais ainda se algo acontecesse comigo.

— Adeus, Castiel...

Os dois brutamontes me arrastam para a fora apressadamente, só me soltaram quando já me tiraram totalmente da porta de entrada da boate.

— Você está bem? – Pergunta Rosa vindo em minha direção.

— Estou. – Digo seriamente, era óbvio que era uma mentira, mas não quero me explicar.

Não sou desses que fica falando o que estou sentindo para as pessoas, não sou de abrir e contar tudo para alguém, a única que confiei e senti vontade de contar tudo foi ela, a garota que me deixou por achar estar fazendo o que é certo...

— O Leigh está vindo. Quer uma carona? – Nego com a cabeça.

— Vou para a casa andando. Tenha uma boa noite. – Digo e dou as costas a ela.

— Boa noite. – Ouço ela dizer atrás de mim, mas não me viro.

Começo a andar pelas ruas. Todos os meus pensamentos me levavam a ela. Milhões de perguntas, poucas respostas. Sentimentos feridos... Solidão...

Um grito agonizante ecoa pela noite. Não era um pedido de ajuda e provável que só eu tivesse escutado. Ela havia gritado, mas não estava machucada fisicamente. E sim, emocionalmente...

O coração dela doía tanto quanto o meu... Ela não gritou para que eu ouvisse... Nem ela sabia que a ligação era tão forte assim...

— Por que se machuca tanto, meu amor? – Sussurro na calada da noite, mesmo sabendo que ela não me escutaria e não responderia.

Continuo meu caminho silencioso para a minha casa.

Onde não a encontraria...

Não mais...

P.O.V Jessica Fernandes

Estou aqui jogando meus games de ação como de costume. Em relação ao que ocorreu após o acampamento, toda a turma tem ficado bastante ansiosa e tensa. Não vejo o João e a Monique a algum tempo. Apesar de não ser amiga próxima de nenhum dos dois, eu sinto falta de ambos. Acho que sou muito detalhista, não posso ver nada "fora de ordem", mesmo que isso não me afete de qualquer forma.

— Jéssica!!! – Ouço uma voz grave gritando por mim na frente de casa. Descubro que era o Cebola.

Já faz algum tempo que não nos falamos e por incrível que pareça, ele era a pessoa que eu era mais próxima entre todas que conheci neste ano.

— Cebola, que saudades! – Digo o dando um forte abraço após atendê-lo na porta.

— Saudades? Nos vimos no acampamento por uma semana.

— Eu sei, mas você nem me deu atenção, até parece que não me conhecia. – Digo isso dando risadas.

— Ah, desculpa. É que estava acontecendo tanta coisa...

Na verdade, nem estava ligando muito. Sei que ele ainda gostava dessa tal Mônica e já percebi que ele estava tentando até tempos atrás algo comigo, mas me fiz de sonsa.

— Relaxa baby, estava brincando. Enfim, vamos entrando. Estava jogando Casa do Mal 3.

— Sério? Esse jogo ainda está em dois dias de lançamento e você já tem? – Grita ele surpreso e empolgado.

— Meu pai é dono de uma loja de games, logo consegui esse jogo rapidinho.

— Eu quero ver, me mostre!!! Me mostre! – Cebola parecia uma criança me balançando e correndo para o meu quarto.

Esse garoto é uma figura!

~~~~~*~~~~~

— Você é incrível! Zerou o jogo todo em três horas. Jamais vi algo assim!!!

De fato, o jogo era difícil, mas já sabia algumas manhas do game por causa das edições anteriores.

— O jogo não é tão complicado. Se você conhecer bem as edições anteriores, se dá bem nesse aí também.

— Legal. Mas... – Percebo estava um pouco preocupado.

— O que foi?

Ele se aproxima de mim de forma simples, porém exótica. Pega minhas mãos com carinho e seus olhos castanhos encaram o meu rosto. Não deixo de ficar constrangida.

— Jéssica, quer ficar comigo? – Sua pergunta me pega de surpresa. Eu não pensei que o Cebola ainda pensasse em mim.

— Como assim?

Sua boca se aproxima da minha e percebo que ele vai me beijar. Poderia escapar, mas deixo ele me dominar. Seu beijo é suave, gostoso, tranquilo. Ainda sentada, o abraço e sigo o seu ritmo. Faz tempo que não beijava assim, algo tão simples, porém quente e excitante. Sua boca se separa da minha após algum tempinho.

— E aí, gostou? – Ele cochicha em meu ouvido.

Fico sem resposta. Não queria dizer que gostei, mas também não curto mentir.

— Até que não é nada mal, seu noob.

Rimos um pouco e voltamos a nos beijar, dessa vez, com mais fervor. Estava tendo um ótimo fim de tarde.

P.O.V Do Contra Fagundes

Admito que estava ainda um pouco mal de ver a Mônica com o João, mas estava mais chateado de ver como a turma estava reagindo aos acontecimentos e de ver a própria Mônica em estado de choque, estando isolada do pessoal nesses últimos tempos. Alguns estavam a favor que ela continuasse a ser próxima do João (eu incluso) e alguns queriam que ela se afastasse de vez dele.

— DC, my Love!!

Viro rapidamente e volto a realidade quando vejo Maria Fernanda correndo até mim me dando um forte abraço. Estamos ficando e percebi que ela é uma menina bem divertida e legal.

— Não precisa sair gritando por aí que sou seu amor, né, Maria? Isso é vexamico.

— "Vexamico"? Que raio de palavra é essa?

— Uma que existe no meu vocabulário pessoal.

Ela começa a gargalhar sem motivo. Eu tenho um jeito próprio para falar. Essa era uma das 157 palavras que uso que não existe no português oficial.

— Enfim amore, tenho um servicinho para você.

— O que é? – Pergunto receoso. – Tenho medo dos servicinhos que você me manda fazer. Dá última vez você me fez andar daqui até o bairro da Mangabeira carregando cinco sacolas de roupas.

— Calma! Você não disse que gosta de fazer coisas diferentes? Então relaxa que isso não vai ser nada pesado.

~~~~~*~~~~~

— Você tá de brincadeira com minha cara? – Elevo minha voz.

— Relaxa fofo, você tá linda... Digo, lindo!!!

Maria tinha me levado ao shopping e me fez usar um vestido azul florido! Junto com um salto que me fazia ficar mais alto que Michael Jordan.

— Esse é o pior mico que já paguei na vida!!! – Digo me exaltando.

— Ei! Não esqueça que você topou esse desafio! E que eu não te obriguei a nada.

De fato, ela tinha razão. Quando chegamos aqui, ela me desafiou a provar algumas roupas que ficariam boas nela. E como esse era um desafio que ia contra o que a maioria dos homens aceitaria sem receber nenhum tostão, aceitei. O que a gente não faz para manter nossa reputação viva, não é mesmo?

— Só não entendi o motivo de você me fazer pagar esse mico.

— Sabe..., eu estou com preguiça de ficar provando roupas como se não houvesse amanhã, e como você tem o mesmo tamanho e estereótipo que eu tenho, resolvi fazer de você meu "espelho".

Tenho que admitir que ela tem uma mente brilhante para alguém que parece até meio avoada às vezes.

~~~~~*~~~~~

Era seis horas da tarde quando saímos do shopping. Apesar de ter rasgado três vestidos, caído inúmeras vezes andando de salto alto e ainda estar com a cara toda melada de batom e rímel, estava feliz de ter cumprido o desafio.

— Obrigada por ter sido minha cobaia hoje, fofinho. Realmente você é o best.

— Tudo para manter a reputação. – Digo com as mãos nos bolsos. – Mas até que foi divertido. Aprendi que vocês mulheres passam por várias coisas só para ficarem arrumadas.

Rimos um pouco e nos encaramos por alguns segundos. Era hora de voltarmos para casa, já estava muito tarde.

— Até amanhã. – Digo olhando em seus olhos castanhos.

Ela me dá um abraço e em seguida nos beijamos fervorosamente, sendo uma das poucas vezes que nos beijamos. Apesar de já estarmos ficando a algum tempo, sempre fui meio conservado quando o assunto é beijo. Mas enfim, como ela beija bem! Forte, imponente, mas ao mesmo tempo, bom e nada pegajoso.

P.O.V Monique Lockwood

Estou com um turbilhão de sentimentos aflorando em meu ser. Um pouco de medo pelo João, tristeza pelo Castiel, e também alegria, pois pude ressurgir totalmente. Chego na casa alugada que peguei depois de sair da casa do Castiel e deito um pouco em minha cama. Medito para mim mesma.

— O que será que vai acontecer daqui em diante?

Quer saber mesmo?

Uma figura sinistra, carregando uma foice e que exalava um cheiro de sangue humano e carne podre, surge. Sua presença que para alguns era fascinante e para outros assustadora, para mim era algo totalmente indiferente.

— Dona Morte, o que faz aqui?

Não pude deixar de ouvir seu questionamento, Andarilha.— Diz ela se aproximando. – Por que não tenta ver o futuro? Sabe que pode ver de quem está ligada, não é?

— Isso me deixa muito desgastada e não quero ser levada por você por um tempo. – Digo rindo.

De fato, ela está certa. Eu posso ver o futuro do João ou do Castiel, em dia e horas totalmente específicos, mas ao preço de desgastar minha energia.

Acho que é bom você tentar. Não posso lhe mostrar o que vai ocorrer, mas te aconselho a averiguar o que está em jogo.

Fixo um pouco em seu olhar vazio e decido entrar em meditação sem falar uma palavra. Me sento no chão e fecho meus olhos. Logo sinto meu corpo levitar entrando em estado de clarividência.

Terror. Sangue. Guerras. Torturas.

O mundo está em caos.

Demônios lutando contra anjos nos cinco continentes do planeta. Países desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra, Japão, totalmente destruídos. Nem as guerras mundiais causaram tanto sofrimento a humanidade quanto o que se vive agora.

'Não me mate!!! Socorro!!!'

O que se vê são seres das trevas devorando humanos. Seus membros superiores são perfurados a mãos limpas, causando aos humanos tipos de sofrimentos jamais vistos. Eram como se víssemos as hienas comendo vivas as suas presas.

'Vocês fiquem aqui, turma! Essa batalha não é para vocês se meterem!'

'Ângelo, me deixe te ajudar! Juntos podemos derrotar todos esses demônios.'

'Arcanjo Gabriel, quem diria. Parece que continuaremos nossa batalha que houve gerações atrás.'

'Me colocarem num corpo humano foi seu maior erro!!! Agora toda a humanidade está fadada ao sofrimento na vida e pós-morte!'

'A culpa é minha...'

'Mônica!!!'

Abro meus olhos e caio no chão, totalmente desgastada.

— Esse é o futuro que te espera se as coisas continuarem dessa maneira, Andarilha.

— Eu não vou permitir!

— O futuro está em suas mãos...


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Notas finais do capítulo

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